Fanfic: Despedida de Solteira(Adaptada) Mayte & Chistian | Tema: Chaverroni
– É o seu maior desejo? – consegui perguntar, querendo engolir o bolo de areia e cacos de vidro que tentava passar pela minha garganta sem sucesso.
Ela balançou a cabeça, negando. Sua atitude me trouxe um pouco de alívio. Dei graças aos céus por Mayte ter sido sincera consigo mesma.
– Quanto custa? – questionou, e não compreendi sobre o que estava falando.
– O quê?
– Qual é o seu preço? Quero saber o seu preço.
“Por quê? Quer me comprar?”, pensei.
Não contive a minha irritação. Por que havia feito aquela pergunta? Era constrangedor demais.
– Pra quê quer saber?
– Quero saber o tamanho do absurdo.
Mayte balançou a cabeça, parecendo tão indignada quanto eu.
– Varia muito. Depende de muitas coisas. Do lugar, da pessoa, da ocasião...
– Quanto? – ela praticamente rosnou.
Estava mesmo muito chateada, de uma maneira que me deixou surpreendido. Nunca a tinha visto assim.
– Vai de oitocentos a três mil reais. A hora – respondi.
– A hora? – gritou.
– É.
Mayte, então, começou a chorar copiosamente. Seu rosto todo ficou vermelho, e o guardanapo se ensopou em questão de segundos. Passei algum tempo apenas a observando. Estava sem reação; não sabia o que fazer ou o que falar. Só queria que parasse de chorar por minha causa. Eu não merecia aquilo. Não merecia que se importasse tanto. Contudo, por outro lado, senti-me protegido. Era uma sensação nova, que me fazia entender que não estava tão sozinho quanto pensei que estivesse.
– Mayte... Não chore, por favor. – Levantei-me da cadeira e a puxei pelas mãos, fazendo com que se levantasse também. – Vamos sair daqui, podemos dar uma volta na praça como sugeriu. Já paguei a conta.
Ela se deixou levar totalmente.
Seguimos para fora do recinto em silêncio.
Meu braço estava envolvido nos seus ombros enquanto ela se apoiava em mim e tentava se acalmar.
Renovei a minha promessa, acrescentando mais um item: jamais farei Mayte chorar novamente.
Mayte se manteve introspectiva enquanto passeávamos pela praça. Eu, sinceramente, estava muito contente.
Uma satisfação absoluta tomava conta do meu corpo, tudo isso porque entregamos a embalagem de comida a uma senhora – que estava sentada em um dos bancos da praça e pedia dinheiro. A coitada parecia faminta e com frio, mesmo o clima estando agradável.
Confesso que realizo algumas doações, mas nunca fiz isso tão diretamente.
Gosto de ser discreto, geralmente preencho a conta bancária de alguma instituição pobre, cuja seriedade do trabalho pode ser constatada com uma pequena pesquisa.
Nunca contei isso a ninguém e nem pretendo, visto que acredito piamente que não devemos sair contando vantagem quando ajudamos alguém ou fazemos algo bom. Passei muitas necessidades, sobretudo quando saí de casa, portanto tenho verdadeira compaixão daqueles que precisam de ajuda, principalmente com relação a empregos – e é por isso que a maioria das ONG que ajudo trata de jovens que iniciam suas carreiras no mercado de trabalho.
O fato é que ajudar aquela senhora com a presença da Mayte – que deixou um sorriso lindo aparecer quando viu que a idosa sorria – fez o meu coração se aquecer de um jeito fantástico. Senti que precisava fazer algo mais pelas pessoas e comecei doando a jaqueta que eu vestia para aquela mulher. Ela pareceu muito satisfeita, mas acredito que sua satisfação maior foi receber o carinho da Mayte, que lhe perguntou se estava tudo bem e conversou com ela de igual para igual, sem preconceitos ou demais obstáculos que impedem as pessoas de serem legais com as outras.
Naquele momento eu finalmente percebi, tive absoluta certeza de que Mayte era a mulher que eu queria para a minha vida. Ela me completava e me modificava, preenchia o meu vazio. Seus adjetivos me deixavam louco a cada segundo que passava, e achei que explodiria de tanto desejo... Não era só desejo. Não, era muito além disso. Jamais pensei que sentiria algo tão forte por alguém.
