Fanfics Brasil - 19 Verdade ou consequência(Adaptada) Dulce & Christopher TERMINADA

Fanfic: Verdade ou consequência(Adaptada) Dulce & Christopher TERMINADA | Tema: DyC Romance e hot


Capítulo: 19

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– Para! – Grito e o empurro. Rolo na cama e caio no chão.


Levanto-me e rio. Meu cabelo está desgrenhado.


– Você é estranho. – Murmuro. – Primeiro, entra com uma cara de pena, e depois me faz cócegas como um louco. Parece uma criança.


Uma criança muito gostosa linda por sinal.


– E quem foi que disse que eu não sou uma criança?


– Rá-rá! Olha, estou toda vermelha! Juro que se você magoasse o meu machucado, eu te mataria, Christopher.


– Foi mal, não lembrei disso. Vem cá, não vou mais fazer isso.


– Ah, não, acho melhor a gente ir logo fazer esses cupcakes, quer dizer, você vai fazer. Eu só vou comer.


Ele se rende.


– Vou só tomar um banho.


Christopher tira a sua camisa, começa a desabotoar a calça, tira o tênis e, quando acho que não quero ver
demais quero ver demais, saio do quarto porque não é a hora.


Vinte minutos depois o Christopher está a fazer a maior bagunça na cozinha. As cascas de ovos estão
jogadas em cima da mesa, assim como tem um ovo quebrado no chão. Seu rosto está sujo de farinha de trigo e eu nunca me divertir tanto em minha vida ao observar uma pessoa cozinhar.


– Aqui está dizendo que é pra por 400 gramas de açúcar, mas como vou saber que tem o tanto certo?


– Ele pergunta.


– Sei lá, quem é o chefe aqui é você.


Ele despeja o açúcar enquanto meu olhar o foca. Lambo os lábios. Observo-o e penso que, no fundo, desejo que o Christopher seja meu. Quero gritar para o mundo inteiro porque nunca em minha vida me senti literalmente atraída por um cara.


Enfim Christopher coloca os bolinhos no forno e limpamos a cozinha. Quando terminamos, ele retira os
bolinhos e nós colocamos a cobertura de brigadeiro de acordo com a receita que ele pegou no Google. Sou eu a primeira a provar o cupcake. Faço uma careta. Ele me olha com medo.


– Não é o melhor – digo -, mas também não é o pior.


– Ganhei essa aposta?


– Claro que sim, Christopher.


Ele me assiste a devorar o resto do cupcake. As suas mãos estão apoiadas na pia e os músculos saltam da manga, o que me deixa, claro, em uma enrascada porque não sei como dizer adeus a esse desejo insano de tê-lo.


De súbito, sinto o dedo do Christopher lambuzar os meus lábios com o chocolate até que ele sorri sem graça
e, por fim, puxa o meu quadril, indo de encontro ao seu. Uma de suas mãos percorre as minhas costas e sinto um calafrio desesperador em meu corpo. O mundo explode quando sinto seus cálidos lábios nos meus, além do gosto pungente do chocolate. Sua língua faz um esforço para romper os meus lábios. Cedo. Afinal, nada im- porta. Sinto que poderia morrer aqui mesmo.


Empurro-o.


Essa é a hora em que tenho de lutar contra os hormônios, contra o desejo insano de querer ser beijada até que o mundo acabe. Não sei se esse beijo é algo real. Tudo pode ser um plano para que eu me apaixone por ele.


Christopher quer ganhar e eu, bom, estou caindo feito um patinho.


– O que foi? – Ele indaga, todo desentendido.


Lambo os lábios à procura dos resquícios dos seus e ainda posso sentir minha boca dormente.


Pestanejo.


– Você está tentando transar comigo? – Pergunto com uma ruga na testa.


– Sim – ele revira os olhos. – Quer dizer, não. – Encaro-o. – O fato dos meus dedos irem para outros lugares não quer dizer muita coisa.


– Assim como o macaco não sobe até a bananeira para deixar um cacho intacto.


– Eu gosto de você, Dulce.


Estremeço com as suas palavras. Não pode ser verdade.


– Eu também gosto de você, Christopher.


