Fanfics Brasil - Capítulo 10 - V • Um Romance Inesquecível - Ponny - Adaptada

Fanfic: • Um Romance Inesquecível - Ponny - Adaptada | Tema: Rebelde


Capítulo: Capítulo 10 - V

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                Caminhou em silêncio até o corredor escuro e parou ao lado da porta do quarto dela. Anahí estava com os braços ao redor do corpo e se movimentava para frente e para trás, sentada na ponta da cama.


                – Anahí? – disse, suavemente. Era a primeira vez que a chamava pelo nome.


                Ela pulou num movimento rápido e enxugou os olhos.


                – O que foi?


                – Por que você está chorando?


                – Não estou chorando – Herrera observou que os ombros dela estavam tão duros quanto concreto.


                 – Me conte o que foi que fez você acordar de repente.


                Ela acenou pedindo que ele saísse.


                – Estou bem.


                Herrera respirou fundo. Mulheres choronas nunca exerceram muito poder sobre ele. Nenhum poder, na verdade. Sentia-se atraído pela força, não pela fraqueza.


                Mas ele não poderia se afastar ao vê-la tão sozinha naquela cama grande, esforçando-se para manter a compostura.


                – Você não está bem.


                Ao virar-se para ele, seus olhos verdes estavam cobertos de hostilidade.


                Ele quase sorriu, ao se dar conta de que conhecia muito bem aquele tipo de reação. Ela estava tentando afastá-lo.


                – Pensei que não deveríamos conhecer um ao outro – afirmou ela com veemência.


                Ele deu de ombros.


                – Talvez eu estivesse errado.


                Não, ele estava certo. Mas, apesar de seus instintos estarem gritando para que ele voltasse para o quarto, ficaria ali até que Anahí se acalmasse.


                Ela olhou para ele com firmeza.


                – Ok, então você pode começar.


                Com um suspiro de determinação, ela cruzou os braços. Como ele permaneceu em silêncio, Anahí lhe lançou um olhar penetrante.


                – E aí? Não há nada que você queria compartilhar comigo? Nenhum segredo profundo e obscuro que você queira me contar?


                – Esta conversa não é sobre mim – respondeu ele com rispidez.


                – Você nunca fala sobre você?


                Nunca, jamais, pensou ele.


                – Olhe – disse ele com ponderação –, você está sofrendo uma pressão terrível nesse momento. Colocar um pouco disso tudo para fora pode ajudar.


                – Vá se danar – ela o fulminou com o olhar. – Que tal isso?


                Herrera sorriu, apreciando a determinação dela.


                – Palavras bem fortes para uma condessa.


                – Bem, agora não estou me sentindo nem um pouco parte da realeza. Estou cansada de estar desmoronando por dentro e ter de fingir que estou… que estou bem – respirou fundo e continuou. – Manter-se resoluta e calma o tempo todo pode ser exaustivo quando a sua vida está uma bagunça.


                Herrera observou enquanto ela puxava o lençol e levava a manta de renda até o queixo.


                – Agora você se importa de sair? Quero dormir um pouco.


                Ele aproximou-se da cama e ela arregalou os olhos quando ele se sentou ao seu lado.


                – Vamos fazer uma coisa – lançou ele. – Vamos fazer um jogo olho por olho.


                – O quê?


                – Vou te contar alguma coisa sobre mim, mas você também tem que falar. Quer ouvir sobre os malditos Rangers? Que tal sobre o calor e o clima seco da Guerra do Golfo? Quer saber o que me dá indigestão? Não é comida mexicana.


                Anahí ficou olhando para ele por um longo período.


                – Você está falando sério?


                Que inferno! Ao que tudo indicava, ele estava mesmo.


                – Sim, estou.


                Anahí ajeitou o corpo para se encostar na cabeceira da cama. Ela era, pensou ele, a tentação personificada. O cabelo dela, com as ondas recaindo sobre seus ombros, reluzia um brilho dourado. A beleza era a mesma de sempre, mas com os lábios entreabertos e o nariz um pouco vermelho de tanto chorar, havia uma vulnerabilidade atraente nela.


                Herrera se esforçou para não pensar no que o corpete da camisola estaria cobrindo.


                – Quero saber sobre as cicatrizes – respondeu ela sem titubear.


                Herrera teve de se conter fisicamente para não recuar.


                Merda. Não era isso que ele tinha em mente.


