Fanfics Brasil - Penúltimo Capitulo-26 Lição de Ternura AyA Finalizada

Fanfic: Lição de Ternura AyA Finalizada


Capítulo: Penúltimo Capitulo-26

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- Sabe onde me encontrar - Poncho lembrou.

- E você sabe como acabar com o sofrimento.

Poncho não respondeu. Simplesmente embarcou, com sofrimento e tudo.

Enquanto ele apertava o cinto, o telefone tocava em sua casa Anahí ouvia o chamado monótono. A razão ordenava que desligasse, mas não o fazia. Não queria interromper a ligação. Ao menos ouvia o telefone dele tocar e estava desesperada por um contato, qualquer que fosse.

Não importava mais quem estava certo ou errado, só importava ouvir a voz dele. Queria que ele lhe dissesse que a amava e talvez até repetir o pedido de casamento. Talvez desta vez não recusasse a proposta.

Lágrimas começaram a rolar pelo rosto.

O desespero a dominou.

E só lhe restava o toque indiferente do telefone. Além da consciência de que tinha sido melhor não encontrá-lo. Melhor para ele.


 


Poncho apertou o botão sobre o assento da primeira classe assim que o avião decolou. Uma aeromoça apareceu de imediato.

- Deseja alguma coisa, sr. Herrera?

- Uísque com gelo, por favor.

- Sim, senhor. - A aeromoça voltou em seguida com o drinque. - Precisa de um cobertor, um travesseiro, uma revista...

- Não, obrigado. - Ele ergueu o copo, - Isto é tudo.

Assim que a comissária se foi, Poncho apagou a luz sobre a cabeça e se pôs a pensar em Anahí. Sentia um frio no estômago e contava com o uísque para desfazê-lo. Em vão. O mal-estar continuou. Céus, não sabia que era possível alguém sofrer tanto! Ou sentir tamanho vazio. Como o céu escuro que o avião cortava. Infinitamente vazio. Temerariamente vazio. Piedosamente vazio, pois ele tinha conhecido a plenitude. A plenitude do amor. A plenitude de estar com Anahí.

Você sabe como acabar com o sofrimento, as palavras do amigo lhe voltaram à lembrança. Não podia ceder apenas uma vez? Não. Era contra sua natureza. Contra tudo que seu pobre pai imigrante lhe ensinara sobre o sucesso. Não devia se contentar com menos. Mas... não estaria tão determinado contra qualquer concessão por já ter desapontado o velho uma vez?


 


Ele suspirou, tomou a bebida e olhou para a noite. E sofreu. Não chegaria o momento em que o alívio da dor era tudo que realmente importava?

A campainha tocou quando Mayte colocava Jason na banheira.
- Quem é, mamãe? - A forma como o garoto a tratava sempre acendia uma chama de felicidade no coração de May.

- Não sei, querido. Não enxergo através da porta.

- A Mulher-Maravilha enxerga.

- Bem, não sou a Mulher-Maravilha. - Ela colocou a esponja e o sabonete nas mãos do menino, que automaticamente apanhava um navio de guerra. 

- Nada de brincadeiras esta noite. É tarde.

A campainha tocou outra vez.
- Já vou! Nada de brincadeiras, Jason - lembrou antes de se dirigir para a porta.

Consultando o relógio, viu que era realmente tarde.


 


Dez para as dez.
Pela décima vez naquele dia, imaginou por que Christian não havia telefonado. Não deixara de ligar uma noite em duas semanas. Talvez tivesse tentado justamente quando ela saíra com o menino. Talvez tentasse mais tarde. Talvez ... Abriu a porta... e deparou com os olhos negros de Christian Chavez.

Nenhum dos dois falou durante segundos palpitantes.

Foi ele quem rompeu o silêncio:
- Coloquei Poncho num avião para Nova York e, quando saía do aeroporto, ouvi o anúncio de um vôo para Nova Orleans. Quando me dei conta, embarcava nele.

