Fanfics Brasil - Capítulo 10 - IV • Um Romance Inesquecível - Ponny - Adaptada

Fanfic: • Um Romance Inesquecível - Ponny - Adaptada | Tema: Rebelde


Capítulo: Capítulo 10 - IV

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                Aquilo parecia um bom plano enquanto olhava para o teto escuro do quarto, mas à luz do dia, Herrera sabia que era uma péssima ideia. Se Anahí fosse dormir com um homem, certamente ela desejaria todas as coisas que Herrera não poderia lhe oferecer. Desejaria mais do que horas, mais do que dias. Ela desejaria um relacionamento. Sensação de segurança. Um pouco de estabilidade.


                E havia ainda toda a pompa e circunstância. De acordo com os jornais, a condessa havia sido cortejada por alguns dos solteiros mais cobiçados do mundo. Homens que não tinham nada mais para se preocuparem a não ser agradá-la. Homens que, sem a menor sombra de dúvida, batiam à porta dela usando terno, sapato social e trazendo diamantes e pérolas para presenteá-la. Eram homens capazes de sussurrar palavras doces em um ouvido delicado e fazer com que essas besteiras parecessem, de certo modo, aceitáveis.


                Herrera não conseguiria ter atitudes como essas só para salvar a sua alma, mesmo se fosse para levá-la para a cama e assim poder tirar aquela mulher da sua corrente sanguínea.


                Os dois pertenciam a mundos diferentes. Ele vivia à margem da sociedade, na fronteira entre criminosos e civis. Ela era um ídolo, um sonho romântico para todos os homens da nação. Passava os dias no arranha-céu e na propriedade da família, as noites em bailes de gala e os fins de semana em Newport, enquanto ele lidava com sequestradores do submundo e negociava balas com fascistas e malucos para ganhar pão.


                Ela era de cetim e platina. Ele, de couro e bronze. Ah, que inferno! Agora ele estava começando a falar como um cantor de música country. Herrera olhou para o quarto. Anahí tinha levantado e estava olhando para a janela enquanto o sol se punha. Ele a mediu do topo da cabeça dela, onde o cabelo loiro estava bem preso, até a ponta dos sapatos de salto alto que calçava.


                O desejo, ardente e carnal, era bombeado pelo corpo dele.


                Herrera vestiu a jaqueta e deu um riso forçado, pensando que os dois tinham muita sorte por ele ter conseguido se controlar.


                Se não fossem os anos de treinamento militar e o fato de sua mente ser mais forte que seu corpo, ele estaria dentro dela neste exato momento.


   


                Anahí teve aquele sonho novamente algumas noites depois. Aquele em que o pai voltava para ela.


                Acordou agitada e, aos poucos, percebeu que ele estava em pé na porta do quarto. Na penumbra, ela pôde ver os lábios dele se movimentarem, mas não conseguiu ouvir a sua voz. O som entrava e saía do ouvido dela como se fosse uma ligação ruim.


                O que… ela perguntou a ele em sua mente. O que você está me dizendo?


                Ele estava com a expressão apreensiva, e Anahí observava enquanto ele falava ainda mais rápido.


                Não consigo ouvir você.


                E então, e pela primeira vez desde que ele morrera, ela conseguiu ouvir a sua voz.


                Belinda Schull.


                Anahí acordou subitamente e impulsionou o corpo para frente, sentando-se na cama, com o coração batendo forte e a respiração presa em algum lugar dos seus pulmões. Afastou as cobertas para longe, colocou os pés no chão e concentrou-se antes de se virar. Olhou para a porta do quarto. O pai tinha ido embora.


                Ele nunca esteve lá, corrigiu a si mesma.


                No escuro, Anahí caminhou tropeçando até o banheiro e tateou o ar ao redor à procura do copo vazio. Girou a torneira e deixou a mão esperando pela corrente de água fresca. Disse para si mesma que aquela pia era real, que o mármore debaixo dos seus pés era real e que a luz tênue que entrava pela janela era real.


                Mas a imagem que viu do pai não.


                Encheu o copo, tomou alguns goles e experimentou o sabor de metal da água. Depois de colocar o copo debaixo da torneira uma vez mais, respirou fundo e ficou imóvel.


                O cheiro de tabaco invadiu suas narinas, fazendo-a sentir vontade de espirrar – como sempre acontecia quando o pai acendia um dos seus charutos.


                E o copo de vidro, bem como a sua sanidade, escorregou da sua mão.


   


               


                Herrera tinha acabado de acender um charuto e estava olhando para o nada quando ouviu um estrondo. Atirou o charuto num cinzeiro, pegou a arma e saiu correndo pelo corredor.