                Estava preparado para explicar resumidamente como foi lidar com um comandante do batalhão que era osso duro de roer. Ou ainda contar alguma história com um final feliz, como quando ele salvara um idoso e sua família. E o fato de ser intolerante à lactose não era uma grande coisa.


                Mas as cicatrizes? Ele nunca contava a ninguém sobre elas, nem mesmo para Christian e Eddie.


                Nem todas as feridas tinham sido adquiridas quando ele era adulto.


                – Você disse que eu poderia escolher – murmurou ela. – E eu escolhi.


                Herrera limpou a garganta, vasculhou a mente à procura de palavras e não encontrou absolutamente nada.


                Ela repousou a mão suavemente no ombro dele e Herrera recuou. Através da camiseta, ele pôde sentir os dedos dela se movimentando vagarosamente pelas suas costas, explorando a pele de um lado e do outro.


                Herrera teria fugido, se pudesse. Mas seu corpo estava tão pesado quanto chumbo.


                Ao aproximar a mão de uma cicatriz na lateral de seu corpo, uma das mais antigas que ele tinha, ela parou.


                – Me conte sobre esta.


                Uma imagem atravessou o pensamento dele com a terrível precisão de uma faca e Herrera pôde ver coisas que tinham acontecido décadas atrás. Sentindo-se enjoado, disse a si mesmo para ficar quieto.


                – Por favor.


                A palavra suave soou como uma promessa de conforto que ele nunca havia tido. Algo que ele nunca quisera antes.


                Herrera respondeu antes que pudesse se conter.


                – Queimadura de cigarro – ele não reconheceu a própria voz. Firme e um pouco rouca, ele se ouviu, longe. – Meu pai gostava de fumar. Ele sempre conseguia encontrar a caixa de fósforo. Mas com os cinzeiros a história era diferente. Finalmente consegui fugir dele, mas levou um bom tempo.


                Herrera escutou um assovio e percebeu que era dela.


                Ele não continuou. Ela não precisava saber de mais detalhes.


                – Sinto muito.


                Isso foi completamente errado, gritou uma voz dentro dele.


                Com todas as mulheres com quem já estivera, cujas mãos ele permitiu que o tocassem, ele nunca, nunca tinha deixado o assunto vir à tona. Mesmo as que também tinham suas próprias lacerações no corpo sabiam que não deveriam falar sobre o mapa de horrores dele. E agora, essa mulher belíssima, essa dama, que não podia saber nada do que tinha acontecido com ele, dos lugares por onde passou e das pessoas com quem ele lidava, essa mulher delicada, desejava saber sobre todos os pesadelos dele.


                – Essas cicatrizes são todas de… – ela não terminou a pergunta.


                Ele começou a pressionar os músculos da mandíbula e forçou um movimento despreocupado dos ombros.


                – Vamos dizer que já estive em maus lençóis algumas vezes.


                – Quero ver as cicatrizes. Todas.


                Com um movimento súbito, ele se afastou dela.


                – Isso já foi longe demais.


                – Eu não acho – disse ela movendo-se na direção dele.


                Herrera era completamente incapaz de tomar qualquer ação racional enquanto os dedos dela entravam na parte inferior de sua camiseta. Ele agarrou a mão dela com força.


                – Você não quer fazer isso.


                – Sim, quero. Não tenho medo do seu passado.


                – Mas deveria ter.


                – Mas não tenho. Também não tenho medo de você.


                Com gentileza, ela tirou a mão dele do seu braço e lentamente levantou o tecido fino da camiseta que ele usava. A respiração de Herrera começou a ficar ofegante e o corpo dele, encurralado entre o desejo dela e seu próprio desejo, começou a estremecer em meio ao conflito.


                Ao sentir o ar tocar sua pele, ele não pôde suportar mais. Arremessou o corpo inteiro em cima da cama e arrancou a maldita camiseta fora. Esticou bem os braços e sentiu seus músculos se expandirem.


                – Aqui está o show completo – disse ele sem piedade. – Frente e trás.


                Anahí manteve os olhos fixos no rosto dele.


                – Vamos lá, condessa. Você não quer olhar agora? É demais para você? – Herrera começou a desdenhar, provocando-a. Ela conseguiu fazer com que ele se sentisse fraco diante de sua empatia e ele ficou ressentido por ter se exposto tanto.


                Anahí balançou a cabeça. Seu olhar era soturno, como se tivesse absorvido o passado dele e pudesse sentir o eco da dor em seu próprio corpo.


