Fanfics Brasil - 11 Verdade ou consequência(Adaptada) Dulce & Christopher TERMINADA

Fanfic: Verdade ou consequência(Adaptada) Dulce & Christopher TERMINADA | Tema: DyC Romance e hot


Capítulo: 11

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E se o Jonathan fosse uma comida, certamente seria um estrogonofe de camarão. Lindo, cheiroso e
deliciosamente saboroso. Tudo bem, deletem essas últimas palavras.


– Valeu aí pelo “garboso”. Ficarei feliz pelo resto do dia – ele sorri para mim. – Respondendo a pergunta, eu não sou um garoto de programa e vamos parar de falar sobre isso, tudo bem?


– Tudo bem.


– E, se encontrar um garoto de programa um dia, nunca pergunte a ele se ele é um garoto de programa.


– Por quê?


– Por que, se eu fosse um, com certeza me sentiria ofendido. Então, quiçá eles se sintam também? – Ele ri com a coisa nada a ver que disse. - Na verdade, não é nada disso. Existem muitas pessoas preconceituosas por aí. Isso é um trabalho como qualquer outro, porém sou defensor da ideia de que algumas coisas nunca devem ser perguntadas.


– Tudo bem, já entendi.


– Ótimo.


Viro o meu rosto para o Derek. Prendo o riso porque o Jonathan é de longe a pessoa mais estranha que já conheci depois do Derek, é claro. Segundos depois, ouço os alto-falantes dizendo que os testes para Júlia foram encerrados e que logo divulgarão os resultados. Por ora eles darão continuidade aos testes, só que agora aos Lucas. Olho a ficha no colo do Jonathan e vejo que ele é o número oito. Pelo visto o Jonathan chegou bem cedo por aqui.


Uma hora depois eu estou dentro do carro do Derek ouvindo uma música qualquer, vendo os carros passarem depressa, as pessoas passarem depressa, o mundo passar depressa. Sei que vocês devem se perguntar com que objetivo o Jonathan surgiu nessa história, assim como devem querer saber o que ele disse no palco quando pediram para que ele falasse sobre si mesmo. Ah, vocês também devem querer saber o resultado.


Pois bem, como não quero prolongar essa conversa, pegarei um atalho para o momento em que, ironicamente, eu olhei o resultado.


Estava todo mundo um em cima do outro querendo saber quem foi a selecionada e o selecionado.


Quase pulei em cima dos pescoços alheios porque ninguém mais do que eu merecia ver o resultado e, apesar do meu monólogo não ter sido de verdade um monólogo, parte de mim disse que o meu rostinho angelical conseguiu persuadir o jurado de que eu mereço ter o meu nome no topo da lista.


Mereço ser a Júlia.


Mas não foi exatamente isso que aconteceu.


Procurei pelo meu nome na lista e não o encontrei. Li e reli porque talvez eu estivesse cega. É obvio que o meu nome estava lá. Tinha que estar lá!


Não estava.


Meu nome não estava.


Não tinha nem ao menos uma Dulce. A vontade que tive foi a de chorar, e não chorei.


Continuo a encarar a lista. Ouço o grito das garotas, ouço a derrota zombar de mim e eis que sinto um
cutuque como aquele feito mais cedo pelo rapaz com o sorriso exuberante. É ele, o Jonathan .


– Ei, Dulce, aqui está você. E então? Pronta para ser a Júlia?


Confesso que tive vontade de mentir. Não queria passar recibo de perdedora, mas não consegui.


Além do mais, ele poderia ver que o meu nome não estava na lista.


– Não, eu não passei. – Faço cara de desdém. – Na verdade eu nem queria esse papel mesmo!


Sei que o que digo pode ser considerado uma blasfêmia para os admiradores de cultura, até para mim, porém não consigo assumir que sou uma perdedora. Recalque.


– Ah, que pena! Estava contando com você para ser a minha parceira. Você sabe, agora teremos que fazer uma encenação dupla.


Estou literalmente chocada. Como o Jonathan conseguiu passar e eu não? Levo meu olhar para a lista de candidatos ao papel do Lucas e encontro o nome dele em primeiro lugar. O topo da lista. O meu lugar.


