Fanfic: Story Of My Life - Herroni | Tema: Trauma Herroni: Maite Perroni & Alfonso Herrera.

029 – Aniversário de Anahi.

Alfonso Narrando.

Não sei quanto tempo fiquei com Maite em meus braços, porém logo depois que parou de chorar, sua respiração ficou mais lenta e quando a mirei, já dormia. Tirei umas mechas do seu cabelo de seu rosto e a peguei no colo, a levando para o meu quarto. A coloquei deitada do que já era o seu lado da cama e puxei o lençol a cobrindo. Acariciei o seu o seu rosto e beijei sua testa. Apaguei a luz do quarto e fui para a sala. Me sentei no sofá e suspirei. Eu não podia promete-la que não iria me vingar, porque eu sabia que não ia cumprir. Fiquei muito tempo no sofá pensando e repensando, quando já estava clareando eu me deitei ao lado de Maite e peguei no sono a mirando.

Não dormi quase nada e quando acordei, May ainda dormia. Suspirei e me levantei, depois de fazer toda a minha higiene pessoal, peguei a carta do Christian e me sentei no sofá, a abrindo e começando a ler.

É Poncho, estou aqui de novo e nesta data, pois você sabe exatamente o motivo. 14 de maio, você deve estar realmente muito chato, coitados das pessoas que estão ai contigo. Vou te contar algo que nunca contei antes, eu te admiro muito, sabia? Perdeu sua mulher e nem por isso, falhou nem por um segundo como pai. Tirando o fato de você ser incrivelmente chato, insuportável e ter a frieza de uma pedra de gelo, eu sei que no fundo não passa de um romântico sentimental. Sinto muito pela sua esposa e onde quer que ela esteja, está orgulhosa de você desde o dia que se foi. E não seja idiota. Eu deixei uma linda morena com você. Então tá na hora da fila andar, né? E sabe...Ela é uma pessoa incrível, você já deve ter percebido isso, não desperdice a chance de ser feliz com ela. Leia a próxima carta no dia 1 de Junho, entenderá o motivo no dia.

Eu te amo, irmão.

Christian Chávez.

Acabei de ler a carta e sorri, com os olhos marejados. Filho da mãe...Por que se foi? Suspirei e fui para o quarto, guardei a carta e quando ia sair, ouvi a voz de Maite.

“Poncho” – Ela me chamou e eu a mirei. “Bom dia” – Disse se levantando.

“Bom dia, May” – Sorri forçado. Eu não gosto desse dia, se pudesse passar voando e levar consigo todas as lembranças. Ela andou na minha direção e me abraçou com força, eu retribui.

“Eu sinto muito” – Ela sussurrou e eu sabia do que ela estava falando.

“Eu também...” – Disse, não querendo soltá-la nunca mais.

“Você já foi vê-la?” – Ela perguntou de repente se afastando um pouco. Franzi a testa.

“An?”

“Você já visitou-a...depois que...hum...lá no...cemitério?” – Perguntou e eu neguei com a cabeça.

“Não May...”

“Não tem vontade?” – Perguntou.

“Não é isso...É só que, bom...não sei, acho eu nunca tive coragem” – Eu disse.

“Quer ir lá?” – Perguntou. “Se não quiser tudo bem, mas se quiser...eu vou com você...Agora  ela é um anjinho, visite-a Poncho, vai fazer bem pra você e pra ela, onde quer que esteja” – Ela me disse e eu sorri de lado.

“Então eu acho que tenho três anjos” – Eu disse e ela sorriu doce. “Ok” – Suspirei. “Eu quero ir lá...com você” – Eu disse e ela assentiu.

“Mas o Davi e a Mia?”

“Bom, eu os deixo com a Lupi” – Ela assentiu e foi tomar banho.

***

Assim que eu cheguei no local, me arrepiei, estava sendo muito difícil para mim ir ali, eu nunca “vi a Anahi” depois de morta, só uma vez, para reconhecer um pouco e para mim foi uma visita crucial, eu preferia morrer do que ter que ver aquilo de novo.

“Tá tudo bem” – Maite sussurrou me abraçando de lado. Sorri de lado e assenti. “Eu vou ficar aqui, vai até lá” – Eu assenti novamente, não tão seguro do que estava fazendo e caminhei até o tumulo da Any. Meu coração começou a bater descompensado e as lágrimas brotaram em meus olhos. Me abaixei e deixei as lágrimas caírem quando o vento forte soprou em meu rosto. Por um momento eu vacilei, mas olhei para trás e vi Maite, ela sorriu fraco assentindo, me dando força e mas uma vez, mirei o tumulo a minha frente.

“Meu amor...” – Comecei. “Eu sinto muito a sua falta, muita mesmo. Me desculpa por ser um covarde, um idiota e nunca ter a coragem suficiente para dizer em vida o quanto eu te amava e o quanto era importante para mim. Me desculpa pelas brigas, me desculpa por colocar a sua vida em risco. Me desculpa” – Eu disse e as lágrimas eram constantes, acariciei o tumulo a minha frente, onde tinha o seu nome completo e a sua data de nascimento e de morte e suspirei. “Nossos filhos estão lindos...A Mia já fala muitas coisas e é muito parecida com você, ela tem o meio gênio forte, mas também tem o seu jeitinho doce...Também tem o narizinho empinado ás vezes...” – Sorri de leve. “Mas é um amorzinho. E o Davi, nosso garotinho que você nem pode acompanha-lo direito...Nem o primeiro dentinho, nem a primeira palavra que foi papai...E nem os primeiros passos, que foi ao lado de Maite...” – Eu disse e sorri ao citar o seu nome. “Depois que se foi, meu amor, eu nunca imaginei encontrar alguém que fizesse meu coração acelerar apenas por um doce sorriso. Saiba que eu nunca te esquecerei, você sempre será o meu primeiro amor...Mas...Eu sinto algo muito forte pela Maite, sabe...” – Sorri novamente e sequei as lágrimas. “Eu espero que esteja bem, seja lá onde esteja e que esteja orgulhosa pelos nossos filhos e por mim...uma vez eu te prometi que largaria essa vida, essa boate...e eu ainda vou cumprir isso, ok? Só preciso...só preciso acabar com uem fez isso com você e com o Christian...” – Suspirei. “Bom, eu já vou...mas eu precisava vim aqui, dizer que eu te amo meu amor, para sempre” – Acabei de falar como um maluco no meio de um cemitério, mas me sentia bem, me levantei e mais uma vez um vento forte soprou em meu corpo e uma sensação maravilhosa, fez eu me arrepiar. Eu nunca acreditei nisso, mas mesmo assim, sussurrei... “Para sempre” – E então sai andando em direção a Maite, que sorriu quando me aproximei e me abraçou com força. Eu não disse nada.

“Como foi?” – Ela perguntou baixinho.

“Obrigado, meu amor, muito obrigado” – Eu disse, pela primeira vez, me sentindo livre desde o dia que Any morreu.