Fanfic: Story Of My Life - Herroni | Tema: Trauma Herroni: Maite Perroni & Alfonso Herrera.

018 – Anjos.

Capítulo dedicado a Re_Herroni, obrigado por sempre comentar linda. <3

"May" – Ouvi uma voz conhecida me chamar. Conhecida demais, para ser verdade. "May, meu amor" – Abri os olhos e me deparei com os lindos olhos castanhos do Christian me mirando e sorrindo. Ele parecia muito feliz. Estava vestido de branco e a luz daquele local me transmitia uma paz indescritível. Ele me ofereceu a mão e eu a segurei, me levantando e o abraçando com força, as lágrimas começaram a cair.

"Christian" – Eu sussurrei. "Eu te amo...Eu te amo muito, por que me deixou?" – Indaguei e ele apenas me apertava em seus braços.

"Eu te disse que tudo tem um propósito" – Ele disse se afastando e secando minhas lágrimas. Eu sorri e mirei tudo ao meu redor.

"O que...O que aconteceu? Eu morri?" – Perguntei e ele sorriu.

"Não meu amor, você está tendo um sonho" – Ele disse. "Tem uma pessoa que quer falar com você" – Ele disse e de repente sumiu.

"Christian" – O chamei. "Chris" – Meus olhos marejaram mais uma vez.

"Minha filha" – Ouvi a voz doce da minha mãe e olhei para trás, não acreditei quando a vi e corri a abraçando, foi impossível não chorar naquele momento. Ficamos longos segundos, ou minutos abraçadas, enquanto eu chorava. "Sssh....Olha pra mim, não temos muito tempo" – Ela pediu e a mirei.

"Eu te amo mamãe"

"Eu também te amo meu amor" – Ela disse, secando minhas lágrimas. "Presta atenção, eu sei de tudo o que passou, tudo o que sofreu, eu sei que o seu pai é um monstro e que foi difícil, está sendo e será difícil superar todos estes obstáculos que a vida lhe impõe. Mas você é forte meu amor, você é abençoada"

"Existe pessoas aqui que te amam e que todos os dias rezam por você" – Ouvi Christian aparecendo ao seu lado.

"Nós sempre vamos estar contigo" – Minha mãe disse.

"Sempre" – Christian disse e eu abracei os dois. "Temos que ir, agora" – Chris disse.

"Só precisamos que lembre de uma coisa, meu amor" – Minha mãe disse.

"Quando tudo parecer perdido, quando você não tiver mais forças para suportar tudo o que virá, não desista. Lute. Nunca guarde rancor de ninguém, sempre perdoe. E lembre sempre que nas horas das dificuldades, o amor é o único refúgio" – Christian disse e os dois foram sumindo. "Está na hora de abrir a segunda carta meu amor" – Ele sussurrou antes de sumir.

"Não...Não...Mamãe...Christian"

"Nãããããããoooooo" – Acordei com um sobre salto, me sentando na cama. "Não vão embora de novo" – Eu sussurrei e as lágrimas começaram a cair pelo meu rosto.

"Maite" – Alfonso disse, entrando no quarto com rapidez e respirando pesadamente. "O que aconteceu? Por que está chorando?" – Ele perguntou se aproximando e se sentou na cama. "Fala alguma coisa, pelo amor de Deus" – Ele pediu, mas eu não conseguia falar nada. "Você está me deixando preocupado, May" – Ele disse com a voz suave e eu o abracei.

"O Christian....A minha mãe..." – Eu consegui dizer, entre soluços.

"Foi um pesadelo, May...Foi só um pesadelo"

"Não" – Me afastei. "Foi um sonho, eles falaram comigo" – Eu disse e ele franziu o cenho.

"Maite..."

"Eu estou falando sério, Poncho. Eles me disseram muitas coisas e o Chris disse que já estava na hora de abrir a segunda carta, anda, temos que abrir" – Eu disse levantando, mas ele puxou meu braço e me abraçou.

"Calma" – Disse, acariciando meus cabelos.

"As cartas" – Eu sussurrei, voltando a chorar descontroladamente.

"Vamos abri-las, não se preocupe" – Ele disse e eu não sei por quanto tempo ficamos assim, mas ele só me largou quando eu parei de chorar e cessei com os soluços. "Vamos beber água e depois abrimos as cartas, ok?" – Ele perguntou e eu assenti. Fomos para a cozinha e ele me deu água, depois de bebe-la, o mirei e ele foi pegar as cartas. Já estava sentada na mesa, quando ele chegou.