Parte de mim está feliz. Pelo menos ele não roubou o papel de Júlia.


– Oh, parabéns, estou muito feliz por você.


– Obrigado!


Uma garota me tomba e eu cambaleio e caio nos braços do Jonathan. Nossos olhares se encontram e eu me recomponho. Pessoas sem classe!


– Acha que podemos trocar telefone? Assim, para o caso de acontecer novos testes. Conheço várias
companhias de teatro.


Sorrio.


– Claro que sim!


E foi assim. Trocamos telefone e agora estou no carro do Derek admitindo a mim mesma que eu adoraria sim ser a Júlia do Jonathan.


Ah, e agora vocês me respondam: com que objetivo ele surgiu nessa história? Na minha história?!


Hum?


Quem sabe, afinal?


Ando de um lado para o outro terrivelmente abalada. Primeiro, perdi no teste para o papel da Júlia.


Segundo, acabei de ver no Facebook algo que estou corriqueiramente acostumada a ver, mas nunca preparada o bastante. Felicidade. Isso. Uma única palavra e com um significado enorme. Como, por exemplo, acabei de ver que o carinha que eu era afim no ensino médio simplesmente mudou seu status de “solteiro” para um “relacionamento sério” embora eu esteja me perguntando o que significa um relac- ionamento sério. Às vezes odeio o Facebook porque é lá que estão praticamente a vida de todos. É sério. Se você quer saber se fulano conseguiu ficar rico, aperte F5; Se ela comprou roupas novas, aperte F5; Fulano vai se casar, aperte F5. E assim por diante. E, bom, vamos esquecer essa parte e pular para o terceiro quesito: de novo não tenho uma roupa apropriada para ir a um jantar chique. Bem que o Christopher pode não me levar a um jantar chique, mas estou confiante. Sempre estou confiante.


Estou nervosa também porque não sei o que fazer e não sei o que vestir. Não tenho ninguém para conversar.


O Derek dormiu – na minha cama – e disse que não quer ser alugado por minhas crises fúteis e que seria melhor eu escrever um blog onde poderei compartilhar com outras garotas da rede os meus problemas que, na verdade, são maiores do que qualquer coisa.


Sento diante do meu computador branco e cruzo as pernas. Mordo a queratina dos meus dedos que são, na verdade, as cutículas pequenas e sopro o meu cabelo cor de merda. Hoje ele está tão feio que chego ter vontade de chorar.


Opa. Alguém no Facebook acaba de me adicionar. Encolho os olhos e levo o mouse até o topo. Faço uma oração para que seja um homem lindo, gostoso, totalmente maravilhoso e quer me ter muito entre seus amigos. Clico. Não pode ser verdade. Não pode! Jonathan Fantin. Esse é o nome. Entro em seu perfil e dou de cara com a foto dele, digo, uma foto onde o lindo Jonathan está com os lábios franzidos, boné e uma Polaroid nas mãos fazendo uma careta sexy que, particularmente, pode levar muitas garotas ao orgasmo.


Dois minutos se passam e eu ainda estou passando a seta do mouse pra lá e pra cá me perguntando se devo aceitar o seu convite, o que é mais justo porque, se eu não aceitar, ele vai começar a pensar que não gosto dele embora tenhamos nos conhecido hoje. Sim, gosto dele.


Oquei. Vamos ser honestos comigo. Não me lembro de ter trocado perfis com Jonathan, o que o torna, hum, digamos, perseguidor. Por que di- abos um cara que conheci hoje me quer entre os seus amigos no Facebook?


Talvez ele seja uma dessas pessoas que quer apenas ter um perfil lotado ou coisas do tipo. No fim acabo aceitando o seu convite. Cinquenta por cento por causa do seu sorriso e os outros cinquenta por conta da Polaroid. Eu amo a Polaroid.


Instantaneamente aparece uma janela aberta e que não para de piscar com o nome Jonathan Fantin.


Ele diz: Oi, Dulce!!! Lembra de mim? Pois é, eu te achei!


