Fanfics Brasil - Capítulo 018 Efeito Borboleta

Fanfic: Efeito Borboleta


Capítulo: Capítulo 018

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Uma sucessão de estranhos fatos levaram Anahí, Alfonso, um juiz de paz e duas testemunhas ao escritório dele na quarta-feira pela manhã. Havia uma papelada sem tamanho a ser assinada pelos dois, revisada e autenticada. Após anunciar a ele que aceitava aquela porcaria, Anahí tinha se resignado, mas ao ver a papelada a sua frente, as testemunhas e aquela expressão arrogante de vitória no rosto dele... Seu ódio voltou com força total.  
Anahí: Se você está pensando que venceu... – Ele ergueu os olhos pra ela, totalmente desinteressado.  
Alfonso: Eu venci. – Disse, entediado.  
Anahí: Se está pensando que eu vou me curvar ao seu sadismo, me deixe alertar você. – Ele esperou, e ela se inclinou pra frente, apoiando os braços na borda da mesa – Vai ser uma via de duas mãos. Eu vou fazer da sua vida um inferno, isso eu posso prometer. – Garantiu, e ele sorriu, se recostando na cadeira.  
Alfonso: A caçada é sempre melhor quando a presa se debate. – Debochou, achando graça. Do lado, ignorando a cena, o juiz e as testemunhas se preparavam.   
Anahí: Não sou sua presa. – Grunhiu, furiosa. Alfonso riu de leve, cruzando os dedos.  
Alfonso: Você é o que eu quiser que você seja. – Corrigiu – Eu comprei você. Tão literalmente que estamos prestes a validar a nota fiscal da compra. – Humilhou, e ela recuou.  
Anahí: Pois adicione uma clausula ao seu contrato. – Ele ergueu as sobrancelhas – Se você desistir, se você não agüentar e pedir o divórcio, eu vou levar um terço do que é seu nessa empresa. E a empresa do meu pai estará salva. – Ele aguardou, observando a audácia dela. – Ainda é tempo de desistir, garoto Herrera. – Disse, maldosa – Você já caiu uma vez perante a mim. Se cair uma segunda, além de semanas de psicanálise, você vai perder uma fortuna. – Disse, satisfeita. 
Alfonso a observou, pensativo por um instante, inatingível em seu terno bem cortado, com Nova York aos seus pés. Ela estava certa, 1/3 da parte dele na HEH era uma fortuna desmedida. Mas não era nisso que ele estava pensando. Ela ainda achava que ele era o garoto que beijava o chão que ela pisava em St. Jude. Aquele que ela usou e humilhou. Anahí esperou, vendo o par de olhos verdes dele encará-la friamente, sem dar a mínima.   
Alfonso: Se você pedir o divorcio ou fugir, já sabe o que acontece. Kaboom. – Alfinetou, ilustrando a demolição do prédio da empresa do pai dela.   
Anahí: E se for você a sair correndo de novo, 1/3 disso aqui é meu. – Avisou, maldosa, e ele sorriu.  
Alfonso: Se eu pedir o divorcio, você leva 50% do valor bruto de tudo o que eu tenho. – Contrapôs, e até os assistentes olharam. Anahí não teve o que dizer. O silencio diante daquilo era pesado – Não só das ações da empresa, mas 50% de tudo o que eu já consegui, de cada imóvel, de tudo. – Anahí ficou calada por um instante. Mais uma vez a pele dela se arrepiou com o olhar que ele lhe dava. E, perante aquela proposta, ficou claro que ele não estava jogando pra perder.  
Anahí: Vamos aos papéis, então. – Disse, tranqüila, se sentando. Ele sorriu.  
A clausula foi adicionada ao contrato, e logo papeis começaram a ser assinados. O primeiro foi o “pré-nupcial”, resguardando os dois. Os outros eram de ordem de convivência. Anahí utilizaria o sobrenome dele, passando a se chamar Anahí Herrera. Os dois se casariam no civil e no religioso em uma cerimônia organizada por ele. O sobrenome Herrera não devia ser exposto a nenhum tipo de escândalo. Traição anulava o acordo, e ele destruiria o pai dela. Papeis e mais papeis eram assinados, passados para as testemunhas e então carimbados pelo juiz.  
Anahí: Jesus. – Murmurou, após passar mais um papel para a testemunha. Aquilo se tornara exaustivo há 2 horas, mas a papelada nunca acabava. – Escute, concordo com a porcaria da cerimônia, mas meu vestido é responsabilidade minha. – Avisou, e ele franziu o cenho, vendo ela se espreguiçar.  
Alfonso: Por que...? – Incitou, erguendo a sobrancelha. 
Anahí: Porque é tradição. A família da noiva se encarrega do vestido. – Lembrou, e ele rolou os olhos.  
Alfonso: Esse casamento não vai ser uma piada, Anahí. – Avisou, sério – Se encarregue da porcaria do vestido, mas nem sonhe em me expor ao ridículo. Seus amigos, se é que você tem algum, estarão lá. Seu pai e sua família também. Tenha um pouco de amor próprio. – Avisou, ameaçadoramente.   
