Fanfic: Verdade ou consequência(Adaptada) Dulce & Christopher TERMINADA | Tema: DyC Romance e hot
– Christopher, me desculpe...
– Tudo bem, Dulce – ele diz e limpa o nariz. – Você não tinha uma bola de cristal. Fui eu quem escondeu tudo de você. Eu que preciso pedir desculpas.
– Precisamos contar às autoridades, precisamos...
– Para, DUlce, já faz tanto tempo que para lei isso nem conta mais e, além do mais, nem sou daqui.
Faz de conta que as coisas prescreveram.
– Não é assim “faz de conta” e pronto.
– Para mim, é. Passei todos esses anos tentando esquecer o que te contei agora. Por favor, não me faça repetir isso para mais ninguém. Isso, de qualquer forma, mesmo depois de tanto tempo, ainda dói. Só agora percebi.
Fico olhando um tempo para ele. Para o rosto vermelho e manchado pelas lágrimas que ali rolaram.
Estou desesperada e desequilibrada mentalmente. O que ele acabou de me contar rodopia em minha mente sem parar, enquanto fico imaginando as cenas.
Finalmente concluo que é hora de engolir meu orgulho barato. Levanto-me da cadeira e o abraço porque nem sei o que dizer e, como dizem, um abraço vale mais do que mil palavras, certo?
– Não quero voltar para lá, Dulce. Não quero voltar para aquele lugar que me traz essas lembranças – ele chora em meu peito.
Seguro o meu próprio choro que arde as minhas narinas e fica enta- lado em minha garganta numa forma de grito. Tento respirar e não consigo. Tento formar palavras, mas é impossível, pelo menos durante os minutos que se sucedem.
– Eu nunca irei deixar que eles te levem, Christopher. – Digo e não sei se essa afirmação é verdade ou
mentira.
– Isso significa que você me perdoa?
Ouço batidas no portão e o policial entra dizendo que o tempo acabou. Afasto-me do Christopher e ando de macha-ré.
– Quer dizer que tenho que fazer alguma coisa certa pelo menos uma vez na vida.
Naquele dia em que saí do presídio, após a minha breve e esclarecedora visita, fiquei atordoada. A história que o Christopher me contou ficou bailando no centro dos meus pensamentos horas e horas. Chegou um momento em que nem mesmo eu sabia onde estava quando entrei no táxi. Liguei para o Derek para me encontrar em um escritório de advocacia de um amigo dele.
No táxi, fiquei pensando e cheguei à conclusão de que eu e o Christopher temos uma história parecida. Eu fui vendida para um casal e só me safei por que eles morreram, mas de quebra fiquei sem a minha mãe, que pouco importa. Ele perdeu a sua mãe muito cedo e veio parar no Brasil ilegalmente. Ou seja: estamos, ambos, ligados direta ou indiretamente ao tráfico de corpos humanos. Isso é assustador. A diferença é que um teve mais sorte do que o outro.
Paguei pela corrida e encontrei o Derek já no escritório sentado em uma das cadeiras de espera.
Contei, resumidamente, a história que o Christopher me contou. Eu disse para ele que não poderia deixar o
Christopher voltar para a Bolívia e que deveria haver um jeito.
Conversamos com o Eduardo, o advogado amigo do Derek e que topou assumir o caso. Ele disse que o jeito mais simples do Christopher receber o visto era casando com uma brasileira, o que também seria um
problema, já que nem mesmo ele tem os documentos de um cidadão boliviano em mãos. Afinal, ele foi trazido para o Brasil de mãos vazias. Eduardo disse que esses casos eram mais comuns do que aparentavam ser. O problema geral mesmo era o fato do Christopher estar envolvido com os rachas e que este crime pode acabar oferecendo indícios de periculosidade ou indesejabilidade. Trocando em miúdos, é quase certo que o caso do Christopher não se encaixe a Lei nº 11.961. As coisas estão só piorando para ele. No fim das contas, o Christopher não é considerado um cidadão. Talvez ele tenha mesmo que voltar para a Bolívia, para o lugar onde tanto ele sofreu.
O casamento era uma possibilidade ótima se ele tivesse algum documento. Droga. Eduardo iria entrar em contato com a embaixada da Bolívia para tentar agilizar as coisas antes do sábado e, se conseguisse os documentos de que tanto precisa, então o casamento poderia ser consumado.