Ele revira os olhos, meio entediado.


– Não. Estou falando que gosto de você como um homem gosta de uma mulher, com desejos carnais e tudo mais.


Rio.


– Sei bem. Você é encrenca, Christopher, e eu sou uma tonta. Estou caindo na sua cilada e você sabe disso.
Christopher me toca. A eletricidade voa do meu corpo ao seu e do seu ao meu. Somos duas criaturas
sedentas por um querer, embora cada um tenha as suas razões.


– Não é brincadeira. Isso não tem nada a ver com aquela jogo idiota. Se você quiser, podemos por um fim nisso. Faço qualquer coisa para você acreditar em mim, acreditar que não estou mentindo.


Meu coração pula dentro do peito em agitação. Sinto um frio na barriga com medo de algo que não faz sentido algum. E se ele estiver dizendo a verdade? E se ele estiver mentindo? Onde eu fico nessa história? Como a tonta da Dulce vai terminar? Sinceramente, não quero ter de me arrastar no chão quando isso acabar. Porém, eu não sei como voltar atrás, assim como não tenho coragem de quebrar essa aposta porque talvez esse seja o nosso fim. E é desse fim que tenho medo.


Pisco. Pisco. Pisco. Algo arde em meus olhos.


– Acho melhor eu ir embora.


Cerro os punhos, dou dois passos de costas e volvo na esperança de sair desse ambiente “super Christopher” o mais depressa possível. Tropeço em minhas sapatilhas e ele me puxa.


– Não vai, Dulce.


– Eu preciso...


– Você não precisa de nada.


Só preciso de você Christopher, de você!


– Por que você tem que ir?


Porque as coisas estão a tomar proporções enormes. No momento em que ele me atropelou com a sua
bicicleta eu não sabia que estaríamos aqui. Pensei que seria só mais um idiota. Mas ele é “o idiota”!


O idiota que me beijou, o idiota lindo e gostoso, o idiota que desmorona as minhas estruturas. Mas o Christopher não passa de um idiota e eu não posso me apegar a ele...


Mas quando ele me olha, sei que já me apeguei o bastante para poder repensar em mais alguma coisa.


– Agente pode assistir a um filme. – Coloco o cabelo atrás da orelha.


– Sério, Dulce, não vou trepar com você nem que me implore!


Sorrio porque, apesar do vocabulário, percebo que gosto dessa palavra “trepar” sendo pronunciada por ele. É bem diferente de quando as minhas amigas dizem na faculdade.


– Você é um depravado, Christopher! – Protesto em meio a um sorriso.


– Qual foi? Você não está pensando que sou um santo do pau oco e que não falo palavrão e nem digo essas coisas, está? Não tenho culpa se ganhei esse rostinho. Não sou anjo.


– Além do mais, é convencido.


Ele bate nas costas.


– Vem, pode montar no macaco bandido. Sou o King Kong e você... Ah, aquela mesmo. Hein?


Pulo em suas costas e dou um gritinho assim que o Christopher ganha velocidade até cairmos na sua
deliciosa e confortável cama. A minha blusa sobe exibindo a minha barriga pálida e um umbigo pequeno.


– Você vai dormir aqui?


– Não, né! Tenho o antro, se não percebeu.


– Dorme aqui, vai!


Vou ao delírio ao relembrar da noite em que passei com ele.


– O que você não me pede chorando que eu não faço sorrindo?


– Quer mesmo saber?


– Na verdade, não.


E o filme começa. Meia hora depois e eu estou horrorizada. Tem uma mulher ensanguentada correndo na floresta tentando escapar de um grupo de selvagens que comeram o seu marido. Fecho os olhos.


Nunca fui boa o bastante para assistir a coisas desse tipo.


– Não quero mais assistir, Christopher. Por favor, desliga essa coisa. Ele ri e desliga. No silêncio que se
sucede, apenas a TV zune rapidamente. Christopher tira toda a sua roupa e fica só de cueca. Ele anda pelo
quarto, apanha uma camisa e a atira em minha direção. Depois se deita na cama de novo e fico desorientada, sem saber onde pousar os meus olhos: na camisa ou nas suas grossas e firmes pernas.


