Fanfics Brasil - Capítulo 113 C'est' finale (AyD)

Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi


Capítulo: Capítulo 113

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Anahi


 


- É aqui. - Estevan exclamou, abrindo cordialmente a porta do pequeno compartimento. - Por favor, entre.


Assenti, avaliando a mesa posta no centro da sala. Bastaria alguns minutos, apenas alguns minutos e eu estaria frente a frente com ela.


- Ainda acho melhor dispensar sua presença, o clima já está bastante pesado.


- Você devia parar de ser tão medroso. - Murmurei, acendendo um cigarro. - Já dei dois dias para que eles se acostumassem.


Ele revirou os olhos e tomou a droga dos meus lábios, jogando-a pela janela.


- Em primeiro lugar, controle-se. - Sugeriu, pondo as mãos no bolso. - E em segundo, não precisa usar sua máscara fria para esconder o medo que transborda em seus olhos. É indispensável.



Suspirei, desabando na cadeira. Ele tinha razão, todos esses anos frios e sem graça, haviam perdido o sentido. Pelo menos, eu não conseguia mais ver sentido algum em ser assim.


- Eu sei que você aprendeu a ser assim Any, mas talvez, essa seja a sua deixa para mudar.


- Talvez eu não precise mudar.


- Isso é o que você quer acreditar. - Murmurou, sentando ao meu lado. - Mas eu acredito que exista uma chance, acredito pelo amor que te trouxe até aqui.


Encolhi os ombros, pega de surpresa por suas palavras. Eu sabia que estava resgatando aos poucos, um tempo doce e esquecido.


- Isso era pra ser uma reunião? - Uma voz grossa dispersou meus pensamentos, chamando atenção. - Me digam se estou certo.



Levantei, encarando com angústia seus olhos vermelhos. Christopher adentrou na sala, dispersando o contato amigável com a mão de Estevan. Meu coração oscilou no mesmo momento em que meus olhos perceberam a ausência dela. Uma surpresa inesperada, desagradável. Que inundou meu peito de angústia.


 


- O que faz aqui? Que eu saiba os negócios não são seus. - Questionei, em um tom explosivo.


- Não, mas são da minha mulher. - Retrucou, com a intenção de me machucar. - Eu resolvo as coisas, portanto, vamos ao que interessa.


- Eu acharia melhor...


- Você não acha nada, Estevan. - Grunhi, controlando o ciúme desvairado que devorava meu peito. - Muito bem senhor Cassilas, façamos como quiser.


Ele assentiu, permanecendo em pé. Estevan me observava aturdido, surpreso com a minha calma repentina.


- É simples, vamos quebrar o contrato. Pago o que tiver que pagar.



Hesitei, avaliando sua proposta com um desespero contido. Aquela hipótese não estava prevista.


- É um valor alto, não vai ter condições.


- Isso sou eu quem decido. - Disse enquanto se afastava. - Não temos mais nada para conversar, passar bem.


- Espera. - Segurei seu braço, em um gesto desesperado. - São dez anos, não confunda as coisas.


- Quem parece confusa aqui é você. - Virou, me encarando. - Não foi você mesmo quem disse que iria me roubar tudo? Vamos, me diga o que ainda acha que é seu por aqui?


Suspirei, buscando os olhos medrosos de Estevan. Aquele imprevisto havia sido um golpe de azar.


- Isso não importa...


- Você tem razão, não é importante. - Uma voz doce quebrou o clima, nos pegando de surpresa.


Estremeci, oscilando os olhos pela madeira fria da mesa. O monstro em meu peito pareceu urrar, se debater, reconhecendo ali seu criador. Virei lentamente o rosto, encontrando seus olhos firmes, pousado sobre os meus. Sim, era ela. Dulce havia vindo. Ela estava ali.


- Dulce... - Uma voz murmurou, como uma frequência fraca de todas as coisas que me cercavam quando estava perto dela.


- Não vamos quebrar contrato nenhum. Digam-me, onde assino?


 


- O que está falando? Você deveria estar em casa.


 


 


Apoiei-me na cadeira, sentindo as pernas falharem. Dulce aproximou-se de Christopher e o reprimiu, com um olhar que poderia desmanchar montanhas.


 


 


- Você que deveria. Os negócios são meus, posso resolvê-los sozinha. - Exclamou, oscilando os olhos entre nós dois.


 


- Não, você não pode, não com... - Ucker hesitou, contendo as palavras. - Que loucura é essa Dulce?


 


- Acho mais sensato os dois permanecerem. - Estevan interviu, constrangido. - Não é mesmo, Anahi?