- Adoro espontaneidade. - May sorria.

- E eu adoro você.

May recuou. Christian avançou. E se aproximou de seus lábios...
- Mamãe? - a vozinha os interrompeu.

- Espere um momento. Ele está na banheira.

Quando Christian chegou à porta do banheiro, encontrou May de joelho esfregando as costas de Jason.

- Viu - ela disse ao menino -, não falei que era ele?

- Ei, rapaz, o que está aprontando aí?

- Meu navio está indo para a guerra - Jason respondeu. Sua timidez com Christian era coisa do passado.

- Pronto, Jason - May falou ofegante. - Vamos sair.

- Eu tiro - Christian se ofereceu.

Sem hesitar, Jason passou os braços pelo pescoço do jogador, molhando toda sua camisa.
- Vocês dois precisam de uma toalha - Mayte observou, atirando-lhes uma. Christian envolveu o menino nela e seguiu May até o quarto cheio de brinquedos.

- Por que Poncho foi para Nova York?


 


 


 


Christian explicou.

- E ele está animado em ser comentarista esportivo?

- Parece que sim. - Christian terminava de enxugar Jason.

- Como vai ele? - May não precisava esclarecer em que sentido.

- Péssimo. E Anahí?

- Pior do que péssima.

- Tia Anahí está triste - comentou Jason.

- Eu sei - Christian retrucou, apanhando um pijama que May lhe jogava.

Por um momento, os dois apenas se olharam, perguntando em silêncio se havia alguma coisa que poderiam fazer para aliviar o sofrimento dos amigos. Concluíram que não.

- Vou buscar o remédio dele - disse May.

- Quer brincar com meu boneco? - Jason ofereceu a Christian, passando os braços pelo pijama.

- Esta noite não, rapaz. Você precisa dormir.

- Posso brincar amanhã?

- Claro.

- Você brincará comigo amanhã?

- Claro.

- May é minha mãe.

- Eu sei.

- Você será meu pai?


 


Christian interrompeu a tarefa de ajeitar o lençol da criança. Ele se virou para a porta e deparou com May lá.

- Sua mãe e eu teremos de conversar a respeito. May engoliu em seco e entrou.

- Aqui, Jason, tome estes comprimidos. 

Instantes depois May fechava a porta do quarto.
Christian a esperava na sala. Com um embaraço totalmente incomum, ela evitou encará-lo e se curvou para apanhar um brinquedo de Jason no chão.

- Mayte?

- Ele é apenas uma criança. Não sabe o que diz...

- Quer se casar comigo?


 


No instante seguinte ela estava nos braços dele. Um beijo foi sua resposta.

Na noite de sábado, May contou a Anahí sobre a viagem de Poncho para Nova York e a proposta de Christian. Embora Anahí se alegrasse pela amiga, as notícias a fizeram sentir um vazio ainda maior. No noticiário nacional noturno de segunda-feira, ela viu Poncho. Teve a curiosa sensação de que um círculo se fechava. Além da impressão de que o ar era arrebatado de si. Será que seu amor por aquele homem jamais arrefeceria? 

- Então os rumores são verdadeiros? - o locutor interpelava um homem baixo e careca à direita de Poncho. Tratava-se do presidente da rede de televisão.

À esquerda de Poncho estava outra estrela de primeira grandeza da emissora, uma mulher bonita na faixa dos trinta. 

- Tenho a satisfação de confirmar que sim - O homem respondeu com um largo sorriso. - O sr. Herrera assinou contrato conosco. Ele será anfitrião do Segunda à Noite no Futebol ao lado de... - mencionou o nome de uma figura famosa já no comando do programa. - E poderá haver surpresas no caminho.

- Que tipo de surpresa?

- Érica, como coordenadora do programa, pode responder melhor.

- Bem, estamos estudando a possibilidade de Poncho fazer alguns especiais esportivos. Uns três ou quatro shows por ano. Mas isso ainda são planos.


