Fanfics Brasil - Capítulo 09 - V • Um Romance Inesquecível - Ponny - Adaptada

Fanfic: • Um Romance Inesquecível - Ponny - Adaptada | Tema: Rebelde


Capítulo: Capítulo 09 - V

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                Seus olhos desviaram-se do rosto bem conservado da mãe e percorreram o salão que ela conhecia tão bem. O lugar a fazia pensar no pai. Adorava jantar sozinha com ele. A primeira vez tinha sido para comemorar um aniversário quando ela era menina e, depois que ela cresceu, os dois faziam isso com maior regularidade.


                O pai a observava atentamente enquanto ela falava, e ficava o tempo todo passando o cabo de uma colher de chá de prata na toalha pesada de linho. Ela ainda podia ouvir o som áspero que aquele gesto provocava. Seu pai mexia a colher em círculos ao mesmo tempo em que a escutava. Quando ia falar, desenhava quadrados invisíveis e ressaltava os cantos ao emitir suas opiniões.


                Esses momentos tinham sido a melhor parte do relacionamento entre pai e filha. A sensação de perda a fez levar as lembranças para outro momento. Um momento de maior privacidade.


                Olhou para Herrera novamente e enrijeceu o corpo. Ela percebeu que as suas maneiras e o seu sorriso forçado eram cuidadosamente observados por aqueles olhos misteriosos. Herrera sabia, Anahí imaginou, que ela estava exausta, tensa e solitária. Será que ele também sabia que ela tinha odiado aquele prato que a mãe pediu para ela?


                – Anahí – chamou a mãe com a voz ríspida.


                Ela virou a cabeça.


                – Desculpe. O que você estava dizendo?


                – Perguntei de Rodrigo.


                Anahí apertou o garfo.


                – Ah, ele está bem.


                – Seu marido é um homem maravilhoso. Você sabia que ele escreveu para mim?


                 – Quando? – ela tentou manter o rosto relaxado. Livre de qualquer expressão de raiva. Agradável.


                Por dentro, perguntava-se por que diabos Rodrigo tinha entrado em contato com a mãe dela. Agora que eles estavam separados, ele poderia voltar para a própria família. Fez um lembrete mental para conversar com o seu advogado sobre isso.


                – A carta chegou na semana passada. Ele disse que estava indo para a cidade e que nós três poderíamos ficar juntos.


                O tom de desaprovação, o mesmo que já tinha feito Anahí comprimir os ombros como se estivesse com um torninho ao redor da coluna, regressou.


                – Achei que você o traria hoje.


                – Ele está ocupado.


                – Bem, eu imaginei. Pode dizer a ele que mandei lembranças?


                – Claro.


                – Agora me diga, quando vocês vão ter filhos?


                Anahí engasgou com o peixe. Ao tossir, ela se atrapalhou para levar o guardanapo à boca.


                A mãe não perdeu tempo:


                – O aniversário de um ano de casamento de vocês está chegando. Está na hora de um bebê, você não acha? Seu pai perdeu a chance de conhecer os netos. Não quero que aconteça o mesmo comigo.


                Anahí tomou um gole d´água. Depois outro.


                – Estou bastante ocupada com a Fundação agora. Não posso…


                Uma mão impaciente interrompeu as palavras dela.


                – Deixe Gastão cuidar dos negócios. Era isso que o seu pai queria.


                Os olhos de Anahí reluziram. Devagar, ela colocou o copo de volta à mesa.


                – O que você disse?


                – Sinceramente, você não pode achar que ele gostaria de ver você enfiada naquele escritório o tempo todo, triste. Foi por isso que ele preparou Gastão. Além disso, o que você pode saber sobre a administração da Fundação? Eu estava conversando com Charles Bainbridge outro dia e falando que você realmente estava sofrendo muita pressão pelo estresse. Você precisa cuidar de Rodrigo agora e não se preocupar com os negócios. Charles concordou.


               


                Anahí sentiu o sangue correr pelas bochechas. Bainbridge era o presidente do conselho e o líder dos homens que estavam se virando contra ela na Fundação.


                A mãe parecia preocupada.


                – Querida, você não está comendo. O peixe não está do seu gosto? Vou chamar Edward.


                Quando a mãe começou a levantar a mão, Anahí interviu:


                – Não, não, o salmão está ótimo.


                No silêncio que se seguiu, Anahí tentou manter o temperamento sob controle.


                – Mamãe, como você pôde fazer isso? – perguntou ela, com calma.


