Fanfic: Verdade ou consequência(Adaptada) Dulce & Christopher TERMINADA | Tema: DyC Romance e hot
Poucos minutos depois que Christopher foi embora ouço duas batidas na porta. Ainda estou sentada no chão e sorrio que nem uma idiota. Levantome depressa e giro a maçaneta.
É ele de novo.
– Pensei que já estivesse ido. – Digo e tiro o sorriso do rosto. Ele não precisa saber que estou
encantada por sua pessoa.
Espero que o Christopher diga alguma coisa convincente.
– Na verdade, esqueci de perguntar uma coisa.
Ótimo. Solto as mãos e esfrego uma na outra. Vamos lá, Christopher, pergunte. Sou toda sua, sou toda ouvidos. Pode perguntar. Vá em frente, lindão!
– Você tem programa para hoje à noite?
Se eu não fosse uma boa atriz, com toda a certeza do mundo meu queixo iria cair e a minha boca se escancarar. Se conheço bem esse tipo de pergunta, é quase certo que ele vai me convidar.
Nossa, necessito muito ir com calma! Não posso me entregar de vez ou essa coisa não vai funcionar.
Lembre-se, garota: vocês só se conhecem há um dia e meio. Não crie expectativas – de novo essa maldita palavra.
– Não. – Balanço a cabeça num sinal de negação. – Por quê?
– Hum... Nada, só estava pensando em tirar a noite de folga e, bom, se você topasse, queria te
convidar para jantar.
Oh, meu Deus! Ninguém nunca me chamou para jantar – a não ser pizza. Ele está mesmo dizendo jantar? Com direito a restaurante e tudo? Não quero parecer desesperada e por isso digo algo piegas.
– Tenho que checar a minha agenda. – Ele faz uma cara de decepção quando as coisas são para levar na esportiva. Christopher sempre faz o contrário.
– Estou brincando! Vamos. Tem certeza de que quer me levar para jantar?
– Sim – ele sorri.
– Oquei, vamos jantar.
– Às oito?
– Às oito.
Concordo e o observo ir, pela segunda vez. Porém não encontro seu carro. Meus olhos brilham com o que acabei de imaginar. Será que ele deixou o carro na esquina e veio correndo me chamar para jantar? Isso é tão romântico que tenho vontade de gritar de novo. Contenho-me. Já sou bem
crescidinha e, além do mais, sempre jurei que, quando achasse um cara legal, eu não seria uma idiota que chora e se torna romântica, grudenta e chata. Não mesmo!
Fecho a porta. Vamos lá... O que ele disse quando se referiu a tirar a noite de folga? Oh, além de
lindo, ele é trabalhador. Estou ainda mais encantada pelo Christopher. E agora vamos dar um stoppor aqui.
Já está começando a ficar chato, concordam?
Apanho a cuba de gelo e o pano que ficaram no sofá. Apanho tam- bém uma roupa fresca, pois
preciso de um banho para tirar as digitais do ladrãozinho de mim e o cheiro de delegacia. Prometo a mim mesma que nunca mais correrei atrás de um ladrão, sério. É tão constrangedor! Pelo menos não perdi meu celular. Bônus pra mim!
Ando com a Ana e com as sacolas de roupas que compramos no shopping. Ela não para de falar
sobre o seu namorado, o Nêmias, e nem está me dando chances de falar que finalmente fui beijada. O titulo de “Nunca fui beijada” não me pertence mais, e agora me parece seriamente que estou ficando de quatro de todas as formas possíveis pelo Christopher. (Tudo bem, também pensei em coisas eróticas, mas não precisa espalhar).
– Você acha que o problema sou eu, Dulce?
Lambo os lábios porque estou completamente entediada. Será que ela não percebe que também
preciso me desabafar? Que o mundo não gira apenas ao redor do seu relacionamento complicado
com o Nêmias?
– Não, não acho que a culpa seja sua.
Talvez seja. Deixa-me explicar: Ana é do tipo grudento. Não gosta que o cara grude demais nela,
mas gosta de grudar. Ela quer toda a atenção e não é por que ela é a minha amiga que vou deixar de fazer minhas conclusões... Mas nunca as direi. Não quero gerar polêmica.
