Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi

ANAHÍ

- Uma festa de boas vindas. - Estevan murmurou, com os olhos perdidos na janela. - Incrível como o destino consegue ser sarcástico.

Sorri, tragando intensamente o cigarro entre meus dedos. Receber uma festa de retorno, da única pessoa que não desejaria isso... Sim, o destino estava sendo sarcástico, ou melhor, terrivelmente irônico.

- Posso saber o que vai responder? - Perguntou, me encarando apreensivo.

Suspirei, deixando que meu corpo deslizasse pelo sofá. A verdade é que não imaginaria encontrá-la tão cedo e, agora que estava de frente a esta hipótese, voltava a sofrer da ânsia frenética em tocá-la.

- Não vou mentir, a ideia de receber uma festa da garota que amo, não me parece tão desagradável.

- Sabe, mesmo quando fala de amor, me assusta. - Comentou, se aproximando. - Anahi, isso é loucura.

- Não Estevan. - Sentei, pondo o uísque calmamente em meu copo. - Isso é uma oportunidade.

Ele silenciou por alguns segundos, vagando a passos lentos pela sala. O líquido descia quente em minha garganta quando as palavras saíram da sua, certeiras.

- Você está cercando ela, roubando suas opções. Evitando que ela... fuja. - Atestou, cerrando os lábios.

- É uma tática inteligente, não diria?

- Talvez seria, para garota fria e calculável que você se tornou. - Deu de ombros, me olhando em seguida, sério. - Mas para a Anahi que você um dia foi, não sei, tenho a impressão de que isso não combinaria com você.

Hesitei, analisando a fumaça da droga que circulava por meu rosto. Em uma parte, ele tinha razão. Se ainda houvesse algum outro sentimento que não fosse o amor doentio em meu peito, talvez eu corresse desesperada para os seus braços, implorasse por perdão, chorasse as migalhas que havia deixado para trás. Agisse do modo fraco, como as pessoas normais.

Mas a vida me ensinara a ser imprevisível, fria, calculista. Agir da maneira inteligente, sem se importar com os riscos que certamente, correria.

- Preciso ficar sozinha. - Exclamei, vendo-o se aproximar da porta. - Estevan.

Ele hesitou, virando o rosto com cautela em minha direção, seu semblante era amedrontado, apreensivo. Esperando pelas palavras que, ele claramente temia que fossem ditas. Alguma coisa arranhou meu peito, mordeu, sufocou. Eu tinha dúvidas e, uma única certeza, havia chegado a hora.

- Avise que eu vou.

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