Opto pela camisa.


– Você não vai sair para que eu possa me trocar?


– Tenho certeza que você não tenha nada que eu não tenha visto. Ou tem? – Ele provoca.


Solto um suspiro entediado.


– Oquei. Só não olhe.


Digo isso, só para atiçá-lo. Sei que, geralmente, quando usamos essa pequena frase, é porque queremos o contrário. Queremos que aquela pessoa nos veja e pronto. Christopher se vira e eu me levanto da cama.


Primeiro tiro as sapatilhas usando a ponta dos dedões dos pés. Em seguida tiro a blusa e, por último, a saia.


Levo uns dez segundos de costas para o Chridtopher apenas de calcinha e sutiã até vestir a sua camisa azul-bebê com cheiro de lavanda.


– Meus Deus! Eu pareço uma criança vestida com a camisa do pai! – Murmuro. Puxo as presilhas que
prendem o meu sutiã e fico feliz por meus seios serem firmes, pequenos e, modéstia à parte, bonitos.


– Você é linda, Dulce – ele me diz quando deito na cama.


– E você disse que não iria olhar.


No relógio já passa das duas da manhã. Christopher me puxa para mais perto de si e as nossas respirações
se colidem.


– Você não trabalha?


– Digamos que é uma longa história, Dulce. Não quero falar disso agora.


– Tudo bem. Só não me diga que você é um traficante, ladrão, ladrão e traficante ou que faz tráfico de
humanos...


O Christopher fica tenso de repente e sei que disse alguma bobagem. Bo- bagem essa que me amedronta
porque ele não pode ser nada disso que eu acabei de citar. É simplesmente muito azar para uma vida só.


– Christopher? Está tudo bem?


– Sim, tudo bem, Dulce. – Ele sorri – E se isso te deixa melhor, não, eu não sou nada disso. Apenas não quero falar nada agora porque se eu começar, terei de lembrar algumas coisas, algumas...


– Oquei, isso não é um ultimato... Você me conta o que tem de contar quando achar melhor, tá?


– Mas você confia em mim? Acredita que não é nada errado o que faço ou que deixo de fazer?


Acredita que não sou um ladrão e tampouco estou envolvido com essas coisas?


– Acredito.


– Obrigado – ele beija a minha testa e me abraça.


Seu polegar roça nas maças do meu rosto e a sua pele ferve contra minha. Ele me abraça tão forte que tenho medo que as minhas células fiquem sufocadas.


– “Quanto tempo dura o que é eterno?”


– Ei! – Levanto o rosto para ele. – Essa fala é minha, oh, coelho maluco!


Ele sorri para mim todo enigmático quando concluo que só nos resta o silêncio. Eu abaixo a cabeça e os fortes braços do Christopher me apertam, sufocam a minha pele. Eu gosto. Ouço a sua respiração ritmada a bater contra o meu cabelo cor de merda e cheiro cítrico.


– Mas aquele lance, hum... Sério, gosto de verdade de você e olha que eu não costumo gostar das pessoas.


– Cala a boca e dorme, Christopher. – Protesto com a minha voz quase em sussurro. Pela milésima vez, não
sei o que fazer.


Estou amedrontada e não sei mais nada.


Acordo com o despertador do Christopher num estrondo e a vontade que tenho é de atirá-lo para o mais longe possível. Ele se meche e eu rolo na cama ao sentir as minhas pernas nuas se enroscando nas pernas dele.


Christopher pisca seus olhos castanhos e me olha. Estranhamente me sinto em casa.


A luz do sol atravessa a janela do quarto e ouço os pássaros cantarem. Faz um bom tempo que não ouço o som dos pássaros.


– Droga! – Ele murmura. – Você é linda até quando acorda. Preciso me acostumar com isso.


Enrubesço, porém sei que não mereço o elogio. Sorrio para ele. Levanto da cama, tiro a camisa dele e revelo a verdadeira meretriz que sou. Visto as minhas roupas coloridas, penteio o cabelo com os dedos e o amarro em uma polpa. Passo a mão no rosto e me viro.


– Preciso ir.


