Fanfics Brasil - Capitulo-13 Lição de Ternura AyA Finalizada

Fanfic: Lição de Ternura AyA Finalizada


Capítulo: Capitulo-13

823 visualizações Denunciar


Poderia ser um pouco mais específica? - A pergunta, feita num tom calmo, foi à gota d`água para que a raiva de Anahí eclodisse, numa torrente de palavras e lágrimas.

- Você não devia ter comprado o carro... Eu não esperava que fizesse isso... Está chovendo e sinto dores... Meu corpo todo dói... Então você me carregou no colo escada acima... Eu queria, mas não queria isso... May vai adotar Jason, e estou feliz por ela, mas... Mas... Oh, nem sei o que quero dizer... Além disso, não pude ir dançar, ela beijou você e eu quebrei a xícara e... E... E... Droga, você limpou a sujeira! Eu não queria que fizesse nada por mim!

Poncho deixou que ela chorasse por longos minutos e só então comentou:
- Bem, isso certamente esclarece tudo.

- Foi você quem perguntou - retrucou ela.

- Então me desculpe se estou sendo exigente, mas poderíamos analisar seus motivos um a um?

- Não quero...

- Por que discorda de eu ter comprado o carro?

- Não é isso. Quero dizer, fiquei tocada com o gesto... Foi uma das coisas mais bonitas que alguém já fez por mim, mas..

- Mas o quê?

- Faz-me sentir culpada.

- Por quê, se a decisão foi minha? Espera que as crianças que irão para o hotel-fazenda se sintam culpadas por todo o trabalho que você está tendo por elas?

- Claro que não, só que...

- É a mesma coisa, Anahí. E quanto à sua dor, fique sabendo que eu faria qualquer coisa, pagaria qualquer quantia, daria o que fosse preciso para mudar essa situação.

A sinceridade das palavras e a angústia da voz dele provocaram novo acesso de choro em Anahí.

- Você acredita que seria capaz do maior sacrifício para tentar resolver seu problema? - ele insistiu.


 


- Acredito. - De fato, tanto racional como intuitivamente ela sabia que Alfonso Herrera não mediria esforços para ajudá-la a superar sua limitação.

- As escadas foram falha minha - ele continuou. - É lógico que você poderia ter subido sozinha, mas por que deveria sacrificar-se por um esquecimento meu? Agora, o que vinha em seguida? Ah, sim, a adoção de Jason por Mayte.

Nesse instante ela o encarou.

- Estou realmente feliz por ela.

- Não duvido que esteja.

- Acontece apenas que... Não sei, minha vida de repente parece tão vazia. Será puro egoísmo meu?

- De maneira nenhuma. Foi exatamente como me senti quando descobri que minha esposa ia se casar de novo. Fiquei feliz por ela, sinceramente feliz, porém de repente senti esse vazio em minha vida. Era como se Dulce continuasse a viver enquanto eu permanecia estagnado.

Anahí ficou tensa ao ouvir a menção a Dulce Maria, mas relaxou ao perceber que Poncho não a amava mais. Sentia-se bem mais segura com a indiferença dele à bela modelo.

- Você queria realmente ir dançar?


 


- Eu também não. Diga-me uma coisa, Anahí... Sim ou não. Se eu tivesse machucado a perna e deixasse cair uma xícara e me fosse difícil recolher os cacos, você faria o trabalho por mim?

- Sim, mas...

- Nada de mas. E assunto encerrado. Quase... Há ainda a questão do beijo a discutir.

Anahí voltou-se em direção à lareira, maldizendo-se por ter tocado no assunto.

- Isso não é da minha conta. Eu não devia ter falado. Eu...

Poncho apoiou as mãos na lareira, aprisionando-a no círculo de seus braços. Não a tocava, contudo Anahí sentia como se ele estivesse percorrendo-lhe o corpo com carícias enlouquecedoras. Fechou os olhos, tentando afastar esses pensamentos.

- Trata-se de ossos do ofício - Poncho explicou, a voz baixa, romântica. - Incidentes como o desta noite não ocorrem com freqüência, mas ocorrem. Mas não significam nada, absolutamente nada para mim. - Ele se aproximou um pouco mais, o corpo quase tocando o dela. - Nem sei como era a moça. Se era atraente ou não...

- Era - Anahí observou, provocando o sorriso dele.

- ... ou se era loira, morena, ruiva...

- Morena.

- O que vestia...

- Um vestido azul... que, aliás, parecia um número menor que o manequim dela.


 


- A questão, Anahí - Poncho mal continha a satisfação diante da descoberta de que ela estava com ciúme -, é que não guardei nada daquele beijo. - Dizendo isso, encostou os lábios na orelha de Anahí, arrepiando-a. - E sabe por quê?

