Fanfic: ∞ Até o fim dos tempos ∞ | Tema: Laliter.

Acordei cedinho e fui ao hospital com mainha e Laura. Euge também me acompanhou. Insisti muito pra que ela não fosse, disse que não precisava já que era cedo demais e eu iria só cumprir com os exames que os médicos tinham de fazer. Mas ela fazia questão de me acompanhar e já tava ficando com raiva quando eu voltava a insistir.
Peter não foi porque ia na faculdade começar o processo da sua matrícula. Ele ia fazer Cinema e Arte Visual. Tava tão orgulhosa do meu amor! E feliz! Foi o que ele sempre quis fazer e mesmo com toda a pressão de todo mundo falando pra ele sobre o retorno financeiro ser difícil etc. Ele não deu ouvidos e ta aí prestes a realizar o sonho! Antes dele ir pra faculdade, me ligou pra dar bom dia e desejar boa sorte com exames. E sabem o quê? Nada mais lindo do quê algo que te muda o dia!
Enfim, comecei a conversar com o médico sobre as dores que eu tinha. Ele pedia pra eu descrever como sentia etc. Eu nem sei se consegui, descrever dor é algo tão relativo como você dá um tapa no seu amigo e você mesmo dizer que não doeu. Logo depois disso comecei com os procedimentos. Fui me trocar e colocar aquela bata constrangedora de hospital. Af, queria morrer! Que vergonha!

Fui dopada pra poder realizar os exames e quando acordei já era de tarde. O médico me liberou pra que eu comesse e descansasse um pouco no quarto. "Almocei" com a Euge e a Laura que contivuavam lá me acompanhando. Mainha teve de sair pois trabalhava a tarde, mas logo que soube que eu já havia acordado já tinha ligado tipo umas 983274 vezes perguntando se eu tava bem, como eu tava me sentindo, se eu já tinha comido, se sentia alguma dor etc.
Ficamos algumas horas no quarto do hospital conversando enquanto o médico não chegava pra começar o resto do exames. Comecei a encher o saco da Eugenia porque ela não queria ir embora e tinha uma festa hoje na casa do Agustín que todo mundo ia! Eu super entendia que ela quisesse me acompanhar e tudo mais. Mas não queria que ela deixasse de ir pra canto nenhum ou fazer alguma coisa por minha causa. Passamos um tempão brigando e no bate boca até que ela soltou dizendo que "Eu não vou te deixar sozinha, Lali. Não adianta você ficar resmungando! Não vou a lugar nenhum. Vê se aceita de uma vez... Eu sei como você é e eu não quero deixar de tá perto nesse processo, porque eu juro que se você ocultar ou omitir alguma coisa que tá acontecendo pra mim, eu morro! E eu sei que você não quer machucar ninguém e acaba agindo errado por isso. Então eu quero ficar aqui e me certificar de que vou saber de toda a verdade sempre". Juro que quase chorei nessa hora. Me veio um nó na garganta tão doloroso, meu olhos marejaram quase a ponto de soltar algumas lágrimas. Conversamos sério por uns longos minutos sobre isso e nos resolvemos. Eu prometi que iria sempre ser clara e sincera com ela sobre tudo que passasse ou pudesse passar em relação ao tumor. Só aí ela cedeu. Porque, como me conhece como ninguém, sabia que eu não quebrava promessa nenhuma.
Peter me ligou novamente no fim da tarde, quase minha mãe 2 perguntando 3837268 coisas e geralmente repetindo "Mas você tá bem mesmo?". Ficamos conversamos uns minutinhos. Ele disse que na faculdade tinha sido tudo bem e que a matrícula foi realizada com sucesso! Dava pra sentir pela vozinha dele como ele tava feliz e satisfeito! E isso não podia ser melhor! Fiquei tão feliz quanto! Felicitei ele e confessei como tava orgulhosa. Logo depois ele perguntou que horas eu saia e respondi a ele, como o médico havia me dito, que provavelmente eu teria de passar a noite lá no hospital. Senti ele ficar tristinho com isso e logo mudei de assunto perguntando com que roupa ele ia pra festa do Agus. Ele respondeu meio desanimado, dizendo que não sabia que ia etc. Insisti muito, disse que ele merecia disfrutar e aproveitar pra comemorar pela faculdade. No final ele concordou e resolveu ir.
Desliguei o telefone com o Peter, Euge já tinha ido embora e chegaram mainha e painho pra me acompanhar. Laura tava algo cansada e pedi que ela também fosse pra casa. Ela só foi convencida porque painho me ajudou a encher o saco dela. Fiquei conversando com meus pais um tempinho (fazia tempo que não os sentia assim perto de mim. Não sei, como se fossem meus amigos e não meus pais.) até que o médico chegou dizendo que começaríamos a segunda sessão e então fui.

