Fanfics Brasil - 14 Verdade ou consequência(Adaptada) Dulce & Christopher TERMINADA

Fanfic: Verdade ou consequência(Adaptada) Dulce & Christopher TERMINADA | Tema: DyC Romance e hot


Capítulo: 14

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Risos.


– Tempo! – Grita Bruno.


O tempo acaba e fico sem resposta. Fico com a certeza de que o Christopher não é esse príncipe encantado
que criei em minha mente e que ainda assim me sinto atraída por este pervertido.


– Segunda rodada.


Cronômetro acionado.


– Te desafio a participar de um racha de motos comigo. – Ele me desafia.


Meu coração vai à boca e volta. Imagino os acidentes nessa coisa ilícita que é o racha de motos.


Quero desistir... E não desisto.


– Fechado. Desafio você a fazer o melhor cupcake do mundo – não sei, mas algo em minha mente diz que o Christopher não é bom em cozinha.


– Hum... – Ele faz uma careta. – Fechado. Desafio fazer uma tatu- agem.


Aperto os olhos porque todos sabem que este jogo toma proporções absurdas e, até o momento, não consegui pensar em uma coisa que realmente seja ousado e que certamente fará o Christopher perder.


– Fechado!


– Dulce! – Protesta o Derek. Ele mais do que ninguém sabe que eu nunca faria uma tatuagem. Mas agora é questão de honra.


– Uma semana sem fumar.


– Fechado. Desafio a roubar uma calcinha no sex shop.


Idiota! Não tinha nada melhor para me desafiar? Averdade é que eu sei como fazer o Chrsitopher perder.


Sim, sei, e é por isso que lanço a minha carta na manga. O meu coringa.


– Fechado. – Encolho os meus olhos. – E o meu desafio é: fazer com que eu me apaixone por você em duas semanas. Caso contrário andará pelado pela rua mais movimentada da cidade.


Christopher morde os lábios e não sorri. Sei que ele assimila o desafio. Sei que ele sabe que perderá porque, por mais que eu me apaixone por ele em duas semanas, jamais me renderei.


– Fechado. – Então ele me encara.


Eu sorrio.


– Tempo!


Estou bêbada.


Não sei, mas sinto a tensão dentro do meu corpo. Se vocês querem mesmo saber a verdade, acho que fui meio infantil em topar fazer essas apostas. Não era eu quem estava dentro do meu corpo quando aceitei ir em um racha de motos, fazer uma tatuagem e roubar uma calcinha. Eu quero muito acreditar que o Christopher não irá me procurar para fazermos essas loucuras, porém parte de mim diz que ele levou essa brincadeira mais a sério do que deveria. Realmente não entendo o dom que o Christopher exerce sobre mim. Não entendo como ele consegue me tirar do sério e ao mesmo tempo me fazer querer estar perto, querer beijá-lo até que o mundo acabe. Para ser sincera comigo e com todos, às vezes, quando o vejo, sinto a minha libido provocada e tenho vontade de ir para a cama com ele. Tenho vontade de descobrir seu corpo nu e me perder em seu epitélio.


– Você realmente enlouqueceu, Dulce! – Protesta Derek.


Finjo que não me importo com a sua preocupação apesar de estar tão preocupada com tudo isso quanto ele.


– Bem, eu nunca disse que eu era normal.


– Literalmente. – Grita Adrick. – Garota, você é mesmo louca! O pessoal da Secret Five leva muito a sério essa coisa de Verdade ou Consequência... É como um ritual que eles costumam cultivar, sabe?


Se você não cumprir os desafios, eles vão querer que pague a prenda!


Sim, e a prenda será meu lindo corpo nu desfilando por toda Secret Five.


– Talvez o Christopher não leve tão a sério.


– Como pode saber? Você não o conhece de verdade, Dulce. Ele é, na verdade, um... – Murmura Adrick.


Esqueço um pouco a ladainha do Adrick e atento todos os meus sentidos no Christopher. Nele e naquela
garota que ficou empoleirada em seu ombro e que beijou aqueles lábios que os meus tanto amam! E os vejo entrar no carro dele: ela com a sua cara de “quero dar” e ele com o seu sorriso sexy. Não.


Aquele sorriso que ele dá para mim. Esse aí é ensaiado! Vejo o carro desaparecer na esquina.


– Por que diabos teve de entrar nesse jogo, Alice? E se você for obrigada a fazer mesmo uma tatuagem? – Continua Derek.