– Outro dia eu o encontrei se masturbando com uma garota que ele nunca viu, digo, pelo PC.
Primeiro, eu nem soube o que dizer. Fui para casa e não parei de deixar de pensar na cara que ele
fazia.
Oquei. Nojento! Tudo bem, também não é o fim do mundo, é? Não sei. Se fosse comigo, eu chutaria o pau da barraca.
– Por que os homens fazem essas coisas, hein?
Ela faz uma careta de nojo.
– Pelo menos foi com uma garota – minto porque, de verdade, isso é tão errado quanto fazer sexo corpo a corpo, você me entende.
– É.
Chega. Hora de dizer o que realmente penso. Estou cansada desta ladainha! Há quantas horas estou ouvindo sobre o Nêmias?
– Ou, talvez, ele já não esteja mais na sua. Vamos encarar os fatos.
– Tiro meu cabelo dos olhos. – Acho que está na hora de você partir para outra, sabe?
Ana concorda com a cabeça e faz cara de santa.
– Na verdade, é tudo culpa desse seu amigo! Eu o vi algumas vezes no barzinho e ele tem um papo bem... Estranho.
– Sejamos realistas, Ana. Isso não é culpa de ninguém, e sim do seu relacionamento que está indo por água abaixo.
– Obrigada, Dulce. Estou muito melhor – murmura ela em tom de zombaria.
– Disponha. Foi você quem disse que era para eu dizer a verdade, apenas a verdade – reviro os
olhos.
E finalmente o telefone dela toca. Que maravilha! Um sinal divino! Ela atende o celular e vai
andando na frente para ter mais privacidade, como se eu já não soubesse de toda a sua vida.
Credo!
Só agora que eu percebo: Ana está bastante desesperada para ficar contando a sua vida para qualquer um – não que eu seja qualquer uma.
Começo a achar que foi uma péssima ideia convidar a Ana para fazer compras, mas é tudo culpa do
Derek porque ele não atende a este diabo de telefone. Gosto mesmo é de fazer compras com ele
porque, além de carregar as minhas coisas, ele não fica preso no mesmo assunto. Sim, ele também resmunga. Quase sempre como qualquer homem normal.
– Ah, Dulce, nosso programinha encerra por aqui. O Nêmias está por aqui e a caminho. Ele vem me buscar para termos uma boa conversa.
Despedimo-nos e dou de ombros, aliviada por não ouvir o nome Nêmias pelo resto do meu dia.
Vou andando. Estou perto de casa e louca para experimentar meu vestido novo pela milésima vez.
E, bom, a Ana nem me deixou falar sobre o Christopher! Ah, grande egoísta!
Procuro as chaves do meu antro e migro para a calçada ansiosa para entrar quando olho para a casa vizinha, em silêncio. É a primeira vez que percebo que tem um carro na garagem. Aquilo estava lá antes ou eu só notei agora? E, ah, o meu espanto é que aquele carro é igualzinho ao do Christopher. Sei que existem milhares de carros iguais, mas isso não pode ser coincidência.
Pode?
Em vez de ir para o meu antro, eu paro em frente à casa silênciosa e decido caminhar até o portão.
Devo bater palmas? E se não for o carro do Christopher? E o que eu tenho a ver com isso?
Não importa. Encontro uma campainha e aperto-a. Silêncio. Ninguém sai da casa. Aperto-a de novo, animada e horrorizada. Não, ele não pode morar ai! Silêncio. Nada. Nada. Nada. É melhor eu ir embora.
Volvo e decido ir para casa porque não quero ter de explicar nada caso seja outra pessoa quem mora ai, tipo, o Edward Mãos de Tesoura. Já pensou?
Fico mega feliz quando vejo o carro do Derek parando em frente ao antro! Ando depressa. Meus
passos ecoam no ar e o vento forte sopra o meu cabelo cor de merda!
– Derek, seu desgraçado, por que não atendeu aos meus telefonemas?
– Oi, Alice, como foi o seu dia? Sabia que boas maneiras ainda se usam neste mundo que Deus fez todo errado?