Ela abanou a cabeça, incapaz de falar, enquanto ele lhe beijava o pescoço, a nuca, os cabelos.

- Porque não era um beijo seu - Poncho continuou, sem interromper as carícias. - Que são os únicos que me interessam guardar. 

Ela suspirou, enlevada com a sensualidade do momento.

Voltou-se para ele, sentindo o coração bater cada vez mais forte. Também estava trêmula e mal reprimia o desejo de abraçá-lo, de aninhar a cabeça contra o peito forte.

- Sinto muito - murmurou depois de alguns instantes.

- Por quê?

- Por esta noite. - Seus lábios se roçaram outra vez. - Foi uma semana difícil.

- Quer saber por que Anahí? - Como ela não respondesse, Poncho continuou: - Porque você passou esses últimos dias lutando contra si mesma. Não faça mais isso. Não tente alterar o rumo do que está havendo entre nós. Apenas deixe acontecer...

Mal concluiu a frase, Poncho tomou-a nos braços, apertando-a mais e mais até nenhum dos dois saber, ou se importar em descobrir, onde começava o corpo de um e terminava o do outro. Beijavam-se com o ardor da paixão, preocupados apenas em aproveitar o momento.

Depois de algum tempo, ele a ergueu nos braços e a levou até o sofá. Anahí deu um suspiro de alívio ao se acomodar sobre as almofadas macias.

- Onde está seu analgésico? - Poncho indagou.

Ela quis argumentar que não precisava do medicamento, pois não gostaria que nada turvasse sua mente naquele momento, mas ele se manteve firme:

- A questão não é se você quer o comprimido, mas onde está.

- Ah, não é justo ler minha mente, Herrera! - Ela sorriu.


 


 


 


- Não tenho a menor intenção de bancar o justo com você, minha querida. E então, onde está?

- Na minha bolsa. - Ela o seguiu com o olhar até o local indicado, viu-o desaparecer rumo à cozinha, de onde voltou com um copo d`água.

- Pronto, tome isto. - E estendeu-lhe dois comprimidos.

Anahí se ergueu sobre o cotovelo e tomou o analgésico.

- Agora continue deitada e deixe o remédio surtir efeito. Ficarei aqui até você se sentir melhor.

Poncho sentou-se na borda do sofá. Para ela pareceu natural ficarem tão juntos um do outro. Aquele homem lhe transmitia segurança, muito embora... Muito embora tivesse razão ao acusá-la de lutar contra o que acontecia entre os dois. Por outro lado, porém, ela não sabia como reprimir esse anseio de luta. Em seu íntimo reinava o medo de gostar e perder.

Era impossível se interessar apenas um pouco por Alfonso Herrera. Nenhuma mulher conseguiria essa façanha. Ele era tão bonito. Tão divertido. Tão terno.

Ao lhe tocar a face, Anahía surpreendeu tanto a si mesma quanto a ele. Na verdade nenhum dos dois esperava pelo gesto. Havia apenas... Acontecido. E era tão bom! Sua mão deslizou pela pele bem barbeada do rosto dele. De qualquer modo, aquele homem também era diferente. Suas vidas quase nada tinham em comum. Mas, Deus, como o desejava...

Poncho tomou-lhe a mão entre as dele e beijou-a carinhosamente. Depois roçou os lábios pelo seu pulso e por toda a extensão do braço. A cada carícia, mais e mais ela ansiava por ser tocada. E como fosse capaz de ler sua mente, Poncho continuou percorrendo com a boca o seu ombro, o pescoço.


 


- É esse o perfume que lhe dei? - ele indagou, o nariz encostado em sua orelha.

- Sim.

- É gostoso. Muito gostoso. - Então ele a beijou na boca, um beijo profundo e sensual.

Em resposta, Anahí puxou-o mais para junto de si, o corpo ardendo de desejo, a mente distante de qualquer censura.

- Alfonso...

- Assim, minha querida, é como se deve dizer meu nome.

Ela abriu os olhos e fez menção de falar.
- Não diga nada, Any. Apenas deixe acontecer. - Ao se inclinar sobre ela, pressionou-lhe o quadril com força, levando-a se encolher instintivamente. - Machuquei você?

- Só um pouco.

- Desculpe-me. - Ele tocou-lhe a parte superior da coxa, à procura da junta dolorida. - É aqui?

- Não, mais para o lado. - E guiou a mão dele para o local.

- Dói? - Poncho se referia à massagem que fazia sobre o músculo.

- De jeito nenhum. Ao contrário. É bom... Tão bom.


