Fanfics Brasil - Capítulo 41 C'est' finale (AyD)

Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi


Capítulo: Capítulo 41

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O mais estranho em voltar, não foi a presença fria e silenciosa de alguém que deveria estar preocupada e feliz com minha volta.


Não.


Lana não era o tipo de mulher que deixa transparecer suas emoções e, mesmo que eu duvidasse que ela estivesse sentindo algo, seu silêncio soou de forma respeitosa ao meu estado confuso.


O que mais me incomodava, estranhamente, era a sensação de estar saindo e não voltando para casa. Era como se aqueles meses de memória falha houvessem me fincado sob o solo verde e próspero de Halgartt, o lugar que havia sido meu lar e que, em algum momento do passado, eu menosprezava.

O destino é mesmo um sabotador.

- Trânsito infernal! - Lana reclamou, buscando meus olhos através do retrovisor. - Não havia um lugar mais decente pra você se aventurar?!

Pus as mãos no rosto e limpei uma lágrima que ameaçou escorrer bruscamente. Eu queria responder que não, explicar que não havia lugar mais decente, nem humano do que Halgartt, que lá eu vivi momentos tão inexplicáveis e únicos, que não poderiam ser comparados nem com todo luxo e riqueza de Lexgton.


O sentimento é infinitamente maior. Mas não era exatamente isso que Lana esperava ouvir, na verdade, ela não esperava ouvir nada. Suspirei e encostei minha cabeça na janela, observando sem nenhum ânimo as casas luxuosas e exageradamente grandes que se estendiam pela entrada da cidade.


Eu ainda observava quando finalmente chegamos, depois de uma viagem que durou quase uma eternidade para mim.


Lana parou o carro frente ao portão de ferro e esperou alguns segundos até que ele se abrisse automaticamente, permitindo a entrada pelo jardim onde ela estacionou e em seguida saiu.


Demorei alguns minutos para segui-la, era quase estonteante lembrar que aquela casa era minha, com seus portões de ferro gigantes, seus jardins de flores imensos e seus andares enormes que davam a ela um ar de mansão. Coisa que eu nunca havia percebido antes, talvez porque fosse a primeira vez que parava pra analisar com os olhos simples de quem vive numa outra realidade.

No interior da casa não foi diferente, a sala onde por tantas vezes eu estive me pareceu o triplo maior e mais sofisticada do que antes. Tudo havia se modificado e ganhava ares exóticos aos meus olhos, desde a escada de mármore ao tapete persa estendido na entrada. Bater de frente com a realidade estava sendo... surreal.

- Lembrou agora que é rica?! - Lana brincou ao perceber minha expressão perplexa, parada na porta. 

Tratei de desfazer a impressão e me aproximei do sofá acinzentado, sentando em seguida sobre a maciez daquele caro estofado chinês.


Lana se dirigiu até a adega e tirou uma garrafa de uísque, um gesto que poderia ser comemorativo em outra casa, não nessa.


Observei a morena se servir de uma boa dose e acender um cigarro em seguida. O cheiro invadiu minha narina, mas não me incomodou.

- Preciso voltar ao escritório, você me atrapalhou bastante nos negócios hoje. -reclamou, exalando fumaça da última tragada. - Se quiser pode me contar essa aventurazinha mais tarde, mas, por favor, tire logo essa roupa.


Ela bebericou um último gole e se retirou, na direção do que seria seu escritório. Observei sua postura firme até que sua imagem fugisse do meu plano de visão.


Lana não era minha namorada, definitivamente não, mas era assim que ela gostava de se definir quando alguém tentava se aproximar de mim com intenções mais sérias, ela sabia exatamente como agir quando sentia que seu plano de boa tutora e amante corria riscos.


Não que houvessem riscos, era algo mais por precaução. Tínhamos um relacionamento livre, transávamos algumas vezes, trocávamos garotas, nos divertíamos com mulheres diferentes sem que, em nenhum momento, nos gostássemos de verdade.


Uma relação vazia, mas que havia dado certo desde que meu pai resolveu morar fora do país e a deixou como responsável de maior parte de seus bens, inclusive eu.


