Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi

Meses Depois.

O tempo havia passado numa velocidade surpreendente, sem deixar rastros. Tudo tão pacífico que me soava estranho, incerto. Como uma pausa, na qual o play pode ser apertado a qualquer hora, sem aviso.

As coisas finalmente seguiam por um curso natural. Havia Dulce na minha vida e... bom, ela era toda a minha vida. O acordo com Lana estava começando a fracassar finalmente, cada vez que saíamos juntas, ela se dava conta da realidade que agora nos separava, em mundos tão distintos que a diferença chegava a ser plausível.

Eu sabia que suas tentativas cessariam a qualquer hora e, estava me preparando para isso. Uma vez que minha felicidade poderia escorregar facilmente das minhas mãos. Bastava ela querer.

- Estamos chegando? - Dulce perguntou mais uma vez, insistindo na pergunta com uma curiosidade irritante. – Argh, venda idiota. Eu vou me livrar dessa porcaria.

Ri enquanto intervia seu braço com umas das mãos, enquanto a outra se concentrava no volante. A ruiva havia se mostrado geniosa desde que entrara no meu carro e eu lhe obrigara a tapar os olhos, numa tentativa de esconder o caminho.

- Controle sua natureza Dulce Maria, se você estragar a surpresa eu juro que dou meia volta.

Ela rangeu os dentes e cruzou, furiosa, os braços, irritada com a demora. De doce ela só tinha mesmo o nome.

- Pronto esquentadinha, espere apenas alguns segundos! - Estacionei e corri para a outra porta antes que ela resolvesse ouvir seus instintos. - Pode descer.

A ruiva tateou os pés no chão até encontrar a grama e saltar sobre ela com habilidade, recusando minha ajuda mesmo de olhos fechados. Que irritante.

- Tire a "porcaria". - Ordenei, atenta a suas expressões.

Dul tocou o pano na sua face e com certa destreza conseguiu se livrar dele, seus olhos precisaram de alguns segundos para se adaptarem a luz do dia e, aptos a essa função, vasculharam o território em nossa volta até pararem na lagoa, sedentos de curiosidade.

- Legal... - Murmurou, arqueando as sobrancelhas para o vazio. - É aqui que vamos fazer amor hoje?

- Aff Dulce, que romântica você é! - Suspirei e puxei sua mão, desviando seu corpo para o destino certo. - Eu não faria amor numa lagoa, tem piranhas sabia?

- Um ótimo estimulante! - Riu, coçando a cabeça impaciente. - Mais que diabos nós viemos fazer aqui, então?

- Está bem, eu não vou perder minha cabeça com você. - Arfei, andando mais alguns centímetros antes de girar, ficando novamente a sua frente. - Bem vinda a sua nova casa, Dul.

A ruiva demorou alguns segundos no meu rosto antes de voltar sua atenção para a casa nas minhas costas, a mesma que havia passado despercebida ainda a pouco na sua "rápida" avaliação.

Era um sobradinho a moda antiga, de frente para a lagoa e distante de tudo. Um lugar que me fazia lembrar do começo, do tempo em que me peguei olhando com outros olhos para uma caipira marrenta, decidida a ser minha inimiga mortal . A mesma que agora estava ali, processando minhas palavras de boca aberta, prestes a ter um ataque que eu sabia, que viria.

- Vamos, diga algo. - Incentivei, caminhando até ela. - Não gostou da minha surpresa?

- Anahi, você não...

- Ei, ei. - Pus o dedo na boca, chiando um pedido de silêncio. - Você não vai estragar esse momento, vai?!

Ela cerrou os punhos e fechou os olhos por alguns segundos, se concentrando em não explodir ali, na minha frente.

- Está bem! - Me olhou, parecendo mais calma. - Eu vou tentar não ligar pro fato de você ter comprado isso, mas...

- Eu não falei que comprei! - Sorri, passando os braços por seus ombros. - Mas que bom que você sabe!

Ela riu e balançou a cabeça, desaprovando minha cara de pau.

- Ainda não me disse se gostou ou não, quer dizer. Esqueça o fato de ter saído do meu bolso, podemos dar um jeito nisso se realmente quiser.

- É claro que vou querer, é inaceitável que me dê esses tipos de presente. Sei que tem boas intenções, mas..

- Dulce, Dulce, meu amor.. - Segurei seu rosto, encarando o castanho dos seus olhos. – Você não está entendendo, não estou te dando um presente. Essa casa... é nossa!

A ruiva franziu os lábios, me encarando como se tentasse detectar alguma mentira. Suas mãos afastaram delicadamente meu corpo até que a casa tornasse a preencher seu campo de visão.

- Você comprou... pra gente?! - Perguntou, extasiada.

- É, cansei de mato, sabe? Acho que deveríamos ter um lugar decente. - Brinquei, abraçando suas costas. - Vai ser o nosso lugar Dul, não vamos mais precisar nos esconder.

- Bom, acho que agora sua situação melhorou. - Riu, alisando meus braços em sua cintura. -Daqui a pouco você está me pedindo em casamento!

Virei seu corpo na ilusória esperança de que ela estivesse falando sério, mas fui pega de surpresa por uma gargalhada que tripudiou ferozmente alguma coisa em meu peito. Eu não podia desistir, tinha que seguir com o plano..

- Vem, me faça as honras da casa.

- Claro..