Encolho os olhos.
– Você está blasfemando!
– Eu passei um dia inteiro ouvindo a Melaine falar sobre Jesus! Francamente! Se eu quiser ouvir
sobre Deus vou à igreja! Sabe o que eu tive que dizer para ela parar de falar? “Tudo bem Melaine,
eu amo o diabo”.
– Continua blasfemando.
– O que importa? Pelo menos funcionou e agora ela se repeliu de mim como se eu estivesse com um vírus altamente perigoso! Isso é fantástico!
Oquei, eu vou me lembrar de dizer isso quando ela tiver me alugando com coisas de igreja. Não que eu seja ateia, mas às vezes ela exagera e, só para vocês entenderem quem é Melaine, ela é a nossa colega de classe e colega duas vezes do Derek, pois os dois fazem estágio no mesmo laboratório.
Ele olha as suas ligações recebidas.
– Nossa! Treze ligações não atendidas. O que você andou aprontando?
– Você nem imagina!
Então narrei sobre os últimos acontecimentos da minha vida. Que eu tinha sido quase assaltada, que me atraquei com o ladrão, que fomos para a delegacia e eu liguei para Deus e o mundo e a última pessoa que me sobrou foi o Christopher e que, depois o meu herói me trouxe para casa, ajudou a amenizar meu hematoma e, de quebra, me deu um delicioso beijo de língua. Enfatizo a palavra “língua” para que o Derek jamais esqueça que fui beijada.
E ele ri.
– Fala sério! Preciso muito conhecer essa alma que te tirou do mundo obscuro. Estou gostando de ver. Finalmente está assumindo a meretriz que existe dentro de você!
– Pois é. Ele me convidou para jantarmos hoje à noite e eu aceitei! – Bati palmas feito uma foca
batendo as nadadeiras.
Porém o Derek não está mais com aquele sorriso por eu ter final- mente subido dois degraus na
escala de relacionamentos.
– Que foi?
– Nada. Só acho que você está indo rápido demais, Dulce. Vocês se conheceram ontem e você já está completamente apaixonada por esse cara que, pra sermos bem honestos, nem fazemos ideia de que buraco ele saiu.
– Está sendo egoísta, Derek. Só porque não tem progresso com a Lena não quer dizer que pode
sabotar o meu momento.
– Não estou sabotando nada! Só estou te alertando. É isso que os amigos fazem. Se não percebeu, você também dá pitacos em minha história com a Lena, então estamos quites.
– Tá, desculpa. – Coloco o meu cabelo atrás da orelha. – É que final- mente as coisas estão
acontecendo e não quero ser despertada, pelo menos não durante as ultimas vinte e quatro horas.
Ele concorda com a cabeça. Senta no sofá com as pernas aberta e estica os braços para que eu vá até ele. É isso que faço. Sento no colo do Derek e apoio a minha cabeça em seu peito. Ouço o som do seu coração, sinto o cheiro do perfume da sua roupa, aquele cheiro que diz que tudo vai ficar bem.
Estamos juntos nessa. Derek alisa o meu cabelo e eu fecho os olhos, sorrindo.
É verdade, as coisas estão acontecendo. Antes eu achava que os caras não se interessavam por mim.
Nunca me achei um padrão excelentíssimo de beleza e essa coisa de beijo contribuiu e muito para as desventuras da minha vida amorosa. Mas, agora, não. Pela primeira vez me sinto a mulher mais bela da face da Terra. Sei que o Christopher ter me beijado pode não ter significado nada para ele, porém para mim é algo que não tem explicação. Você deve me entender... Todo mundo já passou ou vai passar por isso que estou passando, então não faça alarde e nem pule as páginas.
– Acha que posso, pelo menos, conhecer esse cara?
– Sim, claro que sim, papai. Aproveite e me presenteei com uma caixa de camisinha. Faremos sexo ardente hoje.
– Sério?
Faço uma careta. É claro que não. Levanto e vou para um banho porque está perto das oito.
Quando termino o banho, visto o meu vestido novo e vejo que ele deixa a minha cintura marcada.