Anahí: Vá pro inferno. – Dispensou e ele sorriu, passando ao próximo papel.  
Ele assinou e passou pra Anahí, que leu, cansada. Esse dizia que todo o guarda- roupa ela seria formulado por uma personal autorizada por Alfonso, de modo que ela não levaria nada do que tinha pro casamento. Os dois residiriam no atual apartamento dele. Não haveria uma lua de mel. Dormiriam em quartos separados, ele no dele e ela em um dos que ele estipulasse. Os cuidados da casa, exceto cozinha, ficavam na mão da governanta de Alfonso, Gail. Anahí deveria se aplicar aos deveres do lar em tempo integral de acordo com a vontade de...   
Anahí: Perae, perae, perae. – Todos pararam. Ele tinha uma expressão de quem prendia o riso. – Você quer que eu cozinhe pra você, é isso? – Perguntou, apontando o papel. Ele ainda tinha a expressão de quem prendia o riso.  
Alfonso: Sim. – Disse, sereno, e ela arquejou de incredulidade.  
Anahí: Qual o seu problema? Não tem dinheiro pra contratar uma cozinheira? – Debochou e ele não agüentou: Riu. O som do riso dele a ofendeu pessoalmente – O que quer, que eu faça a faxina também?  
Alfonso: Não, isso não. Respire. – Debochou – Estou transformando você em uma mulher melhor. Minha mãe sempre cozinhou na minha casa, para os meus irmãos, meu pai e para mim. Tínhamos empregadas, faxineiras, lavadeiras, todo o resto, mas ela nunca abriu mão de cozinhar. – Informou, divertido.  
Anahí: Não sou sua mãe! – Disse, obvia, e ele riu de novo, balançando a cabeça negativamente. 
Alfonso: Eu sei. Péssimo pra você. – Descartou, balançando a cadeira levemente pros lados.  
Anahí: Não sei cozinhar. – Declarou, obvia. Ele ergueu a sobrancelha, fazendo pouco caso.  
Alfonso: Pior ainda pra você. A única comida acessível dentro daquele apartamento vai ser a que você cozinhar, como pode ver na clausula. – Apontou – Acredito que você vai aprender rápido, conforme sua fome chegar. – Debochou, em um falso incentivo.   
Anahí: Você está brincando comigo? – Perguntou, incrédula.   
Alfonso: Não sou um homem de brincadeiras. – Respondeu, sem sorrir – E já te informei que meu tempo é caro. Ou você aceita e assina, para que possamos continuar, ou desiste.  
Anahí o fuzilou com os olhos e ele aguardou. Ela respirou fundo. Se fora até ali, não ia retroceder por isso. Pensando bem, ela podia colocar veneno na comida dele. Foi fantasiando com isso que assinou o papel, quase perfurando a folha, e o entregou a uma das testemunhas. Foi uma pena ela não ter lido até o fim da clausula antes de assinar, como viria a descobrir depois. Nem as testemunhas nem o juiz interferiam na negociação, as testemunhas apenas assinavam, o juiz carimbava e selava as folhas. Passaram-se mais horas ali. Haviam clausulas sobre todas as possibilidades. Ela não podia tentar matá-lo de forma alguma, mas ele morresse de forma natural, ela seria a herdeira dele, juntamente com o irmão mais novo, agora com sete anos.  
Anahí: Nome estranho de se dar a uma criança. Gregory Eric. – Desprezou, passando o papel. 
 Alfonso: Sorte sua que não teremos filhos, porque eu acho bonito, e é a minha opinião que prevalece. – Lembrou, lendo algo, e passou um papel a ela.   
Anahí: A mãe sempre tem direitos. – Disse, lendo o papel que ele passou a ela. Afirmava a presença dela acompanhando ele em eventos sociais sempre que fosse solicitada. Trivial. Ela assinou – Sorte sua que eu não faço sexo. – Rebateu, distraída, assinando o papel. 
Alfonso: E prostitutas não beijam na boca. – Respondeu. Anahí respirou fundo com a ofensa, e ele sorriu – Estou com fome. Vamos almoçar juntos. É bom que a imprensa comece a me ver acompanhado de você, assim não se falará muito quando o noivado for anunciado.   
