Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi

ANAHI

 - Você quase me mata de susto garota, onde estava?! - Christian me abordou assim que entrei no Hospital. Tinha os olhos atentos, preocupados. - Podia ter me avisado que ia embora.

- Está tudo bem, me desculpe... - Suspirei, na inútil tentativa de parecer tranquila. - Christian, e a cirurgia...

- Já terminou. - Assentiu, tomando meu rosto entre as mãos. - Ela está...em coma.

Fechei os olhos, Chris me abraçou, me consolando. Um coma não poderia ser tão grave assim, ela teria que acordar um dia. Eu sabia. Ela Teria que acordar... para me ver partir.

- Precisa de mais remédios? – Afastou-se, me encarando. - Não tenho certeza se vai encarar essa barra sã..

- Chris... Eu não estou sã... - Encarei o chão, atordoada. - Só estou sem forças para desabar...

Ele suspirou e desviou os olhos verdes para o corredor, na direção em que ela estava. Pela primeira vez então, percebi que uma parte dele também sofria. Sofria por mim.

- Christian, não precisa ficar aqui. Não tem nada a ver com isso...

- Eu sou seu amigo Anahi. Esta sendo egoísta.

Assenti. Tornando a abraçar os pedaços do meu corpo. A verdade é que doía demais para que pudesse me sentir dessa forma.

- Onde estão os outros?!

- Poncho foi pra casa buscar algumas roupas e o garoto está no refeitório, se recompondo. Precisava ver o estado em que estava.

- Bom, se não quer me deixar, pelo menos vá para casa por alguns instantes. Eu prometo que fico bem...

- Não prometa isso. Você não vai ficar. - Suspirou, passando as mãos na nuca. - Mas eu ainda preciso trocar de roupa. Por favor, se controle.

- Não se preocupe. - Sussurrei, encostando a cabeça em seu peito. - Isso vai acabar, não vai?!

Ele não respondeu. Apertou-me em seu corpo com a força que ainda restava e beijou minha testa antes de dar as costas e partir. Ambos sabíamos que as notícias no eram boas. Dulce caminhava na direção errada. Cada vez mais distante da proteção dos meus braços. Era difícil saber se ela voltaria a estar lá um dia. Suspirei e arrastei o que restava de mim ao refeitório.

Ainda Faltava algo a fazer.

- Ei, você. – Chamei o garoto que ergueu os olhos, em choque. - Preciso falar com você.

- Você já sabe... - Assenti, sentando ao seu lado. - A culpa foi minha...

- Não pode mais dizer isso... escuta. Eu preciso que guarde esse segredo.

- Eu posso ter matado a Dulce.

Respirei, repondo o ar em meus pulmões. A sensação de ouvir seu nome junto com aquela palavra maldita era insuportável.

- Não fala isso, droga. Ela é forte... você deve saber.

Ele assentiu e sorriu, um sorriso sofrido, como se lembrasse de algo.

- Ela sempre foi forte, até mais do que os garotos.

- Aposto que sim. - Suspirei, mergulhando em outras lembranças. - Eu a chamava de marrenta.

- Droga. - Pôs as mãos na cabeça, perturbado. - Ela não pode morrer...

- Ela não vai, meu Deus. Eu não sei como posso te pedir isso, mas... preciso que fique calado.

O garoto hesitou, passando as mãos na cabeça freneticamente e em seguida me encarou. Como se juntasse as peças em falso do meu pedido.

- Ela fez uma ameaça... eu sabia. Estamos recuados.

- Sim, estamos. - Assenti, tocando em suas mãos. - Eu a prometi que iria embora e, ela deixaria Dulce em paz. Mas, por Deus, ninguém pode ficar sabendo.

- Ela tem que ir pra cadeia, eu não posso deixar...

- Acha que essa também não é minha vontade?! - Ergui seu rosto, encarando seus olhos. - Estou abandonando tudo para que Dulce fique bem. Ela pode me perder, mas não pode perder a vida.

Nos olhamos, em silêncio. Uma lágrima morta desceu do meu rosto como última súplica. Ele abraçou os joelhos e assentiu, assustado.

- Você tá certa, ela é perigosa.

- Você não tem ideia do quanto.

Seus olhos se fecharam e se abriram em seguida, atordoados. Eu sabia o que se passava em sua cabeça. Era o mesmo medo que assombrava a minha.

- E... se ela não aguentar...

Encolhi os ombros, cerrando os punhos com a força que o ódio havia me dado. Eu não suportaria... não, ela não podia.

- Se isso acontecer... pode ter certeza, eu a mato com as minhas próprias mãos.