Fanfic: Meu Acompanhante de Luxo (Adaptada) AyA [Finalizada] | Tema: Rebelde, AyA, Anahí e Poncho
Devia estar ficando velha, pensou Anahí com uma expressão de cansaço, enquanto apagava as luzes do escritório. Já não trabalhava mais até tarde com o entusiasmo de antigamente. Agora que a agência se transformara no mais completo sucesso, sentia falta do desafio dos primeiros tempos.
Suspirou ao apertar o botão do elevador. Suas salas ficavam no prédio de uma grande companhia de seguros para a qual fazia a publicidade, negociando um aluguel bastante razoável.
Passara boa parte do dia com seu contador, examinando o balanço anual da firma. Ian Carlisle fizera elogios à sua administração, pois ao final do ano, a agência teria um lucro excelente.
Ian trabalhara anteriormente no escritório que cuidava dos investimentos de seu avô. Fora ele próprio quem lhe dera a surpreendente notícia da fortuna que este chegara a acumular.
Descobrir-se milionária da noite para o dia tinha sido algo difícil de assumir. Era então uma garota de dezoito anos, que jamais sonhara que os avós pudessem ser tão ricos. Eles a haviam criado desde menina, em uma casa confortável, mas sem nenhum luxo, nos arredores de Londres. Annie duvidava mesmo que a avó jamais tivesse sabido do interesse do marido no mercado de ações.
A princípio, ficou deslumbrada demais para dar-se conta de suas novas responsabilidades. Foi só mais tarde, depois de Aaron, que se viu tomada pelo desejo de fazer o dinheiro render, principalmente para provar que as mulheres podiam ser tão bem-sucedidas quanto os homens em qualquer campo de atividade.
Assim, não tinha nenhum motivo para sentir-se tão deprimida. Nesse momento deveria estar celebrando o terceiro aniversário da agência e seu crescimento invejável - e não planejando uma refeição solitária em seu apartamento. Também pretendia ir para a cama cedo, logo depois de checar todos os itens de um novo contrato.
O fato de que o sucesso muitas vezes significava solidão era algo que começava a compreender, mas que não a incomodava em absoluto. Melhor desfrutar os benefícios do próprio trabalho do que correr o risco de entregar-se a outros seres humanos. Desde Aaron não confiava mais em ninguém a não ser nela própria - e era assim que continuaria a ser, pensou com firmeza.
A essa hora as ruas estavam praticamente vazias, a maior parte das pessoas já em suas casas. Afinal de contas, o êxito dos negócios dependia de uma dose extra de dedicação, fora do horário normal de trabalho.
O importante é que todo esse esforço estava sendo maravilhosamente recompensado. Anahí repetiu essa frase para si mesma, olhando de relance para sua imagem, esguia e tensa, refletida em uma vitrine. Fundara uma empresa que era agora uma das mais conhecidas da cidade, sendo ela própria considerada um gênio na produção de campanhas originais para seus clientes.
Embora não fosse vaidosa, tinha que reconhecer que essa posição privilegiada era produto de muitas horas de trabalho árduo e do seu grande talento para esse tipo de atividade.
Então por que, logo em uma noite tão especial, estava assim tão insatisfeita? Por que se surpreendia questionando o tipo de vida que levava? Pagar o preço de uma dedicação total a carreira fora escolha sua, única e exclusivamente. Mesmo depois de Aaron, podia ter simplesmente continuado a levar uma vida de jovem rica, sem nenhuma necessidade de trabalhar.
Ian comentara uma vez que o trabalho para ela seria uma forma de terapia, e talvez tivesse razão. A verdade é que funcionara muito bem, mais do que esperava. Então, por que estava assim tão inquieta? Tinha vinte e seis anos; era uma mulher influente, uma revelação no mundo da propaganda. Também era atraente, inteligente, cercada por um pequeno círculo de amigos muito íntimos. O que mais poderia querer? Por que toda essa angústia?
Abriu a porta de casa com alívio, como se estar ali ajudasse a expulsar os fantasmas que a perseguiam.
O apartamento fora cuidadosamente decorado pelos mesmos decoradores da agência e o resultado, como não podia deixar de ser, era absolutamente impecável, embora um tanto frio e impessoal. O carpete da enorme sala de estar era de um cinza, muito claro, combinando com os sofás de seda branca, a sofisticada mesa de centro de vidro, e várias almofadas variando do azul pálido ao grafite bem escuro. Annie normalmente apreciava a elegância discreta daquela sala, com sua mobília italiana moderna e arrojada, mas nessa noite, por alguma razão, não gostou de nada a sua volta, pondo-se a pensar na casa de Hampstead que comprara com Aaron. Vivera então um período de grande felicidade, antes do casamento, planejando a decoração - que era por sinal totalmente diferente da do seu atual apartamento.