Queria poder confessar os meus sentimentos. Fazer Mayte perceber que eu tinha me apaixonado não estava sendo tarefa muito fácil, até porque simplesmente não sabia me portar diante dela. Sempre soube o que fazer e o que falar com as mulheres, mas aquela situação era diferente.
Cada palavra e cada gesto tinham que ser meticulosamente estudados. Mayte era um vaso de vidro raríssimo e caro, daqueles que eu preferiria deixar guardado dentro da caixa a exibi-lo na minha sala.
Observei-a com cuidado, enquanto cruzávamos uma ponte bem bonita, parecia pertencer ao jardim de um castelo. Aquele lugar era belo demais; repleto de árvores, plantas floridas, gramado verdinho, pontes e chafarizes com anjos espirrando água cristalina na direção do céu. Tinha até uma pista de cooper, onde algumas pessoas se exercitavam.
– Você vai trabalhar sempre assim, elegante? – perguntei, tentando puxar algum assunto. Os saltos da Mayte provocavam ruídos quando se chocavam no chão.
Ela olhou para si mesma antes de responder:
– Gosto de me vestir bem.
– Você tem bom gosto em tudo – falei, sorrindo torto.
"Menos, talvez, na escolha do noivo."
– Não me generalize.
Acabei rindo daquilo. Sim, eu não apenas a estava generalizando como também idealizando. Mas tinha um bom motivo para tal: a paixão.
– Tem razão, devo conhecer apenas a sua ponta do iceberg. Mas pode ter certeza de que fico impressionado cada vez que descubro mais sobre você. – Fui muito sincero.
– Posso dizer o mesmo de você – murmurou.
Vi quando Mayte corou sua linda face, fazendo meu corpo inteiro reagir de imediato. A vontade de beijá-la teve que ser controlada durante todo o trajeto até um dos bancos de ferro, onde resolvemos nos sentar. O que ela disse me encheu de animação. Pensei que estivesse decepcionada comigo, não impressionada.
Ou talvez estivesse impressionada de um modo negativo. Não soube responder.
Passamos longos minutos sentados em silêncio, apenas admirando um dos chafarizes. Aquele era uma construção bem ornamentada, parecia meio antiga, mas tinha uma beleza interessante. Dois anjos cuspiam água para o céu, que depois caía e provocava um murmurinho gostoso de ser ouvido.
– Ei! Preciso ver seu portfólio! – Mayte praticamente gritou, assustando-me um pouco. – Está com ele aí?
– Ah... Não, na verdade não trouxe.
– Poxa, quero muito que tire umas fotos do casamento. É sério!
Ela pegou sua bolsa e a revirou um pouco, encontrando um papel retangular similar a um envelope. Entregou-me logo em seguida, enquanto eu me matava por dentro, sabendo que não seria capaz de vê-la casada com outro cara.
– Tome, é seu.
Peguei o papel, observando-o dos dois lados – era prateado e reluzia por causa de alguns raios de sol que passavam entre as árvores, atingindo-nos. Não parecia um envelope, era diferente. Encarei a Mayte, ela me olhava de volta com expectativa.
Percebi a existência de uma pequena aba na lateral do papel e então a puxei, achando que era assim que se abria. O papel se dobrou em várias camadas, terminando em formato de coração. Foi então que notei que aquilo era um convite. O convite do casamento da Mayte.
– Legal... – falei, suspirando. Não consegui controlar a minha infelicidade.
Uma tristeza insuportável me atingiu em cheio, praticamente jogando fora toda a alegria que sentia por estar na presença dela.
Aquele convite era uma verdadeira bomba relógio; cabia a mim desativá-la, mas não fazia ideia de como. Ela acabaria explodindo, espalhando em mim um sentimento amargo de perda e saudade. Saudade do que não tive. Saudade do que nunca existiu.