– Tudo bem, lindos, eu sei me cuidar. Sou maior e sou vacinada, tá legal? – Digo e ergo os braços.


Acho que o álcool ainda está entranhado em mim. Aliás, acho que estou bêbada porque me sinto meio tonta.


Já se passam das três da manhã e a esta altura meus pés urram de dor por terem passado tanto tempo nesse salto alto.


– Estou começando a achar que você não está gostando desse Alec. Você está arriada os quatro pneus, obcecada por este idiota!


– Você acha mesmo? – Faço uma careta e começamos a caminhar em direção ao carro do Derek.


– Sim, acho. Desde que ele apareceu a sua vida simplesmente está de cabeça para baixo. Ele dita a regra e você se joga de cabeça.


Começo a ri, digo, começo a dar guinchos irônicos. Estou bêbada. Apoio-me no Adrick para poder rir da piada que só eu entendo. Cambaleio. Sinto alguém me segurar. Derek.


– Eu também acho.


– Santo Deus! Bem que eu disse para não beber todo aquele Absolut! Ela não está acostumada a beber. – Diz Adrick. – Pelo menos ela tem senso irônico.


Concordo com a cabeça enquanto, não sei como, sou jogada no banco traseiro. Meu cabelo cor de merda se espalha pelo meu rosto e eu sou uma maria-mole exposta ao calor. Penso em Christopher e chego à
conclusão de que a melhor coisa que já fiz na vida foi fazer essa delirante aposta. Tudo bem.


Amanhã, quando eu tiver sóbria, talvez chegue à outra conclusão.


Rastejo-me pelo banco a tempo de colocar a cabeça para fora e deixar um bolo de vômito explodir da minha boca e cair sobre os pés de alguém.


– Ora, Dulce, agora você passou dos limites! – Grita Adrick.


Eu sorrio. Tudo se apaga ou, pelo menos, fica escuro.


Minha cabeça lateja quando abro meus olhos. Levo as mãos até o topo da cabeça e me sinto grogue.


Não me lembro como voltei ao antro, nem como me deitei na cama... Nem como troquei de roupa!


Oh, meu Deus, quem me colocou nessa camisola? Hum, pelo menos estou de calcinha e sutiã por baixo.


Avisto um bilhete em cima do criado mudo.


Oi, meretriz, espero que não se importe por ter te visto quase nua. Não se esqueça de ligar para o trabalho.


Mais tarde passo no antro para conversamos sobre ontem à noite e já antecipo: estou decepcionado.


Faço uma varredura em minha mente e me lembro. Secret Five. Christopher. Jogo. Verdade. Consequência.


Aposta. Eu. Álcool. Christopher de novo. Argh!


Vamos lá, uma coisa de cada vez. Primeiro, tenho que ligar para o trabalho. Depois resolvo a minha vida com o Christopher.


Disco o número. Dois toques.


– Ah, alô? – Ouço a voz responder com o nome do hospital. – É a Fernanda? Aqui é a Dulce – faço uma voz de derrotada.


– Dulce? Ah, sim, Dulce! – Uma pausa. – Então você já está sabendo!


– Sabendo de quê?


– Do incêndio que teve na noite passada, na Clínica. Enfim, está tudo um caos aqui. O prédio será fechado para perícia e depois disso passará por uma reforma. Isso pode demorar muito, um mês ou mais, o que quer dizer que todos os funcionários, tecnicamente, estão de férias.


Acredite se quiser, eu nunca em toda a minha vida achei que ficaria tão feliz com um incêndio. Ops.


– Alguém se feriu?


– Não, graças a Deus. Mas é isso, Alice, tenho que fazer outras ligações. Foi bom você ter ligado.


Aproveite os dias porque quando isso aqui voltar a funcionar nem teremos tempo de respirar.


– Tem razão, digo o mesmo pra você. Tchau, Fernanda.


Desligo o telefone porque sei que ela ainda procuraria algo para dizer. Essa é a Fernanda: adora uma boa fofoca! É uma boa pessoa.


