Fanfics Brasil - 8 Despedida de Solteira(Adaptada) Mayte & Chistian

Fanfic: Despedida de Solteira(Adaptada) Mayte & Chistian | Tema: Chaverroni


Capítulo: 8

932 visualizações Denunciar


- Obrigado – murmurou, voltando a me encarar. Sua expressão estava mais tranquila.


Permanecemos em silêncio durante algum tempo, quando ele resolveu falar: – Mayte, fiquei preocupado com você.


- Comigo? – Franzi o cenho.


- Sim. Tudo isso que me falou... Sobre o seu noivo. Eu... Estou preocupado com o seu casamento.


Suspirei mais uma vez.


- Não quero falar nisso. Conte-me, Christian, você disse que seu maior desejo não é viver assim.


Então, qual é o seu maior desejo? – mudei de assunto rapidamente. Quanto menos raciocinasse sobre João Pedro e o casamento iminente, melhor.


Ele fez a caretinha. Senhor... Dai-me forças. Amém.


- Gosto muito de fotografia. Já fiz vários cursos e estou montando um estúdio.


- Pretende largar essa... Vida? – perguntei.


- Pretendo, Mayte. Beleza não dura para sempre. Os anos vão passando e não tenho mais a mesma paciência que tinha.


- Não parece. Foi tão paciente comigo.


- Não falei de você, prometo. Você não me irritou em momento algum, exceto, talvez, quando disse que sou um mau caráter. Mas não te julgo, é sério.


- Me desculpa – falei. De repente, senti uma vontade louca de abraçá-lo. Achando que não seria nada demais, acabei fazendo. Puxei-o para mim e coloquei meus braços ao redor de seu pescoço. Christian envolveu a minha cintura.


Permanecemos assim por algum tempo, mas não tanto. Achei melhor me afastar.


- Me conta mais... Você tem namorada, ou já teve? – perguntei. Estava realmente curiosa.


Christian fez uma careta.


- Não tenho namorada desde os vinte e dois anos. Não daria certo. A escolha que fiz para mim exige muita solidão. Não acho ruim, gosto de ficar sozinho. Uma vez tentei ter uma namorada, mas ela... Ah, esquece.


- Não, vai... Conta! – Ri um pouquinho. Meu interesse pela história dele só fazia aumentar.


- Bom, ela descobriu sobre o meu verdadeiro “emprego” e colocou fogo no estúdio que eu estava montando antes. – Sorriu. – Ainda bem que eu não estava lá. Bom, isso foi pior para ela, pois pretendia parar assim que ele estivesse pronto.


Abri bem a boca. Quase não acreditei no que me falou. Que coisa horrível!


- Faz quanto tempo isso? – perguntei, indignada.


- Uns quatro anos. Fiquei desanimado demais para construir outro estúdio, e acabei torrando todo o dinheiro que tinha guardado. Passei algum tempo sem economizar, mas voltei este ano. Está na hora de recomeçar. – Christian não parecia abalado com aquilo, mas eu estava chocada. Ele já podia ter parado se não fosse a ex-namorada idiota. Como alguém podia fazer algo assim? Destruir um sonho daquele jeito?


- Ela foi presa por causa disso?


- Não. Não abri processo algum contra ela. Fingi que havia sido um incêndio natural.


- Por que fez isso? – perguntei, franzindo o cenho.


- Não sei. Acho que me senti merecedor. – Suspirou.


- E falta muito? – Levei uma mão à boca. Estava arrasada. – Digo, para concluir seu novo estúdio?


- Nem tanto. Ando trabalhando demais nos últimos meses. Basicamente, só falta o espaço para colocar minhas coisas. É difícil arranjar um lugar bacana no centro, e não queria alugar.


- Tem razão, eu me virei em duas para conseguir um lugar bom. Tenho uma loja de cosmético no centro – comentei, depois me lembrei. – Ei! Uma loja de calçados vai ser desocupada ao lado da minha! Eles vão vender, tenho quase certeza! Posso pegar o contato para você!


- Sério? Eu adoraria, seria... Ótimo! – Ele ficou muito animado. Depois de um tempo, seu semblante mudou completamente.


- O que foi?


- Nada. Relaxa.


Sorri, meio sem jeito.


- Seu portfólio é bom? Queria vê-lo depois. Ah! Tive uma ideia! Por que não aparece lá no meu casamento e faz umas fotos? Eu já contratei um fotógrafo, mas queria ter umas fotos sua. Que tal?


- Não sei... A gente vê – respondeu, com a mesma expressão estranha.


- Você tem um cartão de visitas? – perguntei. Nem sabia o que estava falando. Ter Christian no meu casamento seria, no mínimo, estranho. Apresentá-lo ao João Pedro seria constrangedor, e cortar o bolo sabendo que o rapaz que está tirando foto me fez uma massagem erótica ia ser... Tenso.


Porém, como você pode ver, eu estava ficando doida.


Doidinha mesmo.


Christian foi pegar seu cartão de visitas, enquanto eu voltava a observar a animação do pessoal na piscina.


Para minha surpresa, todos já haviam saído de lá. Paloma conversava com Marcelo em outro sofá, tendo uma toalha grande em volta de seu corpo. Cláudia estava diante do bar, ensopada, admirando os malabarismos que Henrique conseguia fazer tão bem quanto Marcelo.


- Ei, Paloma! – gritei. – Cadê as meninas?


- Já se recolheram! – ela gritou de volta.


Cláudia ouviu a conversa e, como ainda estava meio bêbada, falou alto:


- Já entendeu, né, amiga? Se “recolheram”! – E gargalhou como uma hiena. Não deu para evitar, acabei rindo também.


Quem não tem amigas loucas, que atire a primeira pedra.


- Mayte, acho que estou indo dormir agora também – Paloma disse. Vi Marcelo beijando suas mãos e se afastando. Certamente não iriam fazer o que as outras meninas estavam fazendo. Ela veio ao meu encontro, com os lábios tremendo de frio. Tadinha! – Vou levar a Cláudia, ela está bêbada.


Vai acabar fazendo besteira.


- Sim, faça isso, por favor.


- Você vai ficar bem?


- Vou sim, já estou indo me deitar também – avisei. Realmente, estava me sentindo um pouco sonolenta.


- Certo. Até amanhã, May! – Gostava muito quando a Paloma me chamava daquilo. Era raro, não sei qual era o seu critério, mas eu gostava.