"Águas passadas não movem moinhos", pensou, enquanto dependurava cuidadosamente o casaco no guarda-roupa do quarto, como a avó lhe ensinara, um hábito sempre ironizado por Aaron - que igualmente zombava de muitas outras coisas que fazia. Só que, naquela época, o amor a impedia de perceber que aquelas críticas eram mais do que simples brincadeiras, como queria acreditar.
Era evidente a qualidade superior do blazer de tweed e da blusa de seda branca que usava sobre a ampla saia de lã azul-petróleo. A seda realçava a curva de seus seios, cheios demais, na opinião de Anahí, que nos primeiros tempos da agência lutara com todas as forças para livrar-se dos olhares de admiração lançados por vários clientes. Pensava com desânimo que tinha uma figura exageradamente voluptuosa para seu gosto, com uma cintura muito fina realçando ainda mais o busto e as pernas longas e bem-feitas. Era sem dúvida um tipo bastante "insinuante", admitia isso a contragosto e por isso mesmo vestia-se da maneira mais discreta possível, procurando disfarçar suas belas formas. Aplicava o mesmo princípio de sobriedade ao cabelo comprido e escuro, que usava sempre preso num coque.
Já havia pensado em cortá-lo, mas acabara por convencer-se de que o penteado severo aumentava seu ar reservado de mulher de negócios, contribuindo para desencorajar os que a procuravam no escritório com segundas intenções.
Os homens nunca levavam bastante a sério as mulheres com quem tinham pretensões de ir para a cama, e Annie descobrira rapidamente que suas maneiras distantes, combinadas com as roupas formais e o cabelo discretamente preso, ajudavam a preservar a imagem fria que desejava manter.
O dia fora bem mais cansativo do que imaginara. Não estava com o menor apetite, só queria relaxar e esticar o corpo exausto na cama macia, apesar de ainda precisar examinar o contrato que trouxera em sua pasta. Sempre trocava de roupa quando chegava em casa à noite, embora atualmente evitasse os jeans e camisetas, preferindo qualquer vestido simples e confortável. Geralmente pegava o primeiro que encontrava, mas nessa noite, por alguma necessidade inconsciente, remexeu o guarda-roupa até retirar de lá um belo quimono que recebera de presente de um cliente japonês no último Natal.
A exótica vestimenta azul-celeste tornava sua pele mais escura e mais profundos os grandes olhos cor de safira. Bem que podia estar um pouco mais morena, mas há muito tempo não tirava férias nem tomava sol, pensou com tristeza enquanto amarrava a faixa na cintura e lavava o rosto, escovando vigorosamente os cabelos antes de voltar para a sala com os papéis que trouxera para casa.
Estava instalada confortavelmente em um dos sofás, analisando os números do contrato que teria de assinar no dia seguinte, quando a campainha tocou. Com uma careta, levantou-se para pegar o interfone no hall de entrada e perguntou o nome do importuno visitante.
- Sou eu, Annie, Rodrigo Benson.
Anahí sentiu um aperto no coração ao ouvir a voz melosa e desagradável do marido de Maite. Nunca gostara dele, e sua antipatia transformara-se em verdadeira aversão com o decorrer do tempo. Maite e Rodrigo já estavam casados há seis anos, mas desde o início Anahí não acreditava que ele pudesse fazer a amiga feliz, pois tinha certeza de que aquele homem era infiel e sem escrúpulos.
Esta impressão se confirmara quando Rodrigo fizera tentativas de conquistá-la, Anahí, a maior amiga de sua esposa. Passara a evitar o casal, encontrando Maite apenas quando esta vinha a Londres para fazer compras, e nunca sem antes certificar-se de que o marido não a estava acompanhando.
A insistência de Rodrigo e a segurança que ele parecia ter de que a seduziria mais cedo ou mais tarde, mesmo sabendo que Annie não o suportava, só serviam para deixá-la enfureci da e reforçar suas opiniões amargas a respeito dos homens em geral. Impressionava-se ao constatar que apesar de todo o movimento de liberação feminina, o que se via na maioria dos casos eram mulheres sendo tratadas como meros objetos de desejo, os quais bastava o homem querer para se dar ao direito de tentar conquistar, sem levar em conta os sentimentos e a vontade da mulher em questão.