Encarei o convite, estudando-o melhor. Uma foto grande da Mayte ao lado de um cara foi o que mais me chamou a atenção. Eles pareciam felizes. Sorriam para câmera com muita tranquilidade, uma calma que não conseguiu me atingir.
– Este é o seu noivo? – perguntei o óbvio, apontando para o sujeito na fotografia.
– Não, é o meu irmão. – Mayte riu. – Claro que é o meu noivo, né?
Tentei não julgar o imbecil pela aparência; modéstia a parte, eu me considerava mil vezes mais bonito do que aquilo. Mas não era a beleza que estava em jogo, e eu sabia disso. Mesmo assim, tudo o que conhecia daquele cara me fazia ter certeza de que não passava de um otário.
– Você tem irmãos? – desviei o assunto.
– Não, sou filha única. E você?
– Tenho uma irmã mais nova, a Júlia. Ela mora na cidade vizinha.
– Hum. . . – Mayte sorriu novamente. Voltei a observar o convite, desta vez lendo as informações que
continha. A igreja escolhida era uma das mais lindas e caras da cidade, bem como o salão de festas. Ia ser um casamento grande e caro, uma festança.
– Então... Se estiver ocupado no sábado, tudo bem. A cerimônia é às oito da noite, mas a festa vai rolar até o amanhecer.
Eu não duvidava. E, claro, estaria ocupado no sábado. Todos os meus fins de semana não me pertenciam mais, afinal, teria que prestar serviço em certa casa de praia, oferecendo prazer e diversão para mulheres que festejam despedidas de solteiras. O problema era que eu havia prometido que não me venderia mais, portanto encerraria minha participação no empreendimento na reunião marcada para o dia seguinte, mesmo tendo que pagar uma multa.
– Não vou estar ocupado no sábado... – concluí seriamente.
Mayte não respondeu. Olhou o próprio relógio e observou o nosso redor.
Estava escurecendo, eu sabia. Aquele almoço havia sido muito longo, mas não podia acabar ali. Não mesmo.
Precisava lutar por aquela mulher, minha felicidade dependia daquilo. Pode parecer egoísta, mas o modo como Mayte chorou no restaurante era algo que eu não conseguia esquecer. Ela se importava comigo, talvez até gostasse de mim. Só não havia se dado conta ou então estava com medo. Eu não podia me corroer na dúvida.
Encarei o convite. Era loucura...
Muita loucura. Mayte jamais deixaria aquele casamento. Minhas tentativas estavam fadadas ao fracasso.
Pensei em desistir, mas me lembrei da Júlia.
– Você quer mesmo ver o meu portfólio? – perguntei, tendo uma grande ideia.
– Claro que sim!
– Bom... Neste caso a gente pode ir lá pro meu apartamento. Eu te mostro as coisas que já tenho para o estúdio. Coloco tudo dentro de um quarto – propus. Sequer tive coragem de olhá-la.
– Não sei, Christian... Preciso pegar o meu carro. Está ficando tarde. – Mayte se inclinou um pouco na minha direção.
– Não seja por isso; passamos na loja, pegamos o seu carro e seguimos para o apartamento. Não vai demorar, estará em casa antes das sete.
"Das sete da manhã, meu bem", pensei. Estava disposto a tudo com a Mayte. Se rolasse algo entre nós – o que, no fundo, sabia que rolaria –, estava disposto a convencê-la a ficar comigo de vez.
Com esta ideia em mente, virei meu rosto na direção dela. Observei-a por muito tempo, enquanto acompanhava seu rosto contracenar uma leve careta. Sabia o que ela estava fazendo: raciocinando, medindo o certo e o errado da minha proposta. Claro que a proposta era toda errada, repleta de segundas intenções. Eu fazia parte do lado negro da história, mas nada me impedia de dar uma de herói e empunhar a espada novamente, arrancando a cabeça do dragão chamado discernimento.
Encarar a Mayte era maravilhoso, tanto que não consegui me conter: ergui uma mão e alisei seu rosto com a ponta dos dedos. Sua pele era tão macia e quente!
Linda... Como eu a queria... Como a desejava... Por que as coisas não podiam ser mais fáceis? Era tão errado assim gostar tanto dela?