                A mãe a olhou com surpresa.


                – Como?


                – Como você pode me comprometer desse jeito?


                – Meu Deus! Você está falando de Bainbridge? Eu lhe fiz um favor. Você realmente não pode assumir a responsabilidade…


                – Eu sou a única que decidirá sobre isso.


                Marichello Puente franziu o cenho. Enquanto a expressão da mãe se tornava gélida, Anahí se esforçou para não ser absorvida pela censura da mulher.


                – Acho esse comentário e a sua atitude muito indelicados.


                Anahí respirou fundo.


                – Sinto muito, mamãe. Mas sei que posso ser o que a Fundação precisa e quero uma chance de provar isso. Falar sobre mim para Bainbridge pelas minhas costas não vai me ajudar a atingir os meus objetivos – enquanto a mãe a olhava fixamente, ela jogou a carta mais forte do baralho. – Além disso, você realmente quer ver alguém que não seja um Puente administrando a Fundação?


                Aquilo fez a ficha cair. Devagar, ela abaixou a guarda.


                – Você e o seu pai sempre foram iguais. Quando ele metia na cabeça que ia fazer alguma coisa, nada poderia detê-lo. Porém, ainda acredito que o seu foco deva ser Rodrigo e a família que você deseja ter com ele. Era assim que eu agia com o seu pai, e veja como o nosso casamento foi bem-sucedido. Você não almeja esse tipo de realização?


                Como se o casamento fosse um jogo a ser ganho, uma quadra onde se obtém a vitória sobre o adversário.


                Se as coisas fossem assim, pensou Anahí, ela preferiria ter apenas uma boa parceria a ter algo digno de um troféu social.


                Anahí fez um esforço para mudar de assunto.


                – Mamãe, sabia que vamos fazer uma homenagem ao papai no baile desse ano?


                – Ah, minha linda. Você sabe que foi seu pai quem começou a tradição do baile.


                – Eu sei – Anahí retrucou com a fala esgotada.


                – Era 1962 quando ele teve a ideia. O primeiro baile aconteceu na nossa própria casa…


                Quando os pratos foram retirados, o garçom perguntou se elas gostariam de sobremesa.


                – Não, não queremos – respondeu a mãe. – Só café. Puro.


                Anahí desejou que tivessem pulado a parte do café quando sua mãe disse:


                – Você não parece bem.


                – Não? – ela pegou seu copo d’água novamente e racionou a quantidade que bebeu. Queria poupar o último centímetro de água ou mais para o caso da mãe lançar outra bomba e ela se sentir sufocada de novo.


                – Não. E você parece muito distraída hoje. Não está dormindo direito, não é?


                – Ando muito ocupada.


                – Está sofrendo por causa da morte do seu pai?


                As palavras foram ditas em som tão baixo que Anahí quase não as ouviu.


                Ela ergueu a cabeça, surpresa.


                – Sim, estou. Sinto muita falta.


                O café chegou com a conta. Marichello assinou cuidadosamente a parte inferior seguida de WH110. Ela ficou um tempo com a caneta na mão, olhando para o pedaço de papel.


                Depois, a mãe de Anahí elevou o olhar e o repousou sobre a chama da vela que queimava e que estava entre elas na mesa.


                – Vocês eram muito próximos. Você venerava o seu pai. Lembro que, quando você era uma garotinha, te encontrei escondida dentro do closet. Ele estava viajando havia uma ou duas semanas, a negócios. Você tinha ido até o closet dele, pegado umas roupas e vestido um dos ternos dele. Colocou uma gravata no pescoço que chegava quase até o chão. Acho que você tinha uns cinco ou seis anos.


                Anahí lançou um sorriso triste.


                – Eu me lembro disso. Você ficou furiosa porque eu não podia entrar no quarto de vocês…


                – Eu fiquei? Não me lembro. O que lembro é da sua explicação. Você me disse que, como ele estava viajando, precisava fazer o trabalho dele, mas não tinha uma roupa adequada para ir trabalhar. Aquilo foi muito emocionante.


                Os olhos da mãe de Anahí se encheram de lágrimas – uma mudança pequenina e fácil de deixar escapar. Anahí estendeu a braço até o outro lado da mesa e segurou a mão de sua mãe. Ficou surpresa porque as duas permaneceram ali, segurando a mão uma da outra por alguns momentos.


                – Você sempre respeitou muito ele – murmurou a mãe. – A confiança entre vocês era invejável.


