Fanfics Brasil - Capítulo 28 C'est' finale (AyD)

Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi


Capítulo: Capítulo 28

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DULCE


 


Estacionei o carro a alguns metros da varanda, evitando assim qualquer ruído que pudesse atrair os passos apressados e curiosos de Poncho, que provavelmente já devia estar a minha espera com um ar preocupado no rosto e perguntas afiadas na língua.

Encostei minha cabeça no banco e olhei pra fora da janela no exato momento em que Anahí descia da traseira e passava enfezada por ela. Seu rosto, de traços tão delicados, agora se retraia em expressões de raiva e, eu poderia rir daquele contraste se não soubesse que vê-la daquele jeito, irritantemente mexia comigo.

-- Anahí, espera! -- Abri a porta e corri em sua direção, segurando seu braço ao alcançá-la. -- Temos que conversar.

-- Não, não temos! -- Gritou afastando minha mão. -- Não temos nada pra conversar!

-- Escuta, eu só quero que você me deixe explicar tudo a Poncho!

-- Tudo o que?! -- Ela me olhou, me encurralando de súbito nos seu olhos. -- Não aconteceu nada...

-- Ótimo... -- Sussurrei me desviando do seu olhar. -- Acho que você já entendeu...

-- Que você é uma idiota? É, eu percebi sim... -- Se afastou seguindo novamente até a varanda.

A olhei por alguns segundos enquanto ela se afastava, observei seus passos largos, seu rosto sério, seus cabelos desgrenhados e seu vestido amassado.


Fui então tomada pela lembrança ainda quente da noite em que me rendi a seu corpo, da sensação indescritível que senti quando a tive em meus braços, de quando com apenas um gesto ela me fez perder a cabeça.

-- É melhor que seja assim... -- Sussurrei a seguindo.

Por mais que eu soubesse que havia sido grossa, não podia me render aquele sentimento desconhecido.


-- Meu Deus! Onde vocês estavam? O que aconteceu?

Poncho se aproximou aflito da porta e embalou Anahí nos braços, fazendo o mesmo comigo em seguida, como se quisesse ter a certeza de que estávamos bem.

-- Hey, estamos vivas, fique calmo.. -- Sugeri me afastando do seu corpo.

-- Vou ficar se você me explicar o que aconteceu pra vocês sumirem assim!

Anahí me olhou de esguia como se estivesse me lembrando do que havia pedido há pouco.

-- Ah... -- Pigarrei, prosseguindo. -- Tivemos problemas por causa da chuva, não deu pra voltar.

-- Como assim não deu pra voltar?

-- Eu perdi a estrada e acabei entrando na mata. Você sabe, a caminhonete não ia aguentar seguir naquele caminho, apenas fui prudente..

-- E daí então você parou e resolveu esperar que a chuva passasse, é isso?

-- O que você queria que eu fizesse?

-- Vocês correram risco Dulce, poderia ter acontecido alguma coisa pior ou...

-- Poncho! Poncho! -- Segurei seu rosto voltando sua atenção pra mim. -- Nós estamos bem, foi apenas um imprevisto, já passou!


-- Ah Dulce... você sabe como sou preocupado. -- Ele me abraçou novamente, sem sentir os olhos de Anahí me encarando em suas costas. -- Juro que pensei que você estivesse aprontando alguma.

-- O que achou que eu seria capaz? -- Perguntei, ainda a encarando.

Poncho se afastou e nos olhou simultaneamente, como se estivesse prestes a cogitar uma possibilidade improvável.

-- Bom, achei que...

-- Ela fosse me largar na estrada?! -- Anahí perguntou me surpreendendo. Poncho a olhou risonho.

-- Não é loucura!? Pra você ver como eu fiquei preocupado.

-- É... ainda bem que você conhece a irmã que tem... -- Ela me fitou com seus olhos, sorrindo ironicamente.

-- Que tal deixar de conversa e me ajudar nas compras? -- Sugeri, mudando de assunto.

-- Devo mesmo não ficar preocupado? -- Perguntou voltando-se à Anahi. -- Você está mesmo bem... não quer comer alguma coisa?!

-- Ah... -- Ela hesitou, ganhando um sorriso malicioso nos lábios. -- Não obrigada, eu já comi.

Pigarreei constrangida enquanto ela, irritantemente, parecia se divertir do outro lado.


Encarei Anahi a repreendendo. A loira balançou os ombros repondo o ar de raiva no rosto.

-- Tínhamos comida no carro... -- Explicou, se dirigindo a Poncho. -- As compras....

-- Ah... pelo menos nisso vocês deram sorte! -- Brincou, deixando a preocupação de lado e assumindo seu bom humor eminente. -- Aliás, também deram sorte em não receber visitas, vocês sabem que na mata...

-- Não existem ET`s por aqui, seu doente! – Exclamei, fazendo-o rir. -- Quando que você vai mudar o disco?