De novo me doparam e dessa vez acordei às 22h. Os médicos foram me revisar, perguntaram se eu tava me sentindo bem, se tinha sentido alguma coisa durante o exame ou se estava sentindo alguma coisa agora. Respondi que não e eles então me liberaram pra torcar de roupa e ir pra casa. Fiquei um tempo conversando com o meu médico, o que estava me acompanhando desde o início. Ele era super gente boa e conseguia sempre amenizar o clima e me deixar mais tranquila. Além disso, era um palhaço e não parava de soltar piada!
Terminei de me trocar e desci pra voltar pra casa com meus pais. Me despedi do médico e agradeci por tudo.

Assim que cheguei me deparei com o Vico sentado na calçada da minha casa. Desci do carro e fui falar com ele, claro.

Mari: Hey! - sorri enquanto ele me via e se levantava -
Vico: E aí! - me abraçou me cumprimentando -
Mari: Nossa! Tu tá morrendo frio! Vem pra cá - puxei ele pelo braço levando pra dentro de casa - Tá fazendo o quê aqui? - falei colocando minhas coisas em cima da dispensa da entrada - Tá tudo bem? - perguntei olhando pra ele -
Vico: Tá, tá sim! Na verdade queria falar com você uma coisa, mas você deve tá cansada, né? - disse preocupado - Foi mal!
Mari: Deixa disso! Entra, vamos conversar! - falei entrando na sala, ele me seguia. Sentei no sofá e ele fez o mesmo - E então? - sorri olhando pra ele -
Vico: Então... - coçou a cabeça. Dava pra ver que ele tava um pouco nervoso - Eu tô até sem jeito, primeiro por tá te incomodando assim - o interrompi -
Mari: Ei! - balancei a cabeça fazendo que não - Nem começa! De verdade, eu te diria se estivesse realmente cansada - eu ri e ele também -
Vico: Bom... Na verdade queria aproveitar que tá todo mundo na festa pra falar com você a sós - comecei a me preocupar com o que ele queria dizer com isso - Porque na verdade, sempre as meninas tão juntas e pra encontrar uma de vocês sozinha é quase impossível - riu - Enfim, é que... Cê sabe... Você é amiga da Cande - foi o suficiente pra eu me aliviar - E, sei lá! Queria saber como é. - riu de novo. Coitado! Tava nevorsinho! Sabia nem como falar - Enfim, não sei se você tá me entendendo. Acontece que eu me amarrei na Cande e depois daquela viagem a gente manteu contato e tal. Só que a gente já se encontrou algumas vezes por aí e foi meio estranho, sei lá. - desabafou - Aí eu fico confuso, fico na dúvida. Se vou adiante ou deixo pra lá... - fez uma pausa - Daí como você é amiga dela queria saber se, sei lá, ela comentou alguma coisa... Seja de mim ou de outra pessoa... Se ela tá com alguém... - eu sorri. Achei a coisa mais meiga ele vir conversar comigo sobre isso - Fala! - falou rindo e ainda nervoso -
Mari: Então... Na verdade, o que eu vou falar aqui não pode sair daqui, viu? - sorri e ele assentiu - A Cande sempre teve uma queda por você... Se bem que ele já teve por todo mundo - eu ri e ele ficou sem graça - Mas pelos outros é atração, sabe?... Enfim, faz um tempo que ela tem vontade de chegar junto. Mas, acho que você concorda comigo, a Cande é um bebê! É sensível demais e é como se ela não gostasse de se arriscar porque sabe da probabilidade de se ferir... - ele assentiu - E enfim, ela não tá saindo com ninguém. E sobre ela ter falado de você, isso eu não posso contar, código de amigas - ele sorriu assentindo - Mas, se você realmente tá sentindo coisas e tal, eu, como SUA AMIGA - enfatizei e pisquei o olho pra ele - te aconselho a dar mais um passo. - sorri -
Vico: Entendi - falou sorrindo meio tímido - Valeu, Mari! - balancei a cabeça negativamente -
Mari: Não tem de quê! Mas não fala pra ela que eu disse que ela te acha muito gato, interessante e que você faz o tipo dela - ele riu e eu também - Mas você saiu da festa por isso?
Vico: É, porque faz tempo que queria perguntar pra você ou pro resto das meninas e nunca dava. Ou a Cande tava no meio, ou vocês tavam juntas e tal e enfim, não quero que seja algo público, sabe? Não por enquanto.
Mari: Sou um túmulo! - ele riu - Era só isso ou mais alguma pergunta?
Vico: Por enquanto só - falou já se levantando -
Mari: Pois bem! Vai lá pra festa! - falei também me levantando - Quem tá lá?
Vico: A galera toda da viagem e uma galera da turma de vocês. - começamos a caminhar até a porta -
Mari: Uow! Quanta gente!
Vico: Pois é! Você tá perdendo! O Franco já tava meio bêbado, começou a dançar funk - falou rindo. Porque sim, o Franco era o garoto Mpb. Era parecido comigo em relação a gosto musical. Imaginar ele dançando funk era algo completamente bizarro -
Mari: Ai, céus! - ri junto com ele - E o Peter? - abri a porta -
Vico: Quando eu saí tava lá dançando com a Rochi - falou sem nem se tocar. Olhei pra ele e só aí ele se deu conta do que disse -