Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi

Acordei com a luz do sol queimando meu rosto e um cheiro insuportável de cigarro penetrando em meu nariz. Bocejei alguma coisa e inclinei o corpo tentando escapar do incomodo, mas não adiantou. Demorou alguns segundo para que eu percebesse que estava em casa e que, a janela do meu quarto estava aberta, com uma mulher fumando nela. Mais alguns segundos e percebi que se tratava de Lana. A secretária irresolúvel do meu pai.

- Lana. - Murmurei, chamando sua atenção. - O que faz aqui?

A mulher de cabelos escuros sorriu, me encarando em meio a fumaça.

- Anda dormindo demais. Não acha?

- Não respondeu minha pergunta. - Hesitei, franzindo o nariz por causa do cheiro do cigarro. -Está em meu quarto, se incomoda se apagar isso?

Ela me olhou parecendo assustada e rebolou, de má vontade, a droga pela janela. Cruzou os braços e tornou a me olhar em seguida, com a seriedade tomando conta do seu rosto.

- Você costumava fumar... aliás, têm muitos hábitos que pareceu largar ultimamente.

- Isso foi uma das coisas boas em ter perdido a memória. - Ironizei, sentando de cara fechada na cama. - Eu preciso dormir, dá pra ter essa conversa estranha outra hora?

- Quando acordar amanhã, talvez?!

Levantei por impulso da cama e corri até o relógio, constatando que já se passava do meio dia. Era quase a hora do almoço que havia marcado com Dulce e, por ironia do destino, Lana havia me acordado a tempo.

- Eu tenho um compromisso, vamos adiar isto, está bem?!

- Não há nada a ser adiado querida. Sou uma mulher de negócios, não gosto de perder tempo.

Revirei os olhos e sentei novamente na cama. Sabia que não tinha escolhas, embora estivesse sem paciência nenhuma para saber os motivos que a levaram a entrar em meu quarto, de uma forma tão evasiva.

- E algum recado do meu pai?! - Perguntei, sem esperança. - O poderoso resolveu lembrar que tem filha?

- Seu pai dá duro por você garota, não o trate dessa forma. - Retrucou, defendendo o `chefe`.- Respondendo a sua pergunta, não e nenhum recado. Quero dizer, nenhum recado dele.

- Hã?! Estou confusa, pode ser mais clara?

Ela assentiu sem paciência, andando a passos contados até minha cama. Ergui a cabeça para encarar seu par de olhos castanhos, eles estavam escuros e denunciavam que um assunto desagradável estava por vir. 

- É sobre os seus ataques de garota mimada Anahi, não estou gostando disso.

Franzi o cenho, aquela explicação não havia ajudado em nada.

- Está falando da viagem a Veneza? Olha, eu ia falar com você, mas é difícil te encontrar desocupada.

- Sim esse é um problema, mas não é o principal. - Me encarou. Os braços cruzados outra vez. - Eu me ocupei muito com os negócios e deixei você de lado. Foi um erro terrível.

- Vamos lá, você pode ser mais clara do que isso.

- Eu não me importei quando descobri seu casinho idiota com a caipira, no entanto, eu não podia imaginar que ele fosse durar.

- Não está se referindo à Dulce, está?

- Você tem demostrado um comportamento inadmissível! Observei quando chegou ontem, estava tão dispersa que não notou minha presença.

Mordi os lábios. Eu não havia mesmo a notado, no entanto, com o tratamento que Dulce me deu. Eu poderia esquecer que ela existia.

- Anda pelos cantos sorrindo, não vai mais às festas, desmarca viagens.

- O grande problema então é porque estou feliz? - Intervi, irônica. - Isso que te afeta tanto?

- O Grande problema Anahi... - Abaixou, deslizando os dedos pela minha face. - É que eu te deixei a mercê de uma aproveitadora barata, me perdoe. 

Retirei sua mão do meu rosto e me esquivei bastante nervosa para ficar parada. Eu sabia que algum dia ela retornaria com seus assédios, porém não planejei nenhuma reação. Eu nunca havia a negado. Não sabia como fazer isso sem maiores consequências.

- Ela não é nenhuma aproveitadora. Não a trate dessa forma.

- Claro... - Sorriu, levantando. - Bom, não sou mulher de falar duas vezes. Não a encontre mais.

- Você não pode me pedir isso.

- Acho que tem razão. - Hesitou, tocando em meu queixo. - Mas nós sabemos como as coisas funcionam, não é mesmo querida?

Grunhi, afastando sua mão com um tapa. Ela pareceu não se importar e girou até a porta. Parando para me dar um último aviso.

- Vai sair comigo hoje, precisa de alguém que controle esses seus instintos rebeldes.

Afundei na cama quando a porta bateu. Lana era detestável, porém tinha praticamente minha guarda em suas mãos, visto que todo meu futuro era administrado por ela. Era preciso agir com cautela e achar uma forma de amenizar a situação antes que essa piorasse.

Tateei a mesinha ao lado e busquei o aparelho preto, discando os números gravados em minha memória.

- Alô, Christian? Pode me quebrar um galho?