"Cadê a Mia e o Davi?"

"Quando eu cheguei, tirei a Mia do seu quarto e a levei para o dela, está dormindo até agora e Davi chegou cansado do nosso passeio e dormiu também"

"Ah" – Eu disse e ele se sentou, me entregando a carta que havia: "Maite 2" e pegando a sua. A abri e suspirei antes de começar a lê-la.

Olá pela segunda vez, meu amor!

Hoje eu não vim para "falar" muitas coisas, apenas quero que saiba que eu te amo muito e que jamais te deixarei sozinha, nunca irá ficar longe de Christian Chávez, mesmo que enjoe de mim, ou que talvez não me ame mais. Eu sempre estarei ai. Não fisicamente – talvez se eu ficasse fisicamente, você enjoasse da minha cara – mas sim espiritualmente. Vou te contar um segredo: eu nunca fui de acreditar em Deus, em anjos, em espíritos, nessas coisas todas, até você aparecer e eu descobri que você é o meu anjo, o mias puro e doce anjo que eu já vi em toda a minha vida – e morte talvez. Só que agora chegou a hora de invertemos os papéis.

Agora eu sou o seu anjo. O seu protetor. E sempre te guiarei das mais fáceis até as mais difíceis escolhas. Mas um dia você não irá mais precisar de mim e então eu irei, sabendo que outro cuidará muito bem de você.

A terceira carta, eu quero que leia no dia 13 de maio. Entenderá o porque no dia.

Eu te amo, Maite Perroni. Para Sempre.

Christian Chávez.

Dizer que eu chorei seria um eufemismo depois desta carta. Meu Deus, eu o amo...Eu o amo tanto e por mais que ele tenha deixado cartas, por mais que ele apareça em meus sonhos, eu sempre sentirei sua falta. É inevitável.

"Está tudo bem?" – Poncho perguntou e eu levantei a cabeça o mirando, assenti e sequei as lágrimas o mirando.

"Ele colocou ai em que dia quer que você leia a terceira carta?" – Perguntei.

"Sim. 14 de maio" – Ele disse e suspirou. "E eu sei exatamente o porquê" – Completou com uma voz ressentida e eu franzi o cenho. "E a você?"

"Sim. 13 de maio" – Eu disse e ele assentiu, agora, tão confuso, quanto eu.

"Hum..." – Disse. "Vou guardar isso" – Ele disse e levantou, pegando os envelopes e indo em direção a seu quarto. Levantei e fui para a cozinha, bebi mais um copo de água e fui para a sala me sentando no sofá. Logo, Alfonso se sentou no outro e me mirou. "Você sabe que amanhã meus pais virão para cá, não é?" – Ele perguntou, ainda com a voz suave e eu assenti.

"Sim...Eu sei"

"Eu vou logo te adiantando como eles são, para que não se assuste" – Ele disse e eu sorri de canto, deitando minha cabeça no "braço" do sofá e me encolhendo, estava fazendo muito frio, naquela tarde. "Minha mãe é daquelas mães típicas, um doce e totalmente emotiva, talvez ela chore muito amanhã, principalmente quando o assunto for Christian..." – Ele disse, olhando para o nada. "Mas ela é um amor, eu sei que sempre poderei contar com ela para tudo, mas meu pai é diferente..." – Ele mudou o tom de voz e eu franzi o cenho. "Ele é rígido, frio e controlador..." – Sorriu de leve ao dizer a última palavra e me mirou.

"Agora entendo a quem você puxou" – Eu deixei escapar, em um sussurro.

"O que? O rígido, frio e controlador?" – Ele perguntou.

"Não. O controlador. Às vezes você é rígido demais e tem motivos para ser frio. Então acho que só puxou o controlador e um pouco do rígido" – Eu disse e ele sorriu.

"Mas ele é pior" – Ele disse, voltando a ficar sério. "Ele é do tipo de cara, que fala o que quiser, sem pensar se vai machucar ou não as pessoas, não se assuste e não se intimide com o que ele disser" – Ele falou, agora sério demais. "Talvez você..." – Ele ia dizer mas parou.

"Talvez eu?" – Perguntei.

"Não...Nada"

"Poncho...Agora eu fiquei curiosa" – Eu disse, com uma voz manhosa e ele sorriu.