                – Não está mais com pressa de me tocar? Agora você pode ver tudo.


                Herrera esperava que quando a abraçasse forte e a pressionasse contra o seu corpo, ela recuasse. As mulheres que tentaram se aproximar tanto assim fugiram quando ele demonstrou essa mesma raiva.


                Mas Anahí não fugiu.


                Devagar, ela se levantou da cama e estendeu a mão delicada e esguia em direção a ele. Ao tocar a barriga de Herrera, ele inspirou e segurou o ar.


                Seu primeiro impulso era gritar. Estava furioso porque ela tinha o desafiado e o exposto. Porque ela estava perto o suficiente para fazê-lo sentir o cheiro dela. Porque ela estava oferecendo a ele compaixão, compreensão e carinho quando ele estava derrotado, machucado e feio.


                – Acho você lindo – disse Anahí, com a voz suave, olhando para ele.


                – Então você está completamente cega.


                Ela balançou a cabeça lentamente.


                – O que eu vejo é você por inteiro. Claramente.


                Anahí roçou os dedos pela barriga dele e parou quando chegou ao elástico da cueca boxer que ele vestia. Herrera começou a ficar excitado com o toque dela e logo percebeu que estava seminu, e que ela estava usando pouquíssima roupa, e que eles estavam sozinhos na penumbra.


                Ele agarrou os braços dela e a empurrou contra o seu corpo. Com força. A única reação que ela teve foi inclinar a cabeça para trás para continuar olhando nos olhos dele.


                – Acho que você vai preferir manter as mãos aí com você – Herrera fez a sua voz soar a mais fria possível. – Você me toca assim e… eu não estou pensando que você é a corajosa Florence Nightingale11, sabe.


                – Então o que você está pensando?


                Ele a afastou e ficou observando o cabelo dela balançar sobre os ombros diante da luz.


                – Que droga! – ele rosnou. – Não faça isso.


                O olhar de Anahí era suave e luminoso. Caloroso. Herrera sabia no que ela estava pensando e não tinha nada a ver com conversar. Naquele olhar misterioso, ela estava pedindo o que desejava: ele.


                Mesmo com raiva. Mesmo com as cicatrizes na pele.


                A única parte digna do corpo dele decidiu falar.


                – Escute, condessa. Este meu corpo foi feito para foder. Você sabe o que isso significa? Apenas uma noite, quatro paredes, não sei o seu nome e nem me importa saber. Você não quer isso.


                Ela ficou cabisbaixa, como se ele tivesse lhe roubado algo.


                 – Inferno – ele disse.


                Ele liberou parte de sua frustração com um suspiro profundo. Tudo que ele tinha sonhado nos últimos dias estava em seus braços, mas a única coisa que ele conseguiu fazer foi deixar a oportunidade escapar.


                – Você não entende? Você merece algo melhor do que eu posso te oferecer. Você precisa de alguém que faça amor com você. Não de alguém que transe com você e que te deixe aqui com a cama toda bagunçada.


                – Você não faria isso.


                – Ah sim, faria – Herrera não conseguia se afastar, mas não queria beijá-la porque sabia que, se o fizesse, estaria perdido.


                Então ele colocou as mãos sobre as ondas do cabelo dela e as trouxe para frente. As pontas dos fios se estendiam até pouco abaixo dos seios, que subiam e desciam conforme a respiração dela. Herrera pegou uma mecha do cabelo e a levou até seu nariz. Inspirou e sentiu cheiro de jasmim. Ao deixar a mecha solta, observou os fios encaracolados recaírem primeiro entre os seios e depois repousarem ao redor de um mamilo coberto pela seda.


                Deus do céu! Ele a desejava.


                Herrera olhou para os lábios dela. Estavam entreabertos, no formato de um arco. Apetitosos.


                – Não quero machucar você – disse ele com determinação. A verdade era uma surpresa.


                – Eu sei – Anahí estendeu o braço para tocar o rosto dele, roçando a palma da mão sobre sua barba grossa. – Mas eu não quero ser salva. Não é isso que eu quero. Não essa noite.


                Lutar contra si mesmo era difícil. Recusá-la era… impossível.


                Herrera inclinou o corpo para frente e, num gesto suave, tocou a boca dela com a sua. Ao ouvir Anahí gemer, ele colocou mais pressão no beijo e a tomou em seus braços. Quando deslizou a língua para lamber o lábio inferior de Anahí, pôde sentir as mãos dela apertando seu corpo. Aproximando-se ainda, explorou sua boca, mergulhando cada vez mais profundo.