Sim, você me achou. Faço uma careta e fecho todas as janelas abertas, quer dizer, desligo o computador por que três pontos de exclamação significa que ele está muito feliz de falar comigo e ninguém, exceto o Derek, fica feliz em me ver. É legal toda essa atenção, mas também é assustadora.


– Não sei, não sei, mas estou com o leve pressentimento de que o seu querido Christopher vai furar com você hoje de novo.


Viro-me e vejo que o Derek está parado atrás de mim bebendo água numa xícara, o que é politicamente incorreto quando se trata de etiqueta e, de verdade: homens não sabem muita coisa sobre etiqueta. Derek faz isso desde que eu o conheço e, para ser sincera, sempre me pareceu muito sexy.


Ah, já que estamos entrando na matéria “passado” eu vou contar a todos porque parei de admirar o Derek publicamente. No passado, tudo o que ele fazia eu achava esplêndido – não sei mesmo porque estou usando esta palavra constantemente. Se ele derrubasse um garoto, eu achava lindo. Se ele dissesse um palavrão, eu achava lindo. Se ele acordasse de manhã cedo e me lançasse o seu bafo matinal, eu simplesmente iria achar lindo e dizer isso verbalmente. Andávamos de mãos dadas pelo parquinho e isso passou a acontecer mais depois que minha mãe foi embora e eu nunca vou me esquecer do que ele disse. Quando eu estava sentada dentro do guarda-roupas, encolhida e amedrontada, ele disse assim: “Não importa o que aconteça, Dulce, o mundo pode acabar e eu nunca te darei as costas. Milhões de mães podem te deixar aqui sozinha mas eu nunca te deixarei. Seremos amigos para sempre porque eu te amo muito”.


Fiquei um tempo apaixonada pelo Derek porque ele tinha dito que me amava e que nunca iria me abandonar e, geralmente, os garotos não dizem essas coisas aos sete anos de idade. Então comecei a cogitar que um dia me casaria com Derek e prometemos um ao outro que nos casaríamos quando crescermos. (Acho que foi assim...)


E então fomos crescendo e eu soube separar as coisas. É aí que eu quero entrar: na aversão no quesito admirar o Derek publicamente. Todos diziam que nós nos casaríamos quando tivéssemos idade; que éramos carne e unha e que eu olhava para o Derek como se ele fosse a última Coca-Cola do deserto! Então parei de dizer que o amava, parei de andar de mãos dadas, parei de ficar com a boca aberta quando ele fazia coisas mara- vilhosas. Eu não queria ser constrangida. Odeio ser constrangida principalmente quando as pessoas não conseguem aceitar que pode, sim, existir uma amizade verdadeira entre um homem e uma mulher. E eu já tive as minhas vontades de querer beijar o Derek, honestamente falando.


O seu celular toca e me tira do transe. Para ser sincera, acho que nem me lembro do que ele disse porque mudei a conversa do contexto em minha mente cheia de abobrinhas.


Ele está falando com a Lena.


Sério? Ele está falando com a Lena?!


Derek desliga.


– Espera aí! Está acontecendo alguma coisa que eu não sei? – Franzo o nariz para fazer aquela típica cara de nojo.


Ele se senta em meu colo e penso que as minhas pernas vão se quebrar porque eu não aguento todo esse peso (sendo que ele nem está colocando todo o seu peso).


– Pois é, eu vou sair com a Lena hoje.


– E por que você só está me contando isso agora? – Digo chateada.


Derek se levanta e começa a andar. Coloca suas mãos no bolso e se vira para mim. Não sei por que eu sinto essa coisa estranha, como se o mundo estivesse se autoflagelando e logo percebo que eu não deveria ter feito essa pergunta.


– Porque você não me deu oportunidade? Porque agora tudo é você? Porque tudo é o Christopher ou a roupa
que você vai usar quando sair com Christopher? Porque a sua vida se resume ao Christopher, apenas ao Christopher?


Não entendo todos aqueles pontos de interrogações e nem a ironia na voz do Derek. Ele está exagerando.


– Do que você está falando? – Banco a desentendida.


– Só estou dizendo que você não tem me deixado falar, entende?