A questão toda agora era: quem iria querer casar com o Christopher? É obvio que essa responsabilidade caiu toda sobre mim. No fim das contas, a gente ainda nem sabia se o Christopher iria aceitar a proposta. A sua anistia estava, em parte, nas minhas mãos. Mas eu não queria casar. Ainda não me sinto pronta para o ato matrimonial. Pensei que aproveitaria muito da vida antes que isso acontecesse, antes que me acomodasse com um cara que só sabe reclamar da vida, embora eu saiba que com o Christopher não seria assim, pois ele é a pessoa mais autentica que conheço. Eduardo ficou com uma cópia dos meus documentos.
No entanto eu não o perdoei completamente. E parem de pensar que sou uma burra hipócrita. Se ele tivesse me contado essa história desde o início, talvez eu tivesse ficado com ele e as coisas não acabariam do jeito que estão.
O advogado me cobrou uma pequena fortuna e decidi que daria mais dinheiro se ele conseguisse acelerar a situação. Com o dinheiro que recebeu, ele esqueceu por ora todos os seus processos e focou no caso do Christopher. Voltei para casa sem dinheiro. A pequena herança que a minha madrinha deixou para mim ficou toda nas mãos do advogado. Agora, mais do que nunca, eu terei que ralar as mangas para conseguir pagar a minha faculdade, pelo menos o semestre que se aproxima.
Desde então não vi mais o Christopher. Voltei ao presídio no dia seguinte, porém o diretor recusou ceder uma segunda visita e regressei ao antro com o rabo entre as pernas por querer evitar qualquer abuso.
Liguei para o advogado duas vezes por dia durante esses três dias e ele disse que as coisas estavam indo bem, era quase certo de que tudo desse certo. Fiquei um tempo observado as alianças deixadas pela madrinha. Depois as enfiei na bolsa e as esqueci ali. Esse “quase” me atormenta.
Então o sábado chegou. Um dia terrivelmente decisivo para a minha vida. Estudei as minhas falas pela manhã e quando terminei fui buscar a Belle no aeroporto com o Derek. Ambos trataram de se entrosar e até o Eric veio. Mas o Derek não era mais aquele garoto tímido, tampouco apaixonado pela Belle, se é que essa paixão infantil existia. Estavam todos lá: Belle e Eric, Derek e Isabella (irônico, não?) e os meus amigos da faculdade junto com outros estranhos que em uma hora fizeram esgotar os ingressos, o que tivemos de colocar um novo e segundo horário para a estreia.
Apesar de toda essa felicidade, uma enorme e grande parte de mim estava fixa num cara: Christopher. Ele não me assistiria. Liguei para o Eduardo e ele disse que estava tudo sob controle. Duas horas depois eu liguei de novo, mas ele não me atendeu. A partir daí pedi a noção de quantas vezes eu liguei para esse advogado e só dava na caixa postal.
Às dezesseis horas eu já estava no teatro me preparando porque a peça iria estrear às dezessete horas por conta da sessão dupla que começaria às vinte horas. Chegaram quatro boqueis para mim. Eu não parei para ler os cartões porque preferi ligar para o advogado, o qual não me atendeu.
Comecei a entrar em pânico. Até pensei em ir ao presídio ou ao escritório deste desgraçado. No entanto, fiquei repetindo a mim mesma que iria ficar tudo bem e que hoje era o meu grande dia. O dia que estrearia como atriz em uma sala lotada. Vesti a roupa da personagem e permiti que a moça cuidasse da minha maquiagem e do meu penteado. Só vi o Jonathan quando estávamos na escadaria para subir ao palco.
Atrás das cortinas ouvi o diretor pedir silêncio e as luzes serem desligadas na plateia. Ainda assim tentei uma nova ligação quando o Jonathan subiu ao palco. Enfiei o celular no bolso do short jeans curto que estava trajando quando subi ao palco.
Encarei a plateia rapidamente e busquei, no meio dos estranhos, rostos conhecidos. Desisti de encontrar estes tais conhecidos quando ouvi-me dizer as frases de um monólogo que sei de cor enquanto meu coração fustiga a minha caixa torácica de tanta tensão.
– E você ainda acha que, depois de tudo que aprontou comigo, ainda o quero? Depois daquelas
promessas tolas, Lucas, depois de descobrir que na verdade você é a mentira em pessoa? – digo.
– Não diga assim. Eu amo você e faria qualquer coisa. É só me de- ixar entrar...
Ouço risos na plateia por conta da frase de duplo sentido e que, particularmente, achei que geraria este tipo de reação. Foi proposital.
