Fanfics Brasil - Capítulo 015 Efeito Borboleta

Fanfic: Efeito Borboleta


Capítulo: Capítulo 015

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Anahí: Como assim nós falimos? – Perguntou, exasperada.  
A beleza de Anahí, concentrada quando adolescente, aflorou durante os anos transformando-a em uma mulher de beleza invejável. Os cabelos seguiam no mesmo padrão, chocolate em ondas perfeitas, e os olhos naquele azul encantador. O corpo se desenvolveu, ganhando curvas e volume na medida certa, nem demais e nem de menos. Anahí deixara New Jersey e fora pra Yale, onde cursara moda. Pretendia lançar sua própria grife, como designer. E de repente, de um dia pro outro, Alexandre a chamou para conversar e falou que a empresa da família faliu e ele precisou vendê-la, sendo que nada disso nunca havia sido mencionado antes.  
Alexandre: Não quis perturbá-la com o tema. Você estava tão compenetrada com seus projetos, com a sua vida... – Disse, suspirando – Eu pensei que poderia contornar.   
Anahí: Papai, eu nem acredito nisso. Sinceramente. – Disse, exasperada.   
Alexandre: Há um ponto. – Ela o encarou, esperando – O dono da firma que comprou nossa empresa pediu uma reunião com você. Provavelmente para anunciar que vai vender os pedaços da companhia, só não entendi porque o requerimento, sendo que sua participação é mínima... – Ele suspirou – Provavelmente porque você é a única herdeira.   
Anahí: Tudo bem, eu vou. – Disse, suspirando. Então pegou a mão do pai sobre a mesa, apertando-a – Vai ficar tudo bem, você vai ver. – Consolou, mesmo se sentindo conturbada por tudo aquilo.  
Naquela tarde, Anahí foi se encontrar com Dulce em um café, antes da reunião que o pai marcara. Dulce estava em vias de se mudar para Londres – conseguira uma proposta de emprego ideal lá. Não tinha mais os cabelos tingidos de vermelho, mas a amizade das duas seguia, ao contrário de todas as minions, que se perderam com o fim do colegial.   
Dulce: Faliu?! – Perguntou, exasperada, quando Anahí terminou de contar. A outra assentiu, bebericando o café.  
Anahí: Não sei como. Espero que ele tenha vendido por um bom valor, para que possa recomeçar. Nem tive como analisar a proposta de venda, do modo como tudo foi rápido. – Dulce assentiu – Tenho uma reunião com o comprador hoje. 
Dulce: Você? Porque você, não seu pai? – Perguntou, confusa.   
Anahí: Me solicitaram. Acho que é porque sou a herdeira vitalícia da empresa. – Deu de ombros – Isso justo quando eu estava prestes a investir na minha grife... – Suspirou, desgostosa – Enfim, já vou. Não quero me atrasar.   
Dulce: Boa sorte. – Disse, se despedindo.  
Anahí precisaria. Ela seguiu até o prédio da HEH, observando o saguão ao passar. Se anunciou na portaria, e se distraiu com uma estatua que havia em um espaço reservado na lateral do saguão. Era o busto de um homem, feito em platina, com uma junto com a placa de inauguração do prédio e algumas frases.  
 “Prédio, empresa, projeto e missão em honra e homenagem a Richard Herrera...”   
Ela não conseguiu ler o resto. A recepcionista a entregou seu crachá e ela agradeceu, tomando um dos 12 elevadores até a cobertura. Richard Herrera. Algo nesse nome parecia terrivelmente familiar, mas ela não conseguia se lembrar como. Chegando a cobertura, se anunciou e uma secretaria a pediu para aguardar. Anahí usava jeans, uma camisa cinza e um sobretudo preto, protegendo-se do outono de Nova York, acompanhado por tamancos de salto. Os cabelos estavam elegantemente descuidados sobre os ombros, devido ao vento lá fora. Ela pensava no pai enquanto aguardava. Haviam mais 2 recepcionistas ali. O chão era em mármore preto, as paredes brancas, tudo muito organizado, muito perfeccionista. Ela levou uns 10 minutos esperando, até que foi chamada para entrar. Passou pelo corredor, entrando em uma sala enorme. Ela não reparava muito em nada – estava pensando no pai.  
Anahí: Boa tarde. – Disse, ao entrar, enquanto a secretaria saia.  