- Até, Lomita!


Cláudia relutou um pouco, mas acabou indo embora com a Paloma. Os garotos começaram a recolher as coisas que estavam bagunçadas. Marcelo perguntou se eu queria mais alguma coisa, então pedi apenas um pouco de água. Ele veio com uma garrafinha dois minutos depois.


Christian demorou um pouco, mas trouxe seu cartão de visitas. Antes de ele se aproximar, levantei-me do sofá.


- Estou indo dormir, Christian – informei. – Ando meio cansada. O dia foi longo.


- Tudo bem. Posso acompanhá-la, senhorita?


“Oh, não... Senhorita de novo?”


Encarei-o fixamente. Por que aquela pergunta tinha que ser feita de uma maneira tão sexy? A voz dele não ajudava; seus olhos, sua boca, seu sorriso... Nada cooperava. Tudo estava contra mim.


- Não sei. – Balancei a cabeça. – Acho melhor não.


- Este é o seu maior desejo? – perguntou. Seus oceanos me queimavam como se fossem duas brasas. E que boba eu fui por achar que podia ser mais forte do que eles!


- Eu tenho um desejo – admiti, inspirando profundamente.


- Posso realizá-lo.


- Eu sei.


- Você disse a mim que não tinha desejos. – Ele franziu o cenho de um jeito elegante.


- Acho que a tal algema que me amarrava os prendia. – Suspirei. – Não vai haver nada, Christian, acredite – disse a ele, mas na verdade queria dizer a mim mesma. - Só preciso de você e de leite condensado.


Ele logo curvou a boca para o lado esquerdo. Meu coração acelerou ainda mais, e minha cabeça rodou, querendo me forçar a acabar com a palhaçada. Quem disse que eu conseguia? Sabia que era só dizer adeus e subir as escadas sem dor na consciência. Mas então estaria sendo o que penso, e deixando tudo o que sinto para trás.


- Leite condensado? – Christian sussurrou, arrepiando a minha pele.


- Sim. Pode conseguir isso? – Minhas mãos já tremiam.


- Só se for agora.


Subi as escadas lentamente, sentindo-me um pouco tonta. Era difícil acreditar nas minhas próprias atitudes.


Se eu dissesse que sabia o que estava fazendo, estaria mentindo. Não fazia ideia.


Entrei no meu quarto e deixei a porta aberta. Praticamente arranquei as sandálias para fora.


Abri as cortinas da varanda, sentindo um cheirinho de maresia. Inspirei profundamente e decidi deixá-las abertas. Guardei o cartão de visitas de Christian dentro de uma bolsinha.


Fui ao banheiro e me olhei no espelho. Parecia tranquila. Um e setenta de pura tranquilidade.


Observei a mim mesma durante alguns minutos, tentando sentir algum tipo de repugnância, alguma voz que me chamasse de vadia e me mandasse parar de pensar em besteira. Mas o meu eu estava silencioso, inerte.


Ele só aguardava. Esperava pelo que viria.


“Quem diria, Mayte, que você sofreria um tratamento de choque tão grande e continuaria ilesa? Pior ainda, sentindo-se mais viva do que nunca?”, pensei com meus botões.


Saí do banheiro no exato momento em que Caleb fechava a porta do meu quarto. Quando ele se virou e nossos olhos se encontraram, não pude evitar um gemido fraco. Uma beleza daquele tamanho devia ser proibida. Era uma arma mortal. Talvez se fosse tão bonita quanto Christian, eu teria sucumbido igual a ele. Carregar essa responsabilidade na própria pele exige sacrifícios imensos.


Eu sei, tentava justificá-lo. Meu raciocínio procurava por brechas.


Mesmo sabendo que isso era impossível, mesmo consciente de que era loucura... Buscava uma boa justificativa que me fizesse não ter que admitir que ele estava fazendo aquilo porque era obrigado.


Christian levantou um tubo branco e redondo com as mãos.


- Isto serve? – Entregou-o a mim.


Era calda de leite condensado. Daquelas que podem ser colocadas no sorvete.


- Serve – murmurei.


- Sou todo seu, senhorita Mayte – ele disse baixinho. Foi quase um miado rouco, delicioso de ser ouvido. Meu couro cabeludo se arrepiou.


- Por favor, só Mayte. A partir de agora, só Amande. Ok? – pedi.


- Como quiser.


Olhei para os lados, envergonhada.


- Tenho uma condição. Uma condição muito séria, Christian.


- Aceito qualquer condição.


Soltei o ar dos meus pulmões. Eu precisava respirar, mas estava me esquecendo. Os olhos dele estavam me hipnotizando de novo.


- Só vou fazer qualquer coisa contigo se me garantir que também quer – falei.


Christian ergueu uma sobrancelha.


- Você precisa ser sincero consigo mesmo – continuei. – Assim como eu estou sendo. Unir o sentir e o agir, certo? Foi você quem me ensinou isso. Não vou obrigá-lo a nada. O que tiver de acontecer, será porque nós dois queremos de verdade.


- Mayte... Estou sendo pago para isso – ele confessou, com uma expressão indecifrável.


- Certo – respondi, sentindo meu coração estilhaçar, ser reduzido a pó. Entreguei-o de volta a calda de leite condensado. – Pode ir embora. Obrigada por ser sincero. De verdade.


- Você não entendeu.


- O quê eu não entendi? – sussurrei aquela pergunta, mal conseguindo falar.


Christian balançou a cabeça. Parecia desnorteado. Nunca o vi daquela forma.


- Desculpe-me, nunca aconteceu isso antes. Não sei o que dizer. – A voz dele veio carregada por alguma coisa que eu não entendia. - Estou trabalhando, meu dever é te satisfazer... Mayte... De verdade, o que quer que queira fazer com esta calda, vou querer fazer também.


Meu corpo esquentou completamente.


- Preciso da verdade – pedi, suplicante.


- Falo sério. Prometo. Quero estar aqui, é o meu desejo.


- Comigo?


- Contigo – definiu.


Ficamos nos olhando por muito tempo. Não sei calcular. Talvez por um segundo, talvez por vinte horas. Não importava. Nada mais poderia ser calculado.


Sem saber o que fazer, peguei a calda das mãos de Christian.


- Deite-se – falei.


