Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi

ANAHI

Maldita hora em que desejei olhá-la. Doeria menos não vê-la. Fugir daqueles olhos frios, escapar da dor de não rever um brilho neles. Era tudo culpa minha, todos esses anos, longe. Todos esses dias de angústia, eu deveria saber, só traria mais sofrimento.

- Eu não gosto de ver você assim. - A voz de Estevan me encontrou, penosa. - Realmente gostaria que estivesse preparada.

Suspirei, virando mais um copo do vinho que ele me apresentara. Eu também esperava por aquilo, estar preparada, mas Dulce invertera brutalmente os papéis e, a sua frieza, me roubara o chão.

- Não é engraçado?! - Ri, embriagada. - Ela está fingindo que não me conhece... é um fingimento, entende?!

- Sim, eu entendo. – Concordou sentando ao meu lado. - Só não entendo como deixou as coisas chegarem a esse ponto.

Ele me olhou e, por alguns instantes, seus olhos se perderam na minha memória. Aquela cor clara, tão cheia de sentimentos, tão viva. Sim, se pareciam com as de alguém, perdida em meu passado.

- Porque esta me olhando? - Perguntou curioso.

- Seus olhos. - Respondi, tocando seu rosto. - Eles se parecem com...

- Chega Anahi! – Levantou nervoso. - Você está bêbada.

Sorri, sem parecer entender o motivo do seu nervosismo. Pigarreei alguma coisa, acendendo um cigarro com as mãos trêmulas. Precisava de uma distração, algo que me fizesse esquecer a dor das palavras que sairiam da minha boca.

- Eu vou desistir... - Murmurei, anestesiada pela droga.

- Está bebendo demais.

- Eu já tomei minha decisão. - Me encolhi, encostando a cabeça no braço do sofá. - Não vai adiantar fazer nada... eu a perdi.

Estevan permaneceu em silêncio por alguns segundos, aproximando-se bruscamente em seguida, me erguendo do sofá pelos ombros. Seus olhos estavam paralisados na minha feição, entristecidos por cada parte dela.

- Você não pode fazer isso, não pode desistir tão fácil. – Exclamava, segurando meu rosto. -Reaja Anahi, ela é o amor da sua vida.

- Estevan... - Sussurrei, sentindo as lágrimas escorrerem do meu rosto. - Me ajuda.

Ele se afastou surpreso com o meu pedido e, em seguida me abraçou, condoído. Deixando que minhas lágrimas banhassem seu terno, cheias de culpa e dor.

- Você precisa dormir. – Disse afastand0-se. - Quando estiver sóbria, nós conversamos.

Assenti, virando o último copo de vinho. Estevan beijou minha testa e abriu caminho para que eu passasse, arrastando todo o peso da culpa, remoída durante o tempo.

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- Está melhor?! - Perguntou assim que me viu sair do quarto. - Fiquei preocupado.

- Ainda estou um pouco tonta. - Suspirei, me aproximando. - Mas vai passar.

Ele sorriu, estendendo uma cadeira ao seu lado na mesa, repleta de pães e sobremesas.

- É um pouco cedo para tanta comida, não acha?! - Brinquei, analisando o relógio. - Nossa, duas horas?!

- Acho que alguém andou dormindo demais. - Sorriu, me encarando de repente sério. - Sobre ontem...

- Eu já me decidi. - Anunciei, deixando seus olhos se assustarem. - Vou lutar por ela, nem que pra isso seja preciso morrer.

Estevan suspirou e apoiou a mão em meu ombro, gritando silenciosamente, que estava ao meu lado.

Então, a estratégia era a seguinte: continuar. Sim, eu iria adiante naquilo. Mesmo que seus olhos todos os dias me machucassem, eu iria continuar a vê-los. Sua presença havia virado uma droga, uma droga que estava acabando com a minha vida.