– Não, eu não entendo. Não entendo porque me parece que está com ciúmes, Derek. Sim, é isso.


Ele ri. Mais uma vez irônico.


– Eu posso estar com tudo, Dulce, menos com ciúmes. Você sabe que não tenho ciúmes de você.


Quero que seja feliz... Mas desde que você beijou uma boca, desde que beijou o Christopher, as coisas
ficaram estranhas. Você só quer falar dele, sobre ele.


– Isso não é verdade.


– É claro que é verdade... Ei, você destruiu as suas chances de ser a Júlia para atender ao telefonema dele.


Tem noção disso? Sabe por que você perdeu essa, Dulce? Sabe? Porque eu sei.


Eu sei. Ele sabe. Nós sabemos. Mas ele não precisa jogar na cara. Não precisa me dar uma lição de moral agora porque ele não tem esse direito. Derek não pode sair me dizendo tudo o que lhe vem à cabeça... Se bem que ele sempre fez isso, ele sempre jogou com a verdade. E por que agora não quero ouvir? Por que pareço ofendida?


– O fato dele te beijar, o fato dele te convidar para sair, o fato dele parecer ser o príncipe encantado só porque sorri e exibe aqueles lindos músculos não quer dizer que ele esteja apaixonado por você, Dulce. Talvez o Christopher só queira brincar com você e com os seus sentimentos...


– Porque é exatamente isso que está acontecendo com você – rebato porque agora já não aguento mais ouvir a verdade. É mais do que isso: eu também quero dizer a verdade, também quero ofender.


– O fato de a Lena aceitar o seu convite para sair não significa que ela esteja afim de você. – Deixo um riso irônico escapar dos meus lábios. – Derek, entre você e eu aqui, o que mais parece estar perdido no bosque é você, tá legal? Cara, você se apaixonou por uma garota que viu apenas uma vez... – digo com desdenho.


– Não estamos falando de mim aqui, porra!


– Mas eu estou falando de você. Que droga! E para de falar palavrão, tá legal? Você é um fracassado, Derek, e não tem direito de dizer que estou perdida em um mundo que não existe porque não fui eu quem se perdeu primeiro. A Lena nem te dá condição, em primeiro lugar. Ela te evita no bate-papo e nunca comenta os posts que você a marca e, quando você comenta algo que ela posta, bem, milhares de caras comentam e ela responde a todos. Menos a você. Ela nunca te responde. E, e... Ah, ela só quer falar com você quando ela quer falar, tipo, “Estou com saudades de conversar com Derek!”. Está com saudades o caramba!


– Chega, Dulce!


– Não!


– Para, Dulce!


– Estamos falando a verdade um para o outro. Lavação de roupa suja!


Ele começa a andar de um lado para o outro e isto significa que a qualquer momento ele pode desmoronar.


Joguei pesado, eu sei... ... E me arrependo de tudo o que disse.


– Desculpa. – Digo.


– Você tem toda a razão, Dulce – ele diz em uma voz fria e com as mãos na cintura. – Tem toda a razão, porém eu não aceito as suas desculpas porque você realmente quis dizer isso, esse é o seu problema. Você gosta de manipular as situações, gosta de dizer todos esses disparates e quando percebe que foi longe demais, que está prestes a perder algo e que finalmente conseguiu dizer tudo o que sempre quis, você pede desculpas. Sempre foi assim e agora não vai ser diferente.


–... Eu realmente sinto muito...


– Tudo bem, tudo bem. Acato suas críticas, ou seja lá que diabos tudo isso signifique... Mas eu só quero que saiba uma coisa, Dulce: quero que saiba que o fracassado dessa história aqui não sou eu. É você. Eu sempre fui atrás do que é meu. Calmo e lentamente, pode se dizer. Mas eu sempre fui atrás, ao contrário de você que sempre andou para trás... Você não consegue dar um passo a frente sem que pense no que as pessoas vão dizer. Isso não é vida, tá legal? Precisa abandonar essa criança boba que existe dentro de você porque nesse mundo ou se é ou não é. Ou se é uma garota mal ou se é uma garota boa. Não dá para ser os dois. E o que me diz? O que me diz agora? Hum? Eu sou o fracassado aqui?


