Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi
Anahi me lançou novamente um de seus olhares, tremi. Seriam horas sentada com aquela mulher, absorta em uma disputa sem sentido que no fundo, parecia ser bem mais que isso..
Eu não podia desistir, não era um simples jogo.
Dois áses, minhas únicas cartas na manga, eu precisava apenas de mais uma carta pra vencer apenas uma, era o meu último fio de esperança, e eu não deixaria de alimentá-lo, tinha que ganhar aquele jogo, de alguma forma ou de outra, iria derrubar Anahi, embora agora estivéssemos empatadas.
Observei a suicida, compenetrada no silêncio que havíamos estabelecido como única regra daquele jogo. Seus olhos estavam voltados à mesa, analisando criticamente a sequência de jogadas que havia feito, sim, talvez aquele fosse apenas mais um de seus truques, mas eu também tinha os meus, e esperava freneticamente que ela lançasse o ultimo ás, o que eu sabia, que ela tinha em mãos.
Então, em um gesto rápido e preciso, Anahi lançou a carta.
Havia ganho o jogo!
Sorri, me permitindo um ar de vitória enquanto apanhava a carta e montava a sequência, mas meu momento invencível durou pouco, apenas os segundos anteriores a imagem daquelas cartas juntas do outro lado da mesa. O jogo já havia sido ganho, havia sido ganho por ela.
- Um ás e dois setes, nunca se deve dar o jogo por vencido, não tão cedo. - Sorriu, um sorriso provocador.
Suspirei, desejando ardentemente responder a altura, mas estava tão cansada...sentia como se estivesse perdido noites inteiras. Minhas pálpebras pesavam e meu corpo estava quase adormecendo, olhei pro relógio sobre a estante, já se passava da meia noite.
De repente percebi que as horas se passaram.
Voltei meus olhos a ela e encontrei uma Anahi incansável, com um sorriso ainda estampado no rosto e os olhos exaltados num azul exultante. Seus cabelos estavam presos e seus fios loiros caiam em ondinhas por seu rosto, o que a proporcionava uma expressão ainda mais alegre, provavelmente, não por causa de sua vitória.
- Pelo visto, disso você não esqueceu. - Retruquei, nossos olhos se cruzando.
- Me parece estar cansada! - Supôs, fugindo do assunto. - Por isso está tão calma..
- E porque acha que eu não estaria? - Perguntei, inclinando o corpo em sua direção. - É apenas um jogo... –Disse eu, mostrando indiferença.
- Sim, porém, um jogo que você perdeu pra mim. - Hesitou, completando em seguida. - Uma pessoa que por algum motivo, você não gosta...
Gelei, era certo de que eu não havia a tratado bem nas últimas horas, no entanto, eu tinha os meus motivos, e eles estavam tão ocultos que nem eu mesmo seria capaz de enxergar, tão pouco explica-los.
- É a segunda vez que me julga. - Acusei, em uma tentativa frustrada de reverter a situação. - Acha mesmo que me conhece, Anahí?
Ela franziu as sobrancelhas, refletindo em silêncio minha pergunta.
- Definitivamente, não! - Inclinou o corpo, apoiando-se sobre a mesa. - Mas há coisas que são claras. Tão claras que às vezes chegam a ser transparentes.
Disse isso e me encarou, como se aquele olhar fosse capaz de transmitir suas intenções. Como se aquele olhar não me encurralasse num mar de sentimentos desconhecidos, O mesmo em que eu não tinha forças pra nadar, e embora assim, gostasse de estar nele.
- Nós somos de mundos diferentes. - Pigarreei, tentando me recompor. - Não pode esperar que tenhamos algo em comum...
- É assim que você se justifica então? - Perguntou, parecendo incrédula. - Está me tratando mal porque eu não pertenço ao seu mundo?!
- Não! - Desviei o olhar, tentando fugir de sua presença. - Você não está me entendendo.
- Devia dar crédito as diferenças, ou pelo menos, tentar vê-las de outra forma.
Suspirei, além de constrangedora aquela conversa estava ficando cansativa.
- É... eu devo mesmo estar muito cansada, tenho a impressão de ter escutado um conselho de uma estranha, engraçado não?!
- Não! Não é nada engraçado...
Anahí se afastou séria, nem seus olhos, nem seus lábios, não havia mais sorriso ali...
- Eu entendo que seja rude pelo modo como você vive, mas isso não explica o modo como me trata.
- O que você quer dizer com o modo como vivo?
- Estou me referindo ao sítio, você sabe... a vida que vocês levam..