Percebi quando sua respiração mudou. Estava ofegante, e acabou mexendo com a minha. Meus dedos desceram para os seus lábios. Contornei seu sinalzinho lindo, doido por um beijo. Daria tudo por um.
– Tudo bem... – ela finalmente murmurou.
Sorri torto, desejando que a sorte continuasse me acompanhando. Meu destino dependia dela.
Como foi o acordado, passamos na loja da Mayte a fim de pegar o seu carro.
Guiei-a pelo trânsito caótico da cidade até o meu apartamento; ela dirigia um i30 da cor grafite, muito bonito.
Eu não morava tão longe do Centro, mas chegamos cerca de quarenta minutos depois. Já havia anoitecido, mas quem estava com pressa?
Apesar dos pesares, tinha uma chance única de fazer Mayte conhecer um pouco mais da minha vida. Nada melhor do que levá-la ao meu apê, afinal, ele dizia muito sobre mim.
Deixei que Mayte estacionasse o veículo ao lado da minha vaga, dentro da garagem do próprio prédio. Aquela vaga era da Júlia, fazia questão de mantê-la, mesmo sabendo que ela quase nunca a utilizava.
Estava me sentindo meio nervoso, jamais havia levado uma mulher até a minha casa.
Pode parecer loucura, mas é verdade. Meu apartamento é um lugar íntimo, um reduto só meu, de modo que jamais permiti que alguém o invadisse além de, claro, a minha irmã.
Autor(a): jessica_ponny_steerey
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 70
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gr_perroni Postado em 08/01/2015 - 16:06:03
Posta maaaaaaaaaaaais....
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mirelly_perroni Postado em 03/01/2015 - 09:43:02
Postaaaaaaaaaa mais por favor que perfeito, nossa na Chuva cara rs que louco, o christian tá tão fofo, a musica que cantou pra ela foi tão demais tão perfeita, postaa mais por favor tô curiosa, o que vai rolar os problemas que vão aparecer tudo, então postaaa por favor.
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vondy4everponny Postado em 13/12/2014 - 23:10:15
Oooh hot na chuva?? Pqp esses dois são fogo. Christian mudou mesmo a Maite e a Maite mudou mesmo o Christian *-------* lindinhos <<<<<3
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vondy4everponny Postado em 01/12/2014 - 19:41:51
Nossa,tadinho do Christian, a história dele é foda.Como um pai pode tratar um filho assim só porque ele não quer ser advogado? E a humilhação na festa do natal? AF, tadinho dele, ninguém merece.
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vondy4everponny Postado em 16/11/2014 - 15:26:24
Odeio quando a Maite faz algo que magoe o Christian, AF. Ele precisa de muito apoio dela e ela vive assustada com tudo, aném
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vondy4everponny Postado em 12/11/2014 - 13:10:59
Sinceramente, estou com pena do Chris :/ Maite já está pensando em mentir, e eu entendo, mas essa história dele ainda vai dar muito problema :/
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vondy4everponny Postado em 05/11/2014 - 00:54:26
Awn, eles estão tão amorsinhos *-----* Mai pensa mais que o Chris, sinceramente UHAUAH! Vish, o que será que ela quer contar logo agoooora? AF Espero que seja coisa boa
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vondy4everponny Postado em 26/10/2014 - 19:55:47
Xtian aregou mana KKKKKKKKK Ai ai, Maite ficou ''desejosa'' tadinha UAHUAHU! Ele cantando uma canção de ninar pra ela, e ela cantou pra ele... Aaaaaaaaawn, que meigos e engraçados kk *---* Achei lindo! Posta mais Jess
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vondy4everponny Postado em 24/10/2014 - 01:39:13
Amando o terceiro livro amiga, que perfeitos *--* To com dó da Maite, eles ainda tem muita coisa pra acertar, isso nao vai ser facil :/
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vondy4everponny Postado em 23/10/2014 - 20:31:54
Ebaaaaaaa, terceiro livro! OMG, eles vão se casar? Como assim? kkkkk Coitado do ''Jão'' e da familia da Mai :/ Isso ainda vai dar mts problemas ne?