Fanfic: Despedida de Solteira(Adaptada) Mayte & Chistian | Tema: Chaverroni
Entramos no elevador, absorvidos pelo mais puro silêncio. Apertei o botão de número dezessete, que era o andar do meu apartamento. Só do meu mesmo, pois naquele andar havia apenas um – na verdade eu comprei dois apartamentos ainda na planta e os projetei do jeito que queria, ocupando todo o espaço.
Sorri para a Mayte, ela me encarava de volta com um sorrisinho meio bobo. Estava visivelmente nervosa, pois sua pele se manteve um pouco corada durante todo o percurso. Isso não a impediu de manter os seus olhos em mim; eles invadiam o meu mundo numa velocidade difícil de acompanhar. Em segundos, já me sentia perdido com a sua presença, um adolescente inexperiente e muito tolo.
– Sabia que somos quase vizinhos?
Moro neste bairro – ela comentou, deixando-me bastante surpreso.
– Sério? Onde você mora?
– Na rua do Subway. Uns três apartamentos depois.
Balancei a cabeça, demonstrando toda a minha incredulidade. Havia um Subway a apenas algumas ruas, talvez umas quatro ou cinco, antes da minha. O bairro inteiro a chamava de rua do Subway desde que o estabelecimento se tornou um dos pontos mais visitados pelos moradores. Até eu já tinha ido lá algumas vezes.
– Que mundo pequeno! – exclamei, e Mayte respondeu com um largo sorriso.
O elevador parou repentinamente. O painel indicava o andar dezessete, e as portas se abriram logo em seguida. Guiei Mayte pelo pequeno hall de entrada, retirando as chaves do meu bolso. Quase não consegui abrir a porta que abri todos os dias durante uns seis anos. Minhas mãos tremiam demais. Agradeci aos céus por estar tudo bem organizado e limpo, do contrário acho que sofreria um enfarto.
Mayte entrou no meu apartamento e observou cada detalhe como se estivesse em algum tipo de museu. Seu olhar curioso se intensificava a cada quadro pendurado na parede, cada vaso ou móvel, e até mesmo as luzes, que acendi de prontidão, pois já tinha escurecido há algum tempo. Cada pedacinho do lugar foi analisado por ela.
Seus olhos quase não continham a surpresa.
Chegou até a murmurar um “uau”, do qual me orgulhei bastante.
Depois de alguns minutos, Mayte reparou na minha parede personalizada.
Aproximou-se dela como se estivesse sob o efeito de um ímã; com os olhos grandes esbugalhados e a boca gostosa semiaberta.
Foi bem divertido de observar. Analisou cada fotografia contida no papel de parede, chegou até a tocar em uma. Nem sei dizer qual foi, visto que não desviei os olhos dela.
Vê-la observando qualquer coisa com curiosidade acendia em mim um desejo diferente, um sentimento quente e confortável. Eu vislumbrava o seu vislumbre e, naquele momento, achei que nada me traria mais prazer do que aquilo.
– Você sai com homens? – ela me perguntou do nada.
Não pude conter um riso divertido.
Mayte não era a única que tinha dúvidas sobre a minha sexualidade. Não sei por que, mas algumas mulheres insistiam em me fazer aquela pergunta.
– O quê? Não sou gay, Mayte.
– É sério... Não achei que fosse gay, mas o seu trabalho exige certos sacrifícios, não?
– Alguns colegas fazem isso, mas eu não. Só faço acordo com mulheres –respondi. Nunca foi a minha praia ter qualquer coisa com homens. Embora já tenha dançado em boates GLS e feito tomadas de fotografias para revistas masculinas, sou um heterossexual de carteirinha.
– Já tentou? – Mayte perguntou. Ela não olhava para mim, ainda encarava a parede na sua frente.
Pensei um pouco. Precisava ser sincero ao máximo e, se eu dissesse que nunca havia tentado, estaria mentindo. É por isso que tenho tanta certeza quanto à minha sexualidade, justamente por saber que jamais daria certo me relacionando com homens.
– Já, mas não rolou nada.
– Hum... – Ela tocou em uma das fotos. Decidi ver qual era: aquela eu havia tirado há alguns anos em um ensaio. Meu cabelo estava bem comprido, quase batia nos ombros. As mulheres gostavam, mas o trabalho para mantê-lo era tanto que acabei cortando. – Estou tentada a levar sua parede para o meu apê – disse seriamente.