Um par de olhos verdes se ergueu da pasta que examinava na mesa, focalizando-a. E ela não fazia nem idéia de que seu próprio inferno havia começado juntamente com aquele olhar. 
Por um instante, o silencio dominou tudo. Ele observou Anahí se aproximar e se sentar em silencio. Sentia tanto ódio que o verde dos olhos parecia congelado, empedrado. Ela o viu fechar a pasta, e reparou na plaquinha na mesa. Era prata com os dizeres em preto “Alfonso Herrera, CEO”. Ela esperou, sem querer interrompê-lo.   
Alfonso: Estava analisando os dados da empresa do seu pai mais uma vez... E é mais patético do que eu me recordava ontem. – Anahí ergueu as sobrancelhas. Essa, com certeza, era uma abordagem diferente.  
Anahí: Desculpe? – Perguntou, estranhando.  
Alfonso: Assim como a filha, Alexandre nos últimos anos teve o dom de tomar todas as decisões erradas, quando teve a chance. – Debochou, lançando mão da pasta. Anahí ergueu mais ainda as sobrancelhas – Se envolvendo com quem não devia, dando passos maiores que a perna. Creio que seja de família.  
 Anahí: Deve estar havendo algum equivoco aqui. – Disse, os olhos frios, exatamente como uma década atrás – Eu vim para uma reunião sobre a venda da empresa, não para que o senhor faça suposições sobre o que não conhece. – Ele a observou por um instante, sondando-a.  
Então ficou obvio. Ela não se lembrava dele. Para Alfonso, que comeu o pão que o diabo amassou, a memória era vivida. Mas para Anahí, que seguiu seu futuro brilhante, logo se perdendo em um mundo de moda, plumas, paetês e rendas, aquilo não significou nada. Ela realmente não lembrava. O nome era familiar, só. Ela o viu rir de leve, se encostando-se à cadeira, cruzando os dedos no colo.  
Alfonso: Não pensei que fosse, mas creio que uma apresentação seja necessária. – Disse, divertido – Você não se lembra de mim, não é?  
Anahí: Eu deveria? – Perguntou, e ele viu o tom do atrevimento tingindo o rosto dela. Havia deboche junto.  
Alfonso: Talvez sua memória se refrescasse se eu ainda usasse óculos de grau. – Disse, os olhos verdes duros sobre ela – Ou estivesse coberto com sangue, mais provavelmente. 
Ele viu o choque atravessar o olhar dela, que passou a procurar por semelhanças. Esperou, a expressão séria. Agora claro que ela lembrava. Os olhos verdes que nunca prestara atenção direito, agora acentuados pela falta dos óculos. O traço do rosto, a voz que costumava gaguejar com freqüência, agora falando de forma fluida, confiante...  
Rebekah: Irmão, eu recebi o relatório do... – Ela parou a porta, seu olhar se chocando com o de Anahí. Estagnou onde estava, os olhos vitoriosos olhando a outra de forma depreciativa, como quem sente dó.   
Alfonso: Estou acompanhado. – Disse, se deliciando com a reação da irmã.  
Rebekah: Notei. Precisamos rever seu quadro de secretárias, são três e nenhuma achou que seria necessário me avisar. – Disse, encarando Anahí. Então ergueu os olhos, encarando Alfonso, que assentiu uma vez – Volto mais tarde. – E deu as costas, saindo com uma fluidez elegante, os cabelos louros balançando as costas e os saltos fazendo um barulho cadenciado ao tocar no mármore. Anahí se virou de novo, em um misto de surpresa e incredulidade.  
Anahí: Isso precisa ser uma piada. – Disse, observando-o, então ele viu o sorriso maldoso dela nascer em seu rosto, exatamente como anos atrás – Garoto Herrera. – Reconheceu.  
Só que não havia nada de “garoto” em Alfonso. Era um homem, feito, decidido e bem sucedido. Um homem que não gostara nada do sorrisinho na cara dela.   
Alfonso: Você não tem motivos para sorrir. – Corrigiu, observando-a.  
Anahí: Fora sua tentativa patética de vingança? – Perguntou, cruzando os braços. Sabia reconhecer uma causa perdida – Francamente. Eu te chutei, então o que? Você dedicou sua vida a me reencontrar? Espero que esteja aproveitando o momento. – Alfonso riu, coçando a sobrancelha.  