Penteio o meu cabelo e o deixo solto porque ele também está muito bonito, apesar de ter sido molhado pelo meu suor quando sair do salão.
– Para aonde ele vai te levar?
– Não sei.
– Já pensou que você estar se arrumando toda deste jeito para apenas comer cachorro-quente na
pracinha?
Levando em consideração meu azar nos últimos dias, é bem provável irmos comer numa barraquinha de cachorro-quente. É obvio que não digo isso porque tenho meu orgulho.
– Acredite: serei feliz em comer cachorro-quente.
Derek lança um olhar estranho para mim e eu me encolho. Não tenho culpa se estou feliz. Não tenho.
Olho-me mais uma vez no espelho e penso na minha irmã. Não sei por que mas, quando me vejo no espelho, sempre me lembro da Belle. Será que ela se parece comigo ainda? Ou, quem sabe, não se transformou numa linda mulher mil vezes melhor do que eu? Todo mundo sabe que, quando somos criados pelos nossos pais, sempre temos mais autoconfiança, ao contrário de ser criada pela amiga da sua mãe. Mas, tudo bem, isso é passado.
– O que acha? Estou apresentável?
– Você está linda! Juro que, se eu não fosse seu melhor amigo, com toda a certeza me apaixonaria por você agorinha mesmo!
– Pelo menos ainda podemos nos casar daqui um tempo.
– Não sei... Agora que você aprendeu a beijar é bem provável que tenha me colocado para escanteio.
Adeus, dias sombrios! Olá, vida repleta de bocas e sapinhos! Bem-vinda ao sexo oral!
– Às vezes você me assusta, Derek.
– Aham. Depois me diga se eu te assusto quando você experimentar.
– Experimentar o quê?
– Sexo oral, anal, essas coisas...
Apanho uma almofada e aperto contra o rosto dele. Não acredito no quanto o Derek pode ser nojento.
E, tudo bem, não sou uma santa do pau oco. Sei que deve ser uma maravilha fazer essas coisas.
– Vamos conversar sério, Alice. Se ele te convidar para ir a casa dele, não vá. Também não o
convide para entrar. Você nem imagina como essas simples atitudes podem ser cruciais. Ah, também fique prestando atenção se esse Christopher não coloca algo na sua comida ou bebida, como “boa noite cinderela”.
– Está exagerando, Derek.
– Não estou, não. Os homens são terríveis, Dulce. Até eu já pensei em fazer essas coisas – levanto uma sobrancelha. – Não me julgue, tá legal? Foram só pensamentos... A gente pensa em assassinar um monte de gente e nem por isso saímos matando todas elas por ai. São apenas fantasias. Porém, algumas pessoas não costumam ficar apenas na utopia. Preste muita atenção.
– Está me assustando.
– Ótimo! Isso prova que não estou falando à toa. Eu te amo, Dulce. Por isso me preocupo com você, mesmo que me chame de gay. – Ele limpa a garganta. – O que acha de eu ir também?
Posso ficar em uma mesa ob- servado tudo!
Arregalo os meus olhos. Isso está longe de cogitação! Não quero ser vigiada! Já sou adulta!
– Cala essa boca, por favor.
– Oquei, depois não venha chorar as pitangas comigo. – Derek se levanta e olha para o seu celular que não para de piscar.
Ele atende e se afasta de mim, o que é ótimo. Isso me dá tempo de retocar a minha maquiagem.
Minutos depois.
– Tem certeza de que não quer que eu vá com você?
– Tenho. Estamos conversados.
– Obrigado, Dulce. Ficarei em casa trancado no banheiro me masturbando. Se precisar, é só ligar.
Meu celular estará bem alto.
– Obrigada. Só não mele o banheiro todo, querido.
Ouço duas batidas na porta e tenho certeza de que é o Christopher. Peço para o Derek abrir a porta enquanto apanho a minha bolsa. Estou tão animada que não consigo me conter dentro do meu próprio corpo, o que é um mau presságio. Como disse Shakespeare: alegrias violentas tem fins violentos.
– Você é o... Christopher?
Ouço a voz de surpresa do Derek e saio do meu esconderijo. Vou apressada até a porta e dou de cara com o Diogo.
