Fanfics Brasil - Capítulo 020 Efeito Borboleta

Fanfic: Efeito Borboleta


Capítulo: Capítulo 020

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O esboço do manequim, no passar das semanas, evoluiu. O molde deu lugar a uma saia branca, com varias camadas de tecido fazendo volume. Por cima do tecido branco havia a mais fina e delicada das rendas, quase imperceptível, leve. O toque angelical do vestido acabava ali. O corpete era apertado, tomara que caia, ressaltando as curvas generosas de Anahí. O pior ficava para as costas: Eram totalmente nuas. Havia um decote em V que só terminava onde a saia começava, deixando a pele pálida dela totalmente exposta. Quatro correntinhas mínimas de tão finas, feitas de prata, seguravam os lados do vestido juntos. Anahí se olhou no espelho, enquanto Dulce encaixava as delicadas correntinhas nas costas do vestido. O cabeleireiro fizera o cabelo dela, preso em um coque trabalhado com alguns cachos e uma coroa prateada, nada chamativa, segurando as mechas exatamente onde deviam ficar. A saia do vestido tinha detalhes com filigramas de prata, por entre a renda. Mal se via, mas brincava com a visão, como se o vestido reluzisse. A maquiagem foi escura nos olhos, e um batom vinho nos lábios. Ela parou na frente do espelho, se olhando, pronta. Sorriu de canto, o mesmo sorriso da Anahí adolescente: Ninguém jamais olharia para a mulher que sorria pra ela no espelho e sentiria pena, não importa o que acontecesse. Aquela mulher, com dois diamantes pequenos presos as orelhas, podia enfrentar e vencer qualquer coisa.
Dulce: Tá na hora. – Disse, entrando no quarto. Tinha os cabelos de lado e usava um vestido bonito, roxo – Anahí, tem certeza de que quer fazer isso? Se há um momento de voltar atrás, é esse.
Anahí: Eu já fiz isso, Dulce. – Disse, sorrindo pra sua imagem no espelho, o olhar compenetrado – Só é hora de começar o jogo. Como aqueles RPG‟s que você gastava sua mesada apostando quando éramos meninas. – Dulce sorriu.
Dulce: Se você diz... Vou dizer a Alexandre para chamar o motorista. A limousine já está ai. – Anahí assentiu.
Uma vez sozinha, Anahí olhou em volta. Era seu ultimo dia naquele quarto. Ela caminhou até a penteadeira (arrastando a cauda do vestido, que cobria grande parte do quarto), e abriu seu porta-jóias. Nem aquilo poderia levar, só conseguira salvar no carro um nécessaire mínima com suas coisas mais intimas. Olhou as jóias que ganhara do pai ao longo do tempo, as que comprara... E olhou o anel de platina em sua mão direita, odiando-o. Seu olhar recaiu em uma pulseira de prata que ganhara de Alexandre ao se formar na faculdade, vários diamantes cruzados com interseções prateadas. Resolveu usar. Sorriu ao ver o presente na pele... Sorriso que morreu ao ver o reflexo de uma mulher parada na porta do quarto. Anahí se virou, na defensiva, não podendo se movimentar como queria para não se embolar no vestido.
Anahí: Que diabo você pensa que está fazendo na minha casa? – Rosnou, raivosa, mas a mulher não se abateu.
Mary Portilla era uma mulher conservada pra sua idade. Era dela que Anahí tinha tirado o tom do cabelo, e os olhos dela eram um pouco mais escuros que os da filha. Sempre sofisticada, usava um tubinho lilás e sapatos altos, os cabelos em um coque relaxado. Anahí simplesmente a odiava.
Mary: Ora, não diga tolices, Anahí. É claro que eu viria ver você. – Disse, entrando como se não tivesse sido expulsa a pouco – Querida, você está tão linda!
Anahí: Não graças a você, e não encoste em mim. – Disse, dura, levantando a barra do vestido pra sair de perto da mãe, furiosa.
Mary: ...Eu sabia que você não ia me decepcionar. Sabia disso desde que você era uma garotinha. – Anahí, que batia em retaguarda, se virou feito uma cobra ao ouvir aquela frase. Mary hesitou, então sorriu novamente – E agora se tornará uma Herrera!
Anahí: Agora eu vou te dizer uma coisa, e preste bastante atenção. – Disse, os olhos tão duros quanto estavam quando ela humilhava suas minions no St. Jude – Você vai dar as costas agora, e vai sair da minha casa. Vai sumir da minha vida, e da do meu pai, levando a sua sujeira com você. Eu não quero mais ver sua cor aqui. – Avisou, o olhar carregado de ódio.
Mary: Não diga tolices. – Disse, revirando os olhos, como se não tivesse sido violentamente expulsa de novo – Como eu perderia o casamento da minha única filha? – Ela riu, deliciada, se aproximando e erguendo a mão pra ajeitar uma mecha do cabelo de Anahí, que se esquivou como se o diabo estivesse tentando tocá-la.
Anahí: Não encoste em mim. – Repetiu, branca de ódio – Você não é minha mãe. Nunca foi. Você não é nada. – Disse, lentamente – Se eu ver você na igreja, vou pedir ao meu marido pra mandar os seguranças dele tirarem você de lá a força. Fui clara? – Blefou. Se Alfonso soubesse o quanto a presença da mãe fazia mal a Anahí, montaria um camarote pra Mary na igreja, e Anahí sabia disso.
Dulce: Pront... Ai, meu Deus. – Gemeu, parando na porta do quarto com o buquê de rosas vermelhas.
Alexandre: Querida, Dulce disse que você está pronta. – Disse, a voz ansiosa vindo do corredor – Precisa de ajud... Mary. – Suspirou, indo até Anahí. Essa relaxou ao sentir as mãos do pai em seus ombros, tranqüilizando-a – Como conseguiu entrar aqui?
Mary: Ora, Alexandre, como você está elegante! – Elogiou, sem responder a pergunta. Alexandre notou que Anahí tremia.
Anahí: Vá embora. – Grunhiu.
Alexandre: Como se não bastasse todo o resto, você vai estragar o dia dela. – Condenou, os olhos frios – Saia, antes que eu tire você a força.
Mary: Tudo bem. Mas guarde meu lugar ao seu lado na igreja. – Disse, tranqüila, e saiu, a passos calmos. Anahí respirou fundo.
Alexandre: Acabou. – Tranqüilizou, e Anahí assentiu – Você está tão linda, minha princesa. – Disse, se afastando um passo para olhá-la. Anahí sorriu de canto.
Anahí: Você sempre diz isso. – Brincou, e ele riu, abraçando-a.
Alexandre: Vai ser sempre a minha princesinha. – Disse, abraçando-a – E saiba sempre que, não importa o que aconteça, você sempre pode voltar pra casa. – Completou, e Anahí encarou Dulce por cima do ombro do pai, apertando o abraço nele. Nunca poderia voltar pra casa.
Depois dali não houve contratempos. Dulce e Alexandre ajudaram Anahí a descer as escadas e entrar na limousine (a cauda do vestido era enorme), e o caminho até a igreja foi tranqüilo. Ao pararem lá, porém, estava infestado de paparazzi. Eles não podiam entrar na igreja nem passar do cordão de proteção (nem dos seguranças, a propósito), então se aglomeravam em volta. Anahí respirou fundo, montando sua melhor expressão, e quando o pai ofereceu a mão a ela, estava simplesmente deslumbrante. Os flashes a cegaram. Dois seguranças ajudaram com a cauda do vestido e a limousine partiu (Dulce entraria pelos fundos). Anahí deu o braço ao pai, segurando o buquê com a outra mão, e a marcha nupcial tocou. Os dois entraram tranquilamente na catedral lotada, alguns flashes lá dentro (muito poucos, apenas uns privilegiados puderam entrar). Ela não conhecia muita gente ali. De um lado estavam os convidados dela, e ela sorriu vendo colegas de faculdade, amigos, colegas de trabalho, e alguns poucos familiares. Do outro lado estavam os convidados de Alfonso, e ela não conhecia ninguém. Falando no diabo... Alguns instantes depois o olhar dos dois se encontraram, e ela pôde ver a repreensão dele pela ousadia do vestido em seu olhar. Fez ela abrir um sorriso estonteante. A decoração da igreja estava bonita, agradou ela. Haviam correntes de organza branca entre as cadeiras, e buquês de lírios ao