 


- Não vejo nenhum problema. - Assenti, Dulce pareceu se incomodar com minha voz. - É só um papel...


 


- Exatamente, é só um papel. - Concordou. E seus olhos gritavam que na verdade, eram dez anos. - Vamos acabar logo com isso.


 


Assenti, observando seus passos duros se aproximarem da cadeira. Ucker hesitou até fazer o mesmo, sentando ao seu lado contrariado, porém feito um coelho medroso. Por alguns segundos então, me permiti enxergar a verdade. O tempo também havia deixado rastros frios na minha doce Dulce.


 


- Isso é ridículo... - Estevan sussurrou enquanto sentava, puxando uma cadeira ao seu lado. - Estão fugindo da realidade.


 


Encolhi-me, sentando em seguida. Aquela era a verdade afinal. Todos aqueles olhos gritavam as mesmas coisas, faziam as mesmas perguntas mudas, tinham os mesmos medos. E ninguém se atrevia a assumir. Ninguém se atrevia a perguntar os motivos, o por que de eu estar ali. Sentada, os fitando. Depois de dez longos anos de espera.


 


- O contrato é de um ano. - Estevan iniciou, retirando alguns papéis da pasta. - Nós vamos prosseguir caso haja resultados, é claro.


- Não vai haver. - Ucker grunhiu e, dessa vez, Dulce pareceu não se incomodar.


- Bom, isso não sabemos ainda. - Estevan retrucou, me fitando. - É só um ano, afinal.


Estremeci, recebendo seus olhos junto com os de Dulce. Eles deveriam saber, que aquele, era o tempo que eu havia previsto para tomá-la de volta.


- Vocês precisam assinar. - Alertou, entregando um papel à ruiva. - É só uma confirmação, pode ler.


Ucker grunhiu, observando as mãos de Dulce passearem sobre a folha, sem hesitação. É claro que ela não iria ler.


- Mais alguma coisa? - Perguntou, o encarando.


- Bom eu... estava pensando em discutirmos as propostas. Você sabe... existem estratégias nesse negócio.


- O que pretende? - Indagou e, eu desejei arduamente que aquela pergunta fosse pra mim.


- Na verdade, eu não pretendo nada. A dona da empresa afinal, é Anahi.


Estremeci, sentindo seus olhos relutarem em cair sobre os meus. Ela estava se fazendo de forte, eu sabia, sabia porque algum dia, também precisei agir assim.


- É meu advogado, deve saber o que quero. - Retruquei, acenando em seguida para Estevan. -Vamos, vá em frente.


Ele assentiu, iniciando sem dificuldade um conjunto de palavras sem nexos. Encolhi-me, analisando a mulher madura que acenava vez ou outra em minha frente. Dulce transmitia uma personalidade forte, seus olhos castanhos e claros, estavam fixos nas expressões de Estevan. Nada parecia com as da garota marrenta.


Todas as suas expressões denunciavam a mudança, até o simples gesto de mover os olhos, morder os lábios, estreitar o cenho. Nada era mais o mesmo.


 


- Algum problema? - Ucker indagou, interrompendo meus devaneios e, intervindo na explicação de Estevan. - Perdeu alguma coisa?


Hesitei, constrangida com o flagra. Dulce continuou evitando meus olhos, preferindo assim, fitar o papel frio em suas mãos.


- Não, podem continuar. – Disse enquanto mergulhava em seus olhos vermelhos. - Há não ser que você tenha.


Ele cerrou os lábios e em seguida riu, se preparando para discutir quando, Estevan o interviu. Havia de ter alguém sóbrio ali.


- Não precisamos disso. - Exclamou, fechando a pasta. - Por hoje é só, por enquanto.


- Ótimo. - Dulce levantou, estendendo a mão para cumprimentar Estevan. - Foi um prazer.


Estremeci, observando a aproximação entre eles. Sua pele queimada me causou arrepios, acendendo o fogo que, nem a vida, foi capaz de apagar. Desejando aquele contato para mim.


- Prazer foi todo meu. - Retrucou, acompanhando os passos rápidos de Ucker pela porta. - Nos vemos em breve.


Ela assentiu, afastando-se em seguida. Acompanhei seus passos lentamente, com a sensação de que meu coração fazia o mesmo. De repente então, ela sumiu. Seus olhos desapareceram da superfície, desapareceram sem cruzar com os meus.


 


- Pode começar...



