Fanfic: ∞ Até o fim dos tempos ∞ | Tema: Laliter.

Durante o jantar, Euge me explicava do trabalho que ela e Mariana estavam montando. Enquanto escutava Euge, notei Mariana desanimada e calada. Tentei puxar várias vezes assunto com ela, e todas sem sucesso. Só recebia respostas curtas. O que se percebia era que ela não tava muito afim de conversa, então não insisti mais... Até que o telefone de Euge tocou e ela saiu pra atender, deixando nós dois na mesa.
Fiquei a observar Mariana, e ela fazia o mesmo. Trocávamos olhares, e isso só alimentava mais o silencio. Até que me impacientei e o quebrei.

Peter: Você tá bem? – ela respondeu balançando a cabeça em sinal de sim – Quer conversar? Se quiser...
Mari: Brigada – falou dando um meio sorriso –
Peter: Olha, eu sei que você não tá bem... Se eu puder fazer alguma coisa, me fala porque me dá coisa te ver assim – falei enquanto pegava e segurava sua mão –
Mari: Você é um fofo! – sorriu de canto – Mas não precisa ficar preocupado – ela acariciou meu rosto - Eu tive um dia ruim, tô cansada e com sono, acordei cedo e tô meio enfadada por isso.
Peter: Tem certeza que é só isso? – continuei segurando sua mão –
Mari: Tenho sim, e brigada por se preocupar! – sorriu, beijou meu rosto e passou a mão pelos meus cabelos enquanto se levantava do banco – Vou ligar pra casa pra alguém vir me buscar, não vou aguentar fazer o resto do trabalho... –
Peter: Se quiser, posso te levar.
Mari: Tem certeza? – perguntou quando já estava discando o número no telefone -
Peter: Claro! – ela colocou o telefone no lugar. Eu peguei a chave, a carteira e o documento do carro –
Mari: Ok, vou pegar minhas coisas.

Dentro do carro, não aguentei e perguntei:

Peter: Posso fazer uma pergunta mal educada? - ela me olhou meio sorrindo sem entender -

Mari: Faça!
Peter: Você já falou com o Pablo?

Mari: Humrum... - a olhei por um segundo como se dissesse: e como foi?  – Na verdade, discutimos. Aliás, só eu que falei mesmo. Ele ficou calado.

Peter: Hum... Olha, talvez eu não devesse falar pra você... – passei a marcha e demorei um pouco pra continuar - Porque você certamente não vai gostar de saber e... - ela me interrompeu -

Mari: Fala logo! - a olhei de relance novamente enquanto dirigia -

Peter: Olha, Mari! Não sei qual é a dele, mas vocês precisam se acertar... - ela me interrompeu de novo -

Mari: Dá pra falar logo o que ele disse? - falou ela um pouco seca e tediosa -

Peter: Eu não sei o que ele sente por você, mas, ao que me parece, ele não quer te ver sofrer – tentei amenizar a situação ao máximo pra não magoá-la -

Mari: Hã? Não tô entendendo nada, Pitt – estacionei em frente a casa dela, desliguei o carro, olhei pra ela e falei -

Peter: Acho que ele não sabia que a gente se conhecia, e ficou falando de você, peguntando o quê que eu achava de você... - me interrompeu pela terceira vez -

Mari: Continuo sem entender – falou enquanto tirava o cinto e acomodava a bolsa -

Peter: Digamos que ele estava me incentivando pra eu dar em cima de você, tentar alguma coisa – notei ela meio sem graça e impaciente, coçando as sobrancelhas – Como, eu te disse, não sei qual a dele, mas ao que parece é que ele não quer te deixar mal... O que é uma burrice, porque ele já fez isso. Mas é como se ele quisesse te fazer gostar de outra pessoa pra, sei lá, você não sofrer e você mesmo terminar com ele – ela levantou a cabeça pra me olhar e ficou um tempinho em silêncio -

Mari: Brigada pela carona... E pela sinceridade também – eu assenti como se dissesse: de nada. Ela saiu do carro rápido e agitada, sem me olhar, entrou em casa e eu, retornei a minha -

Depois de deixar Mariana, cheguei e tomei um banho pra dormir.
Deitei na cama ainda pensativo sobre ela. Ela não comentou nada depois do que eu falei sobre o Pablo. Fiquei encucado se foi mesmo o certo ter falado. Mas logo tratei de esquecer. E, além do mais, respeitei o fato de que às vezes nós precisamos nos acatar, sem precisar que os outros saibam o que se sente realmente.
Com esse pensamento, relaxei e dormi.