Fanfics Brasil - Capítulo 51 C'est' finale (AyD)

Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi


Capítulo: Capítulo 51

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ANAHI


 


O lugar estava cheio, as pessoas se aglomeravam agitadas, movidas pelo som frenético do que havia de melhor da música em Lexgton. Eu havia acabado de chegar e, no entanto, já percebia os olhares em meu corpo, como uma presa chegando em meio a uma multidão de leões famintos, esperando a hora exata de dar o bote.


Já tinha me acostumado a lidar com isso, no entanto, alguns meses longe, me fizeram perder a prática. Segui até o bar e pedi, com certa urgência, um drinque da casa. Tornei a olhar para a pista, buscando rostos conhecidos e comecei a maratona de acenos. Mesmo mascarada, eu era capaz de ser reconhecida, de chamar atenção.


Por alguns segundos desejei refazer minha vida, retirando dela todas as noitadas pecaminosas que me levaram a estar ali. Sorrindo para as pessoas, sem saber com quem eu havia dormido ou não.

- Se quiser se distrair, tem quartos lá em cima. - Christian pareceu surgir da pista, com uma máscara feminina hilária, tomando conta do seu rosto. - É uma ótima maneira de recomeçar, depois você me agradece.

Me permiti sorrir, enquanto ele tomava o drinque que o barman havia acabado de servir, pedi outra dose e me virei, para encarar a pista novamente.

- Olha pra isso Chris, to me sentindo o último pedaço de carne.

- É isso que você é, querida. - Esboçou uma careta e devolveu o copo vazio. - Vou entregar a carne aos leões, boa sorte!


O repreendi com o olhar, mas ele pareceu não perceber. Sumiu entre as pessoas. Estava novamente sozinha, feito um alvo.


Servi-me de mais algumas doses e, não demorou muito para que a previsão de Christian desse certo. Uma morena de vestido vermelho sentou ao meu lado, cruzando as pernas numa tentativa de me provocar. Observei suas coxas alinhadas e bem contornadas, seus seios fartos e quase expostos pela seda fina.


Era a primeira vez que me dava conta do quanto eu precisava de uma mulher. Do quanto eu estava sentindo falta disso. Virei mais um drinque e não me importei, quando ele queimou na minha garganta, não me importei, porque a morena já havia avançado sobre mim, sussurrando algo no meu ouvido que me fez estremecer, um tremor que resgatou em meu corpo as mesmas sensações de antigamente, quando tudo não passava de uma atração física. Quando nada realmente importava, a não ser a pele, o cheiro e o sexo. Eu precisava escapar desse feitiço. Eu precisava esquecê-la. 

- Vamos sair daqui! - Gritei, puxando a morena pela mão até a parede lateral da boate.

Ela entendeu prontamente o recado. Seu corpo se encaixou no meu com um magnetismo esplendido, enquanto seus lábios ladrilhavam o contorno do meu pescoço, de uma forma rápida e provocante.


Fechei os olhos, e foi como se a válvula em minha cabeça, voltasse a funcionar no sentido contrário. De repente, não era mais em meu corpo que ela tocava, era no corpo que pertencia à Dulce. Cada pedaço, cada milímetro parecia ansiar freneticamente pelo seu contato, pelo doce e suave gosto do sexo com amor, que só ela havia me proporcionado. Eu sabia que devia esquecê-la, porém, mais forte do que essa certeza, era a de que eu estava condenada a amá-la.


Agindo por instinto, me esquivei da morena e fui procurar refúgio no meio das dezenas de rostos mascarados que se misturavam agitados sobre a pista. Tentei encontrar a saída, queria fugir daquele lugar, queria desabar sozinha. Quando uma mão me puxou pra perto e eu pude reconhecer a máscara feminina. Era Christian.


- Porque você ainda tá sozinha?! - Gritou, colando o rosto no meu ouvido.

Porque eu não quero ninguém, eu só quero ela. Pensei.

- Vou embora! - Anunciei, apontando na direção da saída.

- Não vou permitir que faça isso! - Segurou meu braço, se aproximando do meu rosto novamente. - Não perca a oportunidade de seguir em frente, talvez seja a única.

Christian e as suas razões. De alguma forma suas palavras fizeram sentido, eu não podia continuar daquele jeito. Não iria desistir. Não poderia desistir.

- Talvez eu só precise de um pouco de ar. - Pisquei, ganhando um sorriso.

Ele assentiu e voltou a dançar. Segui até as escadas e subi os degraus numa quase corrida. Tudo que eu queria era ficar sozinha agora, e mesmo que isso fosse quase improvável naquele ambiente, eu tentaria.


Atravessei um corredor com uma espécie de meia luz e me esquivei de alguns casais que seguiam aos quartos, postos nas laterais do mesmo. Logo eu havia chegado numa espécie de segundo ambiente, com algumas poucas pessoas espalhadas, bebendo ou jogando conversa fora.


Aproximei-me das grades e observei instantaneamente a visão que tinha da boate. Eram as mesmas máscaras de segundos antes, só que agora, vistas de cima. Por alguns segundos me perguntei o que havia por trás delas. Que rosto escondiam, qual segredo ou verdade guardavam.