Nunca dissera a Rodrigo o quanto o desprezava, em consideração a Maite. Era um homem fraco e vingativo que naqueles anos de casamento conseguira gradualmente afastar a esposa de todos os antigos amigos, de modo que ficasse cada vez mais dependente dele emocionalmente. Por outro lado, vivia como se fosse solteiro, dedicando todo o tempo livre de que dispunha para as próprias aventuras. Como Mai nunca falava mal dele, Annie acreditava que a amiga desconhecesse completamente este aspecto do caráter do marido e temia o dia em que descobrisse a verdade. Maite vivia dizendo o quanto o amava, e Annie conhecia melhor do que ninguém a dor de uma mulher apaixonada diante desse tipo de revelação.
- Ouça, Anahí, você não vai me deixar esperando aqui a noite inteira! Tenho um recado para você.
Esteve a ponto de pedir que dissesse o que era e fosse embora, mas Rodrigo era um homem tão insuportável que poderia usar isso para vangloriar-se de que ela tinha medo de ficar a sós com ele. Seria bem capaz de distorcer os fatos até dar a impressão de que Annie o evitava porque o desejava ardentemente! Pensando assim, achou melhor suportar o desprazer daquela visita.
Os olhos de Rodrigo revelaram toda a admiração que sentiu ao vê-Ia vestida com o belo quimono, ao mesmo tempo em que pareciam sorrir do estado de tensão da moça.
- A bela Anahí continua a mesma de sempre! Por que tanta rigidez, minha querida? Não vai dizer que está com medo de mim!
Profundamente enervada, Annie não respondeu à provocação e convidou-o a entrar. Serviu um aperitivo e sentou-se diante dele com ar resignado.
- Sua casa é maravilhosa. Você teve bom gosto, embora eu imagine que tudo é possível quando se tem dinheiro. Maite não entende nada de decoração.
Aqui estava o retrato fiel do homem, Annie pensou, engolindo em seco. Primeiro a ironia com relação ao fato de que ela podia se dar ao luxo de comprar o que quisesse. Depois, a crítica maldosa para desvalorizar a esposa.
- Você falou que tinha um recado para mim?
- Não acha que podia ser mais hospitaleira com um velho amigo? - Rodrigo queixou-se, fazendo um trejeito amuado que sempre derretia a pobre Maite, mas que deixou Anahí mais fria ainda. - Não nos vemos há meses e já quer livrar-se de mim!
- É que tenho um trabalho para terminar. O que está fazendo em Londres?
Rodrigo era contador, com escritório próprio no lugar onde morava. Vivia insistindo para representar os interesses da firma de Anahí, o que a incomodava tremendamente. A última coisa que desejaria no mundo era um relacionamento profissional com um homem como ele.
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- Vim a negócio e Maite pediu que a convidasse para passar o fim de semana conosco. Ela está um pouco deprimida por causa da história do bebê e tudo mais. Também quer mostrar-lhe a casa nova. Pelo que conhecia de Maite, era exatamente a amiga quem desejava exibir a nova residência. Independente disso, sentia remorsos por ter falado t& ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 81
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debyguerra0208 Postado em 04/07/2019 - 00:43:26
Me apaixonei. Parabéns!
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debyguerra0208 Postado em 03/07/2019 - 14:03:57
Que nojo desse homem.
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queren_fortunato Postado em 17/09/2015 - 16:47:43
PARABÉNS a Web foi lindaaaaa <3333
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maryangel Postado em 27/04/2015 - 23:56:11
LINDOOOOS! Ameiii *-*
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brunahponny Postado em 13/12/2014 - 04:28:06
AMEEI fic peerfeita como smp Bellaa <3
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franmarmentini Postado em 08/09/2014 - 13:55:47
AMEI MUITO MUITO MUITO A FIC* *.*
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franmarmentini Postado em 08/09/2014 - 11:53:19
meu deus sabia sabia que o poncho era rico kkkkkkkkkkkkkkkkk poxa mas pq ele ta falando desse jeito com a any :/
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franmarmentini Postado em 08/09/2014 - 10:48:41
affffffffffffffff eu sou muito azarada :/ a fic* acabou e eu ainda não li o final...to lendo agora...
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vondy4everponny Postado em 05/09/2014 - 00:38:57
Aaaaaaaaawn, amei a fic, do inicio ao fim! Que lindooo eles terem ficados juntos *--------* SANTA DULCE KK! Merecia até um Ucker depois dessa kkkkkk Só achei ruim o final da Maite, ela continuou com ele mana :/ Mas amei amei amei e amei de novo. Suas fics são perfeitas Bellinha. Beijos gemea! <3
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beca Postado em 04/09/2014 - 22:00:06
Linda fic parabéns Bellaê um pena que acabou