Fanfics Brasil - 10 Lição de Ternura AyA Finalizada

Fanfic: Lição de Ternura AyA Finalizada


Capítulo: 10

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Uma semana e seis dias após a partida de Alfonso de Nova Orleans, casais apaixonados comemoravam o Dia dos Namorados.
Para Anahí, tratava-se apenas de um dia como outro qualquer... Até receber um pacote no escritório. Vinha da maior magazine da cidade, embrulhado com papel dourado e enfeitado com fita vermelha.
Sob o olhar curioso da secretária, ela abriu primeiro o cartão que dizia apenas: Alfonso.
Então rasgou o embrulho onde uma caixa revestida de cetim abrigava dois frascos delicadamente entalhados de cristal. Um deles continha um perfume caro e famoso, enquanto o outro, a mesma fragrância em óleo de banho.

Susan não conteve uma exclamação de inveja.

Anahí, porém, não ouviu nada. Exceto a manifestação súbita de uma voz do passado: "Um homem quer sua mulher cheirando a perfume, não a linimento... Não a linimento... Não a linimento..."

Engolindo o nó da garganta, ela procurou ser justa. As intenções de Alfonso haviam sido boas. E, apesar de se sentir ameaçada, tinha desejado receber notícias dele. Só não se conscientizara do quanto até aquele momento.
De repente quis rir e chorar ao mesmo tempo. Era engraçado como a vida podia ser irônica. Lamentavelmente irônica.

Ele havia entrado em contato com ela, entretanto, apenas para lembrá-la de um fato que ela preferia esquecer. Alfonso não tinha noção de suas limitações, nenhuma idéia da disparidade existente entre suas vidas.

Anahí abriu a tampa dourada do frasco de óleo para banho e sentiu sua doce fragrância. De acordo com o cartão amarrado ao vidro por um fio dourado, era uma mistura dos perfumes de mel, íris e pêssego. 
Para ela, porém, exalava somente o cheiro da ironia. Um sorriso triste se esboçou em seus lábios enquanto a visão se turvava.

Fazia anos que não podia mais entrar numa banheira.


 


E como explicar isso e centenas de outros atos insignificantes mas essenciais, que ela não podia praticar, para um homem que podia?

Ela trabalhava demais.

Todos lhe diziam isso, principalmente Mayte e o dr. Stratton. Embora não fosse necessário. Anahí sentia isso. A dor no quadril piorava, assim como no restante do corpo, enquanto a sensação da fadiga típica da doença começava a se manifestar. Faltava-lhe apetite também.

Entretanto, recusava-se a ceder. Em parte devido ao senso de responsabilidade. Precisava continuar com os planos do hotel-fazenda - ainda aguardava a carta de confirmação. Havia, contudo, outra razão para o zelo excessivo com o trabalho. Tentava enterrar todo e qualquer pensamento sobre Alfonso Herrera.

Quase obtivera êxito nessa intenção. Na semana subseqüente à chegada do presente, outras preocupações haviam assumido precedência em sua mente. Esses momentos, porém, foram poucos e espaçados.


**
Na noite de sexta, o esgotamento físico e emocional da semana cobrava seu preço. Chegando em casa as seis, vestiu uma roupa mais confortável, esquentou uma sopa enlatada e esperou a amiga com dois analgésicos à mão. May prometera passar lá as sete a ajudá-la a entrar na hidromassagem.


 


Quando a campainha tocou alguns minutos antes da sete, Anahí suspirou de alívio e logo se pôs a imaginar a massagem relaxante da água morna e borbulhante.

- Já vou - gritou, enquanto a cadeira lentamente a colocava de pé. Dependendo mais do que nunca da bengala, custou a alcançar a porta. - Chegou bem na ho...

As palavras lhe faltaram diante da visão inesperada de Alfonso Herrera em sua varanda. Seu coração disparou, uma felicidade indescritível a tomou de assalto.

Alfonso também não ficou indiferente. Sob a aparência tranqüila, seu coração batia com igual inquietação, enquanto ele lutava contra o impulso de puxá-la para os braços.

Subitamente o telefone tocou.

Anahí continuou imóvel. De fato, sequer parecia ouvir o som estridente e repetitivo.

- O telefone está tocando - disse Alfonso.