                Ao chegar abruptamente na porta do quarto de Anahí, ele ouviu a voz dela vindo do banheiro.


                – Estou aqui.


                Ao acender a luz, Herrera viu Anahí equilibrando-se na ponta dos pés rodeada por cacos de vidro.


                – Estou bem, estou bem – disse ela, piscando contra o brilho da luz. – Só deixei um copo cair e ele quebrou.


                Quando ela finalmente conseguiu fixar o olhar e concentrar-se nele, viu seu tórax nu. Foi nesse momento que Herrera se deu conta de que estava vestindo apenas uma cueca boxer. Anahí arregalou os olhos; ele sabia que ela estava olhando para as suas cicatrizes.


                – Tem certeza de que não se machucou? – perguntou ele, preocupado, correndo os olhos pelo corpo dela, tentando não demonstrar nenhuma emoção.


                Mas fracassou. Exatamente como nas fantasias dele, ela não estava vestindo muita roupa, apenas um tecido fino de seda adornado por renda. A imagem dos seios dela transparecendo pelo tecido frágil fez despertar nele a vontade de cair de joelhos naqueles malditos cacos de vidro.


                – Estou bem, de verdade. Desculpe por ter acordado você – Anahí começou a olhar para o chão, como se estivesse procurando uma forma de sair dali.


                – Nem pense em se mexer. Você vai se cortar – Herrera colocou a arma em cima do balcão.


                Anahí olhou para a arma com receio.


                – Acho que vou ficar bem se eu só…


                – Ficar parada – ele complementou a fala dela. – Tem vidro por todos os lados. Espere um minuto.


                Herrera foi até o seu quarto, vestiu uma camiseta e calçou suas botas. Quando voltou para o banheiro, caminhou pelo vidro e a agarrou.


                – O que você está fazendo? – gritou ela, enquanto ele a envolvia em seus braços. Herrera não respondeu. O barulho do vidro em contato com as solas grossas de suas botas já dizia o suficiente.


                Assim que chegou ao carpete, Herrera a soltou imediatamente e ela cambaleou até firmar os pés. Ele sabia que era melhor soltá-la o quanto antes, pois do contrário algo poderia acontecer – como empurrá-la para a cama e cobri-la com o seu corpo.


                Num clima tenso, Herrera caminhou até a cozinha, voltou com uma vassoura e limpou a bagunça. Estava saindo para voltar ao seu quarto, quando fez uma pausa e olhou para ela.


                Anahí estava sentada na beirada da cama, vestindo um roupão grosso sobre a luz tênue do abajur do criado-mudo. Ela estava de costas para ele, aparentemente olhando para a escuridão do Central Park.


                Deixe-a aí sozinha, disse para si mesmo. Seja lá o que estiver passando na cabeça dela, não é da sua conta. Você é pago para mantê-la em segurança, não para ser seu psicólogo.


                – Você está bem? – perguntou ele, mesmo assim.


                – Sim – ela respondeu em voz baixa.


                Como Herrera não se moveu para sair do quarto, ela continuou olhando para ele.


                – Eu estou bem, de verdade.


                – Quer que eu deixe a luz acesa?


                Ela assentiu.


                – Boa noite – disse ele. Anahí retribuiu com um murmúrio.


                Herrera foi até a cozinha, guardou a vassoura e estava a caminho do quarto quando ouviu um ruído suave. Era quase impossível de ouvir, então ele esperou um pouco. Quando ouviu o som mais uma vez, percebeu que era um soluço.



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Autor(a): barbieruiva

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                Caminhou em silêncio até o corredor escuro e parou ao lado da porta do quarto dela. Anahí estava com os braços ao redor do corpo e se movimentava para frente e para trás, sentada na ponta da cama.                 ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 7



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  • beca Postado em 12/11/2014 - 16:41:56

    Sumiu?

  • barbieruiva Postado em 11/09/2014 - 09:27:02

    Olá meninas, estão gostando? Leitores fantasmas, apareçam :(

  • barbieruiva Postado em 04/09/2014 - 10:11:52

    Oii Beca, fico feliz que esteja gostando! Seja bem-vinda! Vou postar :)

  • beca Postado em 04/09/2014 - 08:49:09

    Leitora nova continua

  • iza2500 Postado em 22/08/2014 - 16:34:16

    amando a fic, amei o beijo de los A <3, postaaaaaaaaaa mais!!!!!!

  • barbieruiva Postado em 22/08/2014 - 14:16:52

    Olá Iza, seja bem-vinda! Vou postar sim, essa história é super bacana!Creio que vai adorar ;) Obg por comentar!

  • iza2500 Postado em 22/08/2014 - 11:52:11

    Continuaaaaaaaaaaaaa...


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