Fanfics Brasil - Capítulo 129 C'est' finale (AyD)

Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi


Capítulo: Capítulo 129

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Aeroporto cheio, barulho de pernas apressadas por todo canto. A voz quase mecânica avisando a próxima decolagem. Do outro lado, gargalhadas, choros, despedidas. Olhos que se esbarravam num lance de segundos, anônimos.


 


Mãos que se cumprimentavam sem jeito ou corpos que se abraçavam, aflitos. Sentimentos soltos e outros, escondidos. Todos por algum motivo, menos os meus, é claro. Afinal, teria um por que pra isso?  


 


Suspirei, repousando o cigarro na boca e tateando em seguida os bolsos. O celular vibrava, uma mensagem recebida. - Estevan. - Sorri, passando os olhos pelas letras confusas sem pressa. Certamente ele não entendera minha ligação, nem o motivo de não atender as suas. Ninguém entenderia. Aquilo não deveria ser uma despedida.


 


... Deveria?!


 


- Senhora, posso ajudar com as malas? - Uma voz grossa interrompeu meu silêncio, ergui os olhos sobre os óculos escuros, analisando a aparência velha do homem a minha frente.


 


Suspirei, guardando o celular no bolso e retirando o cigarro dos lábios, prendendo-os entre os dedos agora. O homem ainda esperava por uma resposta e, eu apenas balancei a cabeça sem delongas, negativa. Ele insistiu. - Estou aqui para ajudá-la, qual seu voo?


 


Sorri, deixando que o sarcasmo inundasse minha face agora. Um trago longo de cigarro e um risada dolorida.


 


Essa era a melhor parte...


 


- Paris, a cidade do amor. - Murmurei, deixando que a ironia se chocasse contra minhas veias. Eu iria sozinha, afinal de contas, eu sempre estive assim.


 


- Boa escolha, senhora, a passeio ou a negócios? - Indagou o homem de terno, braços cruzados ante o corpo. Terno impecavelmente limpo. Tentando ser gentil.


 


- Negócios. – Respondi seca. Tragando mais uma vez a droga antes de largá-la no chão e esmagá-la com o pé. - Não precisa carregar nada. - Retruquei, dando de ombros. Ele apenas sorriu.


 


- Espero que torne outra vez pela nossa companhia, quem sabe acompanhada, não é mesmo? - Brincou, estreitando os olhos pelo meu semblante sério. Era só mais um puxa saco que havia descoberto meu poderoso sobrenome. Dane-se.


 


- Não quer mesmo ajuda?!


 


- Se quer mesmo ajudar, receba as outras pessoas e me esqueça.  Posso me virar sozinha. - Respondi fria.


 


- C-laro senhora. - Gaguejou, passando as mãos pela gravata. - Tenha uma boa viagem.


 


Assenti, vendo o senhor sumir a passos apressados pelos corredores. Era mais um que fugia da minha frieza, seria o último? É claro que não.


 


Sorri, carregando meu corpo até o banco mais próximo. Larguei as poucas malas sobre o chão e estiquei os braços ante a cabeça, tentando por os fatos em seus devidos lugares.


 


Eu havia teimado em remar contra o mar seco. Insistido numa história que, eu mesmo havia posto um fim. Não havia como concertar os erros, mas eu estava decidida a parar de errar. Se Dulce não havia me dado uma chance, eu poderia me dar, não é mesmo?


 


Sorri, tocando o celular dentro do bolso. Parecia poder sentir o peso de todas as mensagens deixadas nele. Estevan deveria estar desesperado. Porque afinal, quando a primeira chance de viagem surgiu, eu me encontrava desligada e, no entanto quando acordei, me agarrei a ela.


 


Não, aquilo não eram apenas as primeiras reuniões no exterior. Era o botão de fuga que eu havia apertado, na hora certa. Um motivo para fugir da dor que me prendia, pelo menos, por alguns instantes.


 


- Senhores passageiros, por favor, se dirijam ao portão de embarque.


 


Fechei os olhos, repreendendo todas as vozes que pediam pra que eu ficasse. As malditas vozes que gritavam, desesperadas, para que eu contasse tudo mesmo contra sua vontade.


 


Eu não posso desistir. Eu não ia, tinha certeza. Mas, também estava machucada, precisava cuidar de mim, tinha esse direito.


 


-Dane-se.


 


Ergui o corpo, prendendo com força a mala entre o dedo. Um passo em falso e, o mundo parou. Parou porque eu conheci o toque daquela mão que puxou meu braço, de repente.


 


Parou porque meu coração reconheceu aquele cheiro, suave. Cheiro de campo.  Parou porque tudo estava parado sem ela.


 


Deus... eu poderia estar enganada?!


 


- Você não vai fugir de mim de novo..


 


Estremeci, largando a mala no chão. Alguns segundos de silêncio bastaram para que, aquela voz chorosa, fizesse minhas pernas fraquejarem.