Ele fez o que eu pedi, sem pestanejar. Tirou os sapatos e as meias antes de se acomodar na minha cama.


Sentei na beirada e o olhei um pouco mais. Como estava lindo naquela posição! Tive vontades sérias de beijá-lo, mas não pretendia ir além daquilo que estava pensando. O desejo que eu queria realizar chegava até a ser puritano, mediante as ideias que me surgiam na mente.


- Tire o seu terno... E a camisa.


- Gostaria de tirar para mim? – perguntou, bem baixinho. É um safado mesmo...


Christian se ergueu um pouco. Acabei me inclinando para tirar seu terno. Joguei-o longe. Depois, folguei o nó da gravata e a tirei por cima de sua cabeça. No percurso, minhas mãos se encostaram ao seu cabelo, assanhando-os um pouco. A sensação foi boa, e eu resfoleguei.


Meus dedos tocaram o primeiro botão da camisa social dele. Christian se levantou mais, ajoelhando-se na cama. Fiz o mesmo, e ficamos frente a frente. Ele não parava de me encarar. Céus...


Meu estômago estava prestes a virar pó.


Tirei o primeiro botão. Parei. Suspirei alto.


Christian ergueu sua mão esquerda, mostrando-me os botões que havia no punho. Aproveitei para tocar suas mãos de leve, percebendo o quanto eram macias e quentes. Desabotoei o lado esquerdo, depois, o direito. Fui bem rápida no processo, pois não queria perder tempo. Eu tinha pressa.


Finalmente segui para o segundo botão da camisa social. Tirei-o devagarzinho, sem deixar de encará-lo.


Minhas mãos tremiam muito, era perceptível. Fui para o terceiro botão. Christian soltou um suspiro que arrepiou até o cabelinho que fica no dedinho do meu pé.


Uma onda de torpor e insanidade invadiu os meus sentidos.


- Não tenho muita paciência – falei, e fiz força na camisa dele. O quarto e o quinto botão voaram para longe, deixando seu peitoral delicioso à mostra.


Christian sorriu, e eu continuei puxando a camisa com força, até que todos os botões saíram.


Estava fora de mim, parecendo uma selvagem maluca.


Céus... Ver o corpo dele, bem na minha frente, tão perto, despertou em mim a mesma coisa que tinha despertado na sala de massagens. Quase pulei em cima de Christian, mas me contive como pude.


Terminei de tirar a maldita camisa, correndo minhas mãos pelos seus ombros, descendo pelos braços. Sua pele era firme e quente. Boa de pegar. Joguei sua vestimenta longe. Continuei o encarando.


Seus olhos ficaram diferentes. Não sei dizer o que mudou, só sei que não estavam iguais. Fui atraída por eles como se fossem um imã muito poderoso; aproximei meu rosto do seu, mas desviei no último segundo. Beijei-lhe o pescoço, abaixo do queixo. Foi um beijo longo, prolongado.


Simplesmente fiquei parada ali, sentindo o seu cheiro inebriante. Compreendendo que ia me afogar a qualquer momento, e então não teria mais volta. Seria vítima eterna das profundezas do desejo que me amaldiçoava.


Christian ergueu os braços e envolveu a minha cintura, fazendo nossos corpos se colarem. Não aguentava mais sentir tanto desejo. Ele queimava a minha pele, espalhava-se pelo meu corpo, deixando-me completamente sem razão.


Soltei um suspiro profundo e ergui as minhas mãos, tocando-lhe o peito. Fui descendo meus lábios, devagar, fazendo uma trilha de beijos no seu peitoral. Que delícia!


- Deite-se – sussurrei, afastando-me um pouco. Só um pouquinho.


Christian fez o que pedi, contracenando a maldita careta.


Procurei pela calda de leite condensado, encontrando-a em cima da cama, bem do nosso lado.


Abri a tampa. Senti o cheiro. Perfeito, do jeito que eu queria. Ia ser difícil compreender a mistura que estava prestes a fazer. Leite condensado é uma maravilha, mas leite condensado com Christian...


Mal conseguia assimilar o que me aguardava.


Lentamente, derramei um pouco do conteúdo no peitoral dele. Christian não parava de olhar para mim, por nada. Isso me constrangia, e ao mesmo tempo me excitava. Não parei para pensar; com um curto movimento, curvei meu corpo na sua direção e deixei minha língua fazer o serviço.


O leite condensado estava delicioso, como sempre. Era um sabor que eu conhecia muito bem, pois sempre fui viciada. Entretanto, devo ser muito sincera, navegar minha boca na pele quente de Christian foi uma coisa fora do comum. Inimaginável.


Havia começado bem devagarzinho, mas simplesmente não consegui manter o ritmo. Buscava sempre mais, como se tudo vindo dele fosse insuficiente para aplacar a onda de calor que soltava espasmos pelo meu corpo. Comecei a sugá-lo de verdade, com vontade, desejo, angústia, insanidade...


A situação piorou quando percebi que Caleb respirava forte. Seu peito começou a inflar rapidamente, e soltava o ar de modo que soprava o meu cabelo. Uma coisa doida aconteceu na minha calcinha quando levantei a cabeça para conferi-lo; ele estava de olhos fechados, mordendo os lábios.


Ai.Meu.Deus!


Tive que contar até dez para não beijá-lo. Depois da contagem, a vontade ainda era a mesma.


Só acordei do transe quando ele, percebendo que eu tinha parado, abriu os olhos e me fitou. Dois oceanos brilhantes me chamaram quase aos gritos.


Desviei o rosto depressa e derramei mais leite condensado. Só que, desta vez, desci para o abdome rígido de Christian. Inclinei o meu corpo e busquei um espaço entre suas pernas. Suguei todo o conteúdo, insaciável.


Estava ensandecida. Fora de mim.


Christian soltou um grande suspiro. Olhei-o novamente. Ele me encarava, ainda mordendo os lábios. Daria tudo para saber o que estava pensando.


- Diz alguma coisa – sussurrei baixinho, rouca. Minha voz quase não saiu.


- Sua boca é... – ele começou, depois parou e balançou a cabeça. – Perfeita.


- É? – perguntei, insinuante. Senti meu rosto contracenar uma expressão esquisita. Acho que era de excitação, coisa que nunca tinha sentido em um nível tão elevado.


- Muito.


- Preciso fazer uma pergunta – falei, repetindo suas palavras na sala de massagem.