Alfonso: Sua soberba chega a dar pena. – Comentou, sorrindo. O sorriso não se refletia em seus olhos. – Assim como sua tolice. 
Anahí: Verdade, e o pior você não sabe, sou tão tola que participei de um remake de „Carrie, a Estranha‟, alguns anos atrás, coberta de sangue no baile da escola. – Disse, parecendo pesarosa, então parou, como se lembrasse de algo – Não, espera. Não fui eu. – Ela sorriu de novo, radiante. Não sairia por baixo, de modo algum.   
Alfonso: Não que eu te deva satisfação de nada, mas não vejo como dar seguimento a isso sem que você entenda as proporções do que fez. – Disse, se resumindo – O homem na estatua que está no saguão era meu pai. Eu tinha fobia a sangue por um acidente acontecido enquanto estava no Princeton-Plainsboro, em uma visita a ele, que tinha câncer.   
Anahí: Eu preciso saber disso por que...   
Alfonso: Porque graças a sua brincadeira, confrontando minha fobia daquele modo, eu entrei em estado de choque. Fui hospitalizado, levei uma semana sem falar. – Disse, duro, se lembrando – Quando me recuperei, ele tinha piorado. Transferido para a UTI, onde não eu não podia entrar. As visitas acabaram. Todos tiveram a chance de vê-lo uma ultima vez, de se despedir antes de sua morte, menos eu. Graças a você. – Completou, e Anahí não sorria mais.  
Anahí: Eu não tinha como saber. – Disse, sem saber o que ele esperava dela.  
Alfonso: Você nunca quis saber. – Rebateu, se ajeitando na cadeira – E o que mais me enfurece é que a ultima vez que eu o vi, foi na sexta-feira do baile. Ele estava consciente. Eu estava apavorado com a idéia de me declarar pra você em publico. Ele conversou comigo, me encorajou. Sabe qual foi a ultima frase que eu ouvi do meu pai, Anahí? “Vá em frente. Ganhe a garota.” – A fúria nos olhos de Alfonso agora era detectável a distancia. Anahí podia senti-la. – Você tem noção agora do tamanho da merda que fez me usando daquele jeito?!       
Anahí: Muito bem. Você teve a sua vingança. – Disse, após respirar fundo – Vai destroçar a empresa do meu pai e vender os pedaços, como punição pelo que eu fiz a você. Dramático, mas eficiente. – Disse, se levantando. Não precisava passar por aquilo, o que estava feito estava feito. Ele sentia o ódio em cada pedaço do seu corpo. Era como algo quente, viscoso como petróleo, cobrindo sua pele. Quase ofegava. – Tenha uma boa vida, Alfonso. – Disse, e as orelhas dele começaram a zunir de raiva ao vê-la sair, desfilando em seus saltos altos, como se tivesse triunfado na história. Anahí pensava no pai. Sabia que, no fundo, Alexandre tinha a esperança de um acordo com essa reunião. Estava na porta, então... 
Alfonso: Você faria qualquer coisa pelo seu pai, não é? – Anahí se virou, impaciente, olhando-o – Qualquer coisa para salvá-lo, para vê-lo feliz.   
Anahí: Sim. – Disse, sem entender.   
Alfonso: Não vou destruir a empresa. Vou deixá-la nas mãos do seu pai. – Decidiu, observando-a. Anahí franziu o cenho – Vou investir capital o suficiente para tirá-la da lama, e deixar que ele continue brincando de ser empresário, do jeito que fez nos últimos anos. – Debochou. Anahí o olhou, buscando compreender.   
Anahí: Em troca de...? – Incitou, sabendo que algo daquele tipo não teria um preço. Um preço caro, por sinal.  
Alfonso: Você vai se casar comigo. – Encerrou, os olhos frios, regados a ódio pousados nela.  
Deve-se admitir que Anahí esperara por tudo, menos por aquilo. Mas já havia ficado claro que naquele jogo, quem dava as cartas não era ela. 



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Autor(a): fanficfoda

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Anahí: Eu... – Ele a viu hesitar, formulando frases em plena exasperação, até que no fim desistiu – É o que?   Alfonso: Você vai se casar comigo. – Disse, com a mesma frieza e praticidade com a qual fechava negócios. Anahí formulou uma frase de novo, então se aproximou, olhando-o com ca ...


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