Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi

Encolhi-me, apertando as passagens camufladas no bolso da jaqueta. Christian me analisou por alguns segundos, confuso. Ele certamente não poderia compreender o que se passava na minha cabeça, uma vez que, o dia da viagem havia chegado, e nem ele nem ninguém soubera disso.

- Anahi, você não me parece bem. - Suspirou, passando as mãos no meu rosto. - Se quiser pode ficar aqui por mais tempo, sei que não quer encarar a Lana...

- Não Christian, eu estou bem. - Levantei do sofá, fugindo dos seus olhos. - Vamos, não quero perder tempo.

Ele assentiu, me guiando até o carro. Seu rosto ainda estava confuso, diante da dor que finalmente, havia me vencido.

- Se quiser posso ir com você, caso ela cisme em te fazer perguntas.

- Não precisa se preocupar, vai ficar tudo bem. - Menti, apreensiva.

Chris me observou por alguns segundos em silêncio, tentando entender a expressão morta em meu rosto. Pretendia desabar quando ele me abraçou, e foi como se milhões de pernas chutassem meu corpo. Agredindo o que sobrara de mim, embora não fosse nada.

- Meu coração não quer deixar você ir. - Suspirou, me apertando em seus braços. - Me diga que é só um mau pressentimento, por favor.

- Claro que sim. – Falei fechando os olhos.

- Ótimo, fico feliz.

Suas mãos afastaram meu rosto, me forçando a encarar seus olhos. Doeu-me saber que aquela, seria a última vez que os veria.

- Pequena, eu sei que você sofreu muito. Entendo que ainda esteja se recuperando, mas você precisa visitá-la. Precisa entender que acabou, finalmente acabou.

- Eu sei. - Me afastei, sentindo que os pés voltavam a me chutar. - Acho que devo fazer isso, agora.

- Sim, ela vai ficar feliz. - Sorriu ingênuo. - Me disseram que ela não para de perguntar por você.

- Chris, por favor. - Grunhi, abrindo a porta do carro. - Eu preciso ir...

- Espera, eu falei alguma coisa de errado?

- Não. - Suspirei, encarando o rosto do meu melhor amigo, pela última vez. - Obrigada, por tudo, meu amigo.

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Os corredores pareciam mais distantes, embora não fossem o suficiente pra derreter o gelo que me cobria. Havia um motivo para estar ali, um motivo maior e mais triste do que um reencontro. Era o último resquício de amor que me cabia demostrar e, eu precisava usá-lo da maneira certa. Embora soubesse que seria arriscado.

- Anahi. - O garoto cabelos castanhos sorria, sentado na cadeira branca. Frente a porta do quarto. - Sabe, ninguém estava entendendo porque ainda não havia vindo. Que bom que está aqui.

- Não... não diga isso. - Suspirei, escondendo as mãos na jaqueta. - Você se chama Christopher, não é mesmo?!

Ele assentiu, levantando da cadeira assustado com o meu tom sério.

- Precisamos conversar Christopher, vamos. Siga-me, por favor.

- Você vai embora... - O garoto sussurrava, perdendo os olhos castanhos para o vazio. - Meu Deus, ela vai sofrer tanto...

Suspirei, me entregando as pernas que voltavam a chutar meu corpo. Render-me era o que restava.

- Quero te pedir uma coisa. – Murmurei, olhando as prateleiras vazias do refeitório. - Eu sei que você a ama, vi isso nos seus olhos.

Ele me olhou, entristecido.

- Nenhum amor do mundo é maior do que o seu, ninguém faria o que você está fazendo, ninguém...

- Quero que cuide dela Christopher, quero que esteja disposto a dar a vida por ela. Você precisa... aparar sua dor.

- Não, isso não é certo. E a sua dor? Quem vai aparar Anahi...

- Posso sobreviver com ela. Apenas me prometa, me prometa que vai protegê-la...

Fechei os olhos, deixando que as lágrimas escorressem magoadas pelo meu rosto. Christopher se aproximou, tocando em meus ombros, comovido.

- Isso tem que ter um jeito, uma saída... posso sentir sua dor.

- Nunca doeu tanto. Não há saídas, é a vida dela que está em jogo. Vamos, me prometa...

- Você sabe que sim, eu vou cuidar dela. Por ela, por você... pelo seu sacrifício. Meu Deus, eu não sairei do seu lado. Prometo.

- De alguma maneira, isso me conforta. - Sussurrei, tocando em seus ombros. - Por favor... guarde esse segredo.

- Então... esse é o fim?

- Não... - Murmurei, abraçando meu corpo. - Preciso que vá ao seu quarto quando eu partir, ela vai precisar de você...

- Anahi, o que você...

- Cuide da minha vida Christopher, vou deixá-la em suas mãos.

Abri a porta devagar, silenciando a vontade de evitar um erro. Deslizei os olhos pelo piso do chão morto, como aquilo que sangrava em meu peito. Era preciso ser forte e, eu ainda tentava achar uma maneira de fazer isso, sem que doesse tanto.

- Anahi... - Sua voz soou trêmula, destruindo toda a máscara de frieza que cobria meu rosto. -Você veio.