-- Ué,quem disse que eu tava falando disso?! -- Poncho se aproximou enlaçando seu braço ao redor do meu pescoço. -- Não seja tão paranoica maninha!

-- Haha! Engraçadinho. -- Empurrei seu braço me afastando. -- Que tal usar seu bom humor pra carregar sacolas?

-- Está bem, estressadinha! -- Poncho riu, dando um curto beijo em minha testa, em seguida voltou-se à Anahi parecendo a observar pela primeira vez. -- O que houve com seu vestido?

A loira deu uma rápida analisada na roupa amassada e como que respondendo a si mesma, voltou a estampar o sorriso malicioso nos lábios, me encarando em seguida com os olhos cheios de provocações.

-- Andei me esbarrando com um animal meio selvagem! -- Respondeu dando ênfase as últimas palavras.


-- Como?! -- Poncho parecia não entender a ironia que Anahi me lançava.

-- Uma aranha! -- Exclamei me intrometendo na conversa. -- Ela não conseguiu dormir direito por que... tem medo de aranha, é isso!

-- Mais que bobagem, você estava dentro do carro, não tinha aranhas!

-- Engano seu, é lá que as mais perigosas gostam de atacar! -- Enfatizou, me penetrando com seus olhos azuis.

-- Foi você quem a provocou! -- Retruquei absorta na sua presença, esquecendo-me que Poncho estava ali.

-- Achei que você tivesse esquecido! -- Revidou rapidamente, me deixando sem palavras.

Grunhi me desviando de seus olhos, Anahi sorriu dando por vencida aquela guerra de palavras mudas,

-- Meninas... está acontecendo alguma coisa aqui? -- Poncho nos olhava ainda sem entender o que dizíamos.

-- Lógico que não! Porque não para de me perguntar e vem me ajudar lá fora? -- Sugeri, mudando de assunto.

-- Ah claro, vamos ver se me deixa em paz agora. -- Resmungou retomando o sorriso enquanto sumia pela porta.


Virei e encontrei os olhos de Anahi prontos a se fixarem novamente nos meus, ávidos ao confronto.

-- Que joguinho foi esse? – Perguntei.

-- Me responde você, "dona aranha"!

-- Então é isso? Costuma ser irônica quando está com raiva?

-- Bom, pelo menos da pra saber como eu sou!

-- Anahi...

A loira se afastou tomando o rumo das escadas e sumindo em seu quarto, me deixando só.

Droga, isso não vai ser fácil...


Desci os degraus da varanda e me aproximei da caminhonete onde Poncho já retirava algumas sacolas. Encostei-me ao carro e antes de ajudá-lo fui abordada pelo mesmo.

-- Vocês estavam estranhas!

-- Você sabe como eu me comporto com ela, não devia achar isso.

-- É, sei... -- Poncho pôs as últimas sacolas no chão e voltou-se a mim. -- Dulce, eu estive pensando essa manhã..

-- Que ótimo, garanto que pensar é um ótimo exercício pra você não atrofiar esse seu cérebro “enorme”!

-- Sem graças, por favor, é um assunto sério!

-- E quer conversar aqui?

-- Quero aproveitar que a Any não está.

-- Então... é sobre ela? -- Perguntei acompanhando seus olhos buscarem a casa e em seguida voltarem-se à mim.

-- Olha, eu realmente fiquei preocupado quando não voltaram pra casa, e entenda que não foi só por você, me preocupei mais ainda com ela.

-- Você tá me esnobando ou alguma coisa do tipo?

-- Não! Estou dizendo que não podemos mais esperar que ela melhore!

-- Está dizendo que..

-- Ela não pode mais ficar aqui, mesmo que sem memória... vamos levá-la embora, Dulce!


Estremeci. As expressões que se formavam no rosto de Poncho me davam a certeza de que ele falava sério, por mais que eu não quisesse por algum motivo ouvir, aquela era a verdade.

-- Está me dizendo... que vamos abandoná-la?! – Perguntei. Ainda digerindo suas palavras.

-- Por Deus! Não use esse termo!

-- E como quer que eu fale? É praticamente isso que quer fazer!

-- Você não entende, Dulce, tem gente preocupada com o sumiço dela e tudo que nós temos feito, é escondê-la deles, será que percebe a gravidade disso?

-- E se não existirem pessoas? Até agora ninguém a procurou, nem sequer conseguimos pistas, como explica isso?!

Poncho hesitou por alguns segundos voltando a olhar pra casa, como se buscasse a imagem de Anahi através daquelas paredes velhas.

-- Sinto muito... --Sussurrou na ilusória esperança de que ela ouvisse, voltando a me olhar em seguida. -- Não temos repostas, Dulce. Nem respostas, nem saída..

-- Claro que temos! Ainda há chances dela recuperar a memória e daí, quem sabe, voltar por conta própria pra casa!