- Faça logo – ele também repetiu as minhas.


- O que você quer? – perguntei, e sorri. Já sabia o que ia me responder.


- Me surpreenda.


E fez a caretinha. Sim... Ele fez. Depois disso, eu simplesmente não tinha como não surpreendê-lo.


Devagar, ergui meu corpo e levei minhas mãos até a fechadura do cinto que Christian usava. De imediato, ele soltou mais um suspiro. Naquela altura, eu já não pensava em nada, muito menos em casamento. Isso parecia apenas um detalhe banal, guardado no fundo de alguma gaveta velha e inutilizada.


Fui desatacando o cinto devagar, até que o livrei totalmente. Trabalhei no botão da calça. Foi fácil tirar. Desci o flash lentamente, sentindo meus dedos tremerem, quase vacilando. Meu coração batia acelerado, e eu achava que desmaiaria a qualquer momento. Enfim, desci um pouco a sua calça, sendo ajudada por ele. Uma cueca branca se fez presente, exibindo um volume que mostrava toda a excitação de Christian.


Suspirei profundamente pela milésima vez naquele dia.


Devagar, e sem pensar em nada, coloquei uma mão ali dentro. Estava quente demais! Olhei para Chritian; ele tinha voltado a fechar os olhos. Fiz um movimento, e vi quando suas mãos apertaram os lençóis que cobriam a cama, franzindo-os. Ele não se mexeu, permaneceu imóvel. Apenas seu peito demonstrava uma respiração acelerada.


Curiosa, decidi abaixar a sua cueca. Deixei-o vulnerável diante de mim, descobrindo-o por completo. Céus...


Ainda não sabia o que fazer com aquilo... O que eu imaginava parecia inacreditável demais.


Contracenei alguns movimentos lentos com as minhas mãos, e Christian soltou um gemido fraco, que fez minha espinha congelar. Pensei que ia cuspir o meu coração, de tão rápido que ele batia.


Meus lábios começaram a tremer, bem como meus dedos. Sentia muito medo.


Hesitante, peguei a calda de leite condensado. Contei até dez. Derramei uma boa quantidade.


Lá. A calda escorreu e melou os meus dedos, que o segurava com receio. Prendi os meus lábios, mirando fixamente a ereção de Christian. Contei até dez novamente.


Respirei fundo.


Pensei em desistir.


Pela milésima vez desde que havia atravessado aqueles portões, desisti de pensar.


Fechei os olhos e suguei todo o leite condensado, misturado com o sabor do Christian. Ele se contorceu um pouco, soltando outro gemido. Não ousei olhá-lo, mas sua atitude me fez acelerar.


Criou em mim uma vontade absurda de explorá-lo até o fim. Um fogo que prometia me fazer explodir, e se assim fosse, meu último desejo seria que acontecesse nos braços dele.


Aquele pensamento me fez parar, mas não antes de tê-lo limpado completamente. Afastei-me depressa, sentando na cama. Balancei a cabeça e a apoiei em minhas mãos, apesar de meus dedos ainda estarem sujos de doce. Não importava. Estava começando a entrar em desespero de novo, por causa de minhas próprias atitudes impensadas.


Levei as costas da minha mão à boca, que estava lambuzada. O gosto dele ainda se fazia presente nos meus sentidos. Foi quando o senti alisando meu cabelo. Christian estava próximo, mas não pude encará-lo.


- Eu nunca fiz isso... – murmurei, sentindo vontade de chorar. – Jamais.


- Foi uma experiência, Mayte – sussurrou. – Agora sabe como é.


Christian não largou os meus cabelos. Brincava com eles e, vez ou outra, alisava também minha bochecha. Eu estava de olhos fechados, com a cabeça abaixada. Tocada pela vergonha.


- Ele não tem o seu cheiro, nem o seu gosto – soltei. Meus sentimentos estavam completamente confusos, misturando-se a uma razão ferida que não conseguia justificar nada.


- Quem?


- Meu noivo.


- Ah...


Levantei da cama, sentindo-me um pouco tonta. Fui até o banheiro e, sem me olhar no espelho, joguei água no rosto. Com esta atitude esperava acordar, despertar minha racionalidade e fazer com que eu agisse de acordo com ela. Precisava voltar ao que era antes, pois a experiência do “fazer o que sentir” não tinha me levado a lugar algum além de um território vazio e escuro.


Quando me virei, Christian estava na porta do banheiro, apoiando a cabeça na lateral. Olhava para mim com seus olhos incríveis. Ele tinha abotoado a calça de novo, mas o cinto estava aberto.


- Estou muito preocupado contigo, Mayte. Falo sério. Não sei o que fazer.


- Você acha que eu sei? Estou perdida, e a culpa é sua! – gritei, horrorizada


- Não sou ninguém pra te dizer o que precisa ouvir. Se eu começar a dizer, estarei ultrapassando a barreira do profissionalismo. Mas, posso te dar um conselho; precisa falar com alguém a respeito disso.


- Com alguém, quem? Não há ninguém, Christian. Estou sozinha. Apenas a minha razão machucada e eu.


Juntas, vamos chegar a alguma conclusão – falei. De repente, confiei demais no que havia dito.


Essa confiança me trouxe conforto. Eu sabia que ia ficar tudo certo mais tarde, pois, quando eu chegasse à minha casa, pensaria direito nas coisas e tudo voltaria ao normal. Sempre foi assim.


Christian estava muito sério, e igualmente gostoso daquele modo. Não parava de observá-lo.


Percebi que o abdome dele tinha vários resquícios do leite condensado.


- Espero que sim – ele disse.


- Você precisa se lavar. – Apontei. Já conseguia sentir o imã que me empurrava na direção dele. Aquilo parecia não ter fim.


- Preciso – ele murmurou, tocando na própria barriga. Uau! Meu coração deu outro solavanco.


- Meu cabelo está cheio de doce – falei.


Christian riu. Eu também.


- Como ele foi parar no seu cabelo?


Mostrei minhas mãos grudentas que, misturadas com a água que tinha colocado no rosto, só havia piorado a situação. Christian as segurou, aproximando-se. Colocou-as em seu ombro, melecando tudo de uma vez. Ele estava tão perto, e me olhando de um jeito tão diferente... Não dava para saber o que pensava ou sentia. Era um verdadeiro mistério. Queria muito desvendá-lo, e podia até perguntar alguma coisa, mas simplesmente não saiu nada da minha boca quando eu a abri.


