Fanfic: Story Of My Life - Herroni | Tema: Trauma Herroni: Maite Perroni & Alfonso Herrera.

026 – Carta de Christian.

Maite Narrando.

Eu fiquei realmente muito enciumada com a ideia de Poncho sair a noite e voltar com manchas de batom na roupa e cheiro de mulher na camisa. Não sei o que deu em mim, porque isso tudo é só uma farsa de noivado. Me sentei em sua cama e suspirei pensando em Christian...Saudades que não saía de mim nunca. Minutos depois ele saiu e se sentou ao meu lado.

“Está tudo bem?” – Ele perguntou e eu assenti. Nós dois nos deitamos e ele me puxou para si.

“Eu estou me acostumando com isso” – Eu disse.

“Com isso o que?”

“Dormir assim com você, abraçada e recebendo carinho” – Sorri fraco. “Não me sinto assim desde que perdi a mamãe e o Christian” – Suspirei. Ele beijou o topo da minha cabeça e começou a fazer carinho na mesma.

“Pode vim aqui quando quiser” – Ele disse. “Somos noivos, né?!” – Sorriu e e retribui o sorriso. “Por falar nisso May, temos que organizar uma festa de noivado” – Ele parecia tenso, ao falar no assunto. “Eu sinto muito por tudo isso, mas é necessário. Para que as pessoas acreditem mais e...”

“Tudo bem Poncho...” – Eu disse e ele pareceu aliviado.

“Você sabe que minha família terá que vim, amigos e aquelas pessoas do meu trabalho terão que vim...não sabe?” – Suspirei.

“Sim...Eu sei, tudo bem...” – Eu disse baixinho.

“Se não quiser, não precisa falar com ele”

“Esta tudo bem” – Eu disse e ele assentiu.

“Semana que vem então, ok?” – Perguntou e eu assenti. “Vou ter que alugar um espaço...” – Ele disse, mordendo os lábios e eu levantei a cabeça o mirando. “Não seria seguro ser aqui em casa” – Completou.

“Por que, Poncho?”

“Não é nada demais meu anjo...Não se preocupe, ok?” – Eu sorri com “meu anjo” e  voltei a deitar em seu peitoral.

“Ok” – Disse e ficamos em silêncio. “Amanhã...é dia 13 não é?”

“Sim” – Suspirou. 

“A carta do Chris...” – Eu disse.

“É...” – Disse ele, pensativo. E voltamos ao silêncio. Eu não estava com sono, fiquei fazendo círculos em sua barriga, por enquanto que não conseguia dormir e ele acariciando meus cabelos.

“Boa noite, Poncho”

“Boa noite, May” – E não demorou muito, para eu dormir.

***

No outro dia eu acordei cedo e depois que todos nós tomamos café, Poncho me deu a carta de Christian e eu fui para o meu quarto. Sentei-me na cama e a abri, encostando na cabeceira e começando a lê-la.

Olá meu amor, se está seguindo as datas das cartas, hoje é dia 13 de maio e eu sei que não faz ideia do que esta data significa. Amanhã dia 14 de maio seria o aniversário da mulher de Alfonso, a este ponto você já deve saber que ela se chamava Anahi. Só queria te avisar antes porque sempre nesta data o Alfonso se isola, fica mais sério do que é, não conversa com ninguém e sempre quer ficar sozinho. Se ele agir assim não se preocupe. Todo ano é a mesma coisa. Eu nunca descobri o que animava neste dia, acho que nada, por isso estou te avisando com antecedência. Se ele for assim com você, peço que o entenda. Abra a outra carta no dia 2 de junho. Tenho certeza que sabe o motivo.

Eu te amo, meu amor. E sempre amarei.

Christian Chávez.

Agora eu entendi o motivo de Alfonso ficar assim quando falei do dia 13 na noite anterior, amanhã não será um dia fácil...eu queria fazê-lo se sentir bem, mas não sei como. Eu sei que dói demais e não a nada que eu possa fazer para que esta dor pare, doerá para sempre.

Dois de junho...Sorri fraco e meus olhos marejaram foi a data que Chris pediu para namorar comigo...Seria 3 anos de namoro...Suspirei e guardei as cartas onde guardava todas as outras, na primeira gaveta do guarda roupa e fui para a sala. Onde encontrei Davi, Mia e Poncho brincando no tapete. Davi estava entretido em um brinquedinho e o balançava sorrindo, Poncho para minha surpresa estava deitado no tapete com Mia sobre a sua barriga, dando gargalhadas.

“Titaaaa” – Ela soltou um gritinho quando me viu e todos me olharam. Caminhei até eles me sentando no tapete.

“Oi princesa”

“Tudo bom, May?” – Poncho perguntou, se referindo a carta.

“Uhum” – Eu disse e ele assentiu.

“Mia...Agora é ataque de cocegas na May” – Ele disse se sentando com a filha e vindo na minha direção.

“Não...Poncho...não”

“Sim, May, sim” – Ele disse e começou a fazer cosquinhas, eu gargalhava e quando me dei conta ele já estava sobre mim, Mia que ria se jogou em cima de nós dois. Eu não conseguia parar de rir e Poncho agora fazia cosquinhas em nós duas. Não conseguir ver Davi, só o ouvia.

“Papapa...” – Dizia e quando olhamos para ele estava andando em nossa direção com o brinquedinho na mão...Sorrimos e Poncho o pegou no colo, ainda no tapete.

“Oi garotão” – Eu me sentei e olhei Mia que estava vermelha de tanto rir.

“Agora é a vingança” – Eu disse e sorri e me aproximei de Davi e Poncho. Ele arqueou as sobrancelhas me desafiando e eu assenti, indo até ele e fazendo cosquinhas, Mia se jogou em cima dele e Davi ficou ao seu lado, fiz cosquinhas nele também que gargalhou e assim como Mia, ficou vermelho. Mas eu fiz mais em Poncho é claro que ria como uma criança. Eu sorri só em vê-lo assim. Até que ele segurou minhas mãos e virou por cima de mim.

“E agora?” – Perguntou baixo e eu parei de sorrir, hipnotizada com o seu olhar.

“Papai” – Mia o chamou e só então despertamos e ele saiu de cima de mim. Sentamos no tapete e miramos Mia e Davi.

“Oi princesa” – Ele disse.

“Eite” – Ela pediu subindo no sofá e deitando.

“Tá com fome e cansou” – Eu disse acariciando seus cabelos.

“É, perai que eu vou fazer” – Ele levantou e foi para a cozinha.

“Zenhoo Tita” – Ela pediu manhosa e eu levantei e liguei a televisão, colocando no primeiro desenho que achei.

“E você meu amor” – Me aproximei de Davi e o peguei no colo. “Está quietinho hoje” – Beijei a pontinha do seu nariz e ele sorriu.

“Ma-Ma-Maiii” – Ele tentava dizer e eu sorri.

“Maite? É isso que quer dizer meu amor”

“Ma-maiii” – Eu sorri e o abracei.

“Coisinha linda” – Disse e me sentei com ele no sofá. Fiquei tentando ensinar a ele algumas palavrinhas e ele repetia de maneira fofa, me fazendo sorrir. Até que Poncho chegou e deu a mamadeira de Mia, ele já estava com a de Davi na mão também.

“Da-da-da” – Davi disse e Poncho deu a ele a mamadeira sorrindo, me levantei e o coloquei deitado no sofá. Os dois ficaram quietinhos tomando o leite e assistindo televisão até que a campainha tocou e eu fui atender. Quando abri dei de cara com um homem, me parecia um senhor de idade que me olhou de cima a baixo e só pelo seu olhar, estremeci.