Fanfic: ∞ Até o fim dos tempos ∞ | Tema: Laliter.

“And I felt like running... But knew I had to stay... I look back and I still feel the pain. I know I`ll be stronger and I know I`ll be fine, For the rest of my days... Then it turned so cold, twas the end of the day, There was no condensation, I just felt like I was in space... There`s nothing I have lost... And all of these hard times, Have faded round the bend... I`ve seen better days... Get down on my knees and I pray to God, Hope he sees me through till the end”

Acordei tarde, era sábado. E, além disso, eu queria evitar me encontrar com alguém lá em baixo. Demorei o máximo que pude. Sabia que assim eu tomaria o café sozinha e achava melhor assim, não queria ouvir perguntas e muito menos pensar em respostas.
Desci de pijama mesmo, e fui atrás de comida. 
Eu não tava a fim de comer torradas, pão ou leite, como de costume. Peguei uns biscoitos que minha mãe tinha feito, avistei sorvete no freezer e não hesitei em pegar.Tava meio louca, não queria pensar em nada, só fazia o que me dava vontade. E bom, embora eu não pensasse, tinha consciência do que fazia. Afinal, eu acredito que sorvete às 10 da manhã não faz mal nenhum a ninguém.
Após ter pegado tudo que queria, levei as coisas ao meu quarto e me tranquei. Comi lá mesmo, eu realmente queria ficar só.

Depois de passar quase toda a manhã comendo e assistindo desenho na TV, procurei ler alguma coisa, a leitura era uma das coisas que conseguiam me confortar nesses meus momentos de “crise”. Comecei a ler A Metamorfose, de Franz Kafka, já o tinham me indicado, e eu precisava ler para a escola também, então escolhi ele.
Enquanto lia, por um momento mainha me chamou e deu umas batidinhas na porta.

Mari: Oi mainha? – fui até a porta e encostei o ouvido para escuta-la –
Maria: Tá tarde e você precisa comer, mas não é isso que eu vim falar, a Euge tá aqui no telefone. – abri a porta um pouco acanhada e peguei o telefone –
Mari: Brigada, depois eu vou comer. – dei um meio sorriso -
Maria: É bom mesmo! – tranquei novamente a porta e coloquei o fone no ouvido –

Mari: Oi?
Euge: Até que enfim! Faz horas que eu te ligo.
Mari: Desculpa – lembrei que o celular tinha descarregado e eu deixei jogado –
Euge: Ei, tá tudo bem? Fiquei preocupada com a mensagem de ontem.
Mari: A gente terminou.
Euge: Olha só, eu liguei pra perguntar que horas vocês iria chegar aqui, eu já tinha planejado o que iríamos fazer, mas... Quer que eu vá praí?
Mari: Eu quero, mas...
Euge: Hum...
Mari: Eu queria ficar só antes, sei lá, acho que preciso... Desculpa! Mas olha, se você quiser vir pela noite...
Euge: A noite eu não vou poder, nós vamos sair pra jantar. Posso amanhã, que tal?
Mari: E se eu tivesse aí você ia pro jantar mesmo assim? – pensei -
Euge: Sim!... E você também – pude imaginar ela dando aquele sorriso –
Mari: Besta! Então, amanhã tá ótimo!
Euge: Ok, a tarde chego aí.
Mari: Tá bem.
Euge: Se cuida, tá? E melhoras!
Mari: Se cuida também, e aproveita o jantar por mim!
Euge: Tá, vou comer bastante em sua homenagem. – não pude conter o riso –
Mari: Besta! Vai lá, beijo.
Euge: Beijo. – desliguei -

E como naqueles filmes, pelo resto do dia me afundei na cama a escutar música. Confesso que meu estado era tão ruim que precisei aumentar o volume. Não muito alto, mas suficiente pra eu ouvir e poder sentir cada palavra, cada tom, cada detalhe do arranjo.

XxX: Mari? – ouvi alguém me chamar dando umas batidinhas na porta. Fui destrancar e abrir a porta, fiquei surpresa. Era Euge. Me abraçou forte e ficamos ali alguns minutos. Precisava tanto desse abraço e estava tão surpresa, que me emocionei. De verdade eu não posso dizer o quanto amo a Euge e o quanto sou agradecida por tê-la na minha vida.

Mari: Obrigada – falei baixinho com a voz quebrada –

Euge: Te amo! – me abraçou mais apertado –

Mari: Também te amo – me desfiz do abraço, com algumas lágrimas escapando –

Euge: Amanhã eu venho e a gente conversa. Quero saber de tudo! Só vim mesmo pra dar um oi e dizer que vai ficar tudo bem, tá? – mordi o lábio inferior ao escutá-la, tentando segurar as lágrimas. Ela suspirou, beijou minha testa e me abraçou de novo. Depois desceu e acenei pra ela da varanda, quando ela estava entrando no carro do pai. Não sei vocês, mas se tiverem uma amiga assim como a Euge, nunca deixem ela ir. E cuidem dela. Não tem preço uma amizade assim. É um dos presentes mais preciosos que a vida dá pra gente!