– Já? Poxa, pensei em tomarmos café juntos – ele me diz enquanto se levanta da cama.


Faço um terrível esforço para não me perder nas linhas do seu corpo, no seu peitoral tatuado, em suas coxas musculosas, em seu bumbum firme, em seu abdômen sarado e, principalmente, em seu rosto. Essa sua boca que me deixa loucamente à espera de um beijo, embora não estejamos assépticos.


– Não vai dar. Estou esperando visitas. – Christopher coloca as mãos na cintura e para diante de mim. Tento
procurar outro lugar para repousar os meus olhos a não ser ele. – Vamos terminar um projeto da faculdade e as garotas logo chegarão ao antro.


– Só tem garotas? – Ele me pergunta sério demais para o meu gosto.


– Sim, por quê?


Como desculpa para não continuar encarando-o, abaixo-me e calço a minha sapatilha grata por me manter ocupada.


– Por nada. Acha que posso ir com você?


Tusso ao sentir algo em minha garganta. Tento parecer não muito surpresa por ele querer passar tanto tempo comigo.


– Acho que não, Christopher.


– Prometo que fico calado. Prometo!


Faço um sinal de não com a cabeça. A ideia é completamente tentadora, confesso. Só que eu não conseguiria me manter concentrada sabendo que ele estará lá.


– Não. – Digo firme – Depois a gente se vê.


– Toma café comigo, então. Toma, toma, toma!


Argh. Saio do quarto. Um segundo depois o Christopher me segue vestindo todo desajeitado a sua calça
jeans. Ótimo. Arranjei um seguidor lindo, gostoso e maravilhoso!


Vejo que não tenho alternativas ao sair da casa do Alec com ele bem atrás de mim, cuspindo água e limpando a boca na camisa antes de vesti-la. Fico surpresa ao notar a rua abandonada a essa hora da manhã, quase nove.


– Você é insistente, hein. – Digo em tom de brincadeira.


– É, já me disseram isso. Várias vezes. – Ele revira os olhos. – Então, você quer que eu faça o que para o café?


– Para dizer a verdade, lá não tem nada pra comer. Então devo dizer que...


Ele não espera que eu termine.


– Oquei, já entendi. Mas você não vai se livrar de mim. Encontro-te lá no antro em cinco minutos.


Dez, no máximo – ele diz já andando.


– Aonde você vai? – Grito.


– Já volto.


Mordo a parte interna da minha bochecha e migro para o antro. Entro e deixo a porta encostada.


Procuro por uma roupa leve e encontro um vestido cor de creme e de alças finas. Entro no banheiro e tomo banho. Quando saio do ar abafado do banheiro, o Christopher já está lá.


Christopher fica atrás de mim e coloca seus longos dedos em meus olhos, vendando-me. Vai me conduzindo
até a cozinha e rio com essa novidade. Ele finalmente me deixa ver.


Na mesa tem leite, cereais, maçã – verde e vermelha -, tangerina, ovos, queijo, suco de soja sabor uva, mel, geleia, pão e torradas. Ah, sem falar numa flor dentro de um copo. Viro-me para ele porque, se me lembro bem, ninguém nunca fez isso para mim. Sou obrigada a engolir o caroço preso em minha garganta.


– Oh... Como você fez isso? – Reviro os olhos. – Quero dizer, eu sei como você fez isso. Quero saber por quê.


– Porque você disse que aqui não tinha nada? Porque é o meu primeiro café com você? Porque eu quero te agradar?


Chupo os dentes e sou convidada a sentar-se à mesa. Comemos e conversamos bobagens. Assumo a mim mesma que gosto do Christopher. Porém, não quero, em hipótese alguma, que ele saiba disso.


Seu celular toca.


– Diz ai! – Ele atende, todo animado. –Não, acho que não vai rolar.


– Mordo a maçã enquanto o observo. – Porque se não vocês vão querer comer o meu cu! – Christopher ri e,
por mais que eu sabia que ele deve estar conversando com um amigo qualquer, não consigo digerir essas obscenidades.


– Aham... Fala sério! Bem, é uma longa história. – Pausa – Tem a ver com uma garota, sim. – Pausa – Tudo bem – ele tira o sorriso do rosto. – Depois nos falamos, cara.