Levanto-me da cama e faço um café bem forte. O silêncio no antro me apavora e os ruídos dos meus passos me enganam. É como se não seja eu mesma aqui. Aos poucos sinto o nascer de uma nova Dulce. Desde que o Christopher me atropelou estou em metamorfose e já não sei mais o que fazer porque todos os meus pensamentos se remetem a ele. Eu respiro o Christopher, bebo o Chrsitopher e não sei, não entendo o que é esse sentimento dentro de mim. Será isto o que os amantes chamam de paixão? Será isso que os filósofos chamam de amor platônico? Não, com certeza não. É impossível. Eu o odeio, odeio o jeito como ele sorri eu amo, odeio a sua boca amo a sua boca. Odeio tudo nele! Amo tudo nele.


Ligo o computador enquanto beberico meu café super forte. Assim que abro a minha conta do Facebook o inbox abre junto.


Jonathan: Oi, Dulce!


Hum. Penso um pouco. Será que ele é sempre assim: um chiclete? Bem, talvez ele seja um pouco solitário, sei lá. Sem falar que não chega a ser um desperdício. O Derek sempre disse que o melhor nessa vida é cultivar amizades.


Eu: Oi, Jonathan!


Jonathan: Será que você pode me encontrar agora? Tenho algo muito importante para te dizer!


Começo a me perguntar se ele sempre usa exclamações ou se está super animado ou se gosta de usar
exclamações só comigo ou se ele não faz outra coisa além de ficar no Facebook esperando a minha ilustre pessoa.


Bato os dedos na mesa do computador. Não tenho nada para fazer. O Derek está no trabalho; o Christopher em algum lugar e o povo da faculdade não me parece convidativo.


Eu: Onde?


Jonathan: Onde você achar melhor.


Eu: Praça de alimentação do shopping.


Quando estou prestes a desligar o computador resolvo fazer algo: uma pesquisa. Digito “Christopher
Von” na barra de pesquisa do Facebook e aparecem vários filtros. O perfil dele, do meu Chrsitopher, é o
primeiro a aparecer e concluo que ele deve ser popular. Clico. Duzentos e dezesseis amigos. Retiro o que disse, ele não é popular. Varro meus olhos por toda a página. Cento e cinquenta e sete mil assinaturas. Ele é popular. Droga! Clico nas fotos. Estão bloqueadas. Passo meus dedos no adicionar amigos e decido que ele não merece que eu o adicione. Ele não precisa saber que fico lhe procurando na internet. Fecho a página.


Também não quero ler o seu mural. É melhor assim. Se já estou ficando louca conhecendo-o pouco, imag- ine se eu conhecer mais coisas deles?


Tomo banho e visto uma roupa colorida. As pessoas precisam saber que ainda possuo uma alma genuína, que não preciso estar sempre vestida para matar, quer dizer, vestida para ir a uma festa como uma verdadeira meretriz que sou.


Ao sair de casa passo rapidamente o olho na casa do Christopher e percebo que o seu carro está estacionado... Se eu passar lá, se eu disser um “oi”, vou parecer desesperada? E se aquela garota de
ontem à noite estiver ai? Se ele estiver transando com ela? Sexo ardente? Jogando-a na parede enquanto ele a chama de lagartixa?


Vadia!


Muito bem, Dulce. Foco, Dulce! O Christopher não é uma boa pessoa porque pessoas que frequentam a
Secret Five não me pareceram dignas de serem rotuladas como boas. Ele, pelo visto, é membro de lá.


O barman gay deu a entender isso, assim como a sua revelação em tom de brincadeira. Afinal, em toda grande brincadeira existe um fundo de verdade.


Ele está sentado numa mesa no centro da praça de alimentação nem um pouco lotada. Para ser mais precisa, Jonathan faz montinhos com os cristais de sal espalhados na mesa. Desacelero meus passos e seguro a alça da minha bolsa. Ele parece um príncipe e a pequena ruga em sua testa o deixa bem sério (mais sério do que me lembro tê-lo visto).


– Oi! – Digo.


Jonathan se levanta da mesa e de repente parece não saber o que fazer até se aproximar de mim e me cumprimentar com beijos na bochecha. Ele sorri para mim, um sorriso bem verdadeiro, se querem saber. Seu cabelo loiro está desgrenhado e a pele do seu rosto parece de bebê.


– Então... Estava preocupado, pensei que não viria.


– E por que eu não viria?


– Porque tenho a impressão de que você não gosta muito de mim. Tá legal, acho que estou forçando a barra.


– Eu gosto de você... Pelo menos acho que gosto. – Sorrio e ele sorri pra mim.


E é verdade, gosto do Jonathan. Sabe aquelas pessoas que você encontra por acaso numa esquina e algo no seu íntimo diz que será para sempre? Que um sempre poderá contar com o outro? Sinto isso agora enquanto olho no fundo dos olhos azuis pálido.