- O telefone está tocando - ela repetiu, como se não tivesse escutado.

- É, você tem razão - ele concordou com um sorriso. - O telefone está tocando.

- Eu... Eu vou atendê-lo.


 


Anahí foi o mais rápido que pôde até a cozinha, onde se encontrava o aparelho.
- Alô? - atendeu ofegante, tanto pelo esforço físico quanto pela emoção de constatar que Alfonso a tinha seguido.

Era Mayte se desculpando porque ia se atrasar devido a uma reunião de última hora dos funcionários do hospital. No fundo, Anahí agradeceu pelo contratempo, pois não saberia como explicar à amiga a presença de um homem em sua cozinha.

- É claro, eu entendo. Não, não. Vamos esquecer a hidromassagem por hoje. Não vai ser por causa disso que vou morrer. – Ela se sentou num banco, reprimindo uma careta de dor. - Um pouco - respondeu à pergunta sobre a dor, - mas faço questão de abrir mão do tratamento hoje. Está bem. Até amanhã então.

Ao desligar o telefone, o olhar de Anahí automaticamente recaiu sobre sua visita. Como ele não dissesse nada, viu-se obrigada a romper o silêncio:

- Era May. Tínhamos combinado que ela passaria aqui, mas ficou presa no hospital por causa de uma reunião...

- Ela ajuda você com a hidromassagem?

- Sim, porque não consigo entrar na banheira sozinha.

- A dor piorou?

- Estou bem, não se preocupe.

- Não foi o que perguntei.

- Um pouco, talvez. Mas isso já era de se esperar. Além do mais, tive uma semana cansativa.

- Vamos então.

- Para onde?

- Para a banheira.

- O quê?

- Não era para onde você queria ir?

- Não! Isto é, sim... Mas não é necessário.

- O quadril está doendo?

- Sim, mas...

- Então vamos. - Sem esperar resposta, Alfonso a levantou nos braços.


 


Toda a resistência de Anahí evaporou-se nesse instante. Ele parecia tão forte, tão seguro...

- Vai me dizer onde fica a banheira ou terei de vasculhar a casa? - Uma expressão marota brincava nos olhou dele.

Ela forneceu as indicações para o jardim de inverno. Enquanto ele a carregava para lá, Anahí teve a sensação mágica de que flutuava num sonho. Um sonho bonito, mas não obstante um sonho.

- Tire os sapatos - ele disse ao encontrar o local; enquanto isso, também se descalçava com os calcanhares. - Seu relógio é a prova d`água?

- Como?

- Tire o relógio. - Depois que ela lhe entregou o objeto pedido, Alfonso apertou um botão, fazendo com que a água começasse a se revolver.

Quando Anahí percebeu que ele pretendia entrar na banheira do jeito que estavam, gritou:

- Você não pode fazer isso! Não, Alfonso!

Era tarde demais. Sentiu a água morna nos pés descalços e então, gradativamente, no resto do corpo até o pescoço. Ele também estava todo molhado.


 


Diante da constatação de que ambos estavam dentro da banheira de hidromassagem, com água até o pescoço e inteiramente vestidos, ela irrompeu numa gargalhada.

- Você é louco, Alfonso Herrera!

- E daí? Você está tão molhada quanto eu!

Ela continuou a rir. Há dias não se sentia tão bem. Aliás, há semanas, mais precisamente três semanas. De fato, não se sentia tão bem desde a última vez que estivera com... A consciência de que ia completar a frase com o nome de Alfonso apagou seu sorriso.

Diante da beleza do rosto sorridente de Anahí, da atração sensual dos seus lábios, o riso de Alfonso também havia morrido. Ela suspirou, e ele engoliu em seco. Ambos se olharam pelo que pareceu uma eternidade.


 


Anahí percebeu o instante em que ele decidiu beijá-la.
Foi na mesma fração de segundos em que ela concluiu que morreria se Alfonso não fizesse isso. Segurando-a nos braços, ele selou seus lábios, a princípio com ternura e pouco a pouco com crescente avidez.

- Senti tanto sua falta! - ele sussurrou. - Tanto!

- Também senti a sua - ela confessou, tão perdida em emoção que só podia falar a verdade.