Termino de comer a minha maçã e levo o meu prato sujo para pia. Olho para o Christopher de costas para mim a comer o pão. Penso. Penso se é ele mesmo aquele quem vai me fazer feliz ou se é aquele quem só quer ganhar uma aposta fajuta. Para ser sincera, eu não me importo se ele diz coisas escrotas. As minhas amigas dizem coisas piores. Porém, lá no fundo enquanto o observo comer em silêncio, noto algo nele. Bem, quer dizer, não noto. Ele guarda um segredo e só me resta esperar. Uma hora sei que irei descobrir.


Minutos depois saio da cozinha e abro a porta. Silvia, Laura, Katariny e Elvira estão rindo de alguma piada.


– Pensei que vocês nem viriam mais – digo e dou de ombros.


Elas entram e jogam as coisas em cima do sofá. De repente fico desorientada ao saber que o Christopher está ali na minha pequenina cozinha.


– Pois é. Acho que nem tenho sorte. – Diz Laura. – Credo. Acho que os caras lindos foram usurpados do mundo, ou a minha sorte foi roubada!


– Do que vocês estão falando? – Pergunto e me sento no braço do sofá. Meu cabelo molhado está quase seco.


– Do cara da faculdade que está afim da Laura – diz Silvia em meio ao riso. – Ele parece mais o...


Deixa-me ver... Não sei. É feio e pronto!


– Nada elegante – diz Laura.


– Mas tem dinheiro – rebate Katariny. – Ele é o dono da academia.


– Dono da academia, e nada tragável – murmura Laura fazendo uma careta esnobe. – Aquilo eu não pego mesmo!


É bem ai, no ápice da conversa, que ouço passos se aproximarem. Estremeço. Christopher surge na sacada
da entrada e anda devagar na nossa direção, apertando a barra molhada de sua camisa. Todos os olhos femininos estão na direção dele, até os meus. Porém as garotas o fitam curiosamente, se perguntando, talvez, por que diabos tem um cara aqui ou, certamente, onde arranjei esse cara... Mas elas devem se lembrar dele do Secret Five


– não parece.


– Bem, acho que agora você vai me enxotar, certo? – Christopher repousa suas grandes mãos em meu ombro
e me sacode de um lado para o outro exibindo seu mais belo sorriso. – Oi para todo mundo!


Olho para elas, ainda abismada.


– Esse é o Christopher – digo em suspiro.


Ele meneia a cabeça na direção delas e elas fazem o mesmo.


– Bem, vou indo. – Christopher beija o canto da minha boca (isso por que não tive forças nem para me mover).


– Vocês deviam dizer para Dulce ser bem mais legal comigo. Ela está sendo muito má.


– Claro, claro – murmura Elvira.


– O que vamos fazer hoje depois que as suas amigas se forem?


– Nada – digo.


– Posso dormir aqui hoje?


– Não.


– Você quer dormir lá?


Fico irritada por ele me dedurar. Agora vou ter que contar a elas tudo nos mínimos detalhes. Sabia que não seria nada legal ele tomar café aqui.


– Não, Christopher. Tchau.


– Tudo bem. Eu te ligo... Ou você me liga. – Reviro os olhos. – Você promete me ligar? – Empurroo, mas ele não sai do lugar. – Promete?


– Prometo, Christopher.


– Se você não me ligar terei que vir aqui.


– Já disse que vou ligar.


Assim, ele sorri e me abraça. Faz com que eu plane no ar e me sinta a mulher mais idiota da face da Terra.


Antes de sair, ele beija a minha testa e por fim arranca a camisa molhada. Ele com certeza vai ter que me explicar mais tarde como conseguiu se molhar todo.


– Tchau, garotas. – Ele diz enquanto anda de costas sem tirar os olhos de mim. – Ei, Dulce, acho bom
repensar no que vamos fazer hoje porque já estou começando a ficar entediado, sabe? E, ah, você deveria amarrar o cabelo mais vezes. Gosto da sua nuca e desse seu mau humor matinal. E não esqueça que aquilo o que eu disse é de verdade.


– Oquei – sorrio. Ele é um idiota.


Quando fecho a porta, ouço a voz de Laura dizer:


– Jesus, cala a minha boca!


– Não, definitivamente, eu sei quem roubou a sua sorte! – Silvia grita e ri.


Odeio essa Pikachu.


– Então diz aí, Dulce: desde quando o Ashton Kutcher passou a frequentar seu pequeno e humilde lar?


– Quer saber Katariny.


Estamos sentadas no chão coberto por apostilas, bolsas e fios dos dois notebooks ligados. Faz mais ou menos cinco minutos que o Christopher se foi e a Ana chegou toda sorridente.


– Ashton o quê? De quem estamos falando? – Pergunta Ana.


Brinco com uma mecha do meu cabelo e fixo meus olhos em uma das apostilas. Não quero falar do Christopher ao mesmo tempo em que sinto que devo falar. Elas são as minhas amigas e sei tudo sobre elas: se estão com alguém, se conheceu um novo carinha, se fizeram sua estreia em um motel ou coisa do gênero.


– Elas estão falando do Christopher – murmuro. – Como vocês bem devem se lembrar daquela noite no Secret Five, nós dois fizemos uma aposta. Lembram?


– Ah, sim, claro! – Diz Silvia toda animada. – Mas, se me lembro bem, naquela noite ele não parecia assim tão, hum, divinamente delicioso.


– Isso porque você deve estar com um parafuso a menos. Qualquer uma de nós daria o dedo mínimo para transar com ele – rebate Laura.


– Eu daria só o meu apêndice mesmo – retruca Ana e todas nós rimos.


Mergulho em meus pensamentos e, para ser bem sincera comigo mesma, preferia passar o resto da minha vida ao lado do Christopher ao invés de estar aqui a conversar sobre quem daria o que para transar com ele. E no meio dessa corrente de pensamento fútil sou nocauteada.


– O que está acontecendo com vocês dois? – Pergunta Elvira. – Vocês estão transando? Sexo ardente ou papai e mamãe ainda?


Reviro os olhos porque essa é a maneira de esconder o quanto essa conversa me deixa toda vermelha.


– Nem um, nem outro.


– Como assim? O cara está praticamente de quatro por você e, Jesus, você diz que não está acontecendo nada?


– Não são assim que as coisas acontecem. Eu mal o conheço – essa é a verdade que encoberta a maior verdade: a que estou apaixonada pele Christopher, o desconhecido. – Sei lá... E também tem a aposta.


Eu quero ganhar.


Oquei, admito. Falei como uma idiota agora. Tudo bem. As minhas amigas parecem não se importar com essa minha atitude e, em vez disso, ouço o comentário:


– Para ficar com esse cara, eu esqueceria todas as apostas do mundo!


– Pois é! Sorte para umas, azar para outras – começa Laura. – Acredita que, hoje, o feioso dono da academia me seguiu até em casa e de quebra ficou perguntando quando eu iria convidá-lo para comer um macarrão ou tomar um café? – Ela revira os olhos - E ainda perguntou se não tinha casas para alugar perto da nossa!


Todas nós rimos, inclusive eu, a garota apaixonada pelo melhor cara do mundo e que não quer se render... por que mesmo?


– Ah, mas bem que tem um gatinho atrás da Laura. Até deu uma cantada nela – disse Ana.


– Uma cantada bem cretina! – Murmura Katariny.


– “Gata, você precisa tomar água porque estou te secando todinha”


– Completa Silvia.


Risos.


Mais tarde, na faculdade, estou lerda demais para prestar atenção em qualquer coisa que a professora diga sobre fungos e afins. Bato a caneta di- versas vezes contra o meu caderno aberto em uma folha.


Mordo os lábios e sorrio com a lembrança do Christopher dizendo que gosta da minha nuca. Eu sei, eu sei.


Isso me é um tanto ousado, excitante até. Quando imagino seus deliciosos lábios em minha nuca descendo até as minhas costas e beijando todo o meu corpo... Stop. Estou feito uma vadia desesperada por sexo e eu não sou assim (aprendi a não ser assim).