 


- E você, Herrera, como se sente? - O locutor indagou.

- Um pouco nervoso, porém animado. A NBC me apresentou um desafio e, sinceramente, estou ansioso para descobrir se corresponderei às expectativas.

- Qual a sensação de abandonar os campos dos quais fez parte por tantos anos?

- Eu estaria mentindo se não dissesse que meus sentimentos são confusos. Naturalmente sentirei falta do jogo em si, entretanto, chegou a hora de me afastar do campo. Todo jogador espera reconhecer este momento quando ele chega. Qualquer um prefere sair sob aplausos, não sob vaias.

- De que mais sentirá falta?

- Arremessar uma bola a poucos segundos do término do jogo.

- De que menos sentirá falta?

- Ser derrubado por jogadores mais jovens e mais rápidos logo depois desse arremesso.

Todos riram.

- Uma última pergunta, Herrera. O que Malandros Irlandeses fazem depois de se aposentarem?

O sorriso de Poncho era de tirar a respiração do público feminino. Anahí não foi exceção à regra.

- Creio, meu amigo, que eles descansam em prados verdejantes com uma garrafa de uísque em uma das mãos e uma bela moça na outra.

Novamente o riso foi geral. A última imagem que Anahí teve de Poncho foi sorridente... Com a mão de Érica em seu braço. Então entraram os comerciais.


 


A visão de Anahí se turvou. Poncho estava feliz com a mudança na carreira. Alegrava-se por ele. E como se orgulhava! Então, por que as lágrimas? Por que a sensação de vazio no peito?

Porque ele apanhava os fios de sua vida e tecia uma nova tapeçaria. Uma tapeçaria que não levava um único traço dela. Entretanto, não era isso que julgava o melhor para ele? Sim! Mas não havia por que ser lógica. E que tal ser esperta? Não era hora de dar prosseguimento à vida? Sim.
Quando? 

Num minuto, no dia seguinte, a qualquer hora depois que chorasse em desabafo.

Na manhã de quarta, Anahí se submeteu à tão adiada cirurgia.


 


O médico ficou satisfeito com o resultado, enquanto a enfermeira da sala de recuperação estava curiosa para saber quem era o tal Alfonso por quem a paciente, ainda sob efeito da anestesia, chamava sem parar.
Já no quarto, Anahí via a chuva escorrer pela janela. Tinha chovido a noite e a manhã toda, com previsão de que continuaria assim até o dia seguinte. Mas o que importava? Não ia a lugar nenhum mesmo. A dor que sentia agora era diferente, tanto a do quadril quanto a do coração. A primeira se transformara do sofrimento negativo da deterioração para o positivo da recuperação. Logo, depois da terapia, desapareceria por completo.
O sofrimento no coração também havia mudado. No lugar da dor existia um vácuo. Ela quase preferia a primeira, pois o torpor era assustador. Fazia com que temesse a morte do espírito. Como faria então? O espírito inquebrantável constituía sua única arma para lutar contra a doença.



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Autor(a): eduardah

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A porta do quarto se abriu devagar, distraindo o pensamento dela.Era May. Parecia preocupada, e Anahí ansiou por lhe dizer que não se afligisse, pois estava bem. Entretanto não podia dar à amiga essa garantia. Nunca havia sentido aquele tipo de morte espiritual. Não sabia se sobreviveria a isso.- Oi. - May se aproximou em seu uniforme branc ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • dessaya Postado em 21/01/2015 - 19:42:52

    u.u

  • franmarmentini Postado em 21/01/2015 - 13:57:34

    :)

  • franmarmentini Postado em 25/08/2014 - 16:34:36

    consegui ler tudo ;)

  • franmarmentini Postado em 25/08/2014 - 07:53:46

    nossa...fiquei muito feliz por vc repostar denovo :) ja vou começar a ler por aki os primeiros capitulos ;)


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