Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi

Ele não respondeu. Cessou a conversa estabelecendo um silêncio que durou tempo suficiente para que ambos se acalmassem. Ucker sabia que era preciso calma para chegar ao ponto que pretendia, não era preciso ser vidente para saber quem sairia mal daquela historia.

- Muito bem, se você continuar se encontrando com essa mulher... - Hesitou, me olhando em tom de ameaça. - Não vou mais te cobrir, vai ter que se entender com Poncho.

- Como? Você...

- Não estou te obrigando a nada. - Suspirou, mantendo o tom seco na sua voz. - É só que, eu quero te ver bem. Longe dela.

E realmente acha que vou ficar bem se estiver longe dela?

- Você já ficou antes. - Sorriu cinicamente, segurando meus braços. - Ela vai te fazer mal novamente, pra que voltar, se sabe o fim?

- Idiota! - Gritei, me afastando do seu toque. - Não sabe o que aconteceu. Não pode me ameaçar dessa forma.

- Não é uma ameaça! Entenda...eu estive do seu lado quando ela te largou..

- Ela não me larg... - Hesitei, não adiantaria explicar que tudo foi engano, Christopher estava cego de razão. - Ucker, sai do meu Quarto.

- Eu sei que vai entender. – Aproximou-se de mim, erguendo corajosamente meu queixo para que alcançasse seus olhos. - Sei que vai preferir nossa amizade à essa paixão sem fundamento. Ao meu lado você vai ficar bem... eu posso cuidar de você. 

Analisei seus olhos claros e por alguns segundos me perguntei com qual intenção ele estava me dizendo aquilo. Talvez fosse óbvio demais para que eu entendesse. Talvez sua reação estranha, tivesse algo além de amizade, um amor de infância... que nunca havia morrido.

Não, isso não era possível.

- Vou deixar você pensar. – Afastou-se, sem parecer perceber meu estado de choque. - Pode me devolver as chaves?

Olhei para sua mão estendida, com os pensamentos ainda embaralhados. Foi preciso alguns segundos para que eu conseguisse agir, jogando as chaves esquecidas em meu bolso na sua direção. Christopher sorriu e fez menção de sair, parando para me dar um último aviso.

- Quando precisar dele, me pede, está certo?

Acenei lentamente e deixei que meu tronco caísse sobre a cama. Fechei os olhos com a batida da porta se fechando. Tudo que eu menos precisava agora era perder o único apoio que eu tinha. Agora não havia mais nada, a não ser nós duas.

E isso bastava.

- Não vou precisar Ucker... já tomei minha decisão.

A noite, naquele dia, estava calma, aspirando a tranquilidade que circulava pelos prédios altos de Lexgton. As nuvens vagavam solitárias pelo céu, parecendo ameaçar esconder a qualquer momento, as poucas estrelas que brilhavam por ali.

Estava tudo propício a um encontro e eu mal podia esperar pra vê-la. Definitivamente, o dia havia sido difícil sem ela, tanto que eu poderia encontrá-la em qualquer lugar. Decisão que, por sinal, ficou em suas mãos.

- Ah Droga. - Grunhi, relembrando mentalmente o endereço que ela havia falado na ultima vez em que nos encontramos. - Não posso acreditar que seja aqui.

Estacionei na única vaga que parecia estar livre e comecei a observar o lugar. Era uma espécie de restaurante a céu aberto, com pessoas desfilando bem vestidas pelos cantos, rindo animadamente para os outros. O tipo de lugar que definitivamente, eu não frequentaria.

Já estava começando a me irritar, quando a vi. Em um canto isolado do estacionamento, parecendo esperar por mim. Ela vestia um vestido preto estilo tomara que caia que se ajustava perfeitamente em seu corpo, uma sandália alta prateada que enaltecia divinamente suas pernas e uma bolsa dourada presa nos braços. Uma imagem sem dúvidas, divina.

- Anahi. - Chamei, esticando o braço para que ela me percebesse.

Any moveu o corpo em minha direção, abrindo um sorriso ao me ver. Correu em seguida, até meus braços, se enlaçando neles feito uma criança, me fazendo rir com aquela cena. Abracei sua cintura e aspirei o cheiro de perfume importado no seu pescoço, capturando seus lábios e sentindo o gosto doce do seu batom.

- Estava com saudades. - Sussurrou, limpando delicadamente as marcas que havia deixado em minha boca.

Observei a mulher que tinha em meus braços e me permiti suspirar. Anahi possuía uma beleza única, mais parecia um anjo de traços tão delicados e perfeitos. Seus cabelos loiros escorriam livremente por seu rosto, seu sorriso brilhava juntamente com aquele par de azuis ofuscantes, ensombrecidos pela franjinha, que lhe dava um ar de menina. Um contraste violento, aquele corpo, de curvas tão perfeitas e atraentes.

- Posso saber porque está me olhando? - Perguntou, parecendo se divertir com meu transe.

- Você... está tão...linda.

- Posso dizer o mesmo a seu respeito. - Sorriu, me dando um curto selinho. - Vamos, não quero perder a vaga.

- Tem mesmo que ser aqui? - Sussurrei, olhando as pessoas que se dirigiam a entrada. - Não estou muito conformada.

- Ain Dul... - Revirou os olhos, me puxando na direção da porta. - Ainda nem comeu e já está reclamando. Pare de ser marrenta.

Grunhi alguma coisa e deixei que ela me guiasse. Eu teria que me conformar com o ambiente afinal, nunca estive em tão boa companhia...