Meus olhos ardem. Mais uma vez o Derek tem razão de tudo mesmo que as coisas não entrem em foco agora.


Só que eu não consigo olhá-lo, não consigo me lembrar de quando essa discussão começou. Há dez minutos éramos o Derek e Dulce de sempre e agora já não o conheço. Eu já não me conheço.


E é a primeira vez que usarei as palavras que estou prestes a pronunciar para ele.


– Quero que você vá embora. Agora! – Pestanejo porque parte de mim não quer dizer isso, não quer que ele vá embora. Quero que ele fique e diga que tudo foi um blefe.


Eu o assisto calçar o seu par de tênis. Observo-o pegar as chaves do carro em cima da cômoda.


Quero sair correndo atrás dele. Quero me render e pedir desculpas mais uma vez. Porém estou muito ofendida porque eu não sou uma manipuladora! Vejo-o sair pela porta sem nem ao menos olhar para trás, sem nem ao menos parar no meio do caminho.


Caminho para fechar a porta e o vejo dando socos no volante dentro do carro. Mais uma vez: não sou uma manipuladora. O motor do carro ronca e o Derek se vai sem previsão para voltar. Nem ao menos sei se ele voltará. Só porque eu briguei com ele – ele brigou comigo – por um homem que conheci há pouco tempo. Por um cara que pode estar apenas a fim de me usar como um prato descartável porque é isso que a maioria dos homens fazem. Menos o Derek. Ele nunca faria isso com uma garota. Quão irônica é a vida? Logo o homem mais certo do mundo é desprezado por uma garota idiota. E ela nem é tão linda assim!


Então percebo que, por enquanto, será somente eu e eu. Não existe mais o Derek. Ele não vai dar o braço a torcer e eu também não o darei, principalmente depois de ser chamada de manipuladora. É a primeira vez que me vejo sem o Derek, sem o meu melhor amigo. Sem aquela parte de mim que diz que tudo vai ficar bem quando nada vai ficar.


Então eu grito até que me falte o ar...


E eu já estava pronta.


Vestido vermelho, sapatilhas, cabelo escovado e uma franja extra. Vocês devem estar se perguntando onde está o salto alto. Pois bem, resolvi não usar. Acho que, se o Christopher gostar de mim, quero que ele ame as minhas sapatilhas!


Minutos depois vejo a mensagem no meu celular a qual diz assim:


“Oi, aqui é o Christopher. Peço desculpas. Estou enrolado aqui e vou chegar atrasado. Será que você não
pode me esperar no restaurante? Fiz reserva!”


E logo em cima dessa mensagem tem outra com o endereço do restaurante.


Ótimo. Ando de um lado para o outro porque me parece que o Derek tem razão. Talvez eu esteja sendo só usada! Esse não é o comportamento de um cara quando ele está interessado em uma garota, é? E quem foi que disse mesmo que ele está interessado em mim? E se o Christopher só está afim desse jantar para se desculpar comigo e dizer que não está tão afim de mim?


Mesmo assim, seja lá o que ele tenha a dizer, eu irei a esse tal restaurante. Melhor pecar pelo excesso. O pior é que agora não tenho a carona do Alec, tampouco a do Derek. Isso me deixa dividida em gastar uma fortuna com o táxi ou pagar uma mixaria no ônibus em que passarei mais tempo do que quero dentro dessa coisa ambulante cheia de estereótipos.


Táxi, você venceu!


E enquanto o táxi chega, faço uma ligação para o Derek. Chama, chama e ele não atende. É óbvio que ele está vendo o meu nome piscar na tela do seu gallaxy. O Derek está apenas me castigando como se eu tivesse ajudado a construir a cruz e a coroa de Jesus Cristo!


– Oh, Derek, eu sei que você não quer me ver nem pintada de ouro, mas eu não sou uma manipuladora e por isso estou te ligando para pedir desculpas mais uma vez. Eu te amo, seu gay, e essa é a mais sincera desculpa que eu já dei a alguém em toda a minha vida.