Ficamos um olhando para o outro.


– Hum... – Murmuro.


– Ah, sim. Como você sabe, consegui passar para a segunda fase para o teste da peça, não é?


– Sim, sei, claro que sei.


– A verdade é que a minha parceira furou. Ela disse que esse não é o lance dela e que ela fez esse teste só por tédio.


Concordo com a cabeça e penso que se tudo aquilo foi só por tédio, imagine se ela realmente quisesse ser atriz?


– E?


– E que agora estou sem parceira. A Pati desistiu e pensei, bom, pensei em te convidar para fazermos o teste juntos. Conversei com a companhia de teatro e eles disseram que você era a próxima da fila mesmo e... Se você topar ser a minha Júlia, eu ficaria, de verdade, muito grato. O mundo congela e no meu peito o coração pula em êxtase. Exibo um enorme, grandioso, gigantesco sorriso e nem acredito que posso estar a um passo de subir num palco e ter a minha primeira plateia. Pati! Santa Pati! Vou ficar te devendo essa, garota! E é óbvio que vou ficar devendo uma a esse cara que me olha agorinha mesmo. Imagino que a vida é uma caixinha de surpresas e ainda tem aqueles que não acreditam em destino. O que me dizem do Jonathan ter sentado na poltrona vazia ao meu lado naquele dia? Digam!


– Dulce?


– Jonathan! É claro que aceito!


Levanto da mesa muito agitada. Sou um átomo louco pronto para a colisão. Jonathan também se levanta quando pulo em seu pescoço e o inevitável acontece: o átomo colide. Meus lábios tocam os lábios dele e nós nos beijamos. Não sei quem teve a iniciativa. Se fui eu, se foi ele ou se foi nós dois, a verdade é que nos beijamos e, quando nos desconectamos, somos jogados no vácuo.


Levo as minhas mãos até os lábios que já não tem mais o sorriso. Nós não sabemos o que fazer.


– Desculpa... – Peço.


– Tudo bem.


Sorrio nervosa; ele também.


– Vamos conversar sobre a peça, tá legal? Quando começamos o ensaio? Mal posso esperar... Acha que temos chances? – Pergunto.


– Acho que você tem mais chance do que eu! Dulce, você foi incrível! É obvio que esse papel já é seu. – Ele diz. – Por isso trouxe uma cópia da nossa cena. Estava pensando, se você topar, claro, em ensaiarmos na minha casa. Mas vou logo avisando que lá não é nem pouco sossegado. Apanho nosso monólogo das fortes mãos dele e corro os olhos rapidamente na papelada. Ele está sendo um fofo comigo, se querem saber. As folhas estão até encadernadas e sei que isso não é arte do grupo de teatro. Eles disponibilizam as peças por e-mail.


– Obrigada. Se quiser, podemos ensaiar no antro.


– Onde?


– Ah, na minha casa. Quer dizer, ela é tão pequena que a chamo de cubículo ou antro. Já estou acostumada em chamá-la assim. O que acha?


– É um belo nome...


– Não, estou falando de ensaiarmos lá.


– Acho legal se você não se importar ou se ninguém se importar. Você sabe, seu namorado, aquele lá do teatro.


Vasculho em minha mente “aquele lá do teatro” e lembro.


– O Derek? Ele não é meu namorado – encolho os olhos. – Acha mesmo que se eu tivesse um namorado eu sairia beijando outros caras por ai? – Penso no que acabei de dizer. – Quer dizer, não tenho certeza se fui eu que te beijei... Enfim, vamos ensaiar no antro! Além do mais, moro sozinha e não tem ninguém para se importar.


– Combinado então. – Ele encolhe os olhos. – E o Christopher?


– Não existe Christopher.


Horas mais tarde estamos caminhando pelo shopping. Acreditem se quiser, mas o Jonathan me parece tímido e, pelo fato de ele ter falado demais no dia em que nos conhecemos, considerei que, para ser honesta, foi puro nervosismo. Também não podemos descartar o beijo.


Outra coisa: não estou entendendo nada essa coisa dos caras. De uma hora para outra ficam todos me
beijando. Antes eles tentavam, mas não conseguia assim tão fácil. Hum, nuca conseguiram, como todos sabem. A coisa toda é que acho que ando facilitando as coisas... Não sei se é o medo de acharem que sou medrosa ou que não tenho potencial.


