Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi

Anahi

- Estudei pra ser advogado, não ator. - Estevan gritava, andando de um lado para outro em minha frente. - Isso já passou de todos os limites, acabou pra mim.

Acendi um cigarro, analisando os restos das cinzas dos cigarros anteriores. Uma noite inteira fumando. Uma noite inteira em claro, lembrando-me do rosto dela.

- Anahi, você está me escutando?

- Ela está tão mudada... - Comentei, deixando um sorriso escapar em meu rosto. - Está tão linda.

- Chega, Anahi. - Gritou, segurando meu rosto. - Isso não é uma brincadeira. Comece a levar a sério.

Suspirei, desviando-me das suas mãos. Desde o episódio da festa, Estevan se encontrava nervoso. Como se fosse o personagem principal daquela história. A verdade, é que ele era apenas mais um que havia sido posto nela.

- Se quer desistir o problema é seu. Vou até o fim. - Levantei, seguindo até a janela.

- Sua presença foi um choque, as pessoas perceberam...

Hesitei, lembrando dos rostos paralisados. Christian correndo atrás de Dulce e, não voltando mais. Poncho desaparecendo. Christopher ouvindo meu alerta e, sumindo mudo em seguida, com a raiva viva em seus olhos. E depois, somente Estevan sobrara, no meio de pessoas desconhecidas. Metido numa história de dor e mentiras.

- Não importa, não há como voltar atrás.

- Se você voltar pra casa...

- Essa é a minha casa, Estevan. – Exclamei, apertando a droga entre os dedos. - E eu não vou abandoná-la mais.

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- Ainda continua a mesma na cama, surpreendente. – Comentou Lana, com um sorriso irônico no rosto.

Observei a claridade que invadia a janela, imóvel. O som dos carros abafado pelos vidros parecia recobrar a toda hora da vida que existia lá fora. Ou pelo menos, metade dela. Girei os olhos, encontrando o par de olhos cinza me encarando. Lana, quem diria que Ligaria tão rápido? 

- Diria o mesmo, se não fosse tão indispensável.

Ela riu, levantando em seguida. Analisei seu corpo com angústia. Sem demonstrar o ódio e o nojo que gritavam em cada poro do meu corpo. Definitivamente, eu nunca havia sido tão fria.

- Que tipo de garota faria sexo com a mulher que destruiu sua vida? - Indagou, acendendo um cigarro. - Eu respondo. Uma mulher inteligente, que gosta da vida.

- Tanto faz. - Murmurei, sabia que havia passado no teste. - Não precisa lembrar dessas imparcialidades, minha vida já estava destruída.

Aproximei-me, tomando a droga da sua boca para acender a minha. Ela me olhou por alguns instantes, abraçando meu corpo em seguida. Fechei os olhos, pensei em Dulce.

Senti a droga queimar na boca, me afastei. Lana gargalhou e se jogou na cama, sorri friamente, me jogando por cima em seguida. Era preciso ser fria, deixar o ódio cegar em volta. E, brevemente, eu teria seu coração velho em minhas mãos. Seu coração e sua vida. Para finalmente destruí-los. Lentamente.

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- Achei que tivesse voltado. - Comentei, retirando o casaco.

Estevan suspirou, virando o copo de uísque nas mãos antes de me fitar preocupado.

- Sabe, as vezes sinto raiva de querer tão bem seu pai. Que tipo de penalidade ganho se quebrar uma promessa?

- Não sei. - Dei de ombros, suspirando. - Porque não descobre?

- Deveria, não é mesmo? - Indagou, me observando. - Por onde esteve?

Aproximei-me da janela, deixando que o vento levasse embora os restos da minha dignidade. Estevan esperava por uma resposta, confuso. Aguardando por mais uma notícia negativa, como gritava seu semblante.

- Estive com Lana. Ela caiu em tudo.

- Meu Deus. - Sussurrou, esfregando a mão no rosto. - Isso tá ficando cada vez mais maluco.

- Talvez. - Hesitei, fechando os olhos. - O importante é que está dando certo.

- Essa é a sua vingança, não é? - Perguntou, angustiado.

- Não Estevan, essa é a justiça.