- Posso lavá-los – ele disse. Estava tão concentrada nos olhos dele que nem percebi se tinha feito uma pergunta ou uma afirmação. Nem sabia mais do que ele estava falando, para ser bem sincera.


- Lavar o quê?


- Os seus cabelos. – Riu. Quase morri, cheguei muito perto. O riso dele era magnífico, beirava a perfeição.


Não estava acostumada com tanta sedução, tanto charme... Tanta elegância, educação, inteligência... Não estava pronta para conhecer o Christian. Mas, ao mesmo tempo, queria. Era o meu maior desejo.


- E eu posso te lavar? – perguntei, insensata.


- Não me pergunte nada.


Christian me virou de costas com um movimento rápido. Não sabia o que ele ia fazer, mas fiquei nos olhando no espelho. Então, levantou meus cabelos com uma mão e encostou sua boca no meu pescoço. Minha pele queimou.


Com a outra mão, aquele homem magnífico desatacou o único botão que prendia o meu vestido amarelo no pescoço. O tecido escorregou e parou na minha cintura. O modelo dispensava o uso de sutien, portanto meus seios saltaram para frente. Corei de vergonha.


Ainda por trás, Christian soltou meu cabelo e alisou a minha cintura, empurrando o vestido para o chão. Subiu as suas mãos pela minha barriga e segurou os meus seios. Eu assistia a toda a cena diante do espelho, mal acreditando no que estava fazendo.


De repente, ele levantou a cabeça e também nos olhou. O safado teve a cara de pau de fazer a caretinha linda, emborcando a boca para a esquerda de um jeito que me fez pirar.


- Pensei que você só ia lavar meus cabelos – sussurrei, sorrindo.


- Eu vou, mas preciso tirar suas roupas primeiro – ele falou no meu ouvido. Socorro!


Depressa, Christian puxou as laterais da calcinha até as minhas coxas. O tecido fino deslizou e caiu no chão, junto com o vestido.


- Sua vez – incitei.


Virei na direção dele e desabotoei sua calça em dois tempos. Christian me olhava, mas tentei me concentrar no que fazia. Abri o flash e, pegando o cós da calça junto com a lateral da cueca branca, puxei com tudo para baixo, deixando-o exibido.


Completamente nus, Christian me arrastou para dentro do Box. Ligou o chuveiro, mantendo-me afastada, e conferiu a temperatura. Só então me empurrou, entrando comigo debaixo do jato morno.


Meu corpo inteiro se arrepiou por causa da água, e ainda mais porque ele começou a mexer no meu couro cabeludo.


- Esta é a terceira vez que lavo o meu cabelo hoje – falei. – As três foram por sua causa.


- Estou sendo condenado por muitas coisas hoje – respondeu. Eu queria vê-lo, mas estava de costas para ele enquanto me passava shampoo.


Christian lavou o meu cabelo com maestria. Uma dedicação impressionante. Fechei os olhos e relaxei completamente, sentindo seus dedos massageando minha cabeça. Contudo, a excitação por estar nua com ele debaixo do chuveiro me deixava bem esperta.


- Quando chegará a minha vez? – perguntei, impaciente. Ele me tirava toda a calma, fazia-me ter pressa para realizar coisas que eu nem sabia o que eram.


- Estou acabando. – Ele riu. Céus... Não ria perto de mim, Christian. – Pronto. Está limpo.


Virei o meu corpo muito depressa, de modo que ficamos frente a frente. Ele estava lindo, com os cabelos e o corpo inteiro molhados. Minha vontade real foi de beijá-lo, mas não pude. Não conseguia entender por que já tínhamos feito tantas coisas, mas jamais havíamos nos beijado – exceto o casto selinho no desafio do karaokê.


Peguei um pouco de sabonete líquido e esfreguei minhas mãos, fazendo espuma. Comecei a realizar a tarefa que tinha prometido. Ensaboei lentamente cada centímetro do peitoral dele, descendo pelo abdome. Christian só me olhava. Sua expressão estava misteriosa, não consegui decifrar.


Derramei mais sabonete nas mãos e, fingindo ter uma habilidade que não tinha, comecei a massagear o seu sexo bem depilado. Corei de vergonha durante o processo, por isso não consegui conferir suas expressões.


Christian soltou um gemido baixo, e então percebi que ele crescia devagar. Em pouco tempo, atingiu o que achei ser o seu máximo. Estava firme, pronto para mim.


Uma vontade imensa de sentir o seu gosto se apossou do meu corpo, e me vi inclinando para baixo. Suguei-o com vontade, enquanto ele soltava mais gemidos. Era diferente sem o leite condensado, mas eu gostei. Vê-lo tão excitado me deixava louca. O desejo era tanto que podia ser palpável. Meu corpo inteiro já gritava por ele.


Subitamente, Christian puxou meu rosto para cima, fazendo-me reerguer. Com um movimento rápido, mas preciso, ele me empurrou contra a parede, deixando-me sem saídas. Seus lindos olhos me fitaram com desejos evidentes. Seu corpo tocava o meu, de forma que conseguia sentir sua ereção na minha barriga. Como eu o desejava! Como o queria!


E que tudo mais fosse para o inferno.


Entrelacei meus braços no seu pescoço, trazendo-o para ainda mais perto. Christian não hesitou durante o processo. Rapidamente, encontrou o caminho até os meus lábios. Beijou-me com uma calma tão intensa, que cada músculo do meu corpo relaxou. Cada centímetro de mim deu-lhe boasvindas.


Soltei um gemido fraco entre os lábios de Christian, mas não queria que parasse. Sua boca me prendia de um jeito surreal, aumentando o meu desejo como se colocasse mais carvão numa fogueira que já estava acesa.


Christian desceu suas mãos pela minha cintura, alcançando o meu quadril. Experiente, puxou-me para cima, obrigando minhas pernas a se abrirem ao seu redor. Em segundos, já estava pendurada, apoiada pela parede e pelas suas mãos que apertavam meu traseiro.


O beijo se intensificou ainda mais; a calmaria havia cessado, dando lugar a uma emergência selvagem.


Apertei os braços em volta de seu pescoço e empurrei meu quadril na direção de sua ereção. Nossos sexos se encostaram.