– Eu pensei em te ligar ontem à noite, só que me faltou coragem.


Meneio a cabeça em um sinal de concordância e sugo meu milkshake até sentir a minha cabeça dar um breve latejo.


– É? Achou que eu não te atenderia?


– Não, nem é isso, é outra coisa... Outra coisa que me incomoda bastante.


Finjo não parecer me importar quando estou bastante curiosa e incomodada porque lá no meu íntimo sei o que lhe incomoda.


– Tudo bem, de qualquer maneira eu fui a uma festa ontem à noite e tinha colocando o celular no silêncioso. É quase certeza que eu não atenderia. Foi melhor assim, hein? Vai que você achasse que eu é que não queria te atender? Como se eu tivesse motivo para não atender – forço um riso.


Ficamos em silêncio quando passamos pela porta e entramos no estacionamento com o Sol a queimar a pele.


De súbito, sou jogada contra a parede e sinto o arfar dele, o aperto das suas mãos contra a minha pele. O copo do sorvete escorrega das minhas mãos e derrama no chão. Só consigo encarar o par de olhos que me miram. Só consigo ver os lábios vermelhos entreabertos.


– A verdade é que não consigo te tirar da cabeça desde que te vi naquele teatro. Eu penso em você quando quero e quando não quero, Dulce, e só imagino te ver de novo e de novo, imagino beijar a sua boca e...


Ele me beija. De novo. Eu correspondo ao seu beijo. Abro a minha boca, empurro a minha língua e o beijo... porque é isso que quero agora. É disso que preciso. Nossas respirações ficam pesadas e o empurro, forço os nossos lábios se desgrudarem porque, apesar de beijá-lo, não quero confundir as coisas.


– O que você está fazendo?


– Eu gosto de você, Dulce, pelo menos é isso o que penso agora, nesse exato momento.


Ele não pode gostar de mim, não quando pareço gostar de outro, de outro que também não conheço de
verdade – para variar.


– Você nem ao menos me conhece.


– Eu quero te conhecer, juro por Deus.


Adianto os meus passos porque não consigo criar uma argumentação. Não consigo porque admito a mim mesma que estou balançada. Não quero sair por ai e ser beijada por um monte de caras lindos e ficar sem saber o que fazer. Isso não é nem um pouco justo!


– Ei, espera, Dulce! Desculpa, tá legal? Sou um idiota! Por favor!


Ele me alcança, se coloca na minha frente e sou lambida pelo seu perfume quando o vento passa e faz o meu cabelo voar em redemoinhos.


– Sabe? Acho que essa coisa de ensaiarmos juntos não vai dá certo porque tudo o que sinto por você não chega a ser o que deve estar esperando. Não tenho culpa disso que está acontecendo, do que aconteceu. – Paro de falar porque sou uma mulher jogada num limbo. Não sei o que fazer. – Por que você tinha que dificultar as coisas entre nós?


– Já me desculpei. Não tenho culpa se penso em você, não tenho culpa disso tudo... Só que quando nos beijamos lá dentro achei que poderia dar certo. Senti a esperança de que pelo menos eu deveria tentar.


Ah, a esperança, como sempre. Esse sentimento idiota e mesquinho! Deveria jogar a esperança na sarjeta e desaparecer com a chave!


– Tudo bem, Jonathan, sério. – Retiro as folhas com a nossa cena. – Só que isso não vai dar certo.


– Não pode jogar tudo para o alto por causa de um beijo! É o seu sonho, você disse isso.


– Eu sei, só não quero que você sofra. Sei como essas coisas terminam.


Mentira. Não sei como essas coisas terminam, mas tenho uma vaga noção de que ou eu ou ele sairá
machucado. E, no fim das contas, não sinto esse desespero de ter a boca dele perto da minha. O que sinto pelo Jonathan é superficial. É como o desejo de uma garota querer beijar qualquer cara bonito numa balada.


– Não irei sofrer – ele choraminga.


Ando de costas e balanço a cabeça em negação ao mesmo tempo em que mordo meu lábio inferior.


– Deixa ao menos eu te levar para casa. Por que tem que bancar a durona, hein? Foi só um beijo, droga.


– Um beijo nunca é um beijo...