-- Pode ser, mas... -- Seus olhos alcançaram os meus. Entristecidos. -- Andei me informando, Dulce, e o melhor que podemos fazer é deixá-la numa clínica.


-- Clínica?

-- Sim! Se tivéssemos feito isso antes, a coisas não chegariam a esse ponto.

-- Que ponto? Ao ponto de você ser frio desse jeito?

-- Não! Ao ponto de você se apegar dessa forma a ela! -- Afirmou, em um tom de voz firme.

Por alguns segundos pensei em rebater suas palavras, porém, antes que as palavras saíssem, fui atingida pela estranha certeza de que ele estava certo.

Eu a odiava, mas por algum motivo a queria por perto.

-- Minha ruiva... -- Seus braços largos me puxaram de encontro ao seu peito, em um abraço de conforto. -- Vai ser o melhor pra ela.

-- Quando... -- Sussurrei, sentindo suas mãos acariciarem meu rosto. -- Quando pretende levá-la?

-- Vou resolver isso hoje a noite, não precisa me esperar, tá?

Concordei com um murmuro sentindo, em seguida, seus lábios estalarem num beijo frio em minha testa. Esquivei-me do seu corpo repondo o ar razoável no rosto, o que o fez acreditar que eu estava bem.

-- Preciso de um banho... -- Afirmei, forçando um sorriso antes de dar as costas e ir embora.

Eu não queria que ele visse o contraste de sentimentos que aos poucos, tomavam forma em meu rosto.


 


 


 


A noite invadia meu quarto trazendo consigo a penumbra da mesma. Eu estava sozinha, afugentada nas sensações desconhecidas que me invadiam e, mesmo que por tantas vezes tivesse tentado, eu não conseguia relutar contra a angústia de pensar em perdê-la.

-Dulce... -- A voz de Poncho ressonou junto ao abrir a porta do meu quarto. -- Você está acordada?!

Fechei meus olhos ouvindo seus passos largos se aproximarem da minha cama. Não me mexi, deixei que ele me observasse por alguns curtos segundos e partisse em seguida, na dura missão de tirá-la de mim.


 


-- Any... -- Sussurrei seu nome na esperança de que ela viesse, mas eu sabia que era inútil, logo ela nunca mais me escutaria.

Apertei meus punhos sentindo minhas forças se esgotarem aos poucos. Eu suava e meu corpo parecia ferver, sabia que estava delirando, no entanto, tudo que eu conseguia pensar era naquele par de olhos azuis me fitando, cheios de ironia e desejo. Naquela silhueta esguia se encaixando perfeitamente em meu corpo e no balançar provocante da mesma.

Perder aquilo, seria como perder algo em mim mesmo.

Levantei com esforço e com o mesmo redobrado cheguei até a porta, podia ouvir o silêncio se destacando em seu quarto onde, provavelmente, ela dormia no pouco espaço em que nos separava.


Não, eu não iria deixar que ela se fosse dos meus braços.


 


 


 


 


 



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Autor(a): foxxy96

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 46



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  • maralopes Postado em 08/01/2015 - 01:27:36

    Own Meu DEUS que lindas elas ficam juntas...Quase infartei achando que a Any iria ficar sozinha sem a Dul depois de tudo que ela passou...Isso naum seria justo...Bjaum Foxxy96

  • isazago Postado em 05/01/2015 - 22:40:43

    N acabou n né?? Aiiiin q fofaaas super cute , tadinha da anny ela sofreu muito agora merece ser feliz!! Bjus continua!!

  • maralopes Postado em 03/01/2015 - 00:55:43

    será que any vai chegar a tempo de reconquistar o coração de dul ? espero que sim a any quase matou um lindo amor pra que dul ficasse viva.agora esta na hora dela tentar salvar esse amor bjaum

  • foxxy96 Postado em 19/12/2014 - 22:31:33

    Que Bom. *-*

  • angelr Postado em 17/12/2014 - 01:58:12

    Ja ansiosa para os proximos capitulos

  • claricenevanna Postado em 05/12/2014 - 01:16:18

    Isso tá me cheirando a confusão... Tô apreensiva com esse reencontro.

  • maralopes Postado em 25/11/2014 - 15:56:16

    Nossa Estou Com Frio Na Barriga...Espero Que agora A Any esteja Preparada Para A Batalha Mais dificil da sua vida...que é reconquistar Dul Bjaum

  • angelr Postado em 24/11/2014 - 01:33:28

    Nossa que tensao por este encontro

  • isazago Postado em 23/11/2014 - 12:13:07

    Q enrolaçao caraaay!!! Esse reencontro nunca chega to acabando com as minhas unhas de ansiedade isso é tortura ta! Vo te denuncia U.U!!brinks posta maaais!!!

  • foxxy96 Postado em 22/11/2014 - 00:22:01

    Haha, que bom estão gostando. Continuem acompanhando, queridas.


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