Fanfic: C'est' finale (AyD) | Tema: Portiñon, AyD, Dulce & Anahi

DULCE

- Bebendo antes do convidado? Que falta de educação.

Sorvi a ultima dose de uísque. Levantando para receber Poncho e seu eterno ar de graça.

- Não é falta de educação quando o convidado se atrasa. Está no manual.

Ele riu e me abraçou, me erguendo nos braços. Como uma menina.

- Senti sua falta irmãzinha...

- Eu também, seu bobão. - Sussurrei, me afastando. - Vamos, sente-se.

- Me desculpe o atraso, tive problemas. - Explicou enquanto sentávamos, divertido. - Julia não me deixa mais sair de casa, acho que vou ter que me aposentar.

- Aposto que sim. - Brinquei, me servindo de mais uma dose. - Como anda minha sobrinha?

- Está ótima, também sente sua falta. Essa vida de viajante está nos matando de saudades.

Ri, bebendo o líquido amargo. Poncho me observou apreensivo, mudando de face em segundos.

- Alguém tem que cuidar dos negócios externos, você sabe que cuidar de fazenda não é mole.

- Nunca entendi essa sua bebedeira, você nunca fez isso antes. - Retrucou, cruzando os braços.

Suspirei, deslizando os olhos pelos campos ao longe. A verdade é que nem eu entendia direito o que havia me tornado.

- Está bem, ninguém mais fala disso. - Suspirou, aproximando o rosto. - Como vai Christopher?

- Ótimo.

- Ei Dulce... o que foi?!

Encolhi os ombros, sentindo o vento frio abater meu rosto. Alguma coisa de repente ficou errada.

- Nada é só um... pressentimento.

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- Achei que o combinado fosse você me esperar no aeroporto.

Suspirei, largando as malas no vão da sala. A casa ainda estava a mesma ainda assim, a sensação de mudança era evidente. Christopher me encarava da escada, braços cruzados, lábios cerrados. Pego de surpresa, mesmo depois de tantos anos, pela minha mania de independência.

- Você costumava ser mais romântico. - Brinquei, observando-o se aproximar. - Vamos desfaça essa cara.

- Eu era quando você me deixava ser. - Reclamou, me abraçando. - Senti sua falta, marrenta.

Selei seus lábios, me afastando. A pontada inconsciente voltou a me atingir.

- Nós já conversamos sobre esse apelido, e todos os outros.

- Está bem, me desculpe. - Sorriu, me guiando até o sofá. - Vamos, me conte como foi a viagem.

Revirei os olhos, caindo exausta no seu colo. O cheiro do avião ainda parecia estar impregnado na minha roupa. 

- Não esqueça que eu fui a negócios, se é deles que você quer saber. Consegui fechar o contrato.

- Isso é ótimo. - Exclamou, beijando meus ombros. - Deveria estar feliz, isso vai te fazer crescer no mercado agrônomo.

- Esse é meu objetivo, mas não posso ficar feliz. Não agora. - Levantei suspirando. - Estou exausta. Pode cuidar das malas?

- Claro, vai descansar. Mais tarde no falamos.

Assenti, seguindo até as escadas.

- Dulce. - Virei, o encarando. - Não está esquecendo da festa, não é mesmo?

- Não precisamos comemorar nada, Ucker.

- Me desculpe, mas faço questão.

- Está bem, mas fica por sua conta.

Ele assentiu, com os olhos castanhos entristecidos. Subi as escadas, penalizada com sua expressão. No fundo, eu sabia que o meu jeito frio o afetava de uma forma que doía. Mas ainda assim eu o amava, de uma forma meio torta e agradecida. Como o amor havia virado para mim.

- Negócios, festas, casamento. - Sussurrei, entrando no quarto. - Finalmente sua vida está entrando nos eixos, Dulce Maria, finalmente paz.