– Diogo? O que você está fazendo aqui?
Ergo as sobrancelhas e espero que ele me responda. Enquanto isso não acontece, observo seu rosto: o olho está vermelho e inchado e a sobrancelha está costurada. Pelo menos não parece quebrado e não preciso me culpar.
– Oi, Dulce. Vim pedir desculpas.
Concordo com a cabeça porque não sei do que o Diogo fala. Além do mais, eu é que tinha que me desculpar.
– Como? – Franzo o cenho.
– Pelos insultos hoje mais cedo, no telefone. Lembra?
Claro que me lembro. Lembro-me também que ele disse que não queria me ver nem pintada de ouro.
– Pensei que não quisesse mais me ver.
– Foi impulso – ele responde e Derek apoia sua cabeça na base da porta. – Ainda estava com raiva porque, mesmo depois que aquele babaca socou o meu rosto, você foi com ele ao invés de me ajudar.
Hum... Deixa-me ver se eu estou entendendo bem: o Diogo veio aqui para me cobrar pela atenção de ontem à noite? Ah, qual é! Para começar, nem ao menos pedi para que ele fosse me ajudar e, se me lembro bem, eu ainda o amparei. Oquei, foi bem rápido. Mesmo assim, eu me importei.
Não quero aparentar a insensível porque o rosto meio desfigurado dele está ali para provar qualquer coisa.
– Sinto muito, Diogo.
Ele olha para mim e depois para Derek, o qual arregala os olhos e dá de ombros, visto que Diogo fez uma cara de “precisamos conversar a sós”. Porém, não temos nada para conversar – a não ser sobre bactérias gran-negativas e gran-positivas. Ele simplesmente manja nas invisíveis.
– Atrapalhei alguma coisa? – Ele pergunta.
– Não. –Lambo os lábios e espero o que ele vai dizer. – Então?
– Estava pensando em te convidar para jantar fora, mas parece que o Derek chegou primeiro.
Opa. Das duas, uma: ou todos estão vendo que em breve me tornarei uma famosa atriz ou acabei de descobrir que sou sobrinha de alguma sereia. Nunca choveu tanto assim na minha horta!
Valei-me!
Mas tudo isso é muito bom, muito bom, mesmo. Não sabia que ser cobiçada era tão magnífico!
Quer dizer, já tenho um jantar hoje com o cara que tirou a teia de aranha cavernosa da minha boca e socou o rosto do cara que está parado diante de mim e me convidando para jantar.
– Na verdade, eu não vou sair com o Derek, e sim com outro cara...
– Hum...
– Mesmo assim, fico muito lisonjeada com o convite... É que não dá para desmarcar mesmo com o outro carinha.
Não mesmo! Só se eu estivesse fumando maconha misturada com ervas daninhas! Porém, a cara de bocó que o Diogo faz é tão cachorro sem dono que tenho vontade de carregá-lo no colo, colocar sua cabeça em meu peito e dizer coisas motivadoras com aquela voz de mongoloide que as pessoas sempre usam quando querem mimar seus cães.
– Pelo visto cheguei realmente tarde – e sorri, sem graça.
Oquei. O que ele tenta dizer com isso? Seria uma frase analógica? Duplo sentido sem ser aquele
duplo sentido pornográfico? Suspiro. Sou nova nessas coisas e nunca soube interpretar direito o que os caras realmente querem dizer. Oh, como sinto falta da Laura agora.
– O que você quer dizer? – Interpreto uma protagonista tonta.
– Quero dizer que sempre tive uma queda por você, Dulce, embora nunca tenha me dado bola mas, tudo bem. É aquela coisa: não trate como Facebook alguém que te trata como Orkut.
É impressão minha ou ele está me chamando de rede social? Sim, porque ouço o riso preso do Derek no interior do antro.
– Hã?
– Isso mesmo, Dulce. Acho que sou apaixonado por você e penso que mereço uma chance,
principalmente depois de ontem.