Eu o desejava. Muito, em um nível que jamais poderei compreender. Queria que me possuísse ali mesmo, debaixo do chuveiro, sentindo sua pele molhada em mim. Deixaria que a água escorresse pelos nossos corpos, lavando nossa alma e retirando toda a culpa que aquele ato acarretaria.


Fiz outro movimento com a cintura, tentando me encaixar nele. Queria senti-lo em mim, profundamente.


Queria tê-lo por completo, pois ter apenas a sua língua na minha boca, apesar de fantástico, ficava cada vez mais insuficiente para aplacar a dor que o desejo me causava. Insaciáveis.


Esta palavra definia bem as minhas vontades.


- Espere, Mayte – Christian sussurrou, findando nosso primeiro e longo beijo. – Preciso te proteger. Vem comigo.


Não entendi o que ele quis dizer com isso, mas não perguntei nada. Estava meio tonta, fora de mim.


Vivenciando um momento sublime de irrealidade, como se estivesse num sonho muito bom.


Infelizmente Caleb se afastou, colocando-me de volta no chão. Ele desligou o chuveiro e abriu o Box, puxando-me logo em seguida. Antes de sair do banheiro, apanhou sua calça - que estava no chão - e levou-a junto consigo. Molhamos o quarto inteiro, até pararmos de frente para a cama.


Aquele homem lindo me encarou com firmeza, enquanto mexia em alguma coisa dentro da calça. Muito rápido, ergueu as mãos e me mostrou um saquinho de preservativos. Corei de vergonha instantaneamente, mas não deixei de encará-lo. Nunca havia feito sexo inseguro na minha vida inteira, mas se eu dissesse que tinha lembrado de me precaver estaria mentindo.


Christian abriu o plástico sem nenhuma dificuldade. Havia três preservativos dentro do pacote.


- Posso? – perguntei, tomando coragem.


- Sem dúvida – ele murmurou.


Peguei um dos pacotes, deixando o restante em cima da cama. Abri-o com os dedos e senti a borracha pegajosa em minhas mãos. Aquilo eu sabia fazer. Finalmente uma coisa que eu sabia fazer!


Curvei-me diante dele, sentando na cama. Segurei sua ereção com cuidado e fui encaixando o preservativo.


Conferi se estava tudo bem, e só então olhei para cima. Christian mordia os lábios. Ai...


Foi então que tive uma ideia. Ou melhor, um pedido.


- Christian... Quero que faça uma coisa comigo, se for possível – murmurei. Minhas mãos começaram a tremer mediante o que ia dizer. Meu estômago se contorceu, e tive que respirar fundo várias vezes para não passar mal.


- Adoraria fazer qualquer coisa contigo – ele disse, baixinho, e soltou um suspiro. Minha pele arrepiou por sua causa pela milionésima vez.


- Quero que... Que... Que faça comigo umas posições diferentes. Quero que me surpreenda, de verdade.


- Posições diferentes? – Tive a péssima ideia de encará-lo. Ele fazia a caretinha.


- Sim, eu... Nunca fiz nada além de um “papai e mamãe” sem sal – admiti, sentindo meu rosto inteiro ficar vermelho. – Por favor, não me trate como se eu fosse uma boneca de porcelana.


Christian nada respondeu. Sua expressão ficou séria, mas ele se inclinou e sentou no meio da cama, levando-me junto. Seus braços fortes me puxaram com muita habilidade, forçando-me a sentar no seu colo, de frente.


Minhas pernas se abriram, envolvendo-o, e me senti muito exposta. Nossos sexos se encostaram de novo.


Imediatamente, eu já queimava por dentro.


Ele abraçou a minha cintura e ergueu a cabeça, ainda me encarando com olhos sérios. Daria tudo para ler os seus pensamentos.


- Diz alguma coisa – murmurei.


- Hoje, você vai ser a minha mulher – rosnou.


Bruscamente, Christian conseguiu nos encaixar. Senti-o por completo, de uma vez só, e soltei um gemido alto que misturava dor e prazer. Principalmente prazer. Minhas unhas arranharam o seu ombro e, sem que parasse de fazer eu me mover em cima dele, invadiu minha boca com a sua língua doce.


Senti que meu desejo explodiria ao redor de Christian pela terceira vez naquela noite. Ele estava deitado embaixo de mim, apenas me ajudando no movimento com suas mãos firmes na minha cintura.


Eu o sentia completamente, inteiro, vivo, dentro de mim. O ritmo era louco, profundo, cheio de sutilezas que soltavam espasmos por todo o meu corpo.


Inclinei-me, beijando sua boca úmida de prazer. Meus lábios já estavam doloridos de tanto beijá-lo. Christian soltou um gemido fraco, abraçando-me pela cintura. Nossos corpos se colaram completamente. Ele não diminuiu o ritmo, pelo contrário, acelerou ainda mais, levando-me para cima e para baixo em questão de milésimos de segundos.


Não suportei.


Ergui-me um pouco e o observei, enquando soltava gritos de prazer que me levavam para longe. Um lugar muito distante, mas que, inexplicavelmente, ele também estava.


- Christian! – gemi. – Christian!


Seus olhos, quase de imediato, apertaram-se. Sua boca entreabriu, e depois ele mordeu os próprios lábios.


Agora, conhecia aquela expressão. Conhecia perfeitamente. Christian também estava chegando.


- Mayte... – rosnou, e eu sabia que tinha vindo. Era sua terceira vez também. Seus braços tremeram, e o abdome se contorceu embaixo de mim. Céus... Que delícia era observá-lo enquanto explodia de prazer por minha causa. Que homem gostoso!


Nossos corpos relaxaram juntos. Praticamente tombei em cima dele, sentindo-me exausta. As loucuras que havíamos feito tinham ultrapassado todos os limites da surpresa. Eu estava muito mais do que surpreendida.


Estava realizada. Cada pedacinho daquela cama havia sido utilizado.


Christian levou as mãos para os meus cabelos, alisando-os. Ainda sentia sua respiração forte.


Meus seios estavam colados no seu peito, por isso pude sentir seu coração batendo junto com o meu, em um ritmo acelerado.


- Estou morta – falei. – Não aguento mais.


- Não se preocupe, vou deixá-la dormir agora – ele respondeu, ainda um pouco resfolegante. - Quer que lhe faça uma massagem nos pés?


Não conseguia vê-lo, pois tinha enterrado a minha cabeça no seu ombro e não encontrava forças para me mexer.