                Levou os dedos até as alças da camisola. Devagar, retirou as fitas de cetim dos ombros até que ela ficou nua diante dos olhos dele e o corpete de seda escorregou totalmente ao redor da cintura dela. O sangue rugia em seus ouvidos e ele a levou para a cama, deitando-a sobre o edredom coberto por renda. Começou a beijar a pele dos ombros dela e continuou descendo, deliciando-se nos seios e depois no abdômen.


                Cada vez mais excitado, as mãos dele percorreram a curva dos quadris de Anahí e foram até as coxas. Adentrando o tecido fino da camisola, acariciou as pernas dela, empurrando a seda delicada que as cobria. Ao deslizar a mão pelo interior da coxa, Herrera pôde sentir a pele macia e o calor que exalava dela. Enquanto subia, saboreou a sensação do movimento ondulante de seu corpo e olhou para cima. A imagem de Anahí com o corpo arqueado e com a cabeça inclinada em um ângulo de onde era possível vê-lo foi a coisa mais erótica que ele já tinha visto.


                Ele levou a boca até a barriga dela, logo abaixo do umbigo, e torceu para se controlar. Enquanto suas mãos se aproximavam cada vez mais da va gina dela, sua boca seguia os movimentos, beijando a pele de Anahí por cima da seda. Ele tinha toda a intenção de conhecê-la intimamente. Com os dedos. Com a língua. Com seu corpo.


                Herrera estava tão excitado que, a princípio, não percebeu quando as mãos dela começaram a empurrar os ombros dele. Ela estava tentando se afastar, mas ele pensou que o movimento era resultado do desejo que ela também estava sentindo.


                Ele estava errado.


                – Não! Pare! – gritou Anahí, erguendo o corpo subitamente.


                Ela começou a ajeitar a camisola e, em seguida, agarrou um travesseiro para cobrir os seios. Estava pálida e trêmula.


                Herrera deslocou-se para a beirada da cama e colocou a cabeça entre as mãos. Estava lutando contra si mesmo para se controlar e diminuir a fome que consumia o seu corpo, repudiando-se a cada respiração entrecortada.


                – Me desculpe… Me desculpe… – disse ele, com a voz suave. Ela estendeu a mão até ele e tocou-lhe o braço.


                Ele puxou o braço de volta. A última coisa que precisava era da mão dela em contato com o seu corpo. Não naquele momento em que estava tentando convencer seu homem das cavernas interior a se tornar um homem civilizado.


                – Não é que eu não queira…


                 – Mas o lado obscuro da trilha foi mais difícil de encarar do que você tinha imaginado, não é? – perguntou ele com a voz rouca.


                – Por Deus, não… Não foi nada disso. É que… o meu marido…


                – Não quero ouvir sobre ele agora, se você não se importa – Herrera levantou-se. Precisava ficar bem longe dela. – Boa noite, condessa.


                Herrera saiu em disparada, caminhando de volta para o seu quarto a passos longos e furiosos. Queria fechar todas as portas entre eles. Fechá-las muito bem, pelo amor de Deus. Ele sentiu que precisaria de algo muito mais forte que sua vontade de mantê-los separados.



 Florence Nightingale (1820 - 1910) foi uma enfermeira britânica que ficou conhecida pelo pioneirismo no cuidado aos feridos da Guerra da Crimeia. (N.T.)


 



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Autor(a): barbieruiva

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 7



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  • beca Postado em 12/11/2014 - 16:41:56

    Sumiu?

  • barbieruiva Postado em 11/09/2014 - 09:27:02

    Olá meninas, estão gostando? Leitores fantasmas, apareçam :(

  • barbieruiva Postado em 04/09/2014 - 10:11:52

    Oii Beca, fico feliz que esteja gostando! Seja bem-vinda! Vou postar :)

  • beca Postado em 04/09/2014 - 08:49:09

    Leitora nova continua

  • iza2500 Postado em 22/08/2014 - 16:34:16

    amando a fic, amei o beijo de los A <3, postaaaaaaaaaa mais!!!!!!

  • barbieruiva Postado em 22/08/2014 - 14:16:52

    Olá Iza, seja bem-vinda! Vou postar sim, essa história é super bacana!Creio que vai adorar ;) Obg por comentar!

  • iza2500 Postado em 22/08/2014 - 11:52:11

    Continuaaaaaaaaaaaaa...


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