lado de cada uma. Simples e elegante. Ao chegar ao altar Anahí foi entregue a Alfonso, que cumprimentou Alexandre e beijou a testa dela. Anahí reparou na família dele sentada na primeira fila. Todos se sentaram quando eles se viraram pro padre, e Dulce apanhou o buquê. Os padrinhos de Alfonso eram Rebekah e Christopher. Os de Anahí eram Dulce, e acredite, Greg. O menino estava todo pomposo, e todo fofinho em um terno com uma flor espetada no bolso. Alfonso odiou a idéia, mas Anahí fez o convite antes de consultar ele. Gregory adorou, fitou eufórico, e Grace achou graça. Não teve como contornar, e lá estava ele. Anahí piscou pra ele, discretamente, e ele assentiu, todo rapazinho, com a mão nas costas. Anahí mal ouviu o que o padre disse – tinha a cabeça longe, pensando em uma viagem que fizera para a França há alguns anos. Sentara-se em um café perto da torre Eiffel, e tudo era muito calmo, muito sereno. As luzes estavam em todo canto, fazia frio, havia paz. Aquele era o lugar feliz dela.
Sua atenção só voltou quando Alfonso se virou, repetindo o que o padre dizia, e em seguida deslizando a aliança de ouro branco no anular esquerdo dela.
Padre: Anahí Giovanna Puente Portilla, você aceita Alfonso Herrera Rodriguez como seu legitimo esposo, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, para amá-lo e respeitá-lo por todos os dias da sua vida, até que a morte os separe? – Perguntou, sereno. Anahí hesitou, encarando o outro, e viu o desafio nos olhos dele. Foi o combustível dela, que apanhou a aliança na almofada.
Anahí: Aceito. – Disse, confiante, com um sorriso de canto, deslizando a aliança no dedo dele. Alfonso sorria moderadamente.
Padre: Se existe alguém que saiba de alguma coisa que possa impedir esse casamento, que fale agora ou se cale para sempre. – Anunciou, e o silencio se abateu.
Os olhares de Anahí e Dulce se encontraram, e a outra lamentou em silencio. Alfonso agradeceu por Jennifer estar na Alemanha – esse era o tipo de loucura que ela era bem capaz de fazer. Os olhares dele e Rebekah se encontraram, cúmplices. Ela sorriu.
Padre: Pelo poder investido em mim pela santa e amada igreja, eu vos declaro no dia de hoje, marido e mulher. – Disse, fazendo o sinal da cruz – O que Deus uniu, o homem não separa. Pode beijar a noiva. – Anunciou.
Alfonso se aproximou de Anahí com um sorriso aberto no rosto, que ela retribuía. Só havia ódio naqueles sorrisos. Ele tocou as laterais do pescoço dela, encostando as testas dos dois, então ela ouviu a voz dele.
Alfonso: Sua. Vida. Acabou. – Anunciou, em um murmúrio, e o sorriso dela aumentou.
Anahí: Me dê o seu pior... Garoto Herrera. – Desafiou, maldosa.
Então os dois se lançaram um no outro, se beijando convincentemente. O beijo era ávido, agressivo. Anahí agradeceu a Deus por estar em jejum – vomitaria se fosse o contrário. Alfonso grunhiu em desgosto e a apanhou pela cintura, a mão tocando as costas nuas dela e trazendo-a pra si, que enlaçou o pescoço dele com um dos braços. Formavam um belo casal. Os aplausos ensurdeceram a igreja, mas um sentimento estranho corria entre os convidados. Era como se assistir aquela cena, ver aqueles dois juntos, fosse o prelúdio para o acontecimento de um desastre, de algo ruim. E mal havia começado.



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Autor(a): fanficfoda

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A festa do casamento foi normal. Houve tudo como os conformes: A valsa dos noivos, as fotos, o bolo. Alfonso tirou Grace pra dançar e Alexandre tirou Anahí, como mandava a tradição. Os dois representaram o papel perfeitamente bem. Por fim chegou a hora de ir embora. Todos especulavam que os noivos iam fugir pra lua-de-mel (não tanto, Alfons ...


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