Levantei, jogando a pasta sobre a mesa no chão. Eu tinha raiva por estar ali, suplicando por um olhar. Raiva de ter perdido as coisas mais importantes que eu tinha. Raiva de Dulce por ter mudado tanto e, principalmente, raiva da vida. Por não ter me ensinado a se comportar perto dela.


- Por Deus Anahi, calma.


- Isso não está certo, não vê? - Gritei, abrindo os braços. - Ela deveria fazer alguma pergunta, do tipo porque eu resolvi voltar ou porque diabos quero um contrato com sua empresa. Alguma coisa que tivesse sentido, alguma coisa que tivesse resposta.


- Talvez ela não quisesse saber.


- Todo mundo iria querer saber, todo mundo Estevan. - Grunhi, apoiando as mãos no batente da janela, sem fôlego. - Ela não devia fazer isso comigo.


- Não, "você" não deveria fazer isso com você mesma. - Murmurou, aproximando-se. - Não pode esperar que seja como quer, isso não vai acontecer.


- Não é que eu queira, é como tinha que ser...


Estevan suspirou, afastando-se quando acendi um cigarro. Minhas mãos trêmulas fizeram a droga queimar minha boca, caindo em seguida no chão. Estevan apanhou e, ao invés de jogar pela janela, me devolveu, com os olhos cheios de piedade.


 


- Sabe o que acho? – Indagou. - Acho que ela reluta, como fez. Talvez, não fazer perguntas seja a melhor forma de não ouvir respostas.


Suspirei, observando o chão vazio sob meus pés. Lembrei-me da primeira vez que a vi desde minha volta, dos seus pés correndo desvairados, da taça caindo em suas mãos antes disso. Do espanto que fora correto, condizente com a versão da história. Porque, naquele momento ela não poderia negar a mim, não poderia negar a gente. Então, sua única saída seria fugir. Fugir de dez anos, como fez.


- Ela está agindo fria porque foi como a ensinou a agir.


- Tenho que pagar pelos meus malditos erros, não é mesmo?


- Sim, e quanto a isso, não espere por nada.


Assenti, me afastando da janela. Estevan me acompanhou, apanhando sua pasta antes de chamar por meu nome, tranquilo.


- Você ainda deveria pensar em contar a verdade.


Suspirei, tragando o cigarro com pressa. Deixando que a fumaça da droga se misturasse aos fantasmas em meus olhos.


- Tenho que acabar com Lana, primeiro. - Sorri ironicamente, sorvendo uma dose venenosa de vingança. - Não posso colocar Dulce em perigo novamente.


- Está bem. - Assentiu, hesitante. - Se a justiça não te serve então, vamos fazer o que te sirva.


 


 



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Autor(a): foxxy96

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 46



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  • maralopes Postado em 08/01/2015 - 01:27:36

    Own Meu DEUS que lindas elas ficam juntas...Quase infartei achando que a Any iria ficar sozinha sem a Dul depois de tudo que ela passou...Isso naum seria justo...Bjaum Foxxy96

  • isazago Postado em 05/01/2015 - 22:40:43

    N acabou n né?? Aiiiin q fofaaas super cute , tadinha da anny ela sofreu muito agora merece ser feliz!! Bjus continua!!

  • maralopes Postado em 03/01/2015 - 00:55:43

    será que any vai chegar a tempo de reconquistar o coração de dul ? espero que sim a any quase matou um lindo amor pra que dul ficasse viva.agora esta na hora dela tentar salvar esse amor bjaum

  • foxxy96 Postado em 19/12/2014 - 22:31:33

    Que Bom. *-*

  • angelr Postado em 17/12/2014 - 01:58:12

    Ja ansiosa para os proximos capitulos

  • claricenevanna Postado em 05/12/2014 - 01:16:18

    Isso tá me cheirando a confusão... Tô apreensiva com esse reencontro.

  • maralopes Postado em 25/11/2014 - 15:56:16

    Nossa Estou Com Frio Na Barriga...Espero Que agora A Any esteja Preparada Para A Batalha Mais dificil da sua vida...que é reconquistar Dul Bjaum

  • angelr Postado em 24/11/2014 - 01:33:28

    Nossa que tensao por este encontro

  • isazago Postado em 23/11/2014 - 12:13:07

    Q enrolaçao caraaay!!! Esse reencontro nunca chega to acabando com as minhas unhas de ansiedade isso é tortura ta! Vo te denuncia U.U!!brinks posta maaais!!!

  • foxxy96 Postado em 22/11/2014 - 00:22:01

    Haha, que bom estão gostando. Continuem acompanhando, queridas.


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