Desligo o celular e fico um tempo olhando para o aparelho à espera de uma ligação do Derek, a qual não chega e amargura o início da minha vida. Ouço a buzina do táxi. Abro a porta, pego a minha bolsa e dou uma última olhadela para dentro do antro com aquela velha sensação de que esqueci algo. Foi apenas o meu coração.


– Oi, tenho uma reserva – digo com a minha bolsa nas mãos – em nome de Christopher Von.


A maître me olha com curiosidade e eu me encolho por dentro. Sou um brinquedinho novo? O Christopher
costuma trazer outras garotas aqui?


– É por aqui, senhorita.


E eu a sigo, observando sua saia bem presa ao corpo dizendo publicamente que ela não tem estrias.


Ela pode não estar usando calcinha. Seu terninho de cor escura está bem passado e a sua polpa deve ter uma tonelada de laquê. Acho que, se acontecer um terremoto ou um ciclone, tudo pode ser destruído, exceto o cabelo dessa mulher que sorrir para mim enquanto me sento na cadeira de madeira.


– Deseja pedir alguma coisa?


– Não, acho que vou esperar mais um pouco.


E de repente eu estou sozinha. Olho para os casais jantando em suas mesas exibindo sorrisos a cada garfada, olhando um para o outro como se dissesse ao seu acompanhante: você é tudo para mim.


Também tem as famílias, as crianças que falam alto e sobem em cima da cadeira com suas roupas (e que custam o dobro das minhas).


Para ser sincera, não gosto muito de assistir à famílias felizes. Não gosto de saber que nunca vivenciei essas coisas e que nunca soube e nem nunca vou saber o que é o afeto de um pai, uma mãe ou uma irmã.


Olho para uma senhora sentada à mesa, bebendo vinho, e chego a conclusão de que ela se parece com a minha mãe. Não que eu me lembre muito do rosto daquela quem me abandonou, mas eu ainda consigo ver pequenos flashes daquele meu passado aparentemente feliz. E talvez aquela mulher possa ser a minha mãe, não pode? Talvez. Não. Pare!


Vou contar um segredo a vocês, caros amigos. Hum... Durante toda a minha vida, desde que fui abandonada, eu ando pelas ruas olhando para o rosto de todas as mulheres que passam por mim porque, eu não sei como, alguma poderia ser minha mãe. Apesar de tudo isso, eu não me sinto frágil.


Falo isso porque você deve me achar frágil, e não sou. Você percebe essas coisas quando descobre que terá de ser forte para sempre.


Olho para o relógio e o Christopher está dezessete minutos atrasados. Belisco o pão em cima da mesa e
suspiro enquanto meu estômago protesta de fome. Como o pão cada vez mais depressa, sinal de que estou agitada e, principalmente, com medo do Christopher furar o jantar. O meu jantar!


Cruzo as minhas pernas e desta vez estou completamente entediada. Balanço a cabeça de um lado para o outro e observo uma família feliz ir embora. Ótimo. O restaurante foi reduzido e ninguém mais entra. Sei disso porque os meus olhos agora não saem da porta. Sinto-me tão humilhada e esquecida.


Verifico se o meu celular tem alguma ligação perdida, mensa- gem ou qualquer coisa que me tire dessa monotonia. Nada. Eu disse: nada!


Estou muito desapontada e sem dinheiro por causa do táxi. Agora me sinto faminta e estava – ainda estou – contando com o jantar que o Christopher me proporcionaria e, mesmo assim, nem sei se ele iria querer rachar a conta, o que seria será uma lástima.


Duas horas depois.


– Então, senhorita, irá pedi alguma coisa agora? – É um garçom alto e branqueloque me pergunta.


Olho para ele e agora sou uma gata vira-lata em ânsia por uma espinha de peixe.


– Água – digo.


– Olha, senhorita, se não vai pedir nada, peço que desocupe a mesa. Precisa desocupar a mesa.


Sinto-me derrotada e penso que vou chorar. Meus olhos ardem mas não é por conta da humilhação: é raiva.


Faz mais de duas horas que estou sentada nesta cadeira comendo um pão integral, despedaçando as flores e com a bunda quadrada.


– Posso esperar só mais um pouco? – Pergunto.


