Fanfics Brasil - 3 Cartas para você

Fanfic: Cartas para você | Tema: Morte, doença


Capítulo: 3

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Eu acordei e todos estavam em minha volta, me olhando. A enfermeira que me deu o remédio para eu dormir estava lá também, mais parecia estar um pouco cansada. Fiz um barulho para me aconchegar na cama, e isso fez ela perceber que eu acordei. Ela me olhou.


- Teve algum pesadelo? - Perguntava de um modo curioso. - Gritou.


Olhei confusa. Meu sonho era que eu estava em uma floresta, cheia de passáros, e então ouvi barulhos nas árvores. Do nada lembrei do que havia acontecido, no sonho eu era uma menina sem fedesa, gritava com tudo. Gritei no sonho, e exagerei um pouco, gritei na vida real também. Dei um sorriso forçado.


- Não. - Olhava para ela, sorrindo forçadamente. - Pensava que estava no sonho, por isso gritei.


- Entendo, haha. - Riu. - Está com fome?


- Eu acho que sim. - Fiquei indecisa. - Estou indecisa.


Ela sorriu, e saiu do quarto junto com as outras pessoas. Ficou apenas eu e aquele menino que eu esqueci o nome, acho que era...hum...Yuri. Olhei para ele. Ele parecia estar em um sonho profundo, eu fiquei encarando-o. Ele era bonito. Tinha uma pele clara, e dava para ver que seus olhos eram claros, seus cabelos eram escuros. A enfermeira entrou com uma bandeija cor de mel, e pegou a mesma cadeira que havia se sentado no dia anterior, e fez o mesmo procedimento. 


- Está gostoso? - Ela falava de um jeito meigo. - Eu que fiz.


Não estava tão bom. Estava muito salgado, e vai entre nós, eu não sabia o que era aquilo, parecia ser mingau, e ao mesmo tempo sopa. Tinha um gosto esquisito, além de salgado, parecia estar azedo. Olhei para ela. Ela parecia ter um ótimo dom em fazer comida, mais me enganei.


- Bom... O que é isso? - Olhei para o ``prato bom``, achei uma coisa fina e comprida no prato. - Isso é um band-aid?


- Claro que não. - Ela dizia pegando o prato. - Bem...não sei.


- Eca. - Fiz uma cara de nojo, aquilo era tão nojento. - Por que teria um band-aid dentro da comida?


- Bom...Deve ter caído do meu dedo, enquanto eu cozinhava para você. - Ela falava de um jeito meigo, e ao mesmo tempo, nervoso.


Não falei nada. Era tão nojento saber que eu estava comendo algo com um band-aid no meio. É a mesma coisa que você comer um cachorro quente, e achar um pedaço de unha no meio, ou então, alguma coisa que te dê nojo.


- Hum. - Olhei para o lado. - Ele nunca acorda?


- Sim, ele acorda. - Dizia olhando para ele, e logo, ergueu seu olhar para mim, sorriu. - Por quê?


- Por nada, oras. - Ergui o olhar para ela. - Sempre que vejo ele está dormindo.


Ela me olhava sorrindo. Não havia nada demais perguntar se ele acordava ou não, porque sempre que olho para ele, ele está dormindo, ou então está fazendo algo e parece nem se importar de estar em um hospital, com enfermeiras indo e voltando, trazendo uma péssima comida. Quando me notei, a enfermeira havia saído do quarto, e ele estava acordando. Ele olhou para os lados. Me viu. 


- Quem é você? - Dizia ele me encarando. - Sou Yuri, prazer.


- Ana Elisa. - Encarei-o. - Por quê?


- Seria uma boa se a gente fizesse amizade. - O sorriso dele era lindo, e sim, ele estava sorrindo. 


- Em um hospital? - Quase garguelhei, segurei os risos. 


- É, uai. - Ele tinha sotaque de mineiro. - Por quê?


- Porque o quê? - Fiquei confusa. 


- Nada. - Sorriu. - Você é lerda.


- Avá. - Falei de um jeito irônico. 


- Educadinha você, hein? - Sorriu de novo, maldito sorriso. - Quantos anos você tem?


- Não te interessa. - Sorri, meu sorriso é uma bosta. - E você?


- Vai, fala. - Ele me olhou, dava para ver seus olhos verdes, bem de longe. - Tenho dezenove.


- Hum. - Falei. - Não.


- Sim. - Ele se virava. - Anda logo, não tenho tempo.


- Se você não tem tempo, então por que está em um hospital? - Falei, sendo irônica. - E ainda mais, deitado em uma maca de hospital.


- Porque eu quero. - Falou-o. - É sério, quantos anos você tem?


- Dezoito, pronto, falei. - Olhei para a televisão que estava em minha frente. - Por que quer saber?


- Você tem cara de ser mais nova. - Sorriu. - Ter uns quatorze anos. 


- Que bom. - Falei, sorri. - O que faz da vida?


- Fico deitado o dia todo, ou seja, esses dias e mais dias. - Sorriu. - E você?


- Se eu não estivesse aqui no hospital, agora eu estaria tomando uma caneca de café, e comendo algumas bolachinhas. - Só de lembrar me dá uma vontade de sair daqui correndo, e voltar ter minha vida normal. - Ah, e estudo também.


- Estuda o quê? - Ele parecia curioso. - Eu faço engenharia.


- Escritora. - Dei um sorriso enorme. - Sério? Eu queria fazer esse curso, porém desisti. É bastante difícil, e além do mais, não gosto muito.


- Então, por que queria fazer? - Ergueu suas sombrancelhas. 


- Porque, engenheiros ganham bem. - Falei de uma forma rápida. - Agora estou com sono, tchau.


- Não está não. - Falou-o. - Sei que quer continuar conversando comigo, porém tem vergonha.


Virei-me para ele. 


- Larga de ser bobo. - Falei. - Quero dormir, e cala boca.


- Aham, não sabe nem mentir. - Falou-o, começou a rir, e logo se virou para o outro lado. - Bom sono, e vê se não grita.


Sorri. Ele era irritante, mas era tão legal, seu jeito era radical. Virei-me para o outro canto, fechei meus olhos, e dormi. 



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Autor(a): mandiestevam

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Acordei e dessa vez não estava cercada por enfermeiros, médicos, e nem ninguém. Olhei para o meu lado direito, e vi o menino mais irritante que já conheci. Estava dormindo. Sorri. Ele era bem mais bonito dormindo do que acordado, olhei para á porta, e pelo que previ a enfermeira estava entrando com uma bandeija roxa. Ela sorriu ao me ver ac ...


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