Fanfic: Story Of My Life - Herroni | Tema: Trauma Herroni: Maite Perroni & Alfonso Herrera.

021 – Conhecendo Maite Perroni.

“May” – A chamei, ela não respondeu. Bati na porta. “May, abri por favor” – Pedi.

“Espera” – Ouvi sua voz baixa e me sentei na cama. Logo ela saiu, com a roupa de dormir, o cabelo molhado e os olhos vermelhos de tanto chorar. “Oi” – Sussurrou, com os olhos marejados. Levantei indo até ela.

“Não precisa chorar, ok? Não foi culpa sua, ele é um idiota” – Eu disse e beijei sua testa. “Vamos” – Eu disse e ela franziu o cenho, limpando as lágrimas que já desciam pelo seu rosto. “Minha mãe e minha irmã estão aqui, vai dormir no meu quarto hoje” – Ela quis recuar, mas assentiu. Se afastou de mim e pegou seu travesseiro e sua coberta, peguei sua mão e fomos para o meu quarto. “Pode deitar, eu só vou tomar um banho, ok?” – Ela assentiu e eu fui para o banheiro.

***

Depois de um longo banho, sai do banheiro já vestido e encontrei Maite sentada na cama, mirando o nada através da janela e ainda chorando. Vê-la assim acabava comigo.

“Não conseguiu dormir?” – Perguntei baixo e me sentei na cama ao seu lado.

“As palavras dele não saem da minha cabeça, Poncho” – Ela disse.

“Não liga para o que ele fala”

“Mas dói tanto porque ele falou a verdade” – Ela disse e me mirou, a dor era notável em seu olhar e eu franzi o cenho.

“Não diga isso, May” – Eu pedi, a abraçando. Ela retribuiu. “O que aconteceu com você, em?” – Perguntei baixinho em seu ouvido. “Eu só quero te conhecer, May” – Eu disse, enquanto ouvia seus soluços, contra meu peito. “Fala comigo” – Pedi mais uma vez e a ajeitei contra meu corpo, de modo que ficasse entre minhas pernas. Me encostei na cabeceira e fiquei acariciando seus cabelos, enquanto ela parava de chorar aos poucos. Beijei seus cabelos e esperei pacientemente até ela começar a falar.

“Depois que a minha mãe morreu...eu fiquei com o meu pai” – Ouvia atentamente. “Ele era um monstro Poncho. Eu menti naquele dia da entrevista. Ele fazia coisas horríveis comigo” – Ela disse e eu engoli a seco, cerrando os punhos.

“O que ele fazia?” – Perguntei com a voz calma.

“Me batia muito e...e...”

“Oh meu Deus, ele te estuprava May?” – Ela chorou assentindo e a abracei com mais força, como um se humano faria isso com uma pessoa tão doce? Desgraçado, a minha vontade era de mata-lo, de caça-lo e acabar com a raça dele.

“Ele tirou a minha virgindade, Poncho, da pior maneira possível. Ele me obrigava a fazer coisas horríveis, eu tinha que limpar tudo, tran/sar com ele e ainda se negava algo que ele quisesse, ele me batia até eu não aguentar mais, ou pior....” – Fungou diversas vezes. “Eu fiquei grávida dele, Poncho. Do meu próprio pai” – Meu coração se despedaçou naquele segundo. Ela tinha um passado muito sofrido. Ela já passou por tudo isso e...meu Deus. Eu não sabia nem o que dizer. “E então eu fugi...O Chris me achou, mas eu perdi a criança” – Ela disse e limpou as lágrimas. “Eu não entendo essa vontade tão ruim que o seu pai tem de querer matar um bebezinho, Poncho...eu não entendo” – Ela disse por fim.

“Eu sei que não, mas não se preocupe, ok? Meu pai também é um monstro e ele não vai fazer nada com minha irmã, eu nunca deixaria” – Eu disse e ela assentiu. “E eu realmente sinto muito por tudo que passou, eu não sei o tamanho da sua dor, porém sei que é imensa e se eu pudesse fazer alguma coisa pra diminui-la...mas eu infelizmente não posso...” – Suspirei, derrotado.

“Você já faz Poncho, faz essa dor diminuir” – Ela disse e beijei sua testa.

“Sinto muito” – Sussurrei.

“Tudo bem...Já passou” – Ela disse.

“Eu prometo que ele nunca May, nunca vai encostar um dedo em você, tá bom?” – Ela assentiu.

“Obrigado”

“Sssh...Não precisa agradecer” – Pedi. “Vamos dormir” – Eu disse e nos deitamos, ela já havia parado de chorar, puxei-a para o meu peito e lá ela deitou, com seus cabelos ainda úmidos.

“Boa noite Poncho” – Sussurrou.

“Boa noite” – Disse e comecei a fazer carinho em seus cabelos. Percebi que depois de um bom tempo, ela ainda estava acordada. “Não consegue dormir?” – Perguntei.

“Não” – Disse baixinho.

“Hum...Deixe-me ver, eu posso te ajudar” – Ela me mirou. “Só não ria da minha voz” – Pedi, tentando alegra-la e ela sorriu.

“O que vai fazer?” – Perguntou.

“Deita ai” – Pedi e assim ela fez, deitando novamente no meu peitoral. Suspirei antes de começar.

“Todo cambio, cuando te vi...De blanco e negro a color, me coverti...y fue tan fácil...quererte tanto...algo que no imaginaba, fue entregarte mi amor con una mirada... Todo temblo dentro de mi. El universo escribio q fueras para mi. Y fue tan facil quererte tanto algo q no imaginava.
Fue perderme en tu amor simplemente paso y todo tuyo ya soy...” – Eu cantei e ao mirar, ela já dormia tranquilamente. Suspirei, alisando seus cabelos negros. Tão linda, com um rosto tão angelical, doce, meiga...como fazer mal a uma mulher assim? Eu nunca cantei para nenhuma pessoa dormir antes, mas eu tinha eu confortar a May de algum jeito, queria que ela pudesse saber que ela sempre poderia contar comigo e através da música, mostrar que eu estava me apaixonando por ela, que eu estava a amando, algo que eu nunca imaginei sentir por alguém depois da Anahi.

Fim da Narração.

(Trecho traduzido da música “Todo Cambio" – Banda Camilla)