E estamos de volta ao ontem. Ao momento em que ele levou um soco por mim? Ate quando o Diogo vai passar isso na minha cara? Acho que o Diogo ainda não percebeu que ele não é o Homem-Aranha e tampouco eu sou a Mary Jane. Só porque ele tentou me salvar – quer dizer, eu fui empurrada no lago e, o que quer que acontecesse depois, importava mesmo? Eu já estava molhada! – não quer dizer que tenho que me jogar aos seus pés e amá-lo por este ato um pouco heroico.
– Acho que está colocando os bois na frente dos carros... Ou são os carros na frente dos bois?
Sei lá.
Eu já pedi desculpas. Isso não vale?
– Não, não vale.
– Oquei, acho que não tenho mais nada a fazer em relação a isso. Já me desculpei. Estamos quites!
Fecho a porta, embora eu não quisesse ter feito isso. Mas o Diogo é mais rápido e empurra a porta.
Eu suspiro, coço o cabelo e estou começado a ficar irritada. Francamente!
– Está tudo bem ai, Dulce? – Grita Derek.
– Sim! Está tudo em perfeita ordem. – Suspiro e fuzilo o Diego com o meu olhar de Elvira, a Rainha das Trevas. – Vamos lá, Diogo. Vamos tentar de novo, tudo bem? Peço desculpas por ontem, porém o que posso te oferecer, por enquanto, é só a minha amizade.
– Então quer dizer que, depois desse “por enquanto”, essa amizade pode evoluir para alguma coisa a mais?
Inteligente. Mas você não é pálio para mim, bobão.
– Não. Isso quer dizer que seremos apenas amigos até que o apocalipse aconteça.
E.N.T.E.N.D.E.U.?
– Não.
É ai que ele me puxa para si e, de repente, o meu rosto está pertinho do seu. Meus olhos fitam aquela coisa roxa, que é o seu rosto. Só que é tarde demais para pensar em mais coisas. Sou beijada pela segunda vez no mesmo dia por outra boca deliciosa.
Eu não me afasto, pelo contrário, acho que retribuo o beijo. Vamos lá, mereço um vale por ter
passado todos esses anos vivendo sem beijos. Mereço todas as bocas, se querem saber. Não.
Meu corpo, minha mente e minha boca só querem uma boca: a do Alec, e não a do Diogo.
Finalmente o empurro e vejo seu rosto manchado de batom vermelho. Do meu batom. Oh, não.
É bem provável que eu esteja toda lambuzada também!
Pior que isso: quero morrer! O Christopher está parado a alguns metros de mim, do Diogo, do antro.
Cristo!
Pela sua expressão, pela mão no queixo, é bem provável que ele tenha visto aquele beijo que
aconteceu e que não deveria ter acontecido de jeito nenhum.
Christopher dá de ombros e trota pela calçada, entrando no seu carro, o qual está em frente ao de Derek.
– Tá vendo o que você fez?! – Grito para o Diogo.
– É com ele que você vai sair? Não acredito!
– Ah, vai pro inferno, Diogo!
Apresso meus passos. Na verdade, corro com os meus saltos agulha que estão sendo enfiados no
gramado, o que não facilita para mim. Começo a gritar, mas ele está dando macha-à-ré.
– Espera, Christopher. Eu posso explicar!
Como resposta, tudo o que ouço são os seus pneus cantarem contra o asfalto e a fumaça invadir a minha face. Fico sozinha na calçada, vestida para matar e sem ninguém mais para sair. Adeus,
encontro perfeito. Adeus, jantar magnífico seguido de beijos de língua inebriantes. Bem-vinda de
volta à vida real e frustrada, Dulce. Você nunca deveria ter saído de lá!
Então me lembro que o Diogo ainda está na porta do antro. Vamos aproveitar que estou vestida para matar!
Eu irei matar!
– Muito bem, Diogo, obrigada! Muito obrigada! Está feliz?
– Ah, Dulce, eu posso explicar!
– Explicar por que você me beijou?
– Não, explicar que, talvez, eu tenha livrado você de uma baita encrenca... Esse Christopher simplesmente...
Grito histericamente e o Derek está de volta. Ele para na porta com seus olhos encolhidos,
averiguando a confusão em que mais uma vez eu me meti.