Eita! Mayte soltando cantadas?
Adorei! Na verdade meu dia pareceu se iluminar com o que falou, afinal, havia deixado evidente o seu desejo por mim.
– Mesmo? Por quê? – falei, fazendo-me de desentendido.
– Estou brincando – desconversou. – Então, sua secretária é uma mulher muito rigorosa com a organização.
Gostei de ver.
Sua casa está impecável!
– Não tenho secretária. – Ri, achando divertido o seu machismo. Só porque sou homem não significa que não posso fazer faxina, certo? – Eu mesmo arrumo minhas coisas. Não gosto de ninguém arrumando nada por mim.
Mayte ficou muito quieta. Seus olhos se abriram como se tivessem visto um fantasma. A pele naturalmente dourada ganhou um tom pálido esquisito. Pensei que estivesse prestes a passar mal, mas ela apenas desviou o olhar da parede e me encarou como se o tal fantasma fosse eu.
– O que foi? – perguntei, preocupado de verdade.
– Nada e tudo. Quando eu me decidir, respondo. – Mayte riu de leve, e então fiquei mais aliviado.
De repente, ela colocou os dedos nos meus lábios, pressionando-os com delicadeza.
– Não faça isso... – murmurou.
– Isso o quê?
– Essa cara de boca entortada. Pelo amor de Deus, não a faça! Isso é um perigo.
Você sabe que é uma arma e usa sem pudor algum. Que coisa feia, Christian!
Comecei a gargalhar, sendo acompanhado por ela. Não sabia que meu riso torto a seduzia. Aquilo era uma novidade para mim, e certamente utilizaria este novo conhecimento ao meu favor. Entretanto, o que me deixou mais animado foi o fato de Mayte estar falante, divertida e espontânea. Não havia resquícios de confusão ou de qualquer coisa negativa.
Aquela era a Mayte sendo ela mesma, sem receios ou reflexões exacerbadas. Eu estava apaixonado por aquela mulher, mas também estava pelas outras. Pela Mayte certinha demais, pela medrosa, chata, irritante...
Pela bem humorada, risonha e pela que me soltava cantadas. Pela inteligente, profissional, amiga, organizada...
Pela safadinha que só se soltava entre quatro paredes...
– Sabe, você é engraçada – falei, sabendo que todas aquelas Maytes faziam parte dela. Eu não era capaz de querer que alguma de suas faces desaparecesse. O conjunto só era perfeito daquele modo.
Afinal, perfeição não é feita apenas de qualidades. Existem imperfeições perfeitas e perfeições imperfeitas.
Meu celular começou a tocar repentinamente. Pelo toque sabia muito bem quem era, por isso resolvi atender.
– É a minha irmã – murmurei para a Mayte, atendendo logo em seguida. – Oi, Ju! Tudo bem?
– Chris! E aí? Conseguiu? Falou com a “escolhida”? Você me prometeu! – Júlia dizia tudo muito rápido, era difícil acompanhá-la às vezes.
– Sim, eu sei disso! Fiz exatamente aquilo que te falei – respondi, encarando a Mayte. Ela sorria de leve.
– Você confessou que está apaixonado? Ela precisa saber, Pollito!
– Eu sei, Ju! Relaxa! Depois te ligo, prometo. Beijo, te amo. – Desliguei o telefone antes que ela fizesse mais
perguntas. Certamente Ju havia entendido, pela minha pressa, que eu estava meio ocupado.
Mayte continuou sorrindo, mostrando seus dentes brancos e o contorno perfeito dos seus lábios carnudos.
Quase a tomei nos meus braços – tinha certeza de que não recuaria –, mas antes precisava fazer com que me conhecesse um pouco mais. Isso incluía os meus gatos, que ainda não tinham dado as caras. Se ela não gostasse de animais nós íamos ter problemas meio sérios, pois jamais iria me desfazer da Lulu ou do Don. Eu podia fazer qualquer coisa por ela, menos aquilo.
Olhei ao redor, procurando por eles.
Caminhei até um espaço que havia entre o sofá e a varanda, Lulu adorava ficar naquele cantinho, mas daquela vez ela não estava lá.
