Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi

DULCE

- Amor, está pronta?

Revirei os olhos, analisando pela última vez, a minha imagem no espelho. O curto vestido preto deixava a mostra uma silhueta desconhecida. O corpo de uma mulher que há anos, não se mostrava. Assim como outras características que haviam sumido, a vaidade não era mais nenhuma prioridade.

Porém, naquele dia era preciso resgatá-la, por oportunidade talvez. Ou pelo simples fato de desejá-la, como uma mudança precisa. Aos novos tempos.

- Esqueci o quanto era apressado. - Zombei, abrindo a porta. - Estou pronta.

Christopher me analisou, boquiaberto. Deixando que seus olhos passeassem sobre as curvas do meu corpo, surpresos e acessos. Despindo-me.

- Meu Deus, você está tão... linda. – Exclamou, me tomando com um beijo. - Quanto tempo não te vejo assim.

- Obrigada, mas precisamos descer. - Ri, empurrando seus ombros.

- Pensei que poderíamos adiar a festa talvez, ou começar pelo fim dela. - Sussurrou, deslizando os lábios pela minha orelha.

- Pensou tarde demais. - Brinquei, me afastando com algum esforço. - Já estão todos lá embaixo, não estão?

- É, estão. – Confirmou contrariado. - Você deveria ser presa por isso, sabia?

- Ah claro, é um crime justo. - Revirei os olhos, mudando o semblante. - O investidor já chegou?

- Sim, ele está lá embaixo.

- Então vamos acabar logo com isso.

- Quanta animação. - Brincou, segurando minha mão. - Mas sim, vamos acabar logo com isso.

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- Estevan. - A voz de Christopher pareceu assustar o homem de terno. - Trouxe a primeira dama.

Ele hesitou por alguns segundos, pousando os olhos em mim. Seu semblante estava tenso, mesmo com o trocadilho sem graça de Ucker, embora suas piadas quase nunca surtissem efeito.

Suspirei, analisando sua aparência jovem, seus olhos claros, cabelos negros. Exatamente contrário ao senhor de terno que vagava em minha cabeça. Uma surpresa agradável, afinal.

- Enfim nos encontramos. - Sorri, esticando a mão. - É um prazer.

- O prazer é todo meu... - Murmurou, apertando rapidamente minha mão, antes de por a sua no bolso. - Dulce Maria.

Girei os olhos, buscando discretamente os de Ucker. Eles me fitaram apreensivos, depois sorriram. Quebrando o clima estranho.

- Você está bem? Não quer beber mais alguma coisa? - Sugeriu, abraçando minha cintura.

- Ah, sim. Eu prefiro esperar... - Hesitou, mordendo os lábios. - Eu vou esperar.

- Tem certeza? Não me parece estar bem. - Insisti, encarando seus olhos.

- Claro, claro. - Suspirou, jogando as palavras em tom maleável. - A verdade é que eu ainda estou esperando uma pessoa.

Christopher me olhou, incapaz de responder minhas perguntas mudas, estava tão confuso quanto eu.

- Ah claro, você trouxe alguém. Devia ter nos avisado, poderíamos buscá-la se quisesse. -Ucker sugeriu, numa possível hipótese.

- Buscá-la.... – Falou mais para si mesmo, sorrindo em seguida, nervoso. - Não é preciso, obrigado.

- Como quiser. - Deu de ombros, erguendo a mão para alcançar uma taça de champanhe perdida sobre a bandeja de um garçom. - Quer alguma coisa?

Balancei a cabeça negativamente, analisando os olhos tensos e fugitivos do homem de terno a nossa frente. Era o mal pressentimento de volta, alguma coisa estava estranha.

- Bom, nos dê licença, então. Preciso apresentá-lo a Poncho.

Claro, vou falar com Christian. - Exclamei, vendo Estevan seguir Christopher, a passos trocados e nervosos.

- Quem é o doutor? - A voz de Christian surgiu repentina, me tirando do embaraço.

- Já ia ao seu encontro. - Sorri, abraçando-o. - É o bendito investidor.

- É, as vezes sinto saudades dos tempos de solteiro. - Brincou, virando o copo que estava na mão, fazendo careta em seguida. - Isso está movimentado.

Suspirei, girando os olhos nas pessoas em nossa volta. Negociantes, trabalhadores, patrocinadores. Todos juntos, metidos em conversas altas e virando copos de uísques caros. Todas as classes, sem hipocrisias. Se misturando como velhos e bons amigos.

- Você e essa mania de juntar as pessoas, que grande alma Dulce. - Observou sorrindo. -Aliás, você está linda. Mexeu com o meu lado hétero.

- É, você está bêbado. - Murmurei, batendo em seu ombro. - Preciso que fique sóbrio, está bem?

- Não conte com isso. - Piscou, buscando o marido com os olhos. - Estou de guarda hoje, você tem sorte.

Ri, observando Pablo se distrair com o filho e Julia. Ao seu lado, Poncho conversava animadamente com Christopher e Estevan. Estremeci quando o olhei, porque seus olhos verdes já estavam em minha direção.

- Ele é estranho. – Observei por alto.

- As vezes, mas ele é médico, dá uma chance.

- Não estou falando do Pablo, é o investidor.

Chris franziu o cenho, buscando a imagem de Estevan antes de olhar pra mim, risonho.

- É claro, que homem não agiria estranho na sua presença, Dulce?

Revirei os olhos, virando o copo que estava em suas mãos. Era uísque, dos mais fortes possíveis.

- Isso, está pegando o ritmo da festa. - Brincou, segurando minha mão. - Vamos, tem que bancar a social com as pessoas.

Assenti contrariada, seguindo seus passos enquanto sorria e cumprimentava alguns conhecidos. Os olhos de Estevan me acompanhavam, frios. Como se precisassem me alertar de alguma coisa.