- Massagem? Christian, você não cansa nunca? Deve estar exausto também, não vou te aborrecer mais.


- Mayte, deixe de ser boba. – Ele riu. - Você não está me aborrecendo. Além do mais, meu dever é fazer tudo o que quiser, em tempo integral.


- Quero que descanse – falei, saindo de cima dele. Nossos corpos se desencaixaram, e a sensação de perda quase me sufocou. Queria tê-lo em mim por mais tempo, mesmo depois de horas sentindo-o de todas as formas possíveis.


Deitei na cama e me virei de lado a fim de conferir suas expressões. Christian estava arrasado.


Tinha o cabelo maravilhosamente assanhado por mim. Também estava meio molhado; uma mistura deliciosa de água do chuveiro e suor de prazer. O corpo inteiro exalava um cheiro de homem gostoso e sexo, que mesclava com seu perfume. Era delicioso.


- Tudo bem – falou, levantando-se da cama. Retirou o preservativo com cuidado, fazendo um nó na borracha.


- Para onde vai? – perguntei.


Ele pareceu pensar um pouco, enquanto procurava sua calça pelo chão.


- Vestir minhas roupas, fechar as cortinas e te dar um beijo de boa noite.


Olhei para as cortinas abertas. Dava para ver perfeitamente o resquício do primeiro raio de sol cortando o céu.


Estava amanhecendo.


- Vai me deixar sozinha? – murmurei a pergunta, sentindo um vazio imenso sorrindo para mim.


Provavelmente gargalharia às minhas custas depois que Christian fosse embora.


- Pensei que não dormisse com ninguém – ele falou, vestindo a cueca que tinha se enganchado na calça.


Franzi o cenho.


- Como sabe disso?


- Desculpa... Você comentou com suas amigas na noite em que chegou aqui. Não pude evitar ouvir, estava servindo o jantar a vocês – disse, sem me olhar.


- Bom, é verdade. Mas depois de ter feito tantas coisas que nunca haviam me passado pela cabeça... Isso é insignificante – admiti. E fui sincera.


Christian ergueu a cabeça. Encarou-me demoradamente.


- Quer mesmo que eu durma contigo? – perguntou.


- Não vou te obrigar a nada. Deve estar meio cansado de mim. A escolha é sua. Prometo que não ficarei chateada... Enfim. Faça o que sentir.


Ele balançou a cabeça, aquiescendo.


- Preciso ir ao banheiro – disse.


- Fique à vontade. – Apontei para a porta do sanitário.


Sem me dar respostas, Christian desfilou sua cueca sexy até o banheiro e fechou a porta.


Estava exausta, portanto nem saí do lugar. Podia tomar um banho, mas o clima estava bom e eu me esfriava aos poucos. Não queria tirar o cheiro dele de mim. Seria a única coisa na qual me agarraria caso ele resolvesse me deixar só. Talvez conseguisse justificá-lo no processo. E, de quebra, podia me justificar também.


Christian saiu do banheiro quatro minutos depois. Sei disso porque contei mentalmente. Ele não olhou para mim, apenas foi fechando as cortinas bem devagar. De repente, parou e observou o horizonte. Passou algum tempo daquela forma, enquanto eu apenas o admirava.


- Você precisa ver isso, Mayte. Vem aqui – chamou baixinho, ainda sem me encarar.


Sequer hesitei. Do jeito que estava, aproximei-me das cortinas. Observei o maravilhoso cenário diante de mim; o sol ainda estava nascendo, pintando o céu de uma coloração alaranjada impressionante. As nuvens faziam desenhos esquisitos, surreais. Parecia uma pintura. Daquele ponto não dava para ver a areia da praia, só se eu saísse para a varanda - mas não ia fazê-lo, visto que estava totalmente despida.


Senti os braços de Christian envolver os meus ombros. Mecanicamente, apoiei minha cabeça em seu peito, abraçando-o pela cintura. Não ousávamos tirar os olhos da água do mar, que nada mais era do que uma imensidão azul e brilhante que contrastava com o laranja do céu. Impressionante!


- Daria tudo para tirar uma foto disso agora – Christian murmurou, brincando com os meus cabelos curtos.


- A lembrança é mais eterna do que uma fotografia – falei.


- Você acha? Esquecemos de tudo muito rápido. A vida é tão corrida... É difícil lembrar com tanta perfeição.


Fotografias servem para isso.


- Têm coisas que não dá para esquecer – retruquei.


- O quê, por exemplo?


Refleti um pouco.


- Talvez me esqueça de tudo o que acabamos de fazer – comecei. - Na verdade, será preciso e o farei. Vai ser natural, como uma ferida que sangra até cicatrizar.


Ouvi Christian soltar um longo suspiro.


- Porém, duvido que vá me esquecer de você – completei, engolindo o nó que havia se formado na minha garganta.


- Talvez precise também – ele disse, baixinho. Sua voz saiu carregada de uma coisa que simplesmente não compreendi.


- Não... – Balancei a cabeça, de leve. – Não preciso.


- Por que não?


- Porque eu não quero.


Senti seu braço apertar meu ombro.


- Não é assim que funciona? – perguntei.


Christian não respondeu. Segurou o meu queixo e, lentamente, obrigou-me a fitá-lo. Não vi seus olhos por muito tempo, pois ele se inclinou num instante, deixando nossos lábios se grudarem. Foi um beijo doce, com movimentos curtos. Lábio com lábio.


A sensação de relaxamento me dominou, fazendo meu corpo inteiro amolecer. Estava tão cansada que achei que ia dormir ali, de pé, nos braços dele.


Christian se afastou um pouco.


- Você está com sono. Vamos dormir.


- Vai ficar? – perguntei, com medo da resposta.


Ele me deu um selinho.


- Vou.


Ouvi batidas leves na porta. Despertei rapidamente, um pouco desnorteada. Com muita surpresa, percebi que estava nos braços de Christian, deitada no seu peito. Nunca havia dormido naquela posição, mas me sentia muito bem.


- Mayte? – alguém chamou. Mais batidas.


“Oh, meu Deus... Estou frita”, pensei.


Levantei depressa e olhei para o Christian. Ele dormia como um anjo. Parecia tranquilo, relaxado. Estava lindo, como sempre. Alisei seus cabelos de leve, sorrindo feito uma boba. Admirei cada detalhe; o contorno perfeito da sua boca, nariz, olhos... Dos cílios compridos e bem pretinhos...