Mayte ficou me observando, porém nada perguntou. Puxei suas mãos e passamos por um corredor largo até chegarmos à cozinha.
Soltei Mayte e verifiquei embaixo da mesa, segunda melhor opção de encontrá-los. Dito e feito; lá estava a Lulu.
– Ah, achei! – Segurei a minha gatinha nos braços. – Mayte, conheça a rainha desta casa. Esta é a Lulu. Não ria do nome, estava sem imaginação. – Peguei a pata dela e contracenei um “tchau”. – Oi, Mayte, sou a Lulu.
Dou tanto trabalho! Papai já trocou o sofá três vezes por minha causa!
Mas ele me ama mesmo assim! – falei tudo com uma voz bem tosca.
Mayte gargalhou. Prendi a respiração. Um segundo depois, ela ergueu as mãos e pegou a Lulu com bastante
cautela.
– Gosta de animais? – perguntei meio temeroso.
Lulu recebeu um abraço bem forte dado pela Mayte, o qual me deixou aliviado. Se não gostava de bichos, pelo
menos não odiava. Também não pude deixar de perceber o quanto as duas ficavam lindas juntas. Era difícil definir qual era a mais gata entre elas.
Autor(a): jessica_ponny_steerey
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– Gosto, mas não crio. Tenho pena. – Pena? – Sim, sempre acho que estão sofrendo por alguma coisa. Fico deprimida... Enfim, eu me apego fácil e morro de medo de que algo ruim aconteça. Sorri. Todo mundo já teve algum trauma de infância envolvendo bichinhos de estimação. No meu caso, a ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 70
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gr_perroni Postado em 08/01/2015 - 16:06:03
Posta maaaaaaaaaaaais....
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mirelly_perroni Postado em 03/01/2015 - 09:43:02
Postaaaaaaaaaa mais por favor que perfeito, nossa na Chuva cara rs que louco, o christian tá tão fofo, a musica que cantou pra ela foi tão demais tão perfeita, postaa mais por favor tô curiosa, o que vai rolar os problemas que vão aparecer tudo, então postaaa por favor.
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vondy4everponny Postado em 13/12/2014 - 23:10:15
Oooh hot na chuva?? Pqp esses dois são fogo. Christian mudou mesmo a Maite e a Maite mudou mesmo o Christian *-------* lindinhos <<<<<3
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vondy4everponny Postado em 01/12/2014 - 19:41:51
Nossa,tadinho do Christian, a história dele é foda.Como um pai pode tratar um filho assim só porque ele não quer ser advogado? E a humilhação na festa do natal? AF, tadinho dele, ninguém merece.
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vondy4everponny Postado em 16/11/2014 - 15:26:24
Odeio quando a Maite faz algo que magoe o Christian, AF. Ele precisa de muito apoio dela e ela vive assustada com tudo, aném
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vondy4everponny Postado em 12/11/2014 - 13:10:59
Sinceramente, estou com pena do Chris :/ Maite já está pensando em mentir, e eu entendo, mas essa história dele ainda vai dar muito problema :/
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vondy4everponny Postado em 05/11/2014 - 00:54:26
Awn, eles estão tão amorsinhos *-----* Mai pensa mais que o Chris, sinceramente UHAUAH! Vish, o que será que ela quer contar logo agoooora? AF Espero que seja coisa boa
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vondy4everponny Postado em 26/10/2014 - 19:55:47
Xtian aregou mana KKKKKKKKK Ai ai, Maite ficou ''desejosa'' tadinha UAHUAHU! Ele cantando uma canção de ninar pra ela, e ela cantou pra ele... Aaaaaaaaawn, que meigos e engraçados kk *---* Achei lindo! Posta mais Jess
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vondy4everponny Postado em 24/10/2014 - 01:39:13
Amando o terceiro livro amiga, que perfeitos *--* To com dó da Maite, eles ainda tem muita coisa pra acertar, isso nao vai ser facil :/
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vondy4everponny Postado em 23/10/2014 - 20:31:54
Ebaaaaaaa, terceiro livro! OMG, eles vão se casar? Como assim? kkkkk Coitado do ''Jão'' e da familia da Mai :/ Isso ainda vai dar mts problemas ne?