Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi

Dulce

- Nós podemos exportar com uma vasta vantagem, depende do lucro que sua empresa obter.

Revirei os olhos, ouvindo Poncho tagarelar sobre assuntos empresariais. Ao meu lado, Estevan apenas assentia, tomando nervosos goles de uísque enquanto se forçava a desviar os olhos dos meus.

Christian não podia estar certo, embora Ucker parecesse achar o mesmo, com seu braços sufocando minha cintura inconstantemente. Avisando ao charmoso homem de terno que eu era sua. Embora esse parecesse não perceber.

- Nós estamos em uma festa, vamos parar de falar sobre negócios. - Exclamei, cortando Poncho. - Essa não é a hora, nem o lugar certo.

- Ah, claro, você tem razão. - Poncho sorriu, mexendo sem graça nos cabelos. - Me desculpe a empolgação.

- Não se preocupe. - Sorriu, virando os olhos ao redor.

- Sua convidada ainda não chegou? - Ucker indagou, com um tom irônico que só eu havia notado.

- Não... – Disse engolindo a última dose em seu copo.

- Afinal, quem é a dama? - Poncho perguntou, no tom brincalhão de sempre.

Ele hesitou por alguns instantes, mordendo os lábios, nervosos.

- Ela é... a dona... da empresa.

O motor de um carro abafou sua confissão misteriosa. Estremeci, sentindo seus olhos se petrificaram sobre os meus. O ruído avisara que alguém havia chegado, mas seu semblante empalidecido gritava-me outras coisas.

Virei o rosto, me desprendendo daquele olhar. Na minha frente, uma limusine parada provocava o burburinho das pessoas. Segundos depois, um homem de terno alinhado descia do carro. Dando a volta para abrir a porta do passageiro.

Meu coração se encolhia, na media em que a porta se abria, lentamente. Um par de pernas esguios se apresentou primeiro. Depois, uma mulher misteriosa já se encontrava em pé. Ela mirou o chão, erguendo o rosto lentamente em minha direção. Um copo caiu no chão, alguém gritou por perto. Meu coração oscilou... uma... duas... três batidas.. .e parou.

Anahi estava de volta.

As árvores passavam como vultos diante dos meus olhos embargados enquanto a areia parecia pesar o dobro sobre meus pés. Eu não sabia pra onde estava indo, não sabia o que estava fazendo. Tudo do qual tinha certeza, é de que queria fugir, acordar daquele pesadelo, escapar daqueles olhos. Aqueles malditos olhos que cravaram um punhal em meu peito. Não, eles não podiam estar de volta. Era delírio. Não poderia ser real.

- Não pode ser...

Hesitei, caindo de joelhos na terra. Uma voz conhecida gritou em algum lugar perto dali, chamando pelo meu nome. Levantei, ganhando forças desconhecidas para voltar a correr. Correr para qualquer lugar. Qualquer lugar longe o suficiente dela.