Um beijo significa algo novo. Significa que alguma coisa vai acon- tecer nos próximos dias. Um beijo é algo que te leva para outro mundo, que move montanhas, que provoca o bater das asas. É o desejo de querer o outro e por isso acredito que um beijo não deve ser trocado quando duas pessoas não se querem. Então por que correspondi? Não sei. E o lance de uma boca ser só uma boca?


Quando o vejo me seguir, entro no shopping novamente, acelero os meus passos, entro no banheiro feminino e me tranco na cabine. Sento no vaso sanitário com a tampa fechada e espero o tempo passar. Meu celular toca: é o Jonathan. Rejeito a ligação porque não sei como lidar com isso. A culpa deve ser toda minha porque não o deveria ter beijado. Ou foi ele quem me beijou primeiro?


Passo o resto do meu dia estudando. Vou à faculdade, entro na sala de aula ainda sentindo não ser eu mesma.


O assunto da noite sou eu. Eu e o meu jogo maluco. Ninguém nunca achou que um dia eu poderia me embebedar. Sou a garota incubada, quando tudo o que quero é mostrar o meu verdadeiro eu.


O Christopher não me ligou, se é isso que todos estão se perguntando. Acho que ele se esqueceu da nossa
aposta e, para se sincera com todos, quero que ele me ligue. Estou pronta para o que der e vier!


Pronta para me jogar nessa novidade que sou.


Quero mergulhar no desconhecido.


– O que há entre você e o Christopher? – Pergunta Nêmias quando ele consegue uma brecha para falar
comigo a sós.


Pestanejo.


– Nada. – E é verdade. Ele só é o homem irritante que virou a minha vida do avesso; o primeiro homem a me beijar de verdade; o primeiro cara que consegue me tirar do sério sempre; o cara que faz o meu coração bombear depressa.


A questão é: estou ou não estou apaixonada pelo Christopher? Será que ele já ganhou essa parte do desafio?


– Por quê? – Pergunto.


– Sei lá, só queria saber mesmo... É que ontem vocês me pareciam tão amigos... Hum, nem sabia que vocês eram amigos.


– Não somos amigos. Ele é o meu vizinho.


– Entendo. Mesmo assim... Só para saber, há quanto tempo vocês se conhecem?


– Não estou entendendo todo este interrogatório, Nêmias.


– Não é questão de entender, Dulce. O Alec não é para você, está me ouvindo? Se estiver envolvida com ele, segue o meu conselho: afaste-se. Nesse jogo quem vai sair perdendo é você, a não ser que siga o que acabei de dizer.


– Vocês dois, parem de conversar – protesta Ana, quando ela está doida para fazer parte da conversa.


Desvio o meu olhar do Nêmias e foco no Derek, o qual presta atenção na aula, como sempre.


Nêmias me cutuca.


– A propósito, você alguma vez já foi pra cama com ele?


Reviro os olhos.


– Não. Não fui.


Ainda não, mas é isso que quero.


– Melhor assim – e ele sorri pra mim.


Estou de camisola, comendo brigadeiro e assistindo a 500 Dias Com Ela sem entender por que, de repente, todos estão parecendo se importar com o que faço ou deixo de fazer com o meu vizinho gostosão.


Batidas na porta. Levanto-me, tiro a calcinha daquele lugar e calço as minhas pantufas do Bob Esponja. Eu sei: eu deveria olhar pelo olho mágico quem é a alma infeliz que está destruindo a minha paz de espírito a essa hora da noite que, para ser mais precisa, já passa das 23h.


Quando abro porta não sei o que fazer. Vejo o Christopher com uma jaqueta de couro e um sorriso safado.


Estremeço por dentro porque me sinto muito feia com essa camisola e com o cabelo puxado para trás como o de uma criança que insiste em amarrar o seu próprio cabelo.


– Não achou que se livraria de mim, né?


Engulo em seco e, apesar de estar feliz por ele ter finalmente me procurado, o horror de saber o que pode acontecer daqui a pouco me amedronta. Penso que no fundo, no fundo não queria vê-lo.


– O que você está fazendo aqui? Sabe que horas são? – Banco a desentendida.


– Não me parece que você se importa muito com horas. Caso contrário teria perguntado quem é antes de abrir a porta... Lembre-me da próxima vez de vir com uma arma. Deve ter alguma coisa de valor aí dentro, não é?


Sim, tem eu e o meu coração, só que você não precisa de uma arma para roubar o meu coração porque acho que isso você já conseguiu, seu pilantra!


– Ah, que engraçado você – forço um riso sem graça, daquele que damos quando estamos entediados.