 


A mão que deslizou sob o vestido parecia tão ansiosa por confortá-la que Anahí sequer abriu os olhos ao senti-la subir-lhe pela perna.
Quando ele voltou a massagear a junta dolorida, por cima das meias, ela suspirou de prazer. Aqueles dedos fortes agiam com delicadeza, exercendo cuidadosa pressão em círculos.

Naturalmente, a carga de sensualidade daquele toque atingia os dois ao mesmo tempo. De um momento para o outro ambos tinham a respiração alterada, revelando o desejo reprimido.


 


Porém, Poncho leu algo mais nos olhos de Anahí: a dúvida. Isso, somado às circunstâncias, inibia qualquer iniciativa de sua parte. Levantando-se devagar, ele disse:

- Eu.... Eu acho melhor ir embora.

- Antes que a chuva o prenda aqui?

- Não, antes que eu faça amor com você.

Muito depois que ele havia saído, e apesar de o comprimido lhe provocar sonolência, Anahí continuava acordada. Perguntas desfilavam por sua mente uma lista sem fim: que tipo de amante Poncho seria? Como dizer a um homem que se quer fazer amor com ele, mas não sabe se conseguirá? Como contar-lhe que outro já a considerara menos mulher?


 


Apenas uma vez na vida Poncho sentira tanto embaraço quanto naquele restaurante: na noite de seu primeiro encontro com uma garota, quando havia tentado colocar um broche em seu vestido sem lhe tocar os seios. Agora também não sabia o que fazer com as mãos e as palavras lhe fugiam.

- Anahí está bem? - indagou Mayte, percebendo o que acontecia.

Era o começo da tarde do dia seguinte, um sábado ensolarado após uma noite chuvosa. Ele telefonara logo cedo para Mayte e a convidara para almoçar, dizendo apenas que precisava conversar com ela.

Diante da surpresa estampada no rosto dele, a fisioterapeuta sorriu.
- De quem mais você ia querer

- É verdade. De quem mais? Eu... bem, eu gostaria de saber sobre as limitações de Anahí. - Ele hesitou antes de especificar: - Suas limitações sexuais.

MAyte reprimiu o riso diante do embaraço de um homem normalmente tão confiante.
- Achei que você, como profissional que é, e a melhor amiga dela...

- O que gostaria de saber?


 


- Qualquer coisa. Tudo. Contra o que devo lutar?

- Na minha opinião, tanto pessoal quanto profissional, o que você tem contra si é menos físico do que emocional.

- Foi o que imaginei. - Ele reviu mentalmente a dúvida nos olhos de Anahí na noite anterior, talvez reflexo de lembranças dolorosas.

- Vamos falar sobre o lado físico primeiro - Mayte sugeriu. - Nesse aspecto, Anahí sente as mesmas carências que qualquer outra mulher. A doença não afetou sua libido, apenas a deixa indisposta, pelo menos parte do tempo, de modo que talvez não desejará fazer amor tanto quanto você. O tipo de artrite do qual ela sofre é sistêmico, o que significa que envolve o corpo todo.

- Ela me explicou isso.

- Pois é. Então, há épocas em que ela não se sente bem e épocas em que parece uma pessoa absolutamente sem problemas. É claro que as juntas da bacia não suportam a pressão que as minhas ou as suas agüentam, o que limita um pouco seus movimentos. Mas volto a repetir que isso não restringe o desejo nem o desempenho sexual.

- Em resumo - Alfonso superava o constrangimento diante da objetividade de Mayte -, Anahí é capaz de ter uma vida sexual normal desde que encontre um parceiro gentil e criativo.

- Exatamente. É tudo uma questão de cuidado, porém sem exagero. - MAyte tirou da bolsa papel e caneta. - Vou lhe dar o nome de um livro publicado pela Fundação de Pesquisas sobre Doenças Reumáticas. É uma obra excelente. Recomendo-a para todos os meus pacientes artríticos e seus familiares.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): eduardah

Este autor(a) escreve mais 7 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

  - Obrigado, eu o lerei.- O tema é a adaptação pessoal, a experimentação. No momento, por exemplo, nem a própria Any sabe ao certo suas limitações.- Como assim?- Acontece que nos cinco, quase seis anos que nos conhecemos, você é o único homem que Any deixou se aproximar tanto dela. - Pon ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • dessaya Postado em 21/01/2015 - 19:42:52

    u.u

  • franmarmentini Postado em 21/01/2015 - 13:57:34

    :)

  • franmarmentini Postado em 25/08/2014 - 16:34:36

    consegui ler tudo ;)

  • franmarmentini Postado em 25/08/2014 - 07:53:46

    nossa...fiquei muito feliz por vc repostar denovo :) ja vou começar a ler por aki os primeiros capitulos ;)


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais