Fanfics Brasil - Capítulo 07 - V • Um Romance Inesquecível - Ponny - Adaptada

Fanfic: • Um Romance Inesquecível - Ponny - Adaptada | Tema: Rebelde


Capítulo: Capítulo 07 - V

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                Diante do silêncio dele, ela lançou:


                – Você vai embora?


                Os olhos dele encheram-se de determinação.


                – Não, eu não desisto de um trabalho. Nunca. Mas vamos deixar as coisas claras. Tudo o que temos entre nós é uma relação profissional, nada mais.


                – Concordo totalmente.


                – Fico feliz que você veja as coisas do meu jeito.


                A escolha daquelas palavras a irritou. Ela ergueu o queixo.


                – Não se trata do seu jeito. É a verdade – Anahí desviou o olhar rapidamente e viu o relógio do micro-ondas.


                – Vou tomar um banho rápido. Estamos atrasados.


   


                Depois que ela saiu, Herrera entrou na sala e começou a andar de um lado para o outro.


                Apesar do seu discurso no melhor estilo “Sermão da montanha” em que ele afirmou que o que havia entre eles era apenas uma relação profissional, uma parte dele estava xingando aquela maldita campainha. Ela tinha a infeliz sorte de ter contratado os únicos prestadores de serviço da cidade que apareciam no horário combinado. Nove horas em ponto. Malditos.


                Mas que droga! Ele deveria agradecer aqueles caras cheios de ferramentas com lápis atrás de suas orelhas. Eles eram o único motivo pelo qual ele não tinha feito amor com ela ali mesmo. No carpete. Sem o uniforme de trabalho, ele não teria tido tempo para se preocupar com o que o futuro reservava. Teria tomado completamente aquela mulher em seus braços.


                O que teria sido uma má ideia. Consolar uma mulher solitária e assustada com um caso romântico não era algo que ele queria fazer.


                Mesmo que ela estivesse ardendo em chamas feito um maçarico.


                Era uma pena que eles não estivessem dormindo debaixo do mesmo teto em circunstâncias diferentes. A condessa tinha um calor autêntico debaixo daquela camuflagem empertigada. Gelo e fogo. Não conseguia se lembrar de quando tinha se sentido tão atraído e excitado daquela forma por uma mulher.


                Herrera sacudiu a cabeça. Jamais poderia ter previsto algo como isso.


                Ele estendeu a mão e pegou uma foto dela com o prefeito de Nova York.


                Não ficou preocupado com o fato de sentir desejo pela condessa. Ela era uma mulher incrivelmente bonita, com uma boa dose de coisas maravilhosas debaixo daquela camada lustrosa de americana branca, anglo-saxã e protestante. Porém, embora ela estivesse provando que era uma tentação, aquilo não significava que ela sacudiria e transformaria o mundo dele. Quando a ameaça acabasse, quando encontrassem quem a estava perseguindo, ele sairia da vida dela exatamente como tinha entrado. Uma despedida direta, um aperto de mãos e então estaria pronto para a próxima missão. Exatamente como ele havia feito com os outros clientes.


                Ele voltou à fotografia e foi até a caneca que havia usado. Odiava chá, mas foi a única coisa que poderia jogar na água quente que encontrou na cozinha, além da esponja para lavar louça. Quando ela perguntou sobre o café, ele não tinha a menor ideia sobre o que ela estava pensando. Depois de procurar longamente, Herrera encontrara apenas alguns frascos de caviar, alguns biscoitos e muito espaço vazio nos armários dela. A geladeira também estava péssima. Frascos de molho de salada meio cheios e outro com mostarda. E era tudo.


                Herrera sentiu o estômago roncar e voltou para a cozinha. Sem opção, pegou a embalagem de caviar e os biscoitos e vasculhou algumas gavetas até encontrar uma faca. Ao romper o lacre de um frasco onde estava escrito “Tsar Imperiale”, ele começou a colocar uma porção de caviar sobre o biscoito e jogou a comida dentro da boca.


                Nada mal, pensou ele, mas ele teria de abastecer as prateleiras daquele armário já que viveria com ela.


                Quando alguém bateu à porta, ele saiu para o corredor da frente.


                 – Sim? – respondeu Herrera sem abrir a porta. Ao notar que ela não tinha olho mágico, ele começou a murmurar.


                Houve uma pausa.


                – É… É Joey, o porteiro. Quem está aí?


                – Um amigo da condessa.


                – Ah – pelo tom de voz do cara, era evidente que ele estava confuso.


                – Posso ajudá-lo, Joey?


                – Chegou um pacote para a condessa ontem. Ela se esqueceu de pegar.


                – Pode deixar no corredor.


                – Humm… Tudo bem.


                Herrera aguardou um minuto ou dois e abriu a porta.


                Pelas costas, sentiu a aproximação dela.


                – Quem era?


                Ele olhou por cima do ombro. Como tinha acabado de sair do banho, ela vestia um roupão felpudo e estava com uma toalha amarrada na cabeça. Seu rosto estava limpo, com um aspecto fresco e um pouco rosado. Herrera tentou não pensar no resto.


                Enquanto pegava a caixa embrulhada com papel pardo, ele se perguntou se haveria uma maneira de fazer com que ela continuasse usando aquele tecido felpudo em vez daquele pedaço de pano de seda onde ela enfiava o corpo. Assim não haveria motivo para se torturar.


                – Chegou um pacote para você – Herrera levou a caixa para dentro do apartamento. Era um embrulho pequeno, um cubo com quinze centímetros aproximadamente.


                – Ah, obrigada – ela estendeu a mão para pegar o pacote.


                – Alto lá – disse ele. – Deixa que eu abro.


                Com cuidado, ela apertou o cordão do roupão e o seguiu até a cozinha.


                Herrera colocou a caixa sobre o balcão e enfiou a mão no bolso de trás, de onde tirou um estojo fino de couro que levava consigo onde quer que fosse. Era do tamanho de uma carteira e quando ele o abriu, as ferramentas de aço inoxidável brilharam.


                – Você tem luvas de borracha por aqui?


                Do armário que ficava debaixo da pia, ela tirou um par de luvas amarelas e as entregou com o olhar preocupado. Herrera colocou-as e examinou o pacote cuidadosamente, olhando, escutando, cheirando o objeto. O nome da condessa fora escrito à mão na parte superior do pacote, pois do contrário, não haveria marcas de identificação.


                – Você reconhece essa letra? – perguntou ele, apontando para a caligrafia do pacote.


                Ela balançou a cabeça enquanto ele continuava a inspeção.


                – Onde você aprendeu tudo isso? – ela perguntou da porta, enquanto o observava trabalhar. O cheiro do sabonete que ela usara para tomar banho o agradou. Mas Herrera tentou ignorá-lo.


                – Aqui e ali.


                Inesperadamente, Anahí soltou uma risadinha. Como ele lhe lançou um olhar irônico, ela teve de colocar a palma da mão sobre a boca para se conter.


                – Desculpe. Tenho o péssimo hábito de dar risada em ocasiões inadequadas.


                – Não sei por que, mas duvido disso – ele deslizou uma faca fina pelo lado de fora do pacote.


                – É sério. Eu costumava deixar o meu pai louco. Uma vez, numa festa, um convidado ficou bêbado e caiu dentro da fonte. Todo mundo ficou em silêncio, sem saber o que fazer, com exceção de mim. Como meu pai gostava de contar: “No meio da multidão, feito um mau cheiro súbito, surgiu uma risadinha”.


                Herrera enfiou a faca no papel que envolvia o pacote e começou a cortar a parte de cima da caixa.


                – Toda criança tem sua má fase.


                – Na verdade, isso aconteceu há dois anos.


                Ele lançou outro olhar sobre ela e em seguida fez uma pausa. Parecia inconcebível que alguém tão equilibrado quanto ela pudesse cometer uma gafe como essas. Ele se perguntou quais seriam suas outras fraquezas e quais outras gafes ela teria cometido.


                Anahí sorriu docemente e Herrera sentiu um aperto no peito.


                Ele franziu a testa e voltou ao trabalho.


                – Deixe-me adivinhar: o cara que estava bêbado era alguém importante.


                – Bispo de Bradford. Não é o tipo de quem se possa rir.


                – Onde é que já ouvi esse nome?


                – Bradford Bourbon. O principal bispo de Kentucky.


                 – Difícil imaginar o rei do uísque7 com baixa tolerância ao álcool – murmurou Herrera.


                – Engraçado. Foi exatamente isso que o meu pai disse.


                Ao terminar de cortar o pacote, Herrera levantou a parte de cima da caixa e viu a inscrição azul brilhante da Tiffany debaixo de um tecido fino semelhante a um véu.


                – O que é? – perguntou ela, ansiosa.


                – Se for uma bomba de correio, a pessoa tem um excelente gosto – ele puxou a caixa menor com cuidado e colocou-a sobre o balcão.


                – Se importa se eu fizer as honras da casa?


                Quando ela balançou a cabeça, ele cortou o laço branco e levantou a tampa. Havia um cartão junto ao tecido.