– Não vai me convidar para entrar? – Ele diz e coloca suas grandes mãos na porta, fazendo com que a sua respiração acalente o meu rosto.


Acho que quero que ele me beije no silêncio que se sucede... Não digo nada, apenas miro seus lábios e seu rosto onde posso notar os poros expelindo as pontinhas da barba que está por nascer.


– Sou uma moça solteira, não cai bem entrar aqui a essa hora. Os vizinhos podem falar – retruco em um tom zombeteiro.


– Verdade. Eles têm muito o que falar, não é? Onde já se viu? Você andando comigo? – Ele sorri e eu me pergunto se isso é para fazer com que eu ceda. Será que ele tem noção do quanto o seu sorriso é avassalador em mim? O quanto é dominador?


O sorriso dele é uma argumentação que não consigo rebater.


– Mas vamos arriscar, tá legal?


Ele não espera que eu responda. Em vez disso, passa pela pequena fenda feito um cúmplice de um crime perfeito. Sorrio antes de fechar a porta e me virar. Christopher senta no meu pequeno e único sofá.


– 500 Dias Com Ela? Garota, você realmente gosta de sofrer.


Sento-me na ponta vazia do sofá, tiro as pantufas e cruzo as pernas quando sinto os olhos dele procurarem por algo em minhas coxas. É ai que percebo que ele me deseja, assim como parte de mim o deseja.


Então Christopher repousa a sua mão quente em uma das minhas pernas e eu levo uma eternidade para
perceber que gosto do seu toque, que me entregaria toda para ele. Acho que estou ficando louca.



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Autor(a): jessica_ponny_steerey

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Empurro a sua mão. – Vamos lá, Christopher, o que você está fazendo aqui? – Tudo bem, Dulce. Eu vim aqui porque precisava te ver, porque preciso te beijar, porque preciso te levar para cama porque só consigo pensar em como deve ser você debaixo dessa camisola – seus dedos puxam a alça da minha camis ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 64



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  • stellabarcelos Postado em 14/01/2016 - 06:55:27

    A história foi tão linda! Linda e surpreendente! Nada mais lindo do que ler sobre o amor de verdade. Amei

  • maianamr Postado em 13/12/2014 - 10:50:12

    Ameeeei a fic, muito linda *---* parabens

  • vondy4everponny Postado em 19/09/2014 - 00:03:58

    Parabéeeens mana, mais uma fic maravilhosa sua que eu acompanhei! *-----* Tu é bandida menina, foi tudo tão perfeeeeito, o casamento, eles dando entrevistas, os babys vondy .. Aaaaawn, sou sua fã amiga, tu sabe né? Mas não vou ficar falando muito não porque seu ego cresce demais ai ja era pra mim KKKKKKK Parabéns amiga, te adoro muito doidinha <3 Até a proxima fic! u.u

  • juhcunha Postado em 18/09/2014 - 23:38:31

    poxa acabou to triste por te acabado mais feliz porque no deu tudo certo sua web foi maravilhosa Ei qual vai ser sua outras web ????

  • vondy4everponny Postado em 18/09/2014 - 17:40:21

    Sério, é muita tragédia pra dois capitulos e o pior, que ao invés de me emocionar com o discurso dela no teatro, eu quis rir da situação KKKKKKKKKK! E ela e o Derick? PQP, os doidos não conseguiam manobrar um carro, meu Deus! Nãaaao, Chris não pode ir embora :/ Diz que ele fugiu do avião e viu a Dulce sendo levada pelos seguranças! :/ Pleaaaase!

  • gabivondy Postado em 18/09/2014 - 08:39:54

    tadinho do christopher tudo que ele sofreu chorei serio que ele foi embora eles tem que ficar juntos :(

  • vondy4everponny Postado em 16/09/2014 - 22:40:46

    Gzuis, tadinho do Christopher, pqp , que história mais triste :/ Sofri horrores com ele contando a história dele, te falei ne? Nossa, espero que ele e a Dul se resolvam, porque ela é a unica felicidade dele tadinho :/

  • juhcunha Postado em 16/09/2014 - 20:22:25

    coitado do christopher sofreu muito posta mais quero saber o que vai acontece com eles

  • vondyh Postado em 16/09/2014 - 19:38:15

    continua

  • nandafofinha Postado em 15/09/2014 - 15:15:39

    Nossa nem sei o que disser to branca igual papel kkkkkkk POSTA MAIS


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