Passou-se uma hora e quinze minutos desde que a apresentação começou. Entrei para o camarim apressada e tirei o telefone do bolso. Nada. Eu já deveria ter recebido algum parecer. Às pressas, duas camareiras me ajudaram a tirar a roupa e a vestir um pesado vestido de noiva, lindo, que me apertou toda. Seria a última peça de roupas que eu usaria. O ato final. Essa seria a cena em que ela iria embora depois que ele dissesse que não queria casar-se mais com ela. Então Júlia decide ir embora mas, com o vazio que se instala em Lucas, ele descobre que, apesar de tudo, é com Júlia que ele tem que ficar e por isso o Lucas sai à sua procura...
Antes de subir ao palco, olho-me no espelho. A mulher que vejo no espelho é linda e uma desconhecida. E no peito dessa mulher, algo ali brilha: um cordão dourado com um lindo e oval pingente. Seguro a coisa de ouro até que ele esquente em minhas mãos e abro-o, encontrando a foto dele num sorriso que cava um buraco sem fim dentro de mim. Um mártir insuportável.
Choro. Ouço alguém me chamar. Está na hora de voltar ao palco. Recebo a ligação que tanto aguardei.
– Alô? Dulce... Aqui é o Eduardo, o advogado...
– Eu sei que é você...
– Vi as suas ligações. Desculpe não entrar em contato, mas tive que viajar para buscar um registro do Christopher que conseguimos com a embaixada. Estou em Brasília e embarco para Salvador em cinco
minutos. Soube que o Christopher foi transferido para capital hoje cedo.
– O quê? Como?
– É. O voo dele para São Paulo está marcado para as vinte e uma hora. Não sei como, mas a justiça também conseguiu cópias dos documentos. Depois que chegar a São Paulo, ele irá pegar um avião direto para a Bolívia.
– Mas ele não pode. Eles não podem fazer isso... Como eles conseguiram estes documentos? Por que estão querendo se livrar do Christopher de uma vez?
– Eu não sei, Dulce. A Lei é assim mesmo. Bem, já pensei em tudo. Só preciso que vá agora até o aeroporto de Salvador. Procure pelo Christopher, encontre-o e impeça que ele viaje caso eu não chegue.
– Como irei impedir? – Ouço o diretor me chamar. – Ei, eu estou no meio de uma apresentação.
– Faça como quiser, Dulce. A permanência do Christopher aqui está em suas mãos. Agora tenho que correr.
Precisa pedir a ele que se case com você porque ele não tinha aceitado quando propus isso. Christopher
disse que não estragaria a sua vida.
Ou a ligação cai ou o Eduardo desliga. Não sei. O diretor me chama pela segunda vez e sou empurrada por alguém até que ressurjo no palco. E de repente a plateia nunca me pareceu tão assustadora. Sei que deveria me mover, que deveria sorrir e me preparar para entrar na igreja improvisada. Mas tudo o que faço é ficar parada no mesmo lugar, assustada. Os segun- dos correm.
Jonathan aparece e percebe que estou petrificada no lugar. Ele se aproxima e sei que deixou de encarnar o personagem.
As lágrimas cambaleiam pelo meu rosto. Grossas linhas salgadas que borra a minha maquiagem.
Minhas mãos tremem e ainda estou agarrada ao meu telefone celular.
– O que está acontecendo, Dulce? – Pergunta Jonathan. – São a últimas cenas. É a estréia, lembra?
Vamos. Diga alguma coisa. – Ele sussurra.
Ainda estou parada em meu lugar. Sempre foi o meu sonho estar aqui. Fazer isso que estou fazendo.
Seria injustiça abandonar tudo, a carreira que ainda nem consegui fazer, para ir atrás de um homem?
Do Christopher? Mas se eu não for atrás dele, sei que me arrependerei para o resto da vida.
O que fazer? (Ouço um tic-tac mental me impedindo de raciocinar. Esse som me atormenta.) Murmúrios vêm da platéia.
– Eu não posso mais fazer isso. – Sibilo e viro para a platéia. – Sinceramente não posso mais fazer isso. – Choro. – Estou aqui pensando numa maneira plausível de me explicar e pedir que me entendam, pois não quero que a minha carreira afunde sem ao menos ter começado. Lutei muito para estar aqui neste palco, mas existem coisas que precisam ser feitas. Antes de morrer, a minha mãe me disse que sempre, enquanto vivermos, teremos que optar por uma coisa e abdicar outras. Não importa o que escolhermos, as consequências sempre estarão lá.
