Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi

A suicida retribuiu o sorriso e se retirou em seguida, sumindo por detrás das escadas. Poncho suspirou e me olhou, pronto pra dar mais uma bronca.

- Nada disso doutor Poncho, agora é a minha vez de falar! - O interrompi habilmente, vendo seu rosto se contrair numa expressão séria.

- O que está dizendo Dulce? - De braços cruzados, Poncho me lançava um olhar repressor, desaprovando minhas ultimas palavras.

Suspirei e me aproximei numa jogada de mestre, pronta pra convencê-lo com meu olhar infantil e minha voz mansa.

-Só estou pedindo pra você dar um jeito nisso. – Reforcei, forçando as palavras a soarem tranquilas.

-Não quero passar mais uma noite com uma estranha na minha casa, Poncho, você não sabe como foi horrível.

- Horrível? - Repetiu ironicamente, me fuzilando com os olhos. –

- Será que você nunca vai amadurecer? Acorda Dulce, deixa de ser egoísta, não há só você nessa historia!

- Egoísta? - Respirei tentando manter o tom. - Então me chama de egoísta por eu querer salvar nossas peles?

-Meu Deus! Vamos parar com esse discurso tolo, está bem? Você já viu que Anahi não é nenhum monstro, viu o quanto ela tá frustrada com tudo isso.

- Ah é?! Então responde essa bonitão... porque não conseguiu pista nenhuma sobre ela?

- Está bem... - Suspirou fechando os olhos, abriu em seguida parecendo mais calmo. - O que você quer que eu faça? Vamos me diga, como você quer resolver isso?

- Bom... - Hesitei, sabia que não estava o convencendo. - Na verdade, eu não sei... mas se você se esforçasse, não sei, quem sabe procurasse melhor. Alguém deve...

- Dulce! Dulce! - Tomou rapidamente meu rosto entre suas mãos, impedindo o fim de minhas palavras. - Eu não consigo entender porque tanto medo assim dela, sabe, você devia tentar se aproximar, agir como a pessoa que a salvou, oras, como pode tratar desse jeito alguém que você impediu que morresse?

Movi os lábios, mas a resposta não saiu, ela tão pouco existia. No fundo eu sabia a que se devia meu medo, não era bem a suicida que eu atribuía meus temores, e sim, ao modo como ela se comportava, como a sua maneira hábil de me desarmar com um sorriso, ou o simples gesto de me olhar, me deixando encurralada, inerte em seu silêncio.

- Viu como tá sendo boba? - Prosseguiu observando minha mudez.

- Não pense nela como uma estranha que invadiu seu território, pense como uma menina que precisa da sua ajuda, mais do que você já a ajudou. Tente se aproximar mais dela, estamos combinados?

Virei o rosto num resmungo silencioso, Poncho soltou um sorriso vencedor e puxou meu rosto até que seus lábios pudessem molhar minha testa, grunhi e me afastei, sem nenhuma resistência.

- Vou preparar algo para comermos. - Piscou, girando em seguida sobre os calcanhares, seguindo até o balcão.  - Relaxe, Maria, isso vai acabar logo..

Chutei o ar e deixei que meu corpo caísse pesaroso sobre o sofá, ele não devia ter tanta certeza assim. Alfonso estava agindo como o dono da verdade, e isso, em certas ocasiões, chegava a ser abominável.

Olhei para o relógio sobre a estante, logo os ponteiros marcariam a chegada da noite ou talvez, apenas a continuação de uma estranha historia..