Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi

DULCE

Cheguei mais cedo naquele dia, alguma coisa dentro de mim me dizia que ela estava me esperando, que Anahi havia voltado. Voltado para me dizer que as coisas continuariam a ser como eram, voltado para me dizer que ela seria minha, mesmo agora estando longe.

Estacionei a caminhonete e corri para dentro de casa, Poncho estava a minha espera, lendo um jornal qualquer sobre o balcão da cozinha. Levantou os olhos quando me viu, surpreso.

- Achei que fosse demorar mais, algum problema?!

- Nenhum, dei sorte no trânsito.

Passei por ele seguindo até a geladeira, seus olhos me acompanhavam enquanto eu fingia ter sede. Estava esperando ele me dizer que ela havia estado aqui. Estava ridiculamente esperando que ele confirmasse minha intuição e acalmasse a compulsiva ânsia em meu peito.

Mas ele não fez isso. E eu não pude mais esperar.

- Tem notícias de Anahi? - Perguntei fingindo indiferença, bebendo um segundo copo d`água como parte do fingimento. - Ela apareceu?

Ele pôs calmamente o jornal sobre o balcão e retirou os óculos de leitura. Os fios de esperanças começaram a me corroer, porém quando ele tornou a me olhar em plena segurança do que iria dizer. Fui obrigada a me desfazer deles.

- Você sabe que isso não vai acontecer, provavelmente ela agora está vivendo sua vida. Sem pensar no que aconteceu aqui.

Foi como se ele houvesse me dado um golpe forte o suficiente para deixar minha visão turva. Suas palavras tiveram o mesmo resultado.

- Obrigado por ir no meu lugar hoje, podemos fazer isso amanhã. Te distrai e me descansa, é uma ótima troca.

Cerrei os punhos contendo a raiva que ameaçava me fazer perder o controle. Ela não havia vindo e ele estava aproveitando disso para confirmar suas teorias idiotas. Mais uma vez era o Poncho egoísta e cheio de razão, mais uma vez senti vontade de socá-lo. Como nunca senti antes.

- Fiz um jantar especial. – Aproximou-se, com um sorriso ridículo estampado no rosto. - Quer que eu sirva agora?

- Não... - Grunhi, antes de sair correndo em direção a escada, com todas as lágrimas presas escorrendo pelo meu rosto.

Tranquei-me no quarto e me afundei na cama, chorando sem controle. Eu estava cada vez mais certa de que ela não voltaria. E começava a me arrepender pelo dia em que me deixei entregar a esse sentimento perturbador, chamado amor.