– Não quero ouvir porra nenhuma! – Grito revoltada. Acabei de perder um jantar com o Christopher e isso é o mesmo que dizer que não quero me casar com um astro de Hollywood, ou seja, totalmente surreal, porque nenhuma garota que se preze nunca se recusaria a casar com um astro de Hollywood.
– Acho melhor você ir embora, Diogo. Palavra de escoteiro – murmura Derek e sei que ele está
sendo sarcástico.
– É isso mesmo! Acho melhor você ir embora antes que eu termine de fazer em seu rosto o que o Christopher não conseguiu fazer.
Diogo dá de ombros e vai embora. Sei que, de agora em diante, terei que ser muito estudiosa porque acabei de dizer adeus às minhas notas altas, digo, só quando não estudo, por que o Diogo sempre me passa (passava) uma boa pesca quando o circo se fecha para mim.
– Acabou, Derek, está tudo acabado. O Alec nunca mais vai querer me ver! Eu sou uma vadia!
Ele concorda com a cabeça.
– Pelo menos pense pelo lado positivo: agora você é, oficialmente, uma vadia. Beijou dois num
mesmo dia e logo estará fazendo sexo grupal.
– Derek, cale a boca, por favor!
Entro no antro e decido que nunca mais vou querer beijar ninguém!
Autor(a): jessica_ponny_steerey
Este autor(a) escreve mais 86 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Repito a mim mesma que é um novo dia e por isso vou esquecer tudo o que aconteceu ontem. Mas como esquecer tudo que aconteceu ontem, sendo que não quero apagar da minha memória o Christopher, o beijo do Christopher? Levanto da minha cama de casal. Cama esta que só dividi com o Derek e nunca dormimos de conchinha porque, mesmo n&oac ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 64
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stellabarcelos Postado em 14/01/2016 - 06:55:27
A história foi tão linda! Linda e surpreendente! Nada mais lindo do que ler sobre o amor de verdade. Amei
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maianamr Postado em 13/12/2014 - 10:50:12
Ameeeei a fic, muito linda *---* parabens
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vondy4everponny Postado em 19/09/2014 - 00:03:58
Parabéeeens mana, mais uma fic maravilhosa sua que eu acompanhei! *-----* Tu é bandida menina, foi tudo tão perfeeeeito, o casamento, eles dando entrevistas, os babys vondy .. Aaaaawn, sou sua fã amiga, tu sabe né? Mas não vou ficar falando muito não porque seu ego cresce demais ai ja era pra mim KKKKKKK Parabéns amiga, te adoro muito doidinha <3 Até a proxima fic! u.u
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juhcunha Postado em 18/09/2014 - 23:38:31
poxa acabou to triste por te acabado mais feliz porque no deu tudo certo sua web foi maravilhosa Ei qual vai ser sua outras web ????
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vondy4everponny Postado em 18/09/2014 - 17:40:21
Sério, é muita tragédia pra dois capitulos e o pior, que ao invés de me emocionar com o discurso dela no teatro, eu quis rir da situação KKKKKKKKKK! E ela e o Derick? PQP, os doidos não conseguiam manobrar um carro, meu Deus! Nãaaao, Chris não pode ir embora :/ Diz que ele fugiu do avião e viu a Dulce sendo levada pelos seguranças! :/ Pleaaaase!
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gabivondy Postado em 18/09/2014 - 08:39:54
tadinho do christopher tudo que ele sofreu chorei serio que ele foi embora eles tem que ficar juntos :(
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vondy4everponny Postado em 16/09/2014 - 22:40:46
Gzuis, tadinho do Christopher, pqp , que história mais triste :/ Sofri horrores com ele contando a história dele, te falei ne? Nossa, espero que ele e a Dul se resolvam, porque ela é a unica felicidade dele tadinho :/
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juhcunha Postado em 16/09/2014 - 20:22:25
coitado do christopher sofreu muito posta mais quero saber o que vai acontece com eles
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vondyh Postado em 16/09/2014 - 19:38:15
continua
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nandafofinha Postado em 15/09/2014 - 15:15:39
Nossa nem sei o que disser to branca igual papel kkkkkkk POSTA MAIS