“O que estou tentando dizer é que estou escolhendo abandonar isso aqui, deixar vocês na mão como uma aspirante qualquer. Não quero me arrepender depois igual ao Lucas que só descobriu que amava a Júlia depois que ela decidiu ir embora. Quer saber? No fim vai dar tudo certo porque é só uma história, uma fantasia.
“Hum. A realidade é outra coisa. Cada passo é incerto e sei que, enquanto estou aqui tentando me explicar, o relógio está correndo contra mim porque o cara que eu amo está agora pronto para embarcar num avião para nunca mais voltar. E eu preciso muito dizer a ele que o amo. Eu não seria eu se deixasse que ele fosse embora sem saber disso. Vocês podem me odiar, mas isso é só uma peça e, no fim das contas, não me faltarão novas oportunidades de fazer isso de novo para vocês e para outras pessoas. Mas se o Christopher for embora... – Deixo as palavras morrerem porque nem sei mais o que dizer. – Me desculpem, mas eu tenho um embarque para impedir.”
Levanto o vestido pesado que me deixa levemente desengonçada e desço as escadas apressadamente.
Migro para a platéia enquanto varias cabeças estão girando para onde quer que eu vá.
– Derek, preciso da minha bolsa! – Berro para os quatro cantos. – Vou te esperar no carro!
Antes de desaparecer do teatro, ouço, ao invés de vaias, aplausos. Calorosos aplausos. Corro pelo
estacionamento e rapidamente o Derek aparece com a minha bolsa, a linda Isabella, a Belle e o Eric.
Peço que a minha irmã fique, assim como os outros dois que me encorajam.
Autor(a): jessica_ponny_steerey
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Entro no carro. É difícil com todo o volume branco que me rodeia, mas consigo. O carro ganha vida e o Derek fica perguntando aonde, ex- atamente, vamos. Digo que temos que ir para Salvador o mais depressa possível. Ele diz que não sabe andar lá e eu berro com ele que, se ele não souber, eu mesmo irei dirigindo. Procur ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 64
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stellabarcelos Postado em 14/01/2016 - 06:55:27
A história foi tão linda! Linda e surpreendente! Nada mais lindo do que ler sobre o amor de verdade. Amei
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maianamr Postado em 13/12/2014 - 10:50:12
Ameeeei a fic, muito linda *---* parabens
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vondy4everponny Postado em 19/09/2014 - 00:03:58
Parabéeeens mana, mais uma fic maravilhosa sua que eu acompanhei! *-----* Tu é bandida menina, foi tudo tão perfeeeeito, o casamento, eles dando entrevistas, os babys vondy .. Aaaaawn, sou sua fã amiga, tu sabe né? Mas não vou ficar falando muito não porque seu ego cresce demais ai ja era pra mim KKKKKKK Parabéns amiga, te adoro muito doidinha <3 Até a proxima fic! u.u
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juhcunha Postado em 18/09/2014 - 23:38:31
poxa acabou to triste por te acabado mais feliz porque no deu tudo certo sua web foi maravilhosa Ei qual vai ser sua outras web ????
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vondy4everponny Postado em 18/09/2014 - 17:40:21
Sério, é muita tragédia pra dois capitulos e o pior, que ao invés de me emocionar com o discurso dela no teatro, eu quis rir da situação KKKKKKKKKK! E ela e o Derick? PQP, os doidos não conseguiam manobrar um carro, meu Deus! Nãaaao, Chris não pode ir embora :/ Diz que ele fugiu do avião e viu a Dulce sendo levada pelos seguranças! :/ Pleaaaase!
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gabivondy Postado em 18/09/2014 - 08:39:54
tadinho do christopher tudo que ele sofreu chorei serio que ele foi embora eles tem que ficar juntos :(
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vondy4everponny Postado em 16/09/2014 - 22:40:46
Gzuis, tadinho do Christopher, pqp , que história mais triste :/ Sofri horrores com ele contando a história dele, te falei ne? Nossa, espero que ele e a Dul se resolvam, porque ela é a unica felicidade dele tadinho :/
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juhcunha Postado em 16/09/2014 - 20:22:25
coitado do christopher sofreu muito posta mais quero saber o que vai acontece com eles
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vondyh Postado em 16/09/2014 - 19:38:15
continua
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nandafofinha Postado em 15/09/2014 - 15:15:39
Nossa nem sei o que disser to branca igual papel kkkkkkk POSTA MAIS