- Não há nada na vida que levamos! O que afinal você tem haver com isso?
- Ora, não me leve a mal eu não quis insinuar nada, só estou dizendo que...
- Chega! – Levantei-me, seus olhos me acompanhando surpresos. -- É melhor você ir dormir e tentar lembrar de alguma coisa, assim não será mais preciso convivermos!
- Espera! -- Pediu quando me viu dar as costas, voltei a olhá-la. – Hey... o que eu faço com ele?
Ótimo, só o que me faltava!
No sofá ao lado, Poncho dormia tranquilo, absorto num sono que havia dominado sua ansiedade em saber como acabaria aquele jogo, não teria mesmo importância, a suicida iria informá-lo amanhã.
- Você me parece estar bem ainda. Ele é todo seu! -- Ironizei indo embora. Anahi pareceu aceitar o fim daquela conversa mais rápido do que eu pensei..
Abri a porta discretamente, olhando pela última vez o término daquele minúsculo corredor, escondido quase propositalmente entre a varanda e a sala. Ali ficava o porão, o canto mais misterioso de uma casa. O meu lugar secreto, onde havia deixado meus sonhos de menina e todo lado oculto da minha natureza, nem Poncho se atrevia a ir ali, porque ele sabia, que aquilo me pertencia.
Empurrei as portinholas e desci as escadas, curtas e já desgastadas pelo tempo, impregnadas pelo cheiro de velhas lembranças, as mesmas que agora saltavam daquelas obras, covardemente abandonadas por mim. Covardemente esquecidas pelo tempo, já era capaz de sentir as ondas de prazer que aquilo me emanava, e curiosamente, me sentia instigada pela vontade de começar de novo.
Eu já sabia o motivo, embora ainda não quisesse acreditar nele.
Era aquela mulher, de sorriso fácil e cabelos longos. Eram aqueles olhos... azuis e misteriosos, capaz de me prender a qualquer momento. Era aquele jeito irritante de contrastar uma postura séria, com um jeito levado, as vezes me repreendendo, outras parecendo se divertir as minhas custas, era aquele enigma chamado Anahi, uma estranha que eu havia posto em minha vida.
E que de alguma forma, havia mexido com ela.
Me aproximei da tela em branco e pus a mão, sentindo a textura da imagem que iria surgir ali, imaginando seus traços detalhadamente, e por uma razão ou outra, aquilo me fez acreditar que seria possível resgatar velhos costumes. Mesmo que o sono pesasse e o corpo implorasse por descanso, eu não conseguiria aguentar a culpa de perder aquele momento.
Porque não me sentia assim há tempos.
Autor(a): foxxy96
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 46
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maralopes Postado em 08/01/2015 - 01:27:36
Own Meu DEUS que lindas elas ficam juntas...Quase infartei achando que a Any iria ficar sozinha sem a Dul depois de tudo que ela passou...Isso naum seria justo...Bjaum Foxxy96
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isazago Postado em 05/01/2015 - 22:40:43
N acabou n né?? Aiiiin q fofaaas super cute , tadinha da anny ela sofreu muito agora merece ser feliz!! Bjus continua!!
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maralopes Postado em 03/01/2015 - 00:55:43
será que any vai chegar a tempo de reconquistar o coração de dul ? espero que sim a any quase matou um lindo amor pra que dul ficasse viva.agora esta na hora dela tentar salvar esse amor bjaum
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foxxy96 Postado em 19/12/2014 - 22:31:33
Que Bom. *-*
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angelr Postado em 17/12/2014 - 01:58:12
Ja ansiosa para os proximos capitulos
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claricenevanna Postado em 05/12/2014 - 01:16:18
Isso tá me cheirando a confusão... Tô apreensiva com esse reencontro.
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maralopes Postado em 25/11/2014 - 15:56:16
Nossa Estou Com Frio Na Barriga...Espero Que agora A Any esteja Preparada Para A Batalha Mais dificil da sua vida...que é reconquistar Dul Bjaum
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angelr Postado em 24/11/2014 - 01:33:28
Nossa que tensao por este encontro
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isazago Postado em 23/11/2014 - 12:13:07
Q enrolaçao caraaay!!! Esse reencontro nunca chega to acabando com as minhas unhas de ansiedade isso é tortura ta! Vo te denuncia U.U!!brinks posta maaais!!!
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foxxy96 Postado em 22/11/2014 - 00:22:01
Haha, que bom estão gostando. Continuem acompanhando, queridas.