                Anahí fez uma careta. Invejável? Que maneira estranha de se expressar, pensou ela. Sobretudo partindo da mãe, que passou sua vida inteira apoiando o homem.


                Marichello se recompôs, colocou a caneta sobre a mesa e levou a xícara de café à boca. Em poucos segundos, ela piscou uma série de vezes.


                – Você sente a falta dele? – perguntou Anahí em voz baixa.


                – Claro que sim. Vivi com aquele homem quarenta e seis anos. Você se acostuma a ter a pessoa sempre por perto. Como está o seu café? O meu esfriou um pouco.


                Anahí suspirou. Ela nunca tomava nada à base de cafeína àquela hora da noite e não tinha a menor intenção de experimentar o que estava na xícara à sua frente.


                – O meu está bom – murmurou ela.


                – Lembrei-me de uma coisa – disse a mãe. – Vamos fechar a Willings mais tarde esse ano por causa da morte do seu pai. Quero que você venha para o Columbus Day, que será num final de semana em Newport.


                – Ok.


                 – Venha com Rodrigo – os olhos da mãe penetraram a borda da sua xícara de café.


                Anahí tencionou o corpo.


                Deveria apenas ouvir a frase e passar por cima daquilo, pensou ela. Não mudaria de ideia em relação ao divórcio e o tempo não mudaria a reação da mãe.


                – Mamãe, preciso falar com você sobre uma coisa.


                Uma voz masculina e familiar a interrompeu.


                – Sra. Puente! Como vai?


                – Dérrick James! – exclamou Marichello, retribuindo o beijo na bochecha. – Estava esperando que você viesse falar comigo. Como você está?


                – Estou bem – Dérrick sorriu e seu rosto de realeza pareceu menos austero.


                – Como está Blair?


                – Ótima, em vários sentidos.


                Anahí viu a mãe sorrir e deixou a conversa de lado. Aproveitou para olhar para Herrera, que estava tomando café enquanto mantinha o olhar fixo sobre ela.


                – Você ouviu isso, Anahí?


                – Desculpe. O quê?


                – Dérrick e Blair também vão para o Columbus Day.


                – Que ótimo!


                Anahí ofereceu um sorriso entusiasmado para o velho amigo, mas ao olhar nos olhos dele, ela sabia que não poderia enganá-lo.


                Quando ele se virou para sair, colocou a mão sobre o ombro dela.


                Ao inclinar o corpo para beijá-la, ele sussurrou:


                – Pode me ligar se quiser conversar, ok?


                Ela assentiu, colocando a mão sobre a dele.


                – Obrigada.


                Dérrick caminhou em direção à saída do restaurante, acenando para alguns dos outros clientes.


                – Que cavalheiro esse Dérrickson – disse a mãe de Anahí. – Sabe, se você não tivesse encontrado Rodrigo, ele seria o homem perfeito para você se casar. Os James são uma família excelente e ele é muito bem-sucedido.


                – Sim, ele é.


                A mãe olhou para o relógio de pêndulo.


                 – Já está tarde. Preciso ir.


                Enquanto caminhavam para a chapelaria, Marichello Puente perguntou:


                – Você ia me dizer alguma coisa antes de Dérrick chegar?


                – Não era nada, mamãe. Nada de importante.



 A sigla refere-se às iniciais do sobrenome Puente Portilla, e o número 1 à primeira titular. (N.T.)


 



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Autor(a): barbieruiva

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 7



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  • beca Postado em 12/11/2014 - 16:41:56

    Sumiu?

  • barbieruiva Postado em 11/09/2014 - 09:27:02

    Olá meninas, estão gostando? Leitores fantasmas, apareçam :(

  • barbieruiva Postado em 04/09/2014 - 10:11:52

    Oii Beca, fico feliz que esteja gostando! Seja bem-vinda! Vou postar :)

  • beca Postado em 04/09/2014 - 08:49:09

    Leitora nova continua

  • iza2500 Postado em 22/08/2014 - 16:34:16

    amando a fic, amei o beijo de los A <3, postaaaaaaaaaa mais!!!!!!

  • barbieruiva Postado em 22/08/2014 - 14:16:52

    Olá Iza, seja bem-vinda! Vou postar sim, essa história é super bacana!Creio que vai adorar ;) Obg por comentar!

  • iza2500 Postado em 22/08/2014 - 11:52:11

    Continuaaaaaaaaaaaaa...


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