 


Virei o rosto, tonta. E encontrei seus olhos, trêmulos. Afastei-me de súbito, notando desesperada, o estado em que seu rosto estava. Desfigurado pelo choro, transtornado de dor. E, antes que eu pudesse indagar qualquer coisa, seu corpo se lançou sobre o meu. Em um abraço quente e apertado. Verdadeiro... era o nosso primeiro abraço verdadeiro, depois de anos, assim.


 


- Meu Deus... Dulce. - Murmurei, envolvendo sua cintura com meus braços. Ela apenas soluçava em meu ombro. Deixando-me ainda mais tensa com o susto. - Você...


 


- É uma idiota. - Grunhiu, afundando a cabeça em meu peito. - Sempre quis fazer tudo sozinha. Sempre tentou me poupar de tudo. Como pode ser tão tonta? Como?


 


Estremeci, soltando sua cintura. A verdade veio como um tapa em minha face. Ela só podia estar falando... Deus, Dulce sabia de tudo. Afastei o rosto para olhá-la, tentei afastar seu ombro, mas ela continuava ali. Agarrada em minha cintura, com a cabeça afundada em meu peito. Como uma criança envergonhada.


 


- Eu sinto tanto... Se eu pudesse estar em seu lugar, eu pagaria por cada segundo que você sofreu. Eu juro que passaria por isso, juro que te protegeria...


 


- Quem... Te contou? - Perguntei, cerrando os punhos. Nossas dores se misturando, em desespero.


 


- Estevan. - Respondeu e, eu fechei os olhos. Não senti vontade de repreendê-lo, na verdade, eu queria desesperadamente agradecê-lo por isso.


 


Dulce cessou os soluços e, de repente, passou a distribuir pequenos tsocos em meu ombro. Não me mexi, apenas deixei que ela descontasse as mágoas que, eu passei todos esses anos para superar.


 


- Porque tem que ser tão idiota, porque não me contou tudo?! Você é uma imbecil, eu te odeio Anahi... eu... eu... - Mordeu os lábios, cessando os socos. Seus olhos chorosos presos nos meus. - Eu te amo tanto...


 


Suspirei, me sentindo levemente entorpecida com suas palavras. Depois de tanta dor, era quase que impossível acreditar que finalmente, estava ouvindo aquilo outra vez. Desviei os olhos para o chão, eu não sabia exatamente o que aquilo poderia dizer.


 


Ou pelo menos, não queria  acreditar que soubesse.


 


- Está com raiva?! - Indaguei, sentindo seus dedos trêmulos erguerem meu queixo. Suas lágrimas ainda caiam e, em meio a elas, havia um sorriso. O `meu` sorriso. Feito pra mim.


 


- Você tá maluca?! Não posso estar com raiva de alguém que deu a vida por mim. - Tocou minhas mãos, entrelaçando nossos dedos. Meu coração ainda tentava lembrar o jeito certo de bater. - E você? Ia desistir... de mim? - Perguntou, com a voz chorosa. Apertei nossos dedos, rindo da maneira como aquela pergunta havia soado boba.


 


- Não seja tonta. Você é minha vida. - Deslizei o dedo em seu nariz, em um leve carinho. -Como posso desistir de viver?


 


Ela sorriu, deixando que seus olhos me dessem todas as certezas. E então, tornou a me abraçar. A cabeça afundada em meu ombro, os braços apertados com força em minha cintura. A boca buscando a minha, lentamente. E finalmente, o beijo do reencontro. A verdade inundada em nossas salivas. O contato trêmulo de nossas línguas. O coração saltando do peito. Dulce estava em meus braços, ela era minha... outra vez. Como sempre foi.


 


- Meu Deus. - Exclamei, encostando nossas testas, sem fôlego. Eu não podia acreditar.


 


- Depois de tanto tempo eu... espera. - Me afastei, notando pela primeira vez o movimento em nossa volta.


 


Algumas pessoas nos olhavam, outras ainda haviam parado para nos observar, descaradamente. Dulce também pareceu notar e sorriu, revirando os olhos em tom de descaso.


 


- Nós temos que conversar direito, em outro lugar. Eu tenho muita coisa para dizer e, tenho que desmarcar essa viagem por... - Seus dedos me calaram, em um pedido de silêncio. Estremeci, vendo o velho fogo arder em seus olhos.


 


- Você não vai querer desistir da cidade do amor, vai? - Indagou, deixando seus olhos sorrirem, matreiros.


 


Afastei-me, analisando pela primeira vez as malas ao seu lado. Abri a boca, buscando palavras e, ela gargalhou enquanto eu piscava os olhos, confusa.


 


- É a última chamada. Larga essa cara de boba e anda. - Ordenou, puxando minha mão pelos corredores.


 


Acompanhei em silêncio, ainda atordoada. Eu estava indo para Paris com Dulce, isenta de mentiras. Cheia de verdade. Se aquilo fosse um sonho...


 


Oh Deus, não me acorde.