Quando suas bocas se uniram outra vez, o corpo de Anahí ardia ao fogo do desejo. Ela se abraçou mais a Poncho, maravilhada com a constatação de que a sensualidade há anos reprimida ganhava vida instantaneamente ao mínimo toque daquele homem. Uma onda de calor a invadia. Necessitava, desejava o prazer que ele podia lhe dar.


 


De repente, a necessidade, o desejo, era tão forte, tão consumidor que a assustou. Perdia o controle. Sentia o mesmo medo, a mesma vulnerabilidade de quando soubera que sofreria de artrite. Ao mesmo tempo, uma voz interior advertia que ela não tinha o direito de buscar a satisfação com aquele homem, quando não podia retribuí-la.

- Não! - protestou, rompendo o contato. - Não, por favor...

Perdido na paixão do beijo, Poncho estava atordoado demais para impedir que ela se desvencilhasse de seus braços.

- O que foi?

Sem responder, ela se refugiou na borda oposta da banheira e tentou se levantar. Sentiu dores no quadril, mas reprimiu o gemido e insistiu. Desta vez a pontada foi mais cruel.


 


- Ai! - exclamou de dor, odiando-se por isso.

Desesperada, pois a incapacidade de sair da água só aumentava a sensação de perda do controle, segurou com firmeza a borda da banheira. Cerrando os dentes, impulsionou o corpo para cima até as mãos molhadas deslizarem, fazendo-a cair para trás.

- Anahí, o que houve? - Poncho a amparou.

- Quero sair! - gritou, lutando para se afastar dele.

- Espere um minuto. - Com uma agilidade impressionante, ele se pôs de pé e a tirou da banheira. A água que escorria de suas roupas encharcadas logo formou poças no piso. - Poderia me contar o que aconteceu?

- Não quero um homem em minha vida! - Após o desabafo, ela se pôs a andar sem a ajuda da bengala. Por conseqüência, mal deu dois passos e tropeçou. Poncho a amparou de novo, gentil, porém firmemente, a virou para si. Seus olhares se cruzaram, francamente belicosos.

- Que diabos isso significa?

- Apenas o que eu disse. Não quero um homem em minha vida. Ou talvez fosse mais adequado afirmar que nenhum homem me quer na sua. Não sou estúpida, sei que não atraio ninguém!


 


Ela não pretendia dizer nada daquilo. As palavras simplesmente saíram, o resultado de anos de mágoa. Sequer tinha certeza de acreditar na última parte. Poncho a havia beijado como se realmente a desejasse. Entretanto, como alguém poderia querê-la? Parecia que a cabeça argumentava uma coisa e o coração, outra.

Num momento raro em sua vida, Poncho ficou sem fala. Embora por não mais que um momento. Com ousadia, segurou a mão dela e a pressionou intimamente contra seu sexo. Sob as calças molhadas, estava a evidência de seu desejo.

Anahí fechou os olhos, a respiração suspensa.

- Encare-me - a voz dele revelava um misto de paixão e raiva -, e diga-me que não a quero.

Ela sentia a mão queimar. O coração pulsar. A cabeça girar. A sensação de perda do controle. Não podia negar o desejo daquele homem.

- Eu... Eu não quero um homem em minha vida - repetiu, incapaz de pensar em outro argumento.

- Lamento muito, minha querida. Pois, queira ou não, tem um homem em sua vida!

Antes que Anahí pudesse expressar uma palavra que fosse, Poncho a puxou para os braços e a beijou com ardor.



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Autor(a): eduardah

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olá galera desculpem ... agr  voltei  vou terminar de postar  Anahí lutou - contra Poncho e contra si mesma. Tentou livrar a boca aprisionada, mas ele entrelaçou os dedos por seus cabelos e lhe imobilizou a cabeça. Mesmo assim, procurou desvencilhar-se, empurrando-o pelo peito. Também em vão. Poncho permaneceu firme.E ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • dessaya Postado em 21/01/2015 - 19:42:52

    u.u

  • franmarmentini Postado em 21/01/2015 - 13:57:34

    :)

  • franmarmentini Postado em 25/08/2014 - 16:34:36

    consegui ler tudo ;)

  • franmarmentini Postado em 25/08/2014 - 07:53:46

    nossa...fiquei muito feliz por vc repostar denovo :) ja vou começar a ler por aki os primeiros capitulos ;)


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