Das sobrancelhas grossas e arqueadas, do queixo firme, másculo. Sério, nunca achei que tamanha perfeição podia ser possível antes de conhecê-lo.


Novas batidas na porta me fizeram acordar do transe. Afastei o edredom grosso que nos cobria, sem saber o que fazer.


- Mayte? – chamaram novamente. Achei que era a voz da Lara.


Enrolei meu corpo numa toalha que estava pendurada perto do armário, e decidi abrir uma fresta da porta. Era a Paloma.


- Pensei que estivesse morta – ela disse, sorrindo. – Vamos, as meninas estão te esperando para o café-da-manhã.


- Que horas são? – perguntei, ainda meio desnorteada.


- Dez horas. Ei, o dia está tão lindo! Preciso ver o mar da sua varanda, deve estar fantástico!


Paloma empurrou um pouco a porta, mas eu a amparei, impedindo-a.


- Depois você vê.


Ela fez uma careta.


- Algum problema, May?


- Não, nenhum. É só que... Ah... Droga! – Não sabia o que dizer. Era péssima em mentiras descaradas.


- O que houve, amiga? Diz pra mim! – Paloma abriu muito os olhos. Ficou assustada de repente. – Por favor, não me diga que... Não, não, impossível! – Balançou a cabeça.


- Eu dormi com o Christian – confessei. – Agora cale sua boquinha linda e me espere lá embaixo. Se contar para alguma das meninas, juro que te mato, Paloma!


Ela continuou balançando a cabeça, incrédula. Claro que eu não ia matá-la, era apenas força de expressão.


- É improvável! Você não faria isso! Mayte, e o João Pedro? Me diga, ele te obrigou? Deve ter usado alguma droga para te convencer... – Paloma estava realmente chocada.


“Oh, sim, claro, a droga da sedução...”


- Claro que não, que ideia de jerico! – rosnei. - Olha, depois conversamos a sós. É sério.


- Só me diga se está bem, pelo amor de Deus.


- Estou ótima, agora faça o que eu disse! – Fechei a porta rapidamente, trancando-a logo em seguida.


Olhei para trás, e constatei que Christian já tinha acordado. Estava deitado de lado, observando todo o desenrolar daquela cena medíocre.


Sorri de leve ao vê-lo. Estava mais gato do que nunca, deitado na minha cama com a cara meio amassada de sono. Perfeito.


- Bom dia – ele disse.


- Bom dia.


- Você contou a ela.


- Não sei mentir. Confio na Paloma, ela vai ficar de bico calado.


Fui até o meu guarda-roupa. Peguei um biquíni preto e um vestidinho florido de praia.


- Preciso ir – Christian disse, levantando-se depressa. – Tenho que servi-la no café.


- Não quer tomar um banho comigo? – perguntei, procurando minha sandália rasteira.


- Quero, mas dessa vez não vai dar. Preciso mesmo ir.


- Ok.


- Você vai ficar bem? – perguntou.


- Sim.


Fechei o armário e fui até ele. Dei-lhe um selinho casto e, sem me demorar, entrei no banheiro. Tomei outro banho de cabeça. Fui bem rápida em todo o processo, pois as meninas estavam me aguardando.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): jessica_ponny_steerey

Este autor(a) escreve mais 86 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Vinte e cinco minutos depois, estava ocupando o meu lugar na mesa. Paloma me encarou de um modo esquisito, mas as meninas estavam completamente normais. Todas me deram bom-dia, o qual retribui com um sorriso estampado no rosto. - Que pena que vamos voltar hoje! – disse Jéssica, trajando um biquíni cor-de-rosa minúsculo. – Bem ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 70



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • gr_perroni Postado em 08/01/2015 - 16:06:03

    Posta maaaaaaaaaaaais....

  • mirelly_perroni Postado em 03/01/2015 - 09:43:02

    Postaaaaaaaaaa mais por favor que perfeito, nossa na Chuva cara rs que louco, o christian tá tão fofo, a musica que cantou pra ela foi tão demais tão perfeita, postaa mais por favor tô curiosa, o que vai rolar os problemas que vão aparecer tudo, então postaaa por favor.

  • vondy4everponny Postado em 13/12/2014 - 23:10:15

    Oooh hot na chuva?? Pqp esses dois são fogo. Christian mudou mesmo a Maite e a Maite mudou mesmo o Christian *-------* lindinhos <<<<<3

  • vondy4everponny Postado em 01/12/2014 - 19:41:51

    Nossa,tadinho do Christian, a história dele é foda.Como um pai pode tratar um filho assim só porque ele não quer ser advogado? E a humilhação na festa do natal? AF, tadinho dele, ninguém merece.

  • vondy4everponny Postado em 16/11/2014 - 15:26:24

    Odeio quando a Maite faz algo que magoe o Christian, AF. Ele precisa de muito apoio dela e ela vive assustada com tudo, aném

  • vondy4everponny Postado em 12/11/2014 - 13:10:59

    Sinceramente, estou com pena do Chris :/ Maite já está pensando em mentir, e eu entendo, mas essa história dele ainda vai dar muito problema :/

  • vondy4everponny Postado em 05/11/2014 - 00:54:26

    Awn, eles estão tão amorsinhos *-----* Mai pensa mais que o Chris, sinceramente UHAUAH! Vish, o que será que ela quer contar logo agoooora? AF Espero que seja coisa boa

  • vondy4everponny Postado em 26/10/2014 - 19:55:47

    Xtian aregou mana KKKKKKKKK Ai ai, Maite ficou ''desejosa'' tadinha UAHUAHU! Ele cantando uma canção de ninar pra ela, e ela cantou pra ele... Aaaaaaaaawn, que meigos e engraçados kk *---* Achei lindo! Posta mais Jess

  • vondy4everponny Postado em 24/10/2014 - 01:39:13

    Amando o terceiro livro amiga, que perfeitos *--* To com dó da Maite, eles ainda tem muita coisa pra acertar, isso nao vai ser facil :/

  • vondy4everponny Postado em 23/10/2014 - 20:31:54

    Ebaaaaaaa, terceiro livro! OMG, eles vão se casar? Como assim? kkkkk Coitado do ''Jão'' e da familia da Mai :/ Isso ainda vai dar mts problemas ne?


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais