Fanfic: A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista -Adp. | Tema: Ponny,AyA
—A Charlotte ficou muito animada quando você disse que talvez venha nos visitar — diz o pai baixinho com a cabeça inclinada. — Espero que realmente pense sobre isso. Seria bom se você viesse no final do verão, antes do começo das aulas. Temos um quarto sobrando que pode ficar para você. Talvez pudesse trazer algumas coisas suas e deixá-las conosco, aí o quarto ficaria parecendo seu mesmo...
—E o bebê?
O pai abaixa os braços, dá um passo para trás e fica olhando para a filha com tanto espanto que Anahí já não tem mais certeza do que ouviu na igreja. A música termina, mas antes mesmo do final dos últimos acordes a banda já emenda outra canção, mais alta e bem ritmada. As mesas vão ficando vazias, todos seguem para a pista, deixando os garçons servindo saladas para as cadeiras vazias. Todos os convidados dançam, rodando, rindo e pulando sem nem se preocuparem com o ritmo. E no meio disso tudo, Anahí e seu pai ficam absolutamente estáticos.
—Que bebê? — pergunta ele com palavras lentas e comedidas, como se estivesse falando com uma criança. Ela olha em volta. Charlotte está em pé ao lado de Monty olhando para eles, parecendo não entender porque estão parados.
—Ouvi uma coisa na igreja — explica Anahí. — Charlotte falou alguma coisa, e eu achei que...
—Para você?
—O quê?
—Ela falou alguma coisa para você?
—Não, para a cabeleireira. Ou para a maquiadora. Para alguém. Eu só ouvi.
O rosto dele fica relaxado, a boca não está mais tensa.
—Pai, olhe — diz ela —, tudo bem, eu não ligo.
—Anahí...
—Não, tudo bem mesmo. Tipo, eu não achei que você fosse ligar e me contar mesmo. Sei que não nos falamos tanto assim, mas queria dizer que eu quero estar por perto.
Ele ia falar alguma coisa, mas para e fica olhando para ela.
—Não quero mais deixar de participar das coisas — diz Anahí rapidamente. — Não quero que o bebê cresça achando que sou uma prima distante ou coisa do tipo. Não quero ser uma pessoa que ninguém nunca vê, e que, em vez de ser uma companhia para fazer compras ou dar conselhos, ou até brigar, acaba virando alguém com quem você é educado, mas não tem assunto porque não conhece de verdade, que nem irmãos mesmo. Então eu quero participar disso.
—Quer mesmo — diz o pai, mas não é uma pergunta. É uma afirmação cheia de esperanças, como um desejo escondido há anos.
—Quero.
A música muda de novo, fica mais lenta, e as pessoas começam a voltar para as mesas onde a salada já foi servida. Charlotte aperta o braço do marido ao passar por ele, e Anahí fica grata por ela não os interromper.
—E a Charlotte não é tão ruim assim — admite, quando a noiva está longe.
O pai fica surpreso.
—Que bom que você acha isso.
Ficam sozinhos na pista de dança, em pé lá no meio enquanto todo mundo olha. Ela escuta o bater dos talheres, todos estão comendo, mas ainda assim tem certeza de que estão olhando.
Depois de algum tempo, o pai levanta os ombros.
—Eu não sei o que dizer.
Anahí pensa em outra coisa, algo que não havia passado pela sua cabeça antes. Ela fala devagar, com o coração batendo forte no peito.
—Você não quer que eu seja parte da sua vida.
O pai balança a cabeça e se aproxima dela, coloca as mãos sobre os ombros da filha e a faz olhar para ele.
—É claro que quero — diz ele. — Não há nada que eu queira mais que isso. Mas, filha...
Ela olha para o pai.
—Não tem bebê nenhum.
—Não?
—Vai ter — diz ele com certa timidez —, algum dia. Ou pelo menos é o que queremos. Charlotte está um pouco preocupada porque já aconteceram alguns problemas em sua família, e ela não é mais tão nova quanto... bem, quanto sua mãe era. Mas ela quer muito ter um filho e, na verdade, eu também quero. Então estamos torcendo para que tudo dê certo.
—Mas a Charlotte disse...
—Ela é assim — explica o pai. — Ela é dessas pessoas que fala muito sobre as coisas que quer que aconteça. É como se quisesse fazer com que se tornasse verdade.
Anahí acha aquilo meio estranho e franze o rosto.
—E tem dado certo?
O pai sorri e aponta para o salão.
—Bem, ela falava muito sobre mim, e cá estamos.
—Então você devia ser importante mesmo.
—Verdade — diz, acanhado. — Mas, de qualquer maneira, quando houver um bebê, você vai ser a primeira a saber, prometo.
—Mesmo?
—É claro. Anahí, por favor.
—Eu achei que só porque você tem esse bando de amigos novos aqui...
—Por favor, filhota — repetiu ele com um sorriso no rosto. — Você é a coisa mais importante da minha vida. E além disso, quem eu vou chamar para cuidar do bebê e trocar as coisas?
—As fraldas — diz Anahí virando os olhos para cima. — O nome das coisas é fraldas, pai.
Ele ri.
—Pode chamar do que quiser, contanto que você esteja por perto quando tiverem que ser trocadas.
—Tá bem — diz ela, emocionada. — Estarei.
Ela não sabe mais o que dizer depois disso; quer abraçá-lo, jogar-se em seus braços como fazia quando era pequena, porém isso parece estar fora do alcance neste instante; ela está chocada pela pureza do momento, pelo tanto que conseguiu evoluir num só dia depois de tanto tempo parada no mesmo lugar.
O pai percebe tudo isso e a segura pelos ombros, virando-a em direção à mesa. Ao lado do pai, protegida pelo seu braço da mesma maneira que já esteve tantas vezes — indo para o carro depois dos jogos de futebol ou saindo da noite de comemoração entre pais e filhas no clube das escoteiras —, Anahí percebe que, apesar de tudo estar diferente, apesar de estarem separados por um oceano, nada de extremamente importante mudou.
Ele ainda é seu pai. O resto é mera questão geográfica.
Autor(a): Mila Puente Herrera ®
Este autor(a) escreve mais 75 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
17 Capítulo 18h10 Hora da Costa Leste 23h10 Hora de Greenwich Da mesma maneira que a claustrofobia de Anahí de vez em quando faz com que os lugares mais vastos fiquem minúsculos, alguma coisa naquela festa — a música ou a dança, ou talvez o champanhe — faz com que as horas não sejam apenas um pu ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 36
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
vanessap. Postado em 23/09/2014 - 01:55:04
Foi muuuuitoooo linda!! Amei cada capitulo e me emocionei em todos! *---*
-
bellaherrera Postado em 22/09/2014 - 23:08:26
Ahhhhhhhhhhhhh foi um final perfeito para uma fic perfeitaaaaa *---------------* agora entendi porque essa web se chama assim!! Foi mt perfeito o Ponchito falando que se sente melhor ao lado da Annie <3 owntttttttt!!! Mila obrigada por ter compartilhado cmg essa historia super fofaaaa,e ainda hj lerei a sua nova web!!! Milhões de beijosssssssssssss
-
beca Postado em 22/09/2014 - 18:58:14
Foi lindo uma pena que ja acabou....
-
bellaherrera Postado em 20/09/2014 - 14:48:41
É muitoooooooo fofo ver amizade da Annie com a mãe dela <3 ahhhhhhhh o Ponchito apareceuuuuuu!!!!!!!!!!! Perdão por nao ter feito a sua capa, é porque meu pc onde tem o programa que eu faço foi excluido do pc porque ele foi formatado, mas eu prometo que eu faço uma capa linda para sua proxima wem!!! ta no final : / é tão tristeeeeeee
-
vanessap. Postado em 19/09/2014 - 23:34:55
Dessa vez Poncho nao pode ser rude com ela :( Posta mais *-*
-
beca Postado em 19/09/2014 - 22:54:20
Espero que o Poncho tenha uma bis explicação !!!!!!
-
bellaherrera Postado em 19/09/2014 - 12:43:27
Anemmmmmmmmm a web ja esta acabando?????????/ anemmmmmmmmmmmmmmm!!!!!!!!!!!!!!! Poncho cade vc nessa web? posta maisss
-
beca Postado em 18/09/2014 - 19:44:57
JÁ ESTÁ ACABANDO? ESSA FIC É MUITO LINDO... O PONCHO FOI UM IDIOTA IMBECIL COM A ANY
-
vanessap. Postado em 18/09/2014 - 18:16:22
Mas já reta final?! :O ta muito perfeita pra acabar! :(( Posta mais *-*
-
bellaherrera Postado em 17/09/2014 - 08:32:25
Tadinha da Annie :/ o Poncho fez pouco caso dela!!!! O que????????? essa menina é ex ou atual? como assim? eu acho que ela é ex!!! Posta maisssssssssssss