Mesmo assim amarro o meu cabelo em um rabo de cavalo alto e me sinto bonita sem nem me olhar no
espelho. Sei de quem é a culpa: o meu vestido branco de bolinhas amarelas com babados azuis que me deixa, digamos assim, um tanto sexy. Aperto meus pés na sapatilha, arrumo meus materiais e me levanto.


Saio da sala porque já passou do horário de sermos liberados. Ana vem atrás de mim.


– Cara, que aula chata do caralho!


Sorrio para ela. Já estou acostumada com esses xingamentos, embora não consiga verbalizados.


Droga! Sou uma idiota quando não quero ser uma idiota!


Descemos as escadas e passamos pela praça de alimentação vazia devido ao horário. Algumas pessoas andam de um lado para o outro enquanto uma minoria se espalha nos bancos do pátio.


Atravessamos o pátio e ao passar pela catraca sinto o vento forte soprar em meus braços nus. Quando chego no portão, uma concentração enorme de pessoas, carros e motos se mantém alto.


Porém, enquanto passo o peso do meu corpo para a outra perna e espero pelo Derek, eis que avisto um cara em pé, encostado numa CBR 600F. Sinto meu mundo cair. Viro de costas.



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Autor(a): jessica_ponny_steerey

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– Oh, meu Deus! Oh, meu Deus! Que diabos ele veio fazer aqui? E como ele sabe que eu estudo aqui? – Hã? – Estou falando do Christopher – viro-me um pouco para apontá-lo com meus olhos. – O que ele está fazendo aqui? – Certamente veio te buscar. Droga. Esqueci de ligar para ele. Simplesmente o odeio por cumprir ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 64



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  • stellabarcelos Postado em 14/01/2016 - 06:55:27

    A história foi tão linda! Linda e surpreendente! Nada mais lindo do que ler sobre o amor de verdade. Amei

  • maianamr Postado em 13/12/2014 - 10:50:12

    Ameeeei a fic, muito linda *---* parabens

  • vondy4everponny Postado em 19/09/2014 - 00:03:58

    Parabéeeens mana, mais uma fic maravilhosa sua que eu acompanhei! *-----* Tu é bandida menina, foi tudo tão perfeeeeito, o casamento, eles dando entrevistas, os babys vondy .. Aaaaawn, sou sua fã amiga, tu sabe né? Mas não vou ficar falando muito não porque seu ego cresce demais ai ja era pra mim KKKKKKK Parabéns amiga, te adoro muito doidinha <3 Até a proxima fic! u.u

  • juhcunha Postado em 18/09/2014 - 23:38:31

    poxa acabou to triste por te acabado mais feliz porque no deu tudo certo sua web foi maravilhosa Ei qual vai ser sua outras web ????

  • vondy4everponny Postado em 18/09/2014 - 17:40:21

    Sério, é muita tragédia pra dois capitulos e o pior, que ao invés de me emocionar com o discurso dela no teatro, eu quis rir da situação KKKKKKKKKK! E ela e o Derick? PQP, os doidos não conseguiam manobrar um carro, meu Deus! Nãaaao, Chris não pode ir embora :/ Diz que ele fugiu do avião e viu a Dulce sendo levada pelos seguranças! :/ Pleaaaase!

  • gabivondy Postado em 18/09/2014 - 08:39:54

    tadinho do christopher tudo que ele sofreu chorei serio que ele foi embora eles tem que ficar juntos :(

  • vondy4everponny Postado em 16/09/2014 - 22:40:46

    Gzuis, tadinho do Christopher, pqp , que história mais triste :/ Sofri horrores com ele contando a história dele, te falei ne? Nossa, espero que ele e a Dul se resolvam, porque ela é a unica felicidade dele tadinho :/

  • juhcunha Postado em 16/09/2014 - 20:22:25

    coitado do christopher sofreu muito posta mais quero saber o que vai acontece com eles

  • vondyh Postado em 16/09/2014 - 19:38:15

    continua

  • nandafofinha Postado em 15/09/2014 - 15:15:39

    Nossa nem sei o que disser to branca igual papel kkkkkkk POSTA MAIS


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




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