Anahí pensou em responder, mas desistiu. Passara a manhã toda naquilo. Os dois saíram juntos. Permaneceram calados durante todo o almoço. A única ocasião a ser notada foi um momento, após o almoço, que Anahí percebeu um fotografo escondido do lado de fora do restaurante caro, a câmera sem flash clicando freneticamente. Ela sorriu, percebendo que estava almoçando (e ficando noiva) com o maior magnata do país. Alfonso ergueu a sobrancelha quando ela pegou a mão dele em cima da mesa, quase puxando a mão, com nojo, mas viu o fotografo. Ela sorriu pra ele, totalmente debochada, e ele sentiu as unhas dela se cravando nas costas das mãos dele, causando uma dor desgraçadamente aguda e forte, porém em um gesto imperceptível a quem olhasse. Podia ser um carinho. Mas ela se enganava se pensava que seria assim. Aparentemente retribuindo o carinho dela, ele envolveu a mão dela com a sua e a apertou. Anahí quase não conseguiu conter a careta de dor com o apertão que fazia parecer que os ossos de seus dedos iam soltar das juntas. Ela sorriu pra ele, que não agüentou, rindo, e a largou a mão dela, apanhando seu guardanapo tranquilamente e limpando os pontos de sangue que brotavam das marcas das unhas dela em sua mão. Os dois saíram juntos do restaurante (sendo abertamente assediados por alguns fotógrafos agora) e voltaram a empresa, onde o processo com os papeis recomeçou.   
Alfonso: Passaremos a ser vistos juntos três vezes por semana, a partir de hoje, por dois meses, que é quando o pedido de casamento será oficializado. – Disse, passando outro papel e olhando os que restavam. - Haverá um jantar na casa de minha mãe no decorrer desse tempo, em que você será apresentada a minha família, e interpretará a mais doce das criaturas, totalmente apaixonada por mim. – Disse, assinando mais um papel – Creio que não seja problema, você já interpretou esse papel antes. – Debochou.  
Anahí: Você quer meus cartões de credito? – Perguntou, incrédula, olhando o papel que ele passara – Meu cartão do banco, talões de cheque, qual o seu problema? – Perguntou, erguendo o rosto.   
Alfonso: Não quero estar perto de nada que venha do seu dinheiro sujo. – Disse, tranqüilo, usando as palavras dela. Anahí revirou os olhos, assinando – A partir do momento em que o casamento for oficializado, cuidarei para que todas as suas contas e cartões sejam cancelados. A quantia que você tiver no banco será revertida para o seu pai. – Avisou. 
Anahí entendeu o que aquele gesto significava: Ela se tornaria totalmente dependente dele. Vivendo em sua casa, dependendo dele para qualquer coisa. Isso ia totalmente contra a vontade dela, mas não tinha opção. Assinou. Alguns papeis a mais, nada significante, então veio o ultimo. Esse era para assegurar que Grace Herrera jamais tomaria conhecimento desse contrato ou das circunstancias desse casamento, acreditando assim que era um casamento normal, assim como o pai e a família de Anahí, de modo que tudo se tornasse o mais natural possível. Ele observou ela assinar as três vias (uma dela, uma dele e uma que ficaria no cartório), sorrindo de canto.  
Alfonso: Vendida! – Anunciou, como em um leilão, quando ela passou os papeis para a testemunha – Por uma empresa em ruínas. – Humilhou, totalmente tranqüilo.  
Anahí: Eu cheguei realmente a acreditar que esse casamento seria um problema... – Disse, se levantando. O juiz terminou de selar o documento, entregando a via de cada um e ficando com uma. No fim, o documento era da grossura de um livro fino. O juiz e as testemunhas assentiram pra Alfonso e saíram. Anahí vestiu seu sobretudo, totalmente tranqüila. - Mas vai ser fácil demais derrubar você.   
Alfonso: É sua vez de cair, Anahí. – Corrigiu, passando o dedo no lábio inferior – E eu vou garantir pessoalmente que sua queda seja a mais dolorosa possível. Sou um homem de palavra. – Assegurou.  
Anahí: Me acerte com seu melhor golpe. – Desafiou, após guardar o contrato na bolsa – Até logo, querido. – Disse, debochada, e deu as costas.  
Alfonso observou Anahí saindo com um andar confiante, os cachos balançando as suas costas, o salto alto fazendo um barulho gostoso de “toc-toc” ao bater no concreto. Ela andava com a mesma segurança de quem desfilava. Ele queria ver aquela confiança ainda ali depois de, no máximo, dois meses de casados. Porém agora não havia volta: O jogo havia começado.   



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Autor(a): fanficfoda

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As semanas que se seguiram a aquele dia foram, no mínimo, curiosas. Todos os tablóides estavam cheios de fotos de Anahí e Alfonso, e todos especulavam se o magnata da H.E.H. finalmente havia sido fisgado. A empresa fora devolvida ao pai de Anahí, que não podia acreditar na sorte que dera: O CEO da Herrera Enterprises Holdings estava saindo ...


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