Pela primeira vez eu era espectadora e, de alguma forma, aquilo distraiu minha dor. Estreitei meus olhos pela multidão e, nos raros segundos de luzes, me permiti fitar os rostos, os corpos, as vozes. Firmei o olhar pelas figuras solitárias e distraidamente ignorei os casais. Repugnando a mera ideia de não ser feliz como eles. Fitei as laterais e instintivamente o bar, foi um curto percurso, porém, o suficiente pra vê-la.


Meus olhos a destacaram antes do reflexo das luzes. Seu rosto estava mascarado, mas ainda assim, fui capaz de reconhecer seus traços. O cabelo avermelhado caindo sobre o ombro em ondas, o vestido preto, divinamente ajustado em seu corpo, as pernas grossas e atraentes cruzadas de uma maneira exuberante. Nada parecida com a mulher rústica que me acolheu em sua casa.


Talvez não fosse.


Talvez eu estivesse enlouquecendo. Fechei os olhos e tentei me concentrar nas batidas frenéticas da música, ainda que elas não fossem capazes de competir com as do meu coração.


Prendi e soltei o ar, como se fosse perdê-lo a qualquer instante. E perdi, quando tornei a abrir os olhos e ela ainda estava lá. Eu definitivamente não sabia como, não conhecia os limites das coincidências, nem até onde o destino podia nos levar. Mas nenhuma resposta importava agora, uma vez que, elas não seriam úteis. Dulce estava lá, e nos instantes seguintes eu me dirigia a ela, correndo pelas escadas com o coração aflito na boca.


Estávamos a poucos passos de distância. Meus pés, que segundos atrás corriam trôpegos, se recusaram a andar, quando a imagem da única mulher que amei na vida, veio novamente embriagar meus olhos. Estremeci. Esmoreci. Desabei. Da mesma forma que imaginei que seria, de um jeito muito mais intenso que meus sonhos.


Recuei no instinto que as lembranças causaram. Eu ainda a queria cegamente, ainda a desejava como nos primeiros instantes, mas eu não sabia se ela sentia o mesmo. Tinha razão para achar que havia me esquecido e, embora isso ainda me doesse, eu tentava seguir em frente alimentando uma pequena esperança de que tudo não passasse de um mero engano.


Respirei fundo e me apoiei no puff amarelo ao meu lado, ela não me percebia. Olhava para a garrafa em suas mãos, como se fosse a única coisa que havia ali. Deus, Dulce estava bebendo, pior, parecia estar embriagada. Precisava de um momento oportuno pra me aproximar e ele apareceu, quando eu ainda estava lutando contra minhas razões.

Um homem alto de máscara branca apareceu ao seu lado, tirando a garrafa de suas mãos. Ela parecia mesmo estar bêbada. Em nenhum momento o olhou, a não ser, quando pediu pela garrafa de volta. Ele recuou e balançou negativamente a cabeça, desaparecendo pela multidão num ultimo movimento que pedia pra ela esperar. Era a minha chance. Aproximei-me movida pela oportunidade e toquei em seu ombro. Dulce não me olhou, primeiro ergueu lentamente a cabeça em direção da pista, e depois desmaiou em meus braços. O lugar a onde pertencia.

Me apoie sobre a bancada e recusei a ajuda de algumas pessoas do lado. Eu sabia o que fazer. Balancei lentamente seu corpo, até que ela fosse acordando aos poucos. Depois, consegui a levar pelas escadas com suas mãos apoiando em meus ombros e seus pés seguindo atordoados os meus.


Com esforço conseguimos chegar ao quarto e, uma vez lá, pude a acomodar na cama. Fechei a porta e tornei a olhá-la. Estávamos a sós e, no entanto, eu não podia fazer nada, a não ser admirá-la enquanto dormia.


- Anahi...

Estremeci. O som doce da sua voz foi como uma válvula de adrenalina em meu corpo. Aproximei-me e retirei lentamente sua máscara. Seus olhos estavam fechados. Ela estava atordoada e chamava meu nome. Eu não havia sido deletada de sua memória. Não completamente.

- Dulce... - Sussurrei, com a voz embargada.

A menina dos cabelos vermelhos grunhiu alguma coisa e inclinou o rosto, deixando ainda mais visível sua boca tão perfeitamente alinhada, em um contraste de vermelho onde tantas vezes me perdi. Andei de joelhos até seu lado e desejei ardentemente que ela acordasse e me tomasse nos seus braços, como nas noites calorosas que passamos no vão esquecido de um sótão.


Mas ela não acordou. Apenas se mexeu como se estivesse dormindo e inclinou o corpo na minha direção. Deitei ao seu lado e me permiti apreciar seu rosto. Os traços rústicos ainda estavam ali, brigando com a delicadeza que existia em suas feições. Deslizei, delicadamente, a mão em seus cabelos e não pude evitar o turbilhão de perguntas que invadiu minha cabeça.