"Pois vai continuar curiosa, mocinha" – Ele disse com uma voz carinhosa e se levantou, veio em minha direção e me deu um beijo na testa. "Está com frio?" – Perguntou, quando viu que me arrepiei. Sim eu estava com frio. Mas não foi por aquilo que me arrepiei.

"Uhum" – Eu disse e ele se sentou ao meu lado, me puxando para si em seguida e passando um dos seus braços em volta de mim, estranhei a sua atitude, mas descansei minha cabeça em seu peitoral, ele estava com uma camisa macia e bem mais quentinho que eu. Eu me sentia pequena em relação a ele, me encolhi toda junto ao seu corpo e ele colocou as pernas no sofá, nos ajeitando e fazendo com que ficássemos quase deitados no mesmo.

"Sabe Maite..." – Ele começou a sussurrar em meu ouvido, acariciando meus cabelos com a mão livre. "Eu não sei o que é isso, o que significa e porque me sinto assim..." – Disse e a sua voz e o seu toque, me transmitia paz. "Mas você me faz bem...e eu sinto um carinho muito grande por você" – Completou e suspirou em seguida. "O Christian sempre "fala" muito sobre você nas minhas cartas...Ele diz que você é uma mulher doce e muito sensível...Eu já percebi isso e é claro sei que existe muitas coisas sobre você que eu ainda não sei. Eu peço desculpa por todas às vezes que sou grosso, controlados e rígido demais, a minha intenção não é te tratar mal, muito pelo contrário, eu quero te proteger de tudo e de todos. Mas é difícil para mim agir assim...novamente"

"Novamente?" – Perguntei sussurrando e acariciando sua mão que estava em minha cintura.

"Sim. A única mulher, tirando você, que eu quis tanto proteger como agora, foi a Anahi" – Ele disse e suspirou novamente, fiquei acariciando e brincando com os seus dedos, enquanto o dava incentivo para continuar. "Eu a amava muito, May" – Ele disse, com dor na voz.

"Eu sei, Poncho" – Suspirei com a voz fraca. "Sofremos percas iguais" – Completei e levantei um pouco a cabeça o mirando.

"É...Eu sei disso" – Ele disse e voltei a encostar minha cabeça em seu peito. "Você está me mudando, como ela me mudou um dia. Eu era igual ao meu pai" – Ele disse e estremeceu com o que acabara de falar. Como se doesse, apenas de citar este nome. "Na verdade eu estou me tornando isso novamente...Eu sou um monstro, Maite" – Ele disse e levantei a cabeça novamente, ficando olho no olho com o Poncho.

"Não fale isso, Poncho" – Eu disse, séria. "Você não entende que é um homem maravilhoso? Independente de tudo, você criou dois filhos sozinhos, mesmo com a ajuda da Lupi, você jamais os abandonou, nem os maltratou. Você é um pai maravilhoso, Poncho, embora as vezes, seja rígido com eles, é maravilhoso...Você é um homem de respeito, tem sua própria empresa, sem falar nas suas qualidades...Você é generoso, você me deu apoio quando eu preciso e me dá até hoje, mesmo eu sendo uma desconhecida para você, não me tirou daqui depois da morte do Chris, pelo contrário, me deixou aqui, me dando um lar. Poncho...Você não tem noção do quanto é importante na minha vida, pelo simples fato de me oferecer uma cama para dormir e um alimento para comer" – Eu disse sincera e ele me olhava atenciosamente. Ficamos sem falar nada, ele apenas me abraçou com força.

"Obrigado" – Ele disse e continuamos assim, abraçados, um passando força para o outro.

Fim da Narração.

Anjos. Sim eles existiam e eu tenho três. Primeiro minha mãe, segundo o Christian, estes dois sempre serão os meus anjinhos, mesmo tão distantes. E o terceiro, o Poncho, o meu anjo protetor, que mesmo depois de tudo que passamos até hoje, nunca me abandonou. Ele também sempre será o meu anjo e diferente da mamãe e do Chris, ele pode estar aqui ao meu lado.

Acredita em anjo? Pois é sou o seu. Soube que anda triste, que senti falta de alguém...

Por isso estou aqui, vim cuidar de você, te proteger, te fazer feliz e quanto estiver cansada...

Cantar pra você dormir...

Saulo Fernandes - Anjo.