Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi

As ruas venezuelanas a noite resgatavam o clima caribenho do País. O milagre então se dava, nos bares caricatos, nas festas caribenhas, nos encontros matinais. Na legião de pessoas que amontoavam os principais pontos de Caracas com o saboroso intuito de buscar diversão. O que, aliás, havia de sobra naquele país.

- Desligar o telefone na cara não faz muito o estereótipo venezuelano.

Ergui os olhos. Pega de surpresa pela figura masculina parada em minha porta, embora não ousasse demostrar isso. 

- Está certo, acontece que eu não sou daqui. - Murmurei, o encarando. - Você pelo visto, também não.

Ele riu, balançando seus cabelos negros de uma forma negativa. Tinha a pele branca e os olhos claros. Uma aparência pouco típica, embora a miscigenação por ali fosse crescente.

- Isso é verdade. Mas depois de tantas ligações e e-mails sem respostas, acho que terei que me naturalizar. - Brincou, assumindo uma expressão séria. - Eu entendo que queira fugir Anahi, mas não poderá fazer isso por muito tempo.

- Se continuar a me perseguir dessa forma vou ser obrigada a chamar a polícia. - Ameacei, me aproximando da porta. - Vamos, suma daqui.

- Eu não posso, prometi a seu pai que não desistiria.

Hesitei, deixando que minha mão escorregasse sem força pela maçaneta. Aquela palavra sempre me roubava as forças, como tudo que estivesse ligado ao meu passado.

- Vamos Anahi, escute o que eu tenho pra falar.

- Estevan, não é mesmo?! - Virei, encontrando seus olhos. - Não repita mais essa palavra na minha frente ou vou ser obrigada a cumprir minha ameaça.

- Está bem. - Suspirou, tirando uma espécie de pasta da maleta que trazia nas mãos. - Eu já previa seu ataque então tomei a liberdade de fazer isso.

Olhei a pasta cinzenta apreensiva. Ele me estendeu o objeto, impaciente.

- Leia isso e, se depois continuar pensando dessa maneira. Juro que paro de procurá-la.

- E sobre a promessa de não desistir? - Indaguei.

- O Sr. Portilla vai entender, acho que sabe a filha que tem.

Suspirei, pegando a pasta sem muito interesse. Em minhas mãos, elas pareceram pesar o dobro.

- Obrigado. De qualquer forma, eu a esperarei. Boa noite. - Se afastou, indo embora.

Olhei a rua deserta se preencher com a presença misteriosa daquele homem de preto e, tive a certeza de me sentir assim também.

- O homem já foi?!

Aproximei-me do armário largando a pasta sobre a mesinha no centro da sala. Escolhi um uísque velho e me servi, sorvendo o líquido com a amargura do mesmo.

- Achei que houvesse te mandando para a sua casa, não para a minha. – Falei repetindo a dose. - Como você o viu?

Louise revirou os olhos, se aproximando com um sorriso no rosto. 

- Ele estava na porta quando eu cheguei, pedi para que esperasse lá fora. - Cruzou os braços, me analisando. - Ele é tão misterioso..

- Dane-se, quero que o esqueça. – Aproximei-me, enlaçando sua cintura com força. - Vamos, me dá um beijo.

- Não Anahi. – Afastou-se, franzindo o nariz. - Está fedendo a cigarro e mulheres.

- Desde quando isso te incomodou?!

- Não sei. - Assentiu, dando as costas. - Memória de francesa, vai entender.

- Uma francesa que já tá me dando nos nervos. Não devia ter vindo então.

- Boa noite, boire.

Grunhi, me largando no sofá enquanto seu perfume sumia da sala. A pasta continuava ali, me torturando com todo seu mistério, com toda a dor do meu passado. Acendi um cigarro e desejei queimar o objeto com o fogo que ardia ali, na ponta do mesmo.

E uma nova fase começou...