 


Foi tudo muito rápido. Uma fração de segundos atrás eu estava ali, com as mãos presas em uma mala, a dor sufocada no peito. Os olhos tristes pelo chão.


 


Agora, apenas algumas horas depois, eles estavam presos a um rosto sonolento, as mãos deslizando em um cabelo ruivo e a dor, completamente esvaída. Em que momento eu poderia acreditar que tudo era verdade?


 


Suspirei, aninhando Dulce com força em meus braços. Ela apenas se moveu, esfregando manhosamente o rosto em meu peito nu. Depois de tantas lágrimas, sorrir parecia indevido, mas foi exatamente isso que eu fiz quando ela acordou, abrindo os olhos, feito uma criança com preguiça.


 


- Alguém aqui acordou manhosa. - Brinquei, deslizando a palma da mão em seu rosto, ela fez careta e selou meus lábios, vagarosamente. - Sabe que horas são?!


 


- Você realmente se preocupa com as horas? - Riu, ficando por cima de mim agora. Nossos sexos nus em contato, na perfeita simetria dos nossos corpos, juntos. - Estou pensando em não sair do quarto. O que acha dessa ideia? - Mordeu os lábios, os olhos sonolentos ganhando vida.


 


- Está maluca? Você está em Paris. - Exclamei e, não pude deixar de rir quando ela revirou os olhos e caiu do meu lado, zangada.


 


Inclinei o corpo de lado e a fitei. Nós realmente tínhamos muita coisa para conversar e, conversaríamos se fossemos um casal normal. Mas era ali que as nossas línguas se entendiam. Era na cama, nossa melhor conversa.


 


- Dul, quero que você aproveite isso. Essa é a nossa... - Deslizei os lábios em sua orelha, sentindo sua pele se arrepiar. - Primeira viagem juntas, meu amor.


 


- Mas eu não quero desgrudar de você. Não posso mais... fazer isso. - Retrucou, com os olhos pequenos se perdendo no teto branco. Suspirei, virando seu rosto para mim. Eu sabia bem o que ela estava fazendo.


 


- Escuta, quero que esqueça tudo que aconteceu, está bem? - Indaguei, ela apenas mordeu os lábios. A tristeza ainda em seus olhos. - Não quero que sinta obrigação de nada, você não teve culpa, também pagou por isso, afinal. Nós temos o direito de sermos felizes agora... não temos?!


 


Ela suspirou e assentiu, enlaçando minha cintura com seus braços. Beijei delicadamente seus lábios e, deixei que nossas línguas se consolassem, em silêncio. Reconfortando a dor das lembranças que, mesmo sem querer, nos invadia.


 


Afastei o rosto e a encarei, seus olhos castanhos queimando meu rosto. Seus lábios ainda com os vestígios do meu. Nossos corações aquecidos, como lareira em dia chuvoso. Definitivamente, eu nunca esqueceria daquele momento...


 


Porque foi quando eu percebi que ela era minha...


 


E continuaria sendo...


 


Para sempre.


 


 



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Autor(a): foxxy96

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 46



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  • maralopes Postado em 08/01/2015 - 01:27:36

    Own Meu DEUS que lindas elas ficam juntas...Quase infartei achando que a Any iria ficar sozinha sem a Dul depois de tudo que ela passou...Isso naum seria justo...Bjaum Foxxy96

  • isazago Postado em 05/01/2015 - 22:40:43

    N acabou n né?? Aiiiin q fofaaas super cute , tadinha da anny ela sofreu muito agora merece ser feliz!! Bjus continua!!

  • maralopes Postado em 03/01/2015 - 00:55:43

    será que any vai chegar a tempo de reconquistar o coração de dul ? espero que sim a any quase matou um lindo amor pra que dul ficasse viva.agora esta na hora dela tentar salvar esse amor bjaum

  • foxxy96 Postado em 19/12/2014 - 22:31:33

    Que Bom. *-*

  • angelr Postado em 17/12/2014 - 01:58:12

    Ja ansiosa para os proximos capitulos

  • claricenevanna Postado em 05/12/2014 - 01:16:18

    Isso tá me cheirando a confusão... Tô apreensiva com esse reencontro.

  • maralopes Postado em 25/11/2014 - 15:56:16

    Nossa Estou Com Frio Na Barriga...Espero Que agora A Any esteja Preparada Para A Batalha Mais dificil da sua vida...que é reconquistar Dul Bjaum

  • angelr Postado em 24/11/2014 - 01:33:28

    Nossa que tensao por este encontro

  • isazago Postado em 23/11/2014 - 12:13:07

    Q enrolaçao caraaay!!! Esse reencontro nunca chega to acabando com as minhas unhas de ansiedade isso é tortura ta! Vo te denuncia U.U!!brinks posta maaais!!!

  • foxxy96 Postado em 22/11/2014 - 00:22:01

    Haha, que bom estão gostando. Continuem acompanhando, queridas.


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