Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi

ANAHI

- Quantas vezes você vai ficar olhando pra isso?

Christian ergueu o rosto por cima da cama e me observou com seus olhos claros inquietantes. Suspirei e fui sentar ao seu lado, no colchão improvisado ao lado da minha cama, onde ele dormia sempre que precisava esconder seus comas alcoólicos.

- Achei que estivesse bêbado. - Larguei a máscara e o encarei, era divertido observar seus cabelos desgrenhados, a cara inchada de tanto dormir. - Você está horrível.

- Nunca fale isso pra uma bicha. - Brincou, apoiando a cabeça no meu ombro. - Vi você chegando com a máscara, qual e a história?

- Nossa, podia jurar que estava roncando. - Larguei a máscara e suspirei, sentindo o cheiro dela se afastar também. - Historia nenhuma, é só... uma garota.

Ele riu e escorregou de bruços no colchão. Eu sabia que ele não concordaria com meu ato, tampouco com qualquer tentativa de defesa. Ninguém precisaria saber daquela noite, nem Christian, nem Dulce... apenas eu.

- Se eu não estivesse bêbado, juraria que seus olhos estão brilhando. - Hesitou e deu um breve suspiro. – É isso Anahi... a vida segue.

- Eu sei Christian, eu sei.

Eu sabia que, essencialmente, nada havia mudado. Tudo bem, então Dulce havia mesmo desistido, mas teria eu em algum momento sonhado que ela não desistiria?

Seu reaparecimento naquela boate, de uma forma que eu jamais a imaginaria, só confirmava o que eu já sabia. Não havia mais motivo pra pânico. Bom, em tese era muito mais fácil falar em não entrar em pânico, do que entrar de fato.

 Eu estava em desespero. Fazia apenas algumas horas que havia largado a mulher que eu amava para sempre e, agora me perguntava se não parecia tolo demais ficar sentada, frágil e destruída, esperando pelo desastre seguinte. Parecia perigoso demais amá-la. Perigoso demais pra alguém tão frágil quanto eu.

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- O que você está dizendo? -Lana perguntou, me olhando por cima dos seus óculos de leitura.

Há apenas alguns segundos, eu havia entrado em seu escritório certa de que resolveria meus problemas com apenas um aval de sua parte, o que não seria muito difícil, tendo em vistas alguns de seus interesses.

- É isso que escutou. - Hesitei, firmando as mãos na mesa de mármore gelado. - Quero que providencie uma viagem para fora do país. Quanto mais rápido, melhor.

Ela me olhou por mais alguns instantes em silêncio. Decifrando talvez, o tom imperioso em minha voz. Nunca havia a tratado feito uma secretária mesmo que, na verdade, ela não passasse de uma.

- Está bem. - Suspirou, retirando sugestivamente seus óculos. - Para onde deseja ir?

- Qualquer lugar que seja longe demais o bastante.

- Longe demais o bastante? - Repetiu, confusa. - Hum... o que acha de Veneza?

- Está ótimo! - Concordei, incisiva.

Lana forçou um sorriso e repôs os óculos, voltando sua atenção a enorme pilha de papéis estendida à sua frente. Sem perguntas, nem motivos. Ela não estava nenhum pouco interessada na minha vida. Como eu sempre suspeitei.

- Você embarca amanhã. Fecha a porta quando sair da sala.

Acenei um sim com a cabeça e me retirei antes que ela percebesse a dor que se desenhava em meu rosto. Eu havia acabado de assinar um passaporte sem volta pra minha infelicidade, definitivamente. Eu não seria feliz longe daquela mulher.

- Portilla!

A voz de Christian soou muito mais como um tom de preocupação do que surpresa. Eu estava saindo da sala da poderosa, afinal, lugar que eu sempre havia evitado, a não ser, quando estava com problemas.

Chris me observava com as sobrancelhas arqueadas enquanto eu andava a passos mortos até a sala. Deixei que meu corpo caísse sobre o sofá e, após alguns instantes, ganhei forças para falar apenas o inevitável.

- Vou para Veneza amanhã. - Suspirei, forçando um sorriso amarelo. - Não esquenta, é só por um tempo.

Ele passou a mão no rosto confuso e veio sentar ao meu lado, abraçando meu corpo com uma força proposital, como se estivesse me dizendo que sabia de tudo e, que eu não estava sozinha.

- A mulher da boate, era a Dulce... não era? - Sussurrou, não demorou muito para que eu movesse a cabeça positivamente. Definitivamente, não havia segredos entre nós. - Vai ser melhor, princesa, o tempo cura qualquer ferida, você vai ver...

E aí, será que a Anahí vai embora mesmo ??