Fanfics Brasil - Cap 36 A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista -Adp.

Fanfic: A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista -Adp. | Tema: Ponny,AyA


Capítulo: Cap 36

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Já sabia disso há meses que ele vai começar uma vida nova hoje com alguém que não é sua mãe , mas até agora foram apenas palavras, noções vagas, uma ocasião futura que, talvez, não fosse acontecer, que fica rodeando você como um monstro numa história infantil, com pelos e dentes e garras, sem substância real.


Agora, no porão de uma igreja, com mãos trêmulas e o coração disparado, ela se dá conta do real significado deste dia, de tudo o que vai perder e ganhar com isso, de tudo o que já mudou. E alguma coisa dentro dela começa a doer.


Uma das madrinhas chama no final do corredor, onde os passos vão ficando cada vez mais distantes. Anahí respira fundo e tenta se lembrar do que Alfonso falou para ela sobre coragem. Apesar de sentir o oposto neste momento, alguma coisa nessa lembrança a faz se sentir maior; ela se prende a essa ideia e vai atrás do grupo, olhos atentos sob a maquiagem.


Lá em cima, ela é levada para o saguão na frente da igreja e a apresentam para o irmão de Charlotte, Monty, que vai entrar com ela. Ele é esquelético e pálido como um fantasma, e um pouco mais velho que Charlotte; deve ter uns 40 anos. Ele dá a mão para ela, sua pele é fina e gelada, e assim que os cumprimentos acabam ele lhe oferece o cotovelo.


Alguém dá um buquê rosa e lavanda para ela enquanto caminham para o final de uma fila, e, antes que ela tenha tempo de perceber o que está acontecendo, as portas se abrem e os olhos dos convidados recaem sobre eles.


Quando chega a hora de andarem, Monty a puxa de leve e Anahí dá passos curtos e inseguros no salto alto. O casamento é maior do que ela havia imaginado; durante meses, achou que seria uma igrejinha no campo com poucos amigos mais próximos, mas este evento é de gala, e há centenas de rostos desconhecidos, todos virados para ela.


Ela aperta o buquê com mais firmeza e levanta o queixo. Ao lado do noivo, estão algumas pessoas que ela reconhece: um amigo da escola do pai; uma prima de segundo grau que mora na Austrália; um tio que mandava os piores presentes de aniversário e que sendo bem honesta ela achava que já estivesse morto.


Enquanto caminham, Anahí faz um esforço para respirar normalmente. A música é alta e a iluminação da igreja a faz piscar. Não dá para saber se o calor é pela falta de ar-condicionado ou pelo pânico que ela está tentando controlar; aquela sensação familiar que sempre aparece quando tem muita gente num lugar muito pequeno.


Quando finalmente chegam perto do altar, ela se espanta ao ver o pai.


A cena toda é meio ridícula: o pai, lá naquele altar, naquela igreja em Londres com cheiro de chuva e perfume, uma fila de mulheres com vestidos lilás, indo na direção dele com passos marcados. Alguma coisa não combina, a imagem dele é estranha, barba feita, olhos brilhando, flor lilás na lapela. A impressão de Anahí é que há vários outros lugares nos quais ele podia estar naquele momento, naquela tarde de verão. Devia estar na cozinha deles em casa, vestindo as calças do pijama as que têm um buraco no calcanhar porque são muito longas. Ou dando uma olhada nas contas no escritório, bebendo chá na caneca com a inscrição TEM POESIA?, pensando em ir lá fora para cortar a grama. Na verdade, há um bom número de coisas que poderia estar fazendo neste momento, menos se casando.


Ela olha para os bancos enquanto passa; há pequenos buquês com flores presas em laços de seda na ponta de cada um. As velas na frente da igreja deixam tudo com um ar mais mágico, e a sofisticação do evento, a elegância e o estilo fazem um contraste tão marcante com a antiga vida do pai que Anahí honestamente não sabe se deve se sentir confusa ou insultada.


Charlotte deve estar atrás dela, esperando para entrar. Anahí sente uma vontade quase incontrolável de se virar para trás. Ela olha para cima novamente e, dessa vez, dá de cara com o olhar do pai. Sem querer, vira a cabeça para o outro lado e usa toda sua concentração para continuar andando em frente, mesmo que cada pedacinho seu esteja querendo ir na direção oposta.


No fim do corredor, quando Anahí e Monty se separam, o pai pega sua mão e a aperta com carinho. A maneira como está vestido, tão alto e bonito naquele smoking, a faz lembrar da foto do casamento da mãe. Ela engole a saliva com força e dá um sorriso antes de se unir às outras madrinhas, no outro lado do altar. Olha para o final da igreja e, quando a música muda de tom, os convidados se levantam, e a noiva aparece atrás da porta de braços dados com o pai.


 


Anahí havia se preparado tanto para odiar Charlotte que fica momentaneamente em choque com a beleza da noiva em seu vestido encorpado e véu delicado. É alta e magra, tão diferente da mãe, que é baixa e gordinha. Tão pequena que o pai costumava brincar com ela, pegando-a no colo e fingindo que ia jogá-la numa lata de lixo na garagem de alguém.


Mas, agora, lá está Charlotte, tão adorável e graciosa que Anahí teme não ter nada de ruim para contar para a mãe mais tarde. A caminhada pelo corredor central parece não ter fim, mas ninguém consegue desviar o olhar.


Quando finalmente chega ao altar, com os olhos fixos no noivo, dá uma olhada por cima do ombro e abre um sorriso. Apesar de tudo, apesar das promessas de que ia odiá-la, Anahí sorri de volta, como num reflexo.


E o restante do casamento? O mesmo que sempre foi, o mesmo que sempre será. Igual a centenas de milhares de casamentos que já aconteceram e que ainda vão acontecer. O padre sobe no altar e o pai entrega a filha, falando poucas palavras. Há orações e votos, e, finalmente, as alianças são trocadas. Há sorrisos e lágrimas, música e aplausos, e até gargalhadas quando o noivo responde o "sim" com sotaque americano exagerado.


E apesar de todos os noivos estarem felizes em seus casamentos, há alguma coisa em particular neste noivo que deixa Anahí quase sem ar. Ela fica sem saber o que fazer com tanta alegria no olhar dele, com seu sorriso profundo. Ela congela, fica dilacerada. Parece que estão torcendo seu coração como se fosse uma toalha molhada.


Sua vontade é ir embora para casa.


 


 



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Autor(a): Mila Puente Herrera ®

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 36



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  • vanessap. Postado em 23/09/2014 - 01:55:04

    Foi muuuuitoooo linda!! Amei cada capitulo e me emocionei em todos! *---*

  • bellaherrera Postado em 22/09/2014 - 23:08:26

    Ahhhhhhhhhhhhh foi um final perfeito para uma fic perfeitaaaaa *---------------* agora entendi porque essa web se chama assim!! Foi mt perfeito o Ponchito falando que se sente melhor ao lado da Annie <3 owntttttttt!!! Mila obrigada por ter compartilhado cmg essa historia super fofaaaa,e ainda hj lerei a sua nova web!!! Milhões de beijosssssssssssss

  • beca Postado em 22/09/2014 - 18:58:14

    Foi lindo uma pena que ja acabou....

  • bellaherrera Postado em 20/09/2014 - 14:48:41

    É muitoooooooo fofo ver amizade da Annie com a mãe dela <3 ahhhhhhhh o Ponchito apareceuuuuuu!!!!!!!!!!! Perdão por nao ter feito a sua capa, é porque meu pc onde tem o programa que eu faço foi excluido do pc porque ele foi formatado, mas eu prometo que eu faço uma capa linda para sua proxima wem!!! ta no final : / é tão tristeeeeeee

  • vanessap. Postado em 19/09/2014 - 23:34:55

    Dessa vez Poncho nao pode ser rude com ela :( Posta mais *-*

  • beca Postado em 19/09/2014 - 22:54:20

    Espero que o Poncho tenha uma bis explicação !!!!!!

  • bellaherrera Postado em 19/09/2014 - 12:43:27

    Anemmmmmmmmm a web ja esta acabando?????????/ anemmmmmmmmmmmmmmm!!!!!!!!!!!!!!! Poncho cade vc nessa web? posta maisss

  • beca Postado em 18/09/2014 - 19:44:57

    JÁ ESTÁ ACABANDO? ESSA FIC É MUITO LINDO... O PONCHO FOI UM IDIOTA IMBECIL COM A ANY

  • vanessap. Postado em 18/09/2014 - 18:16:22

    Mas já reta final?! :O ta muito perfeita pra acabar! :(( Posta mais *-*

  • bellaherrera Postado em 17/09/2014 - 08:32:25

    Tadinha da Annie :/ o Poncho fez pouco caso dela!!!! O que????????? essa menina é ex ou atual? como assim? eu acho que ela é ex!!! Posta maisssssssssssss


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