Não pude assumir nenhum tipo de responsabilidade porque não tinha idade suficiente e, quando me tornei maior, Lana já havia conseguido confiança suficiente para continuar no poder por mais alguns anos. Eu nunca questionei sobre isso, tinha a vida de farras que toda garota sonha em ter, mas faltava uma coisa, uma válvula que mexia com todo o sistema da minha vida. Faltava alguém me abrir os olhos. Faltava... alguém me amar de verdade.

E agora não faltava mais.

Eu conheci o amor, tão puro e simples como uma rosa, tão delicado como uma pétala. Um sentimento que me movia a vida, me fazia reagir, me dava uma outra visão do mundo. E agora... como eu me sentia vazia em ter compartilhado com tantas coisas inúteis, como eu me sentia inútil por deixar que todos esses anos passassem sem que me movesse pra mudá-los, Como eu me sentia sozinha e como eu queria Dulce.


Pressionei meus dedos na camiseta preta que me vestia e a puxei até que meu nariz pudesse encontrar o cheiro dela. Gostava de usar as roupas de Dul porque elas sempre tinham seu cheiro e aquela fez com que meus olhos marejassem de culpa.


Eu havia fugido de quem me estendeu a mão, de quem me devolveu o sentido da vida, tudo por medo de encarar a verdade. Não seria justo, eu voltaria...

Limpei meus olhos e levantei seguindo até a escada, diminui os passos automaticamente como se aqueles ainda fossem os degraus velhos e ruidosos do sítio. A lembrança doeu, acelerei o ritmo e cheguei ao meu quarto numa quase corrida.


Não parei para observar a cama espaçosa, nem o banheiro luxuoso. Preocupei-me somente com o telefone, onde disquei com pressa o número do médico da família. Precisava saber o que havia acontecido comigo, que força foi cumplice do destino para me deixar largada ali, a espera de Dulce. Não era uma pergunta que desejasse mais do que qualquer outra, na verdade, era a única que eu poderia saber agora.


O médico poderia citar as drogas e passar horas dando sermões sobre como ela afeta o cérebro, mas não poderia me explicar essa angustia que me invadia o peito, essa força que me impulsionava a querer estar a quilômetros dali, nos braços de alguém. Nem muito menos poderia explicar como duas vidas tão distantes poderiam se ajustar tão repentinamente...

Isso, eu sabia, ia ter que descobrir sozinha...


 


 



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Autor(a): foxxy96

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 46



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  • maralopes Postado em 08/01/2015 - 01:27:36

    Own Meu DEUS que lindas elas ficam juntas...Quase infartei achando que a Any iria ficar sozinha sem a Dul depois de tudo que ela passou...Isso naum seria justo...Bjaum Foxxy96

  • isazago Postado em 05/01/2015 - 22:40:43

    N acabou n né?? Aiiiin q fofaaas super cute , tadinha da anny ela sofreu muito agora merece ser feliz!! Bjus continua!!

  • maralopes Postado em 03/01/2015 - 00:55:43

    será que any vai chegar a tempo de reconquistar o coração de dul ? espero que sim a any quase matou um lindo amor pra que dul ficasse viva.agora esta na hora dela tentar salvar esse amor bjaum

  • foxxy96 Postado em 19/12/2014 - 22:31:33

    Que Bom. *-*

  • angelr Postado em 17/12/2014 - 01:58:12

    Ja ansiosa para os proximos capitulos

  • claricenevanna Postado em 05/12/2014 - 01:16:18

    Isso tá me cheirando a confusão... Tô apreensiva com esse reencontro.

  • maralopes Postado em 25/11/2014 - 15:56:16

    Nossa Estou Com Frio Na Barriga...Espero Que agora A Any esteja Preparada Para A Batalha Mais dificil da sua vida...que é reconquistar Dul Bjaum

  • angelr Postado em 24/11/2014 - 01:33:28

    Nossa que tensao por este encontro

  • isazago Postado em 23/11/2014 - 12:13:07

    Q enrolaçao caraaay!!! Esse reencontro nunca chega to acabando com as minhas unhas de ansiedade isso é tortura ta! Vo te denuncia U.U!!brinks posta maaais!!!

  • foxxy96 Postado em 22/11/2014 - 00:22:01

    Haha, que bom estão gostando. Continuem acompanhando, queridas.


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