– Olha...


– Por favor, só mais quinze minutos, estou esperando meu... – meu o que? Namorado? Ficante? Meu “sei lá o quê”? – Amigo.


– Tudo bem, quinze minutos.


– E não se esqueça da água.


Sorrio. Ele me lança um olhar de “você está pedindo demais garota”. Minutos depois, podem apostar, tem lágrimas descendo em meu rosto. Não sei por que, mas acabo de ser abandonada pela segunda vez. Como o Christopher pôde fazer isso comigo? Como ele marca um jantar comigo, me faz vir a um restaurante e não aparece? Será que isso é engraçado? É engraçado brincar com os sentimentos dos outro? Pior ainda: será que faço parte de uma aposta? Sim. É claro que um homem como ele nunca se interessaria por uma xucra com roupas da moda como eu.


Apoio a cabeça na mesa e bato contra o tampo três vezes, fazendo os pratos, taças e talheres sacudirem como se um terremoto acabasse de passar por aqui...


– Bem, você precisa ir agora, garota.


Preparo-me para levantar quando... Quando... Quando vejo um rapaz entrar apressado no restaurante, como se lhe faltasse o ar. E então ele para defronte a mesa em que estou sentada, com as mãos na cintura.



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Autor(a): jessica_ponny_steerey

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Eu sorrio. Não é o Christopher quem aparece, se quer mesmo saber. É o meu salvador, aquele quem me tira de todas as furadas. A vontade que tenho agora é a de me atirar em seus braços e beijar todo o seu rosto porque não fui abandonada de verdade. “Não importa o que aconteça, Dulce, pode o mundo acabar e ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 64



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  • stellabarcelos Postado em 14/01/2016 - 06:55:27

    A história foi tão linda! Linda e surpreendente! Nada mais lindo do que ler sobre o amor de verdade. Amei

  • maianamr Postado em 13/12/2014 - 10:50:12

    Ameeeei a fic, muito linda *---* parabens

  • vondy4everponny Postado em 19/09/2014 - 00:03:58

    Parabéeeens mana, mais uma fic maravilhosa sua que eu acompanhei! *-----* Tu é bandida menina, foi tudo tão perfeeeeito, o casamento, eles dando entrevistas, os babys vondy .. Aaaaawn, sou sua fã amiga, tu sabe né? Mas não vou ficar falando muito não porque seu ego cresce demais ai ja era pra mim KKKKKKK Parabéns amiga, te adoro muito doidinha <3 Até a proxima fic! u.u

  • juhcunha Postado em 18/09/2014 - 23:38:31

    poxa acabou to triste por te acabado mais feliz porque no deu tudo certo sua web foi maravilhosa Ei qual vai ser sua outras web ????

  • vondy4everponny Postado em 18/09/2014 - 17:40:21

    Sério, é muita tragédia pra dois capitulos e o pior, que ao invés de me emocionar com o discurso dela no teatro, eu quis rir da situação KKKKKKKKKK! E ela e o Derick? PQP, os doidos não conseguiam manobrar um carro, meu Deus! Nãaaao, Chris não pode ir embora :/ Diz que ele fugiu do avião e viu a Dulce sendo levada pelos seguranças! :/ Pleaaaase!

  • gabivondy Postado em 18/09/2014 - 08:39:54

    tadinho do christopher tudo que ele sofreu chorei serio que ele foi embora eles tem que ficar juntos :(

  • vondy4everponny Postado em 16/09/2014 - 22:40:46

    Gzuis, tadinho do Christopher, pqp , que história mais triste :/ Sofri horrores com ele contando a história dele, te falei ne? Nossa, espero que ele e a Dul se resolvam, porque ela é a unica felicidade dele tadinho :/

  • juhcunha Postado em 16/09/2014 - 20:22:25

    coitado do christopher sofreu muito posta mais quero saber o que vai acontece com eles

  • vondyh Postado em 16/09/2014 - 19:38:15

    continua

  • nandafofinha Postado em 15/09/2014 - 15:15:39

    Nossa nem sei o que disser to branca igual papel kkkkkkk POSTA MAIS


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