                Herrera pôde sentir a tensão que emanava dela enquanto ele pegava o envelope. Depois de abri-lo, leu em voz alta: “Para Anny, com amor. Bo. PS: Não vejo a hora de encontrá-la na próxima semana”.


                Anahí começou a rir, com um tom de extremo alívio.


                – O que é tão engraçado?


                – Bo é a sobrinha do bispo de Bradford. Você deve conhecê-la como Bárbara Ann Bradford de Kentucky. Que coincidência.


                Herrera começou a puxar o tecido para fora, criando uma pilha macia em cima do balcão.


                – Supondo que isso não seja uma vingança contra aquela risadinha que você lançou para o tio dela, acho que isso não vai explodir mais em cima de nós.


                Fuçando as camadas protetoras do pacote, Herrera encontrou uma pequena caixa de porcelana com algumas flores. Perguntou-se se seria seguro para Anahí que ela mesma abrisse a caixa. O segurança sentiu que ela apreciaria a privacidade se fosse um presente pessoal e então o entregou a ela. Ao levantar a tampa da caixa, ela arfou.


                – O quê?


                – Nada – respondeu ela com delicadeza. Ela fechou a pequena caixa e segurou-a com firmeza, apertando-a contra o corpo.


                Ele ajeitou o embrulho, colocando os papéis e o tecido de volta ao lugar. Ficou surpreso porque estava curioso para saber o que havia dentro da caixinha.


                Ela balançou a cabeça em direção ao caviar e os biscoitos que estavam sobre o balcão.


                – Vejo que você andou procurando algo para comer. Desculpe-me. Não estava esperando companhia… Pelo menos não até ontem à noite.


                – Melhor do que algumas outras coisas que já comi ao longo desses anos.


                Ele arrancou as luvas e colocou-as de volta no armário embaixo da pia.


                – Ah, a sua empregada…?


                – Teresa?


                Ele assentiu.


                – Quando ela veio hoje de manhã, disse a ela para tirar férias por um tempo.


                A condessa fez uma careta.


                – Mas ela é de total confiança. Está com a nossa família por anos e…


                – Você tem um motorista fixo?


                Ela balançou a cabeça confirmando, porém com receio.


                – Ligue para ele e diga que ele vai ter uns dias de férias. Quero meus homens no comando.


                – Mas Rich tem sido meu…


                – Quero os meus homens.


                Anahí abaixou a cabeça. Ele pôde sentir a luta interna pela qual ela passava.


                – Isso não vai ser para sempre – disse ele sem rodeios. – Olha, sei que isso é difícil, mas você não está sozinha.


                Os olhos dela brilharam em contato com os dele.


                – Você está certo. Estou morando com um assassino treinado e sendo perseguida por outro assassino. Eu deveria estar rezando e torcendo para ficar um pouco sozinha – ela respirou fundo. – Desculpe. Você não merece ser o alvo da minha frustração.


                – Eu aguento.


                Ela olhou para ele demoradamente, com seus olhos verdes na cor das folhas da primavera.


                – Tenho certeza que sim. Parece que você seria capaz de suportar qualquer coisa.


                E agradeço a Deus por isso, pensou Herrera, lembrando como ele se sentia com o corpo dela pressionado sobre o seu.


                 – O chuveiro está livre – disse ela.


                – Ok.


                Anahí saiu pelo corredor em direção ao seu quarto.


                – Coloquei algumas toalhas e uma lâmina de barbear – ela seguiu até o closet e parou na porta. – Se você precisar de alguma coisa…


                – Vou ficar bem.


                Ela assentiu e fechou as portas duplas.



 Herrera faz um trocadilho com o sobrenome do bispo: bourbon, em inglês, é um tipo de uísque. (N.T.)


 



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Autor(a): barbieruiva

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 7



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  • beca Postado em 12/11/2014 - 16:41:56

    Sumiu?

  • barbieruiva Postado em 11/09/2014 - 09:27:02

    Olá meninas, estão gostando? Leitores fantasmas, apareçam :(

  • barbieruiva Postado em 04/09/2014 - 10:11:52

    Oii Beca, fico feliz que esteja gostando! Seja bem-vinda! Vou postar :)

  • beca Postado em 04/09/2014 - 08:49:09

    Leitora nova continua

  • iza2500 Postado em 22/08/2014 - 16:34:16

    amando a fic, amei o beijo de los A <3, postaaaaaaaaaa mais!!!!!!

  • barbieruiva Postado em 22/08/2014 - 14:16:52

    Olá Iza, seja bem-vinda! Vou postar sim, essa história é super bacana!Creio que vai adorar ;) Obg por comentar!

  • iza2500 Postado em 22/08/2014 - 11:52:11

    Continuaaaaaaaaaaaaa...


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