Eu simplesmente não conseguia compreender. Não conseguia compreender, como um sentimento tão intenso, pode ter sido evaporado tão facilmente. Como tantas noites insanas e entregues podem ter sido deletadas. Como ela havia me esquecido, quando eu ainda sofria por ela.

- O que você está fazendo Anahi...

Levantei aturdida pelos meus pensamentos. Precisava ir embora mais não podia simplesmente abandoná-la, pensei no homem que estava ao seu lado e imaginei que ele deveria estar a sua procura. Talvez fosse o homem que eu havia visto, o sujeito pelo qual supostamente ela havia me trocado. Não estava preocupada com ele, simplesmente, mesmo depois de tudo. Eu ainda queria cuidar dela como se fosse minha, como se ainda me pertencesse.


- Anahi... - Sua voz soou pela segunda vez, carregando meu nome, causando a mesma sensação de antes, só que duas vezes mais forte.

Voltei a olhá-la e foi como se todas minhas dúvidas fossem esquecidas. Seus olhos estavam abertos, fitavam os meus atordoados, como se ela ainda estivesse fora de si. Provavelmente estava, mas eu não consegui pensar nisso. Fraquejei, uni as nossas bocas com uma velocidade assustadora. Queria sentir novamente o gosto do seu hálito quente, a maciez dos seus lábios, a precisão do seu beijo.


Beijei-a com a vontade de quem espera por anos, completamente em devaneio. Provei daquela mulher como um homem prova de um veneno, sucumbido pelo sabor da morte que chega aos poucos, lentamente.

Foi preciso lembrar-me de respirar para que eu pudesse soltá-la. Minha respiração completamente ofegante, a dela instável. Seus olhos novamente fechados e meu coração destruído por um golpe de silêncio.


Nós estávamos ali, e pra mim, o que havia acabado de fazer era me aproveitar da situação em que Dulce se encontrava. Sentia-me um lixo, uma mulher descontrolada pelo momento. Precisava fugir e deixá-la em paz, do jeito que talvez ela desejaria.


Levantei novamente num impulso, porém, antes que meus pés pudessem alcançar o chão, sua mão alcançou meu braço. Permaneci por alguns instantes imóvel, aquecida pelo calor súbito daquela aproximação.


Foram longos segundos até criar coragem pra olhá-la. Seus olhos castanhos novamente estavam abertos, porém, não tão atordoados como da última vez. Eu podia ver o desejo arder em seus olhos. Certamente uma loucura, mas já era tarde. Novamente, não respondia por mim.

Avancei sobre seu corpo, movida pela saudade cravada em minha pele. Dulce correspondeu meu beijo de um jeito ávido e caloroso, devorando meus lábios enquanto nossos corpos se encaixavam da maneira quente e deliciosa de sempre.


Eu podia sentir o contorno dos seus seios por debaixo do vestido, seu sexo latejando entre minha coxa, sua perna deslizando pela minha, enquanto nos rolávamos ferozmente pela cama.


Ela podia ainda estar atordoada e certamente, não lembraria de nada no outro dia. Poderia me esquecer e deletar aquela noite da memória, mas, eu iria possuí-la, e nem que fosse pela última vez, Dulce seria minha.


 


 


 



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Autor(a): foxxy96

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 46



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  • maralopes Postado em 08/01/2015 - 01:27:36

    Own Meu DEUS que lindas elas ficam juntas...Quase infartei achando que a Any iria ficar sozinha sem a Dul depois de tudo que ela passou...Isso naum seria justo...Bjaum Foxxy96

  • isazago Postado em 05/01/2015 - 22:40:43

    N acabou n né?? Aiiiin q fofaaas super cute , tadinha da anny ela sofreu muito agora merece ser feliz!! Bjus continua!!

  • maralopes Postado em 03/01/2015 - 00:55:43

    será que any vai chegar a tempo de reconquistar o coração de dul ? espero que sim a any quase matou um lindo amor pra que dul ficasse viva.agora esta na hora dela tentar salvar esse amor bjaum

  • foxxy96 Postado em 19/12/2014 - 22:31:33

    Que Bom. *-*

  • angelr Postado em 17/12/2014 - 01:58:12

    Ja ansiosa para os proximos capitulos

  • claricenevanna Postado em 05/12/2014 - 01:16:18

    Isso tá me cheirando a confusão... Tô apreensiva com esse reencontro.

  • maralopes Postado em 25/11/2014 - 15:56:16

    Nossa Estou Com Frio Na Barriga...Espero Que agora A Any esteja Preparada Para A Batalha Mais dificil da sua vida...que é reconquistar Dul Bjaum

  • angelr Postado em 24/11/2014 - 01:33:28

    Nossa que tensao por este encontro

  • isazago Postado em 23/11/2014 - 12:13:07

    Q enrolaçao caraaay!!! Esse reencontro nunca chega to acabando com as minhas unhas de ansiedade isso é tortura ta! Vo te denuncia U.U!!brinks posta maaais!!!

  • foxxy96 Postado em 22/11/2014 - 00:22:01